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ELEMENTOS+DA+RESPONSABILIDADE+CIVIL

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12/02/2015
1
ELEMENTOS DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL
Prof. Wesley Monteiro
São elementos necessários da responsabilidade
civil:
CONDUTA HUMANA
DANO OU PREJUÍZO
NEXO DE CAUSALIDADE
A CONDUTA HUMANA
 Apenas o homem por si ou por meio das
pessoas jurídicas que forma, poderá ser
civilmente responsabilizado.
A CONDUTA HUMANA
Conduta humana, para a responsabilidade
civil, é todo e qualquer comportamento
praticado por uma pessoa, comportamento
este que há de ser positivo ou negativo,
consciente e voluntário e causador de dano
ou prejuízo.
Não havendo VOLUNTARIEDADE, não há
conduta humana!
A CONDUTA HUMANA
VOLUNTARIEDADE
CONSCIÊNCIA DAQUILO QUE FAZ
A CONDUTA HUMANA
Ex. um cidadão está olhando um quadro no
museu; em dado momento, tem uma micro
hemorragia capilar nasal e instintivamente,
espirra sangue no quadro; nesse caso, não há
conduta humana, falta a pedra de toque que é
o grau mínimo de vontade.
A voluntariedade não traduz a
intenção de causar o dano, mas sim, e
tão somente a consciência daquilo
que se está fazendo.
12/02/2015
2
A CONDUTA HUMANA
Essa conduta pode ser positiva ou negativa:
traduzir uma ação ou omissão.
Ação: comportamento ativo.
Ex: Sujeito que, embriagado, arremessa o seu
veiculo contra o muro do vizinho.
Omissão: abstenção voluntária (art. 186)
Ex: Enfermeira que violando as suas regras de
profissão e o próprio contrato de prestação de
serviços que celebrou, deixa de ministrar os
medicamentos ao seu patrão, por dolo ou desídia.
A CONDUTA HUMANA
A responsabilidade pode derivar de ato próprio,
de ato de terceiro, que esteja sob a guarda do
agente, e, ainda, de danos causados por coisas
e animais que lhe pertençam.
HÁ CONDUTA VOLUNTÁRIA DO
RESPONSAVEL?
Omissões ligadas a deveres jurídicos de
custódia, vigilância ou má eleição de
representantes, cuja responsabilização é
imposta por norma legal.
A CONDUTA HUMANA E A 
ILICITUDE
SÍLVIO DE SALVO VENOSA
“O ato de vontade, contudo, no campo da
responsabilidade deve revestir-se de ilicitude.”
ATO ILÍCITO
A CONDUTA HUMANA E A 
ILICITUDE
De fato, uma vez que a responsabilidade civil nos
remete à ideia de atribuição das consequências
danosas da conduta ao agente infrator, é lógico que,
para a sua configuração, ou seja, para que haja a
imposição do dever de indenizar, a referida atuação
lesiva deva ser contrária ao direito, ilícita ou
antijurídica.
A imposição do dever de indenizar poderá existir
mesmo quando o sujeito atua licitamente. Em outras
palavras: poderá haver responsabilidade civil sem
necessariamente haver antijuridicidade, ainda que
excepcionalmente, por força de norma legal.
A CONDUTA HUMANA E A 
ILICITUDE
Exemplos:
Art. 1.313 do CC
Art. 1.285 do CC
A CONDUTA HUMANA E A 
ILICITUDE
Por outro lado, não desconhecemos, saliente-se mais
uma vez, que, como regra geral, posto não absoluta, a
antijuridicidade acompanha a ação humana
causadora do dano reparável.
Por isso, ressalte-se, como imperativo de rigor
metodológico, que, por se tratar de uma situação
excepcional (embora com hipóteses facilmente
encontráveis no ordenamento jurídico), a
responsabilização civil por ato lícito depende sempre
de norma legal que a preveja.
12/02/2015
3
A CONDUTA HUMANA E A 
ILICITUDE
ATO ILÍCITO ATO ILEGAL
O ato ilegal não repercutiria na responsabilidade civil,
pois não haveria propriamente uma violação a um
interesse jurídico tutelado, mas sim a ausência da
“realização de condições indispensáveis para a tutela
jurídica de um interesse próprio”.
O DANO
Dano é a lesão ao bem protegido pelo
ordenamento jurídico. Pode haver ato ilícito
sem dano.
O dano se divide em:
Patrimonial;
Extrapatrimonial.
O DANO
Dano patrimonial (art. 402 do CC): é lesão
a um interesse econômico, interesse
pecuniário.
Divide-se em dano emergente e lucro
cessante.
O DANO
Dano emergente (art. 402 do CC): são os
prejuízos efetivamente sofridos pela vítima. É
o decréscimo patrimonial.
Lucro cessante ou lucros frustrados (art.
402 do CC): é o que a vítima deixou de
auferir razoavelmente (certamente). Tudo o
que a vítima deixou de ganhar. Também
chamado de lucro frustrado.
O DANO
Segundo o art. 947 CC, deve-se buscar
primeiro a recomposição à situação primitiva.
O DANO
Quando há cláusula penal, não há necessidade
de provar o dano, art. 402, 1ª parte CC, o
prejuízo já foi pré-estimado.
12/02/2015
4
O DANO
O lucro cessante somente será concedido se
provar que se não houvesse ocorrido o dano,
provavelmente haveria um ganho econômico.
Não pode pedir lucros cessantes de atividade
ilícita, como a atividade de camelô. Mas caso
a barraca em que o ambulante trabalhava
tenha sido destruída, ele poderá pedir dano
emergente.
O DANO
TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE
É uma subclasse do dano emergente. É a oportunidade
dissipada de obter futura vantagem ou de evitar um prejuízo
em razão da prática de um dano injusto, Resp. 788.459.
É o meio caminho entre dano emergente e lucro cessante. O
benefício não era certo, era aleatório, mas havia uma chance
e esta tinha um valor econômico. O valor da indenização
deve ser menor que do lucro cessante. O juiz calcula com
base na razoabilidade ou probabilidade, desta forma, ele faz
uma proporcionalidade.
O DANO
SIM, esta teoria é aplicada pelo STJ que exige, no entanto,
que o dano seja REAL, ATUAL e CERTO, dentro de um
juízo de probabilidade, e não mera possibilidade, porquanto o
dano potencial ou incerto, no espectro da responsabilidade
civil, em regra, não é indenizável (REsp 1.104.665-RS, Rel.
Min. Massami Uyeda, julgado em 9/6/2009).
Em outros julgados, fala-se que a chance perdida deve ser
REAL e SÉRIA, que proporcione ao lesado efetivas
condições pessoais de concorrer à situação futura esperada.
(AgRg no REsp 1220911/RS, Segunda Turma, julgado em
17/03/2011)
O DANO
O dano resultante da aplicação da teoria da perda de uma
chance é considerado dano emergente ou lucros cessantes?
Trata-se de uma terceira categoria. Com efeito, a teoria da
perda de uma chance visa à responsabilização do agente
causador não de um dano emergente, tampouco de lucros
cessantes, mas de algo intermediário entre um e outro,
precisamente a perda da possibilidade de se buscar posição
mais vantajosa que muito provavelmente se alcançaria, não
fosse o ato ilícito praticado. (STJ. 4ª Turma, REsp
1190180/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
16/11/2010)
O DANO
Exemplo de aplicação desta teoria
Aplica-se a teoria da perda de uma chance ao caso de
candidato a Vereador que deixa de ser eleito por reduzida
diferença de oito votos após atingido por notícia falsa
publicada por jornal, resultando, por isso, a obrigação de
indenizar. (STJ. 3ª Turma, REsp 821.004/MG, Rel. Min.
Sidnei Beneti, julgado em 19/08/2010)
O DANO
O simples fato de um advogado ter perdido o prazo para a
contestação ou para a interposição de um recurso enseja
indenização pela aplicação desta teoria?
NÃO. Em caso de responsabilidade de profissionais da
advocacia por condutas apontadas como negligentes, e diante
do aspecto relativo à incerteza da vantagem não
experimentada, as demandas que invocam a teoria da "perda
de uma chance" devem ser solucionadas a partir de uma
detida análise acerca das reais possibilidades de êxito do
processo, eventualmente perdidas em razão da desídia do
causídico.
12/02/2015
5
O DANO
Vale dizer, não é o só fato de o advogado ter perdido o prazo
para a contestação, como no caso em apreço, ou para a
interposição de recursos, que enseja sua automática
responsabilização civil com base na teoria da perda de uma
chance.
É absolutamente necessária a ponderação acerca da
probabilidade - que se supõe real - que a parte teria de se
sagrar vitoriosa.
(STJ. 4ª Turma, REsp 1190180/RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão,julgado em 16/11/2010)
O DANO
Dano Moral ou Extrapatrimonial
É uma lesão ao direito da
personalidade da pessoa humana.
Atinge a liberdade, igualdade,
solidariedade ou psicofísica. Só
existe dano moral quando a
dignidade é atingida, art. 5º, V e X,
CF.
A reparação é gênero em que são
espécies a indenização e a
compensação.
FUNÇÕES 
função de indenização;
função ressarcitória;
função de equivalência
(restitui ao “status quo”,
art. 947 do CC).
é objeto de
compensação;
função satisfatória –
satisfaz a vítima e a
família.
DANO PATRIMONIAL DANO MORAL
Dano reflexo
(ou em ricochete)
Danos em ricochete
São aqueles que, a 
despeito de não serem 
suportados pelos 
próprios sujeitos da 
relação jurídica 
principal, atingem 
pessoas próximas da 
vítima por derivarem 
diretamente da atuação 
ilícita do infrator.
Obrigação de indenizar
O dano reflexo é 
reparável porque é 
repercussão do 
dano direto e 
imediato,
multiplicando o 
número de credores 
da indenização.
12/02/2015
6
DANO EM RICOCHETE
Art. 948 CC trata sobre pensão no caso de homicídio. A
pensão será de 2/3 dos proventos no caso de morte, até os 70
anos.
A fração de 1/3 que o beneficiário não recebe, refere-se aos
gastos que a vítima teria consigo.
Se a vítima tiver mais de 70 anos, a indenização será
calculada conforme o possível tempo de vida que ela teria.
Há possibilidade de ser arbitrado alimentos provisórios.
Pode também, haver determinação de astreintes, por parte do
juiz.
DANO EM RICOCHETE
Se a vítima era uma criança que ajudava a família, os lucros
cessantes serão até os 25 anos, no percentual de 2/3; após, cai
pela metade e será devida até os 70 anos. Para o STJ, menor
que não trabalhava a época do dano, e, caso a família seja
pobre, haverá presunção de ajuda do menor no valor de um
salário mínimo, dos 16 aos 25 anos.
Caso ocorra acidente de trabalho, os lucros cessantes poderão
ser pagos de uma só vez, sendo um direito potestativo
previsto no artigo art. 950, § único, En 381 CJF, Súmula 313
STJ. Segundo o informativo 340 STJ, há possibilidade de
alteração dos alimentos proveniente de ato ilícito,
prestigiando o princípio da dignidade humana.
Cumulação de danos
É possível cumular dano moral com dano
patrimonial por um só fato (súmula 37
STJ). Segundo o art. 186 CC, é possível
pedir, exclusivamente, dano moral. É
denominado dano moral puro ou
autônomo.
Excepcionalmente, poderá ser cumulado
dano moral, patrimonial com o dano
estético (a regra é a não cumulação do
dano estético com o moral).
Dano estético é uma lesão que causa
desequilíbrio físico da vítima.
DANOS COLETIVOS, DIFUSOS E A INTERESSES INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular
grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
DANOS COLETIVOS, DIFUSOS E A INTERESSES INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
Os Direitos coletivos lato sensu dividem-se em:
•Difusos: transindividuais; indivisíveis; pessoas indeterminadas. Não é
possível atribuir esses direitos a uma pessoa nem a um grupo.
Exemplos: Acessibilidade; restabelecimento de serviço público;
direitos do idoso; direitos da criança e do adolescente. Uma
medida que vai gerar benefícios para os aposentados presentes e
futuros é um direito difuso.
• Coletivos strictu sensu: transindividuais; indivisíveis; grupos, categoria
s ou classes de pessoas. O direito é atribuído a um grupo, categoria ou
classe de pessoas.
Exemplo: Uma medida que vai gerar beneficio apenas para as
pessoas que estão aposentadas no momento, é um direito
coletivo.
DANOS COLETIVOS, DIFUSOS E A INTERESSES INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
• Individuais homogêneos: Direitos individuais;
origem comum; de várias pessoas. Decorrem de um
mesmo fato, mas afetam diversas pessoas
individualmente.
O mesmo fato pode gerar direitos difusos, coletivos e
individuais homogêneos.
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DANOS COLETIVOS, DIFUSOS E A INTERESSES INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
Exemplo: um acidente envolvendo um barco:
Direitos Difusos: uma ação para obrigar as empresas a aumentar a
segurança de todas as embarcações. Não é possível identificar os
beneficiados, pois toda a coletividade o será.
Direitos Coletivos: uma ação para obrigar a empresa envolvida a
fazer uma campanha para resgatar a credibilidade do transporte
marítimo. Os beneficiados são as demais empresas de transporte
marítimo.
Direitos Individuais Homogêneos: uma ação para indenizar as
vítimas do acidente. Os beneficiados são as pessoas que
demonstrarem que sofreram um dano em virtude do acidente.
Nexo Causal
Nexo Causal
 O nexo causal diz respeito a quem
atribuir e a que extensão. É a relação
de causa e efeito entre a conduta do
agente e o dano.
Teorias Explicativas do Nexo Causal
 A primeira delas, formulada em 1860 por Von Buri,
considera como causa do dano qualquer evento
que contribui para determinado dano, por si só,
capaz de gerá-lo.
 Entende-se que se não fosse a presença de cada
uma das condições na hipótese concreta, o dano
não ocorreria. Como o próprio nome diz, as
condições são equiparadas às causas. Ela,
portanto, aceita qualquer das causas como
eficiente .
Teoria da equivalência de condições
Teorias Explicativas do Nexo Causal
 É bem verdade que a experiência de vida e a
simples reflexão do jurista sobre a realidade das
coisas ensinam que o processo causal conducente a
qualquer dano, como na verificação de qualquer
outro fato, concorrem no geral múltiplas
circunstâncias.
 Logo, a crítica a essa teoria é que poderia se imputar
responsabilidade a um sem número de pessoas. É o
exemplo clássico de se responsabilizar o
fabricante da cama pelo adultério, pois este não
ocorreria se não existisse a cama.
Teoria da equivalência de condições
Teorias Explicativas do Nexo Causal
 Essa teoria, concebida pelo filósofo Von
Kries, procurou identificar, na presença de
uma possível causa, aquela potencialmente
apta a produzir o dano.
 Faz-se um juízo de valor abstrato para
verificar se a causa do dano ordinariamente é
apta a produzir aquele resultado.
Teoria da Causalidade Adequada
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Teorias Explicativas do Nexo Causal
“se alguém retém ilicitamente uma pessoa que se apressava para
tomar certo avião, e teve, afinal, de pegar um outro, que caiu e
provocou a morte de todos os passageiros, enquanto o primeiro
chegou sem incidente ao aeroporto de destino, não se poderá
considerar a retenção ilícita do indivíduo como causa (jurídica) do
dano ocorrido, porque, em abstrato, não era adequada a produzir
tal efeito, embora se possa asseverar que este (nas condições em
que se verificou) não se teria dado se não fora o ilícito. A ideia
fundamental da doutrina é a de que só há uma relação de
causalidade adequada entre o fato e o dano quando o ato ilícito
praticado pelo agente seja de molde a provocar o dano sofrido
pela vítima, segundo o curso normal das coisas e a experiência
comum da vida”
Teoria da Causalidade Adequada
Teorias Explicativas do Nexo Causal
“A deu uma pancada ligeira no crânio de B, a qual seria
insuficiente para causar o menor ferimento num
indivíduo normalmente constituído, mas quecausou a
B, que tinha uma fraqueza particular dos ossos do
crânio, uma fratura de que resultou a morte. O prejuízo
deu-se, apesar de o fato ilícito praticado por A não ser
causa adequada a produzir aquele dano em um homem
adulto. Segundo a teoria da equivalência das
condições, a pancada é uma condição ‘sine qua non’
do prejuízo causado, pelo qual o seu autor terá de
responder. Ao contrário, não haveria responsabilidade,
em face da teoria da causalidade adequada”
Teoria da Causalidade Adequada
Teorias Explicativas do Nexo Causal
 Teoria da interrupção do nexo causal ou teoria da
causalidade necessária
Causa, para esta teoria, seria apenas o antecedente
fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao
resultado danoso, determinasse este último como uma
consequência sua, direta e imediata.
Teoria da causalidade direta ou imediata
Teorias Explicativas do Nexo Causal
Caio é ferido por Tício (lesão corporal), em uma
discussão após a final do campeonato de futebol. Caio,
então, é socorrido por seu amigo Pedro, que dirige,
velozmente, para o hospital da cidade. No trajeto, o
veículo capota e Caio falece. Ora, pela morte da vítima,
apenas poderá responder Pedro, se não for
reconhecida alguma excludente em seu favor. Tício,
por sua vez, não responderia pelo evento fatídico, uma
vez que o seu comportamento determinou, como efeito
direto e imediato, apenas a lesão corporal.
Teoria da causalidade direta ou imediata
Teoria adotada no Brasil
STF: prevalece a teoria do nexo causal direto e imediato. O caso
paradigmático, mais comentado pelos especialistas, em que ficou clara a
opção deste tribunal pela referida teoria é o do RE 130.764-1/PR, julgado em
12 de maio de 1992. Trata-se de ação movida contra o Estado do Paraná, por
vítimas de assalto, praticado por quadrilha da qual fazia parte preso que estava
foragido há vinte e um meses. A fuga ocorreu do hospital para onde tinha sido
provisoriamente transferido o detento, para suposto tratamento de saúde.
Comprovou-se nos autos que o bando composto por mais sete marginais, além
do evadido, penetrou de forma hostil na residência de conhecida família
curitibana, dominando-a completamente, até conduzi-la ao estabelecimento
comercial de sua propriedade, de onde foi roubada grande quantidade de jóias.
A tese do recurso, acolhida pelo STF, demonstrava que não existia nexo
causal direto e imediato – necessário – entre a fuga e o assalto, praticado pelo
foragido com mais outros sete integrantes, muitos meses após a evasão. A 1ª
Turma do STF considerou, por unanimidade, que o dano decorrente do assalto
praticado pela quadrilha, da qual apenas um dos participantes era foragido,
não foi consequência necessária da omissão da autoridade pública, mas
resultou de outras concausas, como a formação de quadrilha.
CAUSAS CONCORRENTES 
Quando a atuação da vítima também favorece a
ocorrência do dano, somando-se ao comportamento
causal do agente, fala-se em “concorrência de causas
ou de culpas”, caso em que a indenização deverá ser
reduzida, na proporção da contribuição da vítima.
Neste caso de culpa concorrente, cada um responderá
pelo dano na proporção em que concorreu para o
evento danoso, o que tem de ser pesado pelo órgão
julgador quando da fixação da reparação, uma vez que
somente há condenação pela existência da
desproporcionalidade da culpa.
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9
CAUSAS CONCORRENTES 
O vigente Código Civil brasileiro, em regra sem
equivalência na codificação anterior, adotou
expressamente a culpa concorrente como um critério
de quantificação da proporcionalidade da indenização,
conforme se verifica do seu art. 945, in verbis:
“Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente
para o evento danoso, a sua indenização será
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa
em confronto com a do autor do dano”.
CAUSAS CONCORRENTES 
No campo do Direito do Consumidor, a teoria da
concorrência de causas não tem essa mesma amplitude.
Isso porque, nos termos do art. 12, § 3.º, da Lei n. 8.078 de
1990 (Código de Defesa do Consumidor), somente a culpa
exclusiva da vítima tem o condão de interferir na
responsabilidade civil do fornecedor, excluindo-a. Em
outras palavras, a culpa simplesmente concorrente (de
ambos os sujeitos da relação jurídica), por não haver sido
prevista pela lei, não exime o fornecedor de produto ou
serviço de indenizar integralmente o consumidor.
CONCAUSAS
É o acontecimento que, anterior, concomitante ou
superveniente ao antecedente que deflagrou a cadeia
causal, acrescenta-se a este, em direção ao evento
danoso.
Se esta segunda causa for absolutamente
independente em relação à conduta do agente — quer
seja PREEXISTENTE, CONCOMITANTE ou
SUPERVENIENTE — o nexo causal originário estará
rompido e o agente não poderá ser responsabilizado.
CONCAUSAS
CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE
Ex: um sujeito ser alvejado por um tiro, que o conduziria à
morte, e, antes do seu passamento por esta causa, um
violento terremoto matou-o. Por óbvio, esta causa
superveniente, absolutamente independente em face do
agente que deflagrou o tiro, rompeu o nexo causal. O mesmo
raciocínio aplica-se às causas preexistentes (a ingestão de
veneno antes do tiro) e concomitantes (um derrame cerebral
fulminante por força de diabetes, ao tempo que é atingido
pelo projétil).
CONCAUSAS
CAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE
Ex: Caio, portador de deficiência congênita e diabetes, é
atingido por Tício. Em face da sua situação clínica debilitada
(anterior) a lesão é agravada e a vítima vem a falecer. No
caso, o resultado continuará imputável ao sujeito, eis que a
concausa preexistente relativamente independente não
interrompeu a cadeia causal. O mesmo ocorre se o sujeito,
em razão do disparo de arma de fogo, vem a falecer de susto
(parada cardíaca), e não propriamente do ferimento causado.
Também nesta hipótese, a concausa concomitante
relativamente independente não impede que o agente seja
responsabilizado pelo que cometeu.
CONCAUSAS
CAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE
Ex: sujeito que, ferido por outrem, é levado de
ambulância para o hospital, e falece no caminho, por
força do tombamento do veículo. Esta concausa,
embora relativamente independente em face da conduta
do agente infrator (se este não houvesse ferido a vítima,
esta não estaria na ambulância e não morreria no
acidente), determina, por si só, o evento fatal, de forma
que o causador do ferimento apenas poderá ser
responsabilizado, nas searas civil e criminal, pela lesão
corporal causada.
12/02/2015
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TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
Se alguém cria ou incrementa uma situação de risco
não permitido, responderá pelo resultado jurídico
causado, a exemplo do que ocorre quando alguém dá
causa a um acidente de veículo, por estar embriagado
(criação do risco proibido), ou quando se nega a prestar
auxílio a alguém que se afoga, podendo fazê-lo,
caracterizando a omissão de socorro (incremento do
risco).
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
REGRAS BÁSICAS DA TEORIA DA IMPUTAÇÃO 
OBJETIVA DA CONDUTA:
(a) não há imputação objetiva quando o risco criado é
permitido;
(1) nas situações de risco normal — é o caso de Henry
George, instrutor americano, que deu aulas de
pilotagem para o terrorista suicida Mohammed Atta,
que pilotou o avião da American Airlines contra a Torre
Norte do WTC;
(2) nas intervenções médicas;
(3) nas lesões esportivas;
(4) na teoria da confiança etc.
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
b) não há imputação objetiva quando o risco é tolerado
(ou aceito amplamente pela comunidade): aqui, seja por
força da teoria da imputação objetiva, seja em razão da
teoria da adequação social, o fato é atípico;
(c) não há imputação objetiva quando o risco proibido
criado é insignificante (conduta insignificante. Exemplo:
jogar um copo d’água numa represa com 10 bilhões de
litros de água que veio a inundar toda área vizinha;
sendoa conduta do agente, nesse caso, absolutamente
insignificante, não há que se falar em fato típico);

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