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INTRODUÇÃO • A palavra KARST foi inicialmente empregada para designar a morfologia regional da área de calcários maciços situada nas proximidades de Rjeka (Servocroácia) ----- PEDRA DURA • Algumas regiões são mais propícias à formação de cavernas devido a vários fatores físicos, que interferem no processo de formação, como tipo de rocha, relevo e clima. • Tais regiões apresentam relevo denominado carste, que geralmente são formados por rochas carbonáticas, mas estudos mostram que existem carstes em outros tipos de rocha como arenitos, quartzitos, ferro, granitos, etc. Composição das rochas carbonáticas: • Mais de 75% de minerais carbonáticos (porção solúvel) • Restante considerado "impurezas" na maior parte argilas e quartzos (porção insolúvel). •Entre as variedades mais importantes de rochas carbonáticas, destacam-se os calcários e dolomitos Calcário Dolomita • O termo utilizado para caracterizar as feições elaboradas pelos processos de dissolução, corrosão e abatimento. DESENVOLVIMENTO DA MODELADO CÁRSTICO: a) A existência na superfície ou próxima dela de considerável espessura, de rochas solúveis (a mais comum é o calcário). b) A região deve receber quantidade moderada de precipitação, pois a dissolução da rocha só pode se efetuar se houver água em quantidade. c) A amplitude topográfica, ou altura da área acima do nível do mar, deve ser elevada para permitir a circulação das águas subterrâneas e o pleno desenvolvimento das formas cársticas (água subterrânea possa escoar). Fase inicial da espeleogênese. A rocha calcária possui diversas fendas e fraturas por onde as águas superficiais escorrem em direção ao lençol freático. Fase intermediária. A água corrói e carrega os sais removidos da rocha, formando galerias ao longo de fraturas e camadas de estratificação. O rio superficial pode se tornar subterrâneo após a formação de um sumidouro e deixa um vale seco no terreno por onde corria. Carstificação CO2 H2CO3 H2O Fase avançada. O lençol freático foi rebaixado deixando as galerias secas. O teto em alguns trechos cede formando salões de abatimento que ficam cheios de detritos. O solo da superfície se rebaixa sobre os pontos em que ocorreram colapsos (dolinas de abatimento) ou pela dissolução do solo (dolinas de subsidência). Espeleotemas começam a se formar nas galerias e salões. • A carstificação nessas galerias passa a ser construtiva, ou seja, a sedimentação dos minerais dissolvidos na água passa a construir formações no interior da caverna. • Quando a água atinge as galerias secas através de fendas ou pela porosidade difusa das rochas (exsudação), o gás carbônico é liberado para a atmosfera e a calcita ou outros minerais dissolvidos se precipitam, criando formações de grande beleza, chamadas coletivamente de espeleotemas. Ca(HCO3)2 → CaCO3 + H2O + CO2 Quando o gás carbônico se desprende a mistura fica supersaturada, devido à baixa solubilidade desses minerais em água pura. Nesta situação, os sais se precipitam em direção às superfícies sólidas próximas. À medida que a água pinga deixa sempre uma pequena quantidade de minerais precipitados que aos poucos se cristalizam Bicarbonato de cálcio • Os espeleotemas podem apresentar-se de diversas formas tais como: Estalactites(no teto), Estalagmites(no chão), além de outras formas tais como Muralhas , Colunas, Cortinas, e muitas outras formas. AS FORMAS CÁRSTICAS: A) LAPIÁS: São caneluras ou regos de espessura milimétrica a centimétrica, que sulcam a superfície da rocha cárstica. • Podem estar cobertas por uma camada de solo ou aflorarem a céu aberto. São formadas pelo processo erosivo da ação dos ácidos húmicos (solo) ou pelo escoamento das águas pluviais (quando aflora). • O tamanho e direção das canaletas são variáveis Campo de lapiás - Portugal B) DOLINAS: Outra explicação para sua formação é o desmoronamento irregular de camadas, surgindo assim pequenas cavidades. São depressões de forma oval, com contornos sinuosos mas não angulosos. • De configuração circular elíptica, de alguns metros de diâmetros (dificilmente ultrapassando 2000 m) e sempre mais larga do que profunda. • Pode ser em forma de balde (bordas escarpadas), tipo funil quando assoreadas • As dolinas podem conter água se o seu fundo se encontrar abaixo do nível freático, formando lagoas que possuem forma circular ou ligeiramente ovalada. ESTRUTURA DE DOLINAS D) CONES CÁRSTICOS: Correspondem às protuberâncias cônicas ou aos pontões que caracterizam o modelado cárstico nos trópicos úmidos. A altitude destes cones pode variar de alguns metros a centenas; • Dependendo do tamanho, assumem diferentes definições: - mogotes: feições típicas do carste tropical; Colunas: quando as duas formas se unem, há a formação de colunas ou pilares. Em alguns casos, a união de várias colunas pode originar uma parede. • Cortinas: Quando o teto é inclinado, a água que chega pelas frestas não pinga verticalmente, mas escorre seguindo a curvatura do teto e paredes. A sedimentação dos minerais cria cortinas com espessura que varia de alguns milímetros até vários centímetros. HIDROLOGIA CÁRSTICA • Caracteriza-se pela ausência de cursos superficiais; • A circulação interior das águas em uma região cárstica faz- se entre os pontos de absorção (fissuras, fraturas, etc), onde desaparecem as águas. • O trajeto interior das águas efetua-se por meio de galerias e poços. • As formas mais espetaculares são os vales cegos (fechados), onde o fluxo aflora por uma ressurgência, flui na caverna e desaparece por um sumidouro para tornar-se subterrâneo (1)Fluxo sobre o solo; (2)Fluxo sob o solo; (3)Fluxo através da rocha ( geralmente muito lento ); (4)Fluxo em abismo; (5)Fluxo de infiltração vadosa ; (6)Fluxo por percolação vadosa Os movimentos de águas infiltrantes no Carste O CARSTE NO BRASIL: • O Brasil é auto-suficiente em cimento, chegando a exportar. Isso sugere a existência de calcário (matéria-prima para a fabricação do cimento); • Existem grandes províncias de rochas carbonáticas no Brasil, estando a maior parte localizada no cráton de São Francisco. • Ocorrem calcários em todo o cráton, ora em superfície, ora recobertos por formações não carbonáticas. • Minas Gerais, Goiás, Bahia, com mais intensidade, e também em Mato Grosso e MG do Sul, SP (Vale do Ribeira), ES, AC, PB. Cerca de 5 a 7% do território brasileiro é constituído por carste carbonático; •Maior área - Grupo Bambuí (noroeste de Minas Gerais, leste de Goiás, sudeste de Tocantins e oeste da Bahia) e Grupo Uma (região central da Bahia)=> calcários dolomíticos pouco deformados, relevo suave e vastas depressões com dolinas de abatimento e vales cársticos; •Em SP e Paraná- Grupo Açungui - calcários metamorfizados e dobrados, com relevo acidentado, dominado por bacias de drenagem e cones cársticos => sistema de cavernas com os maiores desníveis subterrâneos do país No Brasil, as cavernas são propriedades da União, conforme Art. 20 - Inciso X da Constituição Federal de 1988. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, é o órgão responsável pela proteção e manejo das cavernas.
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