Liberdade de informação: um estudo de direito comparado Brasília, dezembro de 2009 O autor é responsável pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste livro e pelas opiniões nele expressas, que não são, necessariamente, as opiniões da UNESCO e não comprometem a Organização. As designações empregadas e a apresentação do material ao longo de toda esta publicação não implicam a expressão de quaisquer opiniões por parte da UNESCO em relação ao status jurídico de quaisquer países, territórios, cidades ou áreas, ou de suas autoridades, ou em relação à delimitação de suas fronteiras ou limites. A versão completa deste livro em PDF, bem como material de apoio adicional e leis sobre liberdade de informação, podem ser obtidos por download em: www. unesco.org/webworld/en/foi iiiLiberdade de informação: um estudo de direito comparado por Toby Mendel Segunda edição Revisada e atualizada ©2009 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Título original: Freedom of information: a comparative legal survey. Paris: UNESCO, 2008. Tradução: Marsel N. G. de Souza Revisão: Simone Metzker de Aguilar e Jeanne Sawaya Diagramação: Paulo Selveira Mendel, Toby Liberdade de informação: um estudo de direito comparado / Toby Mendel. – 2.ed. – Brasilia : UNESCO, 2009. Título original: Freedom of information: a comparative legal survey CI-2007/WS/15 1. Direito a Informação 2. Informação Púbica 3. Acesso a Informação 4. Disseminação da Informação 5. Publicações Oficiais 6. Editoração 6. Legislação em Comunicação 7. Instrumentos Internacionais 8. Legislação Comparada 9. Organizações Intergovernamentais 10. África do Sul 11. Azerbaijão 12. Bulgária 13. Estados Unidos da América 14. Grã Bretanha 15. Índia 16. Jamaica 17. Japão 18. México 19. Paquistão 20. Peru 21. Quirguistão 22. Suécia 23. Tailândia 24. Uganda Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral Centro Político Administrativo (CPA), Cuiabá, MT Cep: 70.050-970, Tel: (65) 3613-3281 CEP : 8.050-970 SAS, Quadra 5,Bloco H, Lote 6 Ed. IBICT/UNESCO, 9º andar 70070-914 – Brasília/DF - Brasil Tel.: (55 61) 2106 3500 Fax: (55 61) 3322 4261 Site: www.brasilia.unesco.org E-mail: grupoeditorial@unesco.org.br v Sumário Prefácio à segunda edição 1 por Abdul Waheed Khan, Diretor-Geral Assistente do Setor de Comunicação e Informação, UNESCO Introdução 3 Padrões e tendências internacionais 7 As Nações Unidas 8 Padrões regionais 10 Organização dos Estados Americanos 10 Conselho da Europa 12 União Africana 13 A Commonwealth 14 Jurisprudência internacional 15 Corte Interamericana de Direitos Humanos 15 Corte Europeia de Direitos Humanos 16 Informações em áreas específicas 19 Informações sobre o meio ambiente 19 Informação sobre direitos humanos 21 O direito à participação política 22 A luta contra a corrupção 23 vi Desenvolvimentos nacionais 24 Interpretação constitucional 24 Disposições constitucionais específicas 25 Legislação sobre direito a informação 26 Organizações intergovernamentais 26 Características de um regime de direito a informação 29 PRINCÍPIO 1. DIVULGAÇÃO MÁXIMA 32 A legislação sobre liberdade de informação deve ser guiada pelo princípio da máxima divulgação PRINCÍPIO 2. OBRIGAÇÃO DE PUBLICAR 34 Os órgãos públicos devem ter a obrigação de publicar informações essenciais PRINCÍPIO 3. PROMOÇÃO DE UM GOVERNO ABERTO 34 Os órgãos públicos precisam promover ativamente a abertura do governo PRINCÍPIO 4. ABRANGÊNCIA LIMITADA DAS EXCEÇÕES 36 As exceções devem ser clara e estritamente definidas e sujeitas a rigorosos testes de “dano” e “interesse público” PRINCÍPIO 5. PROCEDIMENTOS QUE FACILITEM O ACESSO 38 Os pedidos de informação devem ser processados com rapidez e justiça, com a possibilidade de exame independente caso haja recusa PRINCÍPIO 6. CUSTOS 40 As pessoas não devem ser impedidas de fazer pedidos de informação em razão dos altos custos envolvidos PRINCÍPIO 7. REUNIÕES ABERTAS 40 As reuniões de órgãos públicos devem ser abertas ao público PRINCÍPIO 8. A DIVULGAÇÃO TEM PRECEDÊNCIA 41 As leis que não estejam de acordo com o princípio da máxima divulgação devem ser revisadas ou revogadas PRINCÍPIO 9. PROTEÇÃO PARA OS DENUNCIANTES 42 Os indivíduos que trazem à público informações sobre atos ilícitos – os denunciantes – precisam ser protegidos vii Capítulos dos países* 43 Azerbaijão 43 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Bulgária 52 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Índia 57 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Jamaica 65 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Japão 72 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Quirguistão 79 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção México 86 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Peru 94 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção África do Sul 101 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Suécia 109 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Tailândia 115 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Uganda 121 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Reino Unido 129 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção Estados Unidos 138 Introdução O direito de acesso Garantias procedimentais Dever de publicar Exceções Recursos Sanções e proteções Medidas de promoção * Nota de tradução – A organização dos países segue ordem alfabética da versão em inglês. viii Análise comparativa 147 O direito de acesso 147 Garantias procedimentais 150 Dever de publicar 153 Exceções 154 Recursos 158 Sanções e proteções 159 Medidas de promoção 160 Conclusão 162 1 Prefácio por Abdul Waheed Khan Diretor-Geral Assistente Setor de Comunicação e Informação UNESCO O livre fluxo de informações e ideias ocupa justamente o cerne da noção de democracia e é crucial para o efetivo respeito aos direitos humanos. Se o direito a liberdade de expressão – que compreende o direito de buscar, receber e transmitir informações e ideias – não é respeitado, não é possível exercer o direito ao voto, além das violações de direitos humanos ocorrerem em segredo, e de não haver como denunciar a corrupção e a ineficiência dos governos. É fundamental, para a garantia do livre fluxo das informações e das ideias, o princípio de que os órgãos públicos detenham informações não para eles próprios, mas em nome do povo. Esses órgãos possuem uma imensa riqueza de informações que, caso seja mantida em segredo, o direito a liberdade de expressão, garantido pela legislação internacional, bem como pela maioria das constituições, fica gravemente comprometido. A importância do direito de acesso a informação sob o controle