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reeducação funcional Livro Texto - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autores: Prof. Alexandre Massahiro Tanaka
 Prof. Ricardo dos Santos Chiqueto
Colaboradoras: Profa. Roberta Pasqualucci Ronca
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Reeducação Funcional
Professores conteudistas: Alexandre Massahiro Tanaka / 
Ricardo dos Santos Chiqueto
Alexandre Massahiro Tanaka
Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade do Grande ABC (UNIABC, 2000), especialização em Aparelho 
Locomotor no Esporte pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp, 2001) e formação em Reeducação Postural 
Global (RPG) pelo Instituto Philippe Souchard (2005).
Trabalhou como fisioterapeuta na área de ortopedia e traumatologia do Hospital IFOR no período de 2000 a 
2014. Foi fisioterapeuta responsável pela equipe profissional de futebol do Palestra de São Bernardo de 2002 a 2005. 
Atua desde 2008 como fisioterapeuta na clínica de fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP), na área de ortopedia, 
traumatologia, reumatologia e desportiva, e como docente do curso de Fisioterapia na mesma instituição desde 2014.
Ricardo dos Santos Chiqueto
Possui graduação em Fisioterapia pela UNIP (2001) e especialização em Aparelho Locomotor no Esporte pela 
Unifesp (2002) e em Geriatria/Gerontologia pelo Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPMSP-2004), 
além de certificação em pilates pela The pilates Training (2010).
Foi fisioterapeuta responsável pelos atendimentos em geriatria e gerontologia da Fundação Britânica de 
Beneficência (FBB), entre 2002 e 2006, e fisioterapeuta na clínica de fisioterapia da UNIP na área de saúde coletiva 
(2007-2013). É fisioterapeuta responsável pelo método pilates na Clínica FisioSênior desde 2011, docente do curso de 
Fisioterapia da UNIP desde 2013, professor na Império Pilates desde 2016 e professor no Instituto Imparare desde 2017.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T161r Tanaka, Alexandre Massahiro.
Reeducação funcional / Alexandre Massahiro Tanaka, Ricardo 
dos Santos Chiqueto – São Paulo: Editora Sol, 2020.
164 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Técnicas de transferência. 2. Técnicas específicas. 3. Exercícios. 
I. Tanaka, Alexandre Massahiro. II. Chiqueto, Ricardo dos Santos. III. 
Título.
CDU 616.7
U507.54 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Bruna Baldez
 Juliana Muscovick
Sumário
Reeducação Funcional
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 TREINO DE MARCHA .........................................................................................................................................9
1.1 Dispositivos auxiliares à marcha .................................................................................................... 11
1.1.1 Bengalas ..................................................................................................................................................... 12
1.1.2 Muletas ....................................................................................................................................................... 17
1.1.3 Andadores .................................................................................................................................................. 26
2 TÉCNICAS DE TRANSFERÊNCIA E MUDANÇA DE DECÚBITO .......................................................... 31
2.1 Lesão por pressão (úlcera de pressão) .......................................................................................... 32
2.1.1 Classificação .............................................................................................................................................. 32
2.1.2 Localizações principais ......................................................................................................................... 33
2.1.3 Prevenção ................................................................................................................................................... 34
2.2 Mudança de decúbito/posicionamento ...................................................................................... 35
2.2.1 Hemiplegia ................................................................................................................................................. 36
2.2.2 Paraplegia ................................................................................................................................................... 36
2.2.3 Tetraplegia ................................................................................................................................................. 37
2.3 Técnicas de transferências ................................................................................................................ 38
2.3.1 Hemiplegia ................................................................................................................................................. 39
2.3.2 Paraplegia ................................................................................................................................................... 41
2.3.3 Tetraplegia ................................................................................................................................................. 44
2.4 Trocas posturais ..................................................................................................................................... 45
2.4.1 Decúbito dorsal para decúbito ventral e decúbito ventral para decúbito dorsal ......... 45
2.4.2 Decúbito dorsal para decúbito lateral e decúbito lateral para decúbito dorsal ............ 48
2.4.3 Deitado para sentado e sentado para deitado ........................................................................... 49
2.4.4 Sentado para de pé e de pé para sentado .................................................................................... 51
3 EXERCÍCIOS DE MOBILIZAÇÃO, ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO DA 
COLUNA VERTEBRAL .......................................................................................................................................... 54
3.1 Exercícios de mobilização ................................................................................................................. 58
3.2 Alongamentos........................................................................................................................................ 60
3.3 Fortalecimento ...................................................................................................................................... 63
4 TÉCNICAS ESPECÍFICAS: MÉTODOS MCKENZIE, WILLIAMS, KLAPP E FELDENKRAIS ............ 66
4.1 Método McKenzie ................................................................................................................................66
4.2 Método Williams................................................................................................................................... 73
4.3 Método Klapp ........................................................................................................................................ 76
4.4 Método Feldenkrais ............................................................................................................................. 79
Unidade II
5 TÉCNICAS ESPECÍFICAS DE REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL, ESTABILIZAÇÃO 
SEGMENTAR DA COLUNA VERTEBRAL E PILATES ................................................................................... 87
5.1 Reeducação postural global (RPG) ................................................................................................ 87
5.1.1 Cadeias musculares ................................................................................................................................ 88
5.1.2 Posturas de tratamento ........................................................................................................................ 93
5.1.3 Escolha das posturas ............................................................................................................................. 94
5.2 Estabilização segmentar da coluna ............................................................................................102
5.3 Pilates ......................................................................................................................................................110
5.3.1 Mat pilates ou pilates solo ................................................................................................................113
5.3.2 Pilates em estúdio ou pilates com aparelhos ............................................................................ 118
6 EXERCÍCIOS COM BOLA SUÍÇA: VARIAÇÕES DE EXERCÍCIOS DE MOBILIZAÇÃO, 
ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO ........................................................................................................129
6.1 Exercícios de mobilização ...............................................................................................................131
6.2 Exercícios de alongamento ............................................................................................................133
6.3 Exercícios de fortalecimento .........................................................................................................135
7 EXERCÍCIOS AERÓBICOS.............................................................................................................................142
7.1 Princípios do treinamento aeróbico ...........................................................................................144
7.2 Determinação da frequência cardíaca máxima e da frequência cardíaca do exercício 
(fórmula de Karvonen) .............................................................................................................................144
7.3 Organização de um programa de condicionamento aeróbico: aquecimento, 
condicionamento e resfriamento ........................................................................................................147
8 EXERCÍCIOS NAS DISFUNÇÕES VASCULARES ....................................................................................148
8.1 Doenças arteriais ................................................................................................................................148
8.2 Doenças venosas.................................................................................................................................149
8.3 Doenças linfáticas ..............................................................................................................................152
7
APRESENTAÇÃO
O exercício terapêutico é um recurso utilizado para restaurar e melhorar o bem-estar 
musculoesquelético do paciente, baseado em uma fundamentação científica que possa ser utilizada no 
manejo das diversas sequelas motoras.
O estudo da reeducação funcional do movimento e da postura é necessário para que o profissional 
possa associar os conhecimentos adquiridos nas áreas de anatomia, biomecânica, fisiologia e cinesiologia, 
de forma lógica e coerente, através de uma avaliação habilidosa, estabelecer metas realistas apoiadas 
nos problemas e definir um plano de tratamento que cumpra essas metas.
Em outras palavras, a reeducação funcional busca avaliar e identificar as disfunções apresentadas 
pelo paciente, de modo que o profissional trace um programa de terapia adequado para a reabilitação 
funcional nas suas mais diversas áreas de atuação.
O objetivo deste livro-texto é, portanto, proporcionar o conhecimento de princípios e técnicas de 
exercícios apropriados com base em teorias atuais, capaz de ser usado como uma ferramenta de estudo 
para o aluno, seja na sala de aula, no laboratório ou, posteriormente, na vida profissional.
INTRODUÇÃO
Vamos iniciar este livro-texto com a abordagem do treino de marcha com e sem dispositivos 
auxiliares, das técnicas de transferências e mudanças de decúbito, dos exercícios de mobilização, 
alongamento e fortalecimento para a coluna vertebral, além de técnicas específicas: método McKenzie, 
série de Williams, método Klapp e método Feldenkrais.
Como será possível observar, na ortopedia e na traumatologia, se o paciente realizar um procedimento 
cirúrgico no joelho ou no tornozelo, provavelmente necessitará do auxílio de dispositivos para deambular. 
Por isso, quando o profissional observa um paciente mancando deve examinar todo o membro inferior 
quanto à fraqueza, uma vez que mancar pode causar rapidamente a fraqueza dos músculos utilizados 
indevidamente. A inspeção visual começa logo no momento que o profissional vê o paciente entrar no 
consultório ou na clínica. Dependendo da gravidade da lesão do paciente, ele pode necessitar de algum 
equipamento de assistência, como uma muleta; ou se o paciente já entrar na instalação andando com as 
muletas, já se sabe que o treino de marcha acabará por ser uma parte do programa de tratamento.
Já um paciente acamado por longo período devido a uma lesão neurológica pode desenvolver lesões 
por pressão (úlcera de pressão). Portanto, durante a avaliação, o profissional deve verificar a capacidade 
física do paciente, pois talvez este necessite de auxílio para se posicionar no leito e prevenir as lesões por 
pressão, para se locomover do leito para a cadeira de rodas ou, ainda, para realizar suas trocas posturais.
A coluna vertebral é umas das regiões mais complexas do corpo humano. Apresenta uma grande 
quantidade de ossos, articulações, ligamentos e músculos, todos envolvidos coletivamente no movimento 
da coluna. A proximidade e a relação da medula espinal, das raízes nervosas e dos nervos periféricos com 
a coluna vertebral a tornam ainda mais complexa.
8
A dor na região lombar é uma das lesões mais comuns e conhecidas pelos seres humanos. Por isso, 
neste livro-texto, além dos exercícios citados, estudaremos outras técnicas específicas para essas dores, 
como RPG, pilates, exercícios de estabilização segmentar da coluna, exercícios com bola suíça, exercícios 
em condições especiais, exercícios aeróbicos e exercícios em pessoas com deficiências vasculares.
As alterações e patologias do sistema cardiovascular são as maiores causas de morte no Brasil e no 
mundo moderno. Portanto, nada melhor do que abordarmos um tipo de atividade física que previne e 
trata essas patologias – os exercícios aeróbicos. Além de melhorar a eficiência cardiovascular, prevenindo 
e tratando as patologias, os exercícios aeróbicos melhoram a qualidade de vida das pessoas, que é outro 
importante indicativo de saúde.
O sistema circulatório humano é um sistema fechado e dividido em sistema arterial, venoso e linfático. 
Basicamente, o arterial é o responsável por levar o sangue oxigenado até os tecidos, e o venoso traz de 
volta o sangue com gás carbônico atéo coração. O venoso ainda tem o auxílio do linfático na retirada 
do excesso de líquidos e toxinas, além de ajudar o sistema imunológico. Algumas alterações e patologias 
afetam esses três sistemas e trazem complicações para o nosso organismo. Neste livro-texto, comentaremos 
as principais. Entre as doenças arteriais, a doença oclusiva aguda e a insuficiência arterial crônica; entre as 
venosas, veremos a doença venosa aguda, as veias varicosas e a doença venosa crônica; já entre as linfáticas, 
o linfedema.
Esperamos que gostem e aproveitem ao máximo o conteúdo deste material.
Bom estudo!
9
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Unidade I
Serão abordados o treino de marcha com e sem dispositivos auxiliares, as técnicas de transferência 
e mudança de decúbito, os exercícios de mobilização, alongamento e fortalecimento para a coluna 
vertebral e algumas técnicas específicas, como o método McKenzie, a série de Williams, o método Klapp 
e o método Feldenkrais.
1 TREINO DE MARCHA
A marcha humana ou bípede, também chamada de deambulação, é simplesmente o nosso caminhar 
ou locomoção. Sem dúvida, é uma das atividades mais importantes para o homem para ter ou manter sua 
independência e funcionalidade. A partir dela, realizamos várias tarefas indispensáveis para o nosso dia a dia.
A marcha humana pode ser definida como uma sucessão de desequilíbrios controlados que resultam 
em progressão com segurança e com o menor gasto energético possível. Também pode ser definida como 
um movimento para frente do corpo ereto, utilizando os membros inferiores para propulsão do corpo.
O treino de marcha deve ser proposto ou realizado a partir das necessidades e/ou limitações do 
indivíduo, as quais serão observadas numa análise crítica e minuciosa da marcha. A análise deve se 
iniciar a partir da sua unidade funcional, o ciclo completo da marcha ou, ainda, passada. Devemos 
considerar seus intervalos ou fases, começando pelo apoio, que corresponde a 60% do ciclo, com cinco 
subfases (contato inicial, resposta carga, apoio médio, apoio terminal e pré-balanço), e a fase de balanço, 
que corresponde aos outros 40% do ciclo, com três subfases (balanço inicial, médio e terminal).
Além disso, devemos lembrar que tais movimentos acontecem simultaneamente nos membros 
inferiores, intercalando momentos de apoio simples (apenas um pé em apoio no solo) e duplo apoio 
(dois pés apoiados no solo). Essa análise pode ser dividida em dois momentos: a análise cinemática da 
marcha, que analisa os padrões de movimento, e a análise cinética, que analisa as forças envolvidas.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a análise da marcha, sugerimos a leitura do livro 
a seguir:
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 
5. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 343-361.
Muitos pacientes apresentarão dificuldades e não conseguirão realizar a marcha, mesmo com o uso 
de dispositivos auxiliares. Portanto, o treino de marcha começa muito antes de colocarmos o paciente 
10
Unidade I
para deambular e ficarmos corrigindo seus déficits. Precisamos estimular a realização de tarefas 
progressivas até chegar à realização da marcha. Esses exercícios são chamados de pré-deambulação.
A pré-deambulação consiste em treinar sequencialmente algumas posturas evolutivas, como: 
decúbito ventral com apoio dos cotovelos e, depois, sobre as mãos; decúbito dorsal com os joelhos 
fletidos e com os pés apoiados para posterior elevação pélvica ou exercício de ponte; posição de quatro 
apoios e posição ajoelhada; posição semiajoelhada e posição sentada; bipedestação e marcha com e 
sem o auxílio das barras paralelas. Essas posturas são apresentadas nas figuras a seguir.
A) B) 
Figura 1 – Paciente em decúbito ventral com apoio dos cotovelos (A); 
paciente em decúbito ventral com apoio das mãos (B)
A) B) 
Figura 2 – Paciente em decúbito dorsal com os joelhos fletidos (A); 
paciente realizando exercício de ponte (B)
A) B) 
Figura 3 – Paciente em quatro apoios (A); paciente na posição ajoelhada (B)
11
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 4 – Paciente na posição semiajoelhada (A); paciente na posição sentada (B)
A) B) 
Figura 5 – Paciente realizando marcha com auxílio das barras paralelas (A); 
paciente realizando treino de marcha sem auxílio das barras paralelas (B)
1.1 Dispositivos auxiliares à marcha
Os dispositivos auxiliares à marcha são instrumentos que ajudam o paciente que apresenta dificuldade 
ao realizar a deambulação, aumentando sua base de apoio e, consequentemente, sua segurança para 
a realização da marcha. Podem ser utilizados também na divisão da descarga de peso nos membros 
inferiores, onde parte do peso corporal é transmitido ao solo através dos membros superiores, aliviando 
a descarga de peso no membro inferior debilitado.
12
Unidade I
São considerados dispositivos auxiliares à marcha: bengalas, muletas e andadores. A regulagem e 
a utilização são peculiares a cada um deles, conforme será explicado a seguir, mas todos os dispositivos 
utilizam em suas extremidades inferiores um salto de borracha, a qual, com o tempo de uso, desgasta 
e deve ser trocada, evitando que o dispositivo escorregue no solo e cause algum acidente ao paciente.
1.1.1 Bengalas
As bengalas são o tipo mais simples e mais barato de dispositivo auxiliar à marcha. São encontradas no 
mercado em madeira (não reguláveis, devem ser serradas na extremidade inferior para ajuste) e em alumínio 
(autoajustáveis). Para a regulagem de altura do dispositivo, a manopla ou o cabo deve ser mantido na altura do 
trocânter maior do fêmur do paciente, mantendo o cotovelo de 20 a 30 graus de flexão, com o ombro relaxado.
São indicadas apenas quando o indivíduo puder fazer descarga de peso nos membros inferiores, 
total ou parcialmente. Deve ser usada apenas uma no membro superior oposto ao membro inferior 
debilitado. Em caso de uso para melhora do equilíbrio e/ou aumento da segurança para deambular, 
pode ser utilizada no lado que o paciente se sentir mais confiante e confortável. Tais regulagens devem 
ser feitas com o paciente em bipedestação, com o tronco ereto e os membros inferiores estendidos. 
Outra referência para regulagem de altura é o processo estiloide da ulna; porém, por se tratar de uma 
referência do membro superior, não é muito utilizado.
As bengalas são contraindicadas a pacientes que não possam descarregar peso no membro inferior, 
seja por alguma lesão, como fraturas, seja por cirurgias que impossibilitem o apoio.
Figura 6 – Bengalas de apoio simples: madeira (à esquerda) e alumínio (à direita)
 Observação
O trocânter maior do fêmur é a proeminência óssea localizada na região 
lateral do quadril. É facilmente palpável com o paciente em pé realizando 
flexão e extensão do quadril.
13
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 7 – Regulagem correta da bengala na altura do trocânter maior do fêmur, 
com a postura alinhada e o ombro relaxado (A); regulagem incorreta (B)
Existem também as bengalas de quatro apoios. Elas possuem as mesmas indicações e regulagens, 
mas aumentam ainda mais a base de suporte do paciente, trazendo mais estabilidade e segurança. 
Mesmo soltas, permanecem em pé; no entanto, são inadequadas em locais de muita circulação de 
pessoas e degraus, pois podem ocorrer acidentes.
Figura 8 – Bengala de quatro apoios
14
Unidade I
Na figura anterior, a seta aponta uma adaptação: o uso de fita para fixação e/ou substituição da 
borracha danificada. Esse tipo de improviso coloca a integridade do paciente em risco, uma vez que o 
dispositivo pode escorregar na hora que ocorrer a descarga de peso.
As bengalas de quatro apoios devem ser usadas unilateralmente, sendo seu apoio no solo 
durante a marcha, com cerca de 15 centímetros anteriores e 5 centímetros laterais ao pé, para que 
a descarga de peso seja eficiente, não corra o risco de escorregar e tampouco ocorra uma colisão 
com o pé de apoio.
Iniciamos a marcha com a bengala e o membro inferior oposto ou lesionado simultaneamente. 
Em seguida, o membro inferiorsadio ultrapassa ambos à frente, e repete-se o ciclo. A sequência é 
apresentada a seguir.
A) B) C) 
Figura 9 – Marcha com a bengala
Para entender melhor o padrão de marcha com a bengala, verificar a figura a seguir.
15
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
(4) Repete-se o ciclo.
(3) O membro não afetado é levado à frente.
(2) A bengala e o membro comprometido são levados à frente 
simultaneamente.
(1) Posição inicial. O membro afetado é o membro inferior esquerdo.
Figura 10 – Padrão de marcha para uso de bengala
A bengala é um dispositivo que podemos utilizar em escadas, facilitando a independência do indivíduo.
Inicialmente, devemos chegar próximo à escada e iniciar a subida com o membro inferior sadio, 
pois é ele que levará o peso corporal ao degrau superior. Em seguida, subimos com o membro inferior 
lesionado simultaneamente com o dispositivo no mesmo degrau que se encontra o membro sadio. 
Repete-se o ciclo, iniciando-se com o membro inferior sadio novamente.
16
Unidade I
A) B) C) 
Figura 11 – Subindo escadas utilizando a bengala
Já na descida, o raciocínio é inverso. Começamos com o dispositivo e o membro inferior lesionado 
simultaneamente no degrau de baixo; em seguida, com o membro inferior sadio no mesmo nível. Então, 
repete-se o ciclo.
A) B) C) 
Figura 12 – Descendo escadas utilizando a bengala
17
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
1.1.2 Muletas
As muletas são dispositivos auxiliares à marcha, classificados como intermediários no quesito 
descarga de peso, pois aumentam ainda mais a base de suporte do paciente. Existem dois tipos: as 
chamadas muletas padrão ou axilares e as muletas canadenses, de antebraço ou de Lofstrand, que levam 
o nome de seu criador canadense, Lofstrand Crutch.
A) B) 
Figura 13 – Muleta axilar ou padrão, com destaque para a barra axilar (A); 
muleta canadense ou de antebraço, com destaque para a sua abraçadeira (B)
Com a utilização das muletas, há uma diminuição da descarga de peso nos membros inferiores maior 
do que quando utilizamos as bengalas. Elas ainda possibilitam uma marcha na qual não é necessária a 
realização da tal descarga. São indicadas para pacientes que tenham lesões graves em um dos membros 
inferiores, pós-operatórios – quando o paciente fica limitado a apoiar o pé no chão por um tempo 
determinado –, além de serem utilizadas por pacientes amputados de um dos membros inferiores.
As muletas devem ser usadas aos pares, possibilitando ao paciente caminhar e manter sua 
independência, assim como subir e descer escadas. Por terem hastes laterais maiores que as bengalas, 
transmitem maior segurança ao usuário. E, por serem maiores, geram um custo maior ao paciente. 
As axilares são encontradas nos mesmos materiais das bengalas, alumínio e madeira, que são mais 
baratos. Já as canadenses ou de antebraço são encontradas apenas em alumínio.
A referência para regulagem da altura da manopla (onde apoiamos as mãos) é igual entre elas, 
na altura do trocânter maior do fêmur, assim como o cabo ou a manopla das bengalas. A diferença é 
que nas canadenses a haste é autoajustável, com botões de pressão, enquanto as axilares costumam 
apresentar porcas tipo borboletas e parafusos, que são facilmente manipulados e ajustados.
18
Unidade I
Quanto às suas extremidades superiores, os dois tipos de muleta são diferentes. Nas axilares, a barra 
axilar deve permanecer entre 2 centímetros e 5 centímetros de distância das axilas, evitando assim a 
pressão e a descarga de peso nessa região sensível, onde passa o plexo braquial, que pode ser lesionado 
com esse tipo de apoio. Nas canadenses ou de antebraço, sua extremidade superior é uma abraçadeira, 
que deve ficar na região do terço proximal do antebraço, facilitando assim o apoio e estabilizando o 
dispositivo, impedindo que caia quando soltamos as mãos.
As extremidades inferiores de ambos os tipos são protegidas por saltos de borrachas, assim como 
nas bengalas. Trata-se de um material antiderrapante que sofrerá desgaste com o tempo de uso e que, 
por isso, deverá ser trocado.
Os tipos de marcha com muletas variam de acordo com a possibilidade de o paciente descarregar 
totalmente o peso corporal no membro inferior, descarregar parcialmente ou não descarregar. Todos os 
padrões que serão descritos podem ser realizados com ambos os tipos de muletas. Elas levam o nome 
conforme a quantidade de pontos em contato com o solo (por exemplo, quando há três pontos, duas 
muletas e apenas um pé em contato com o solo).
A marcha de três pontos ou sem descarga de peso é o padrão de marcha realizado pelo paciente que 
não poderá descarregar peso em um dos membros inferiores, como nos casos de lesões importantes, 
pós-operatórios, amputados, entre outros. O membro lesionado não toca no solo.
Como mostram as figuras a seguir, o paciente inicia a marcha colocando as duas muletas à frente, cerca 
de 15 centímetros anterior ao pé e 5 centímetros lateral, transfere o peso corporal para as muletas através 
dos membros superiores e avança com o membro sadio, ultrapassando as muletas cerca de 15 centímetros. 
Repete-se o ciclo.
A) B) C) 
Figura 14 – Marcha de três pontos ou sem descarga de peso
19
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Para melhor entender o padrão de marcha de três pontos, verificar a figura a seguir.
(5) Repete-se o ciclo.
(4) As duas muletas são levadas à frente.
(3) O peso é transferido para as muletas pelos membros superiores, e o membro não afetado 
avança para além das muletas. Se houver dificuldade, é possível trazer inicialmente o membro 
não afetado até as muletas e, em seguida, passá-lo para além delas.
(2) Transfere-se o peso para o membro inferior direito, não afetado , e as muletas são 
levadas à frente.
(1) Posição inicial. O membro inferior esquerdo não está sustentando o peso.
Figura 15 – Padrão de marcha de três pontos
Nesse tipo de marcha, é importante salientar que o peso corporal deve ser mantido pelos membros 
superiores através das muletas, e a transferência do membro inferior sadio para frente não deve ser 
feita com um salto. Caso o paciente faça essa transferência de peso saltando, pode acabar lesionando 
o membro sadio e a coluna.
A marcha de três pontos modificada ou com descarga parcial de peso é uma modificação da anterior, 
pois é indicada para pacientes que já podem transferir parcialmente o peso corporal para o membro 
inferior lesionado. Em casos como lesões graves e pós-operatórios já em tratamento, pode-se usar esse 
padrão de marcha.
Assim, o paciente inicia a marcha colocando o membro inferior lesionado simultaneamente com as 
duas muletas à frente, cerca de 15 centímetros anterior ao pé e 5 centímetros lateral. Em seguida, ele 
transfere parcialmente o peso corporal para as muletas através dos membros superiores e avança com o 
membro sadio, ultrapassando o membro lesionado cerca de 15 centímetros. Repete-se o ciclo.
20
Unidade I
A) B) C) 
Figura 16 – Marcha de três pontos modificada ou com descarga parcial de peso
Para melhor entender o padrão de marcha de três pontos modificada, verificar a figura a seguir.
(4) Repete-se o ciclo.
(3) O peso é transferido para as muletas e, parcialmente, para o 
membro afetado; o membro não afetado é levado à frente.
(2) Transfere-se o peso para o membro não afetado. As muletas e o 
membro afetado são levados à frente simultaneamente, conforme 
a figura; também é possível decompor o movimento em dois 
componentes: (a) avançar as muletas e (b) avançar o membro afetado.
(1) Posição inicial. O membro inferior esquerdo sustenta 
parcialmente o peso.
Figura 17 – Padrão de marcha com apoio de peso parcial; modificação do padrão de marcha de três pontos
21
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A marcha de quatro pontos é a mais lenta de todas. É indicada para pacientes que já podem transferir 
totalmente o peso corporal para os membros inferiores, mas que utilizam o dispositivo devido à diminuição 
importante do equilíbrio corporal e à fraqueza acentuada dos membros inferiores, e pacientes neurológicos 
que possuam alterações importantesna coordenação motora e no controle do movimento.
Como podemos observar na sequência a seguir, o paciente inicia a marcha colocando a muleta de 
sua preferência à frente, depois o membro inferior contralateral, seguido da outra muleta e, depois, do 
outro membro inferior. Repete-se o ciclo.
A) B) 
C) D) 
Figura 18 – Marcha de quatro pontos
22
Unidade I
Para melhor entender o padrão de marcha de quatro pontos, verificar a figura a seguir.
(1) Posição inicial. O peso é sustentando por ambos os membros 
inferiores e pelas duas muletas.
(2) A muleta esquerda é levada à frente.
(3) O membro inferior direito é levado à frente.
(4) A muleta direita é levada à frente.
(5) O membro inferior esquerdo é levado à frente.
(6) Repete-se o ciclo.
Figura 19 – Padrão de marcha em quatro pontos
A marcha de dois pontos é a mais rápida de todas, a que mais se aproxima do padrão de marcha 
normal. É indicada para pacientes que estão no final do processo de reabilitação e já podem transferir 
totalmente o peso corporal para os membros inferiores. É usada, portanto, para o chamado desmame, 
pois logo os pacientes não precisarão mais dos dispositivos.
O paciente inicia a marcha colocando simultaneamente uma muleta com o membro inferior 
contralateral à frente e depois a outra muleta com o membro inferior contralateral. Repete-se o ciclo.
23
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) C) 
Figura 20 – Marcha de dois pontos
Para melhor entender o padrão de marcha de dois pontos, verificar a figura a seguir.
(1) Posição inicial. O peso é sustentando por ambos os membros 
inferiores e pelas duas muletas.
(2) A muleta esquerda e o membro inferior direito são juntamente 
levados à frente.
(3) A muleta direita e o membro inferior esquerdo são juntamente 
levados à frente.
(4) Repete-se o ciclo.
Figura 21 – Padrão de marcha de dois pontos
24
Unidade I
As muletas axilares e canadenses são dispositivos que podemos utilizar em escadas, facilitando a 
independência do indivíduo.
Vamos considerar que um paciente esteja utilizando a marcha de três pontos modificada, ou seja, 
a marcha com descarga parcial de peso no membro inferior lesionado. Devemos, inicialmente, chegar 
próximo à escada e iniciarmos a subida com o membro inferior sadio, pois é ele que carregará o peso 
corporal ao degrau superior. Em seguida, subimos com o membro inferior lesionado simultaneamente com 
os dispositivos no mesmo degrau que se encontra o membro sadio. Repete-se o ciclo, iniciando-se 
com o membro inferior sadio novamente.
A) B) C) 
Figura 22 – Subindo escada de muletas com descarga parcial de peso
Já na descida, o raciocínio é inverso. Devemos inicialmente alinhar os pés e os dispositivos no mesmo 
degrau. Começamos a descida com os dispositivos e o membro inferior lesionado simultaneamente 
no degrau de baixo; em seguida, usamos o membro inferior sadio. Repete-se o ciclo.
25
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) C) 
Figura 23 – Descendo escada de muletas com descarga parcial de peso
Agora, vamos considerar que o paciente esteja utilizando a marcha de três pontos, ou seja, a marcha 
sem descarga de peso no membro inferior lesionado. Inicialmente, alinha-se o pé e os dispositivos no 
mesmo degrau ou nível inferior. Iniciamos a subida com o membro inferior sadio, pois é ele que carregará 
o peso corporal ao degrau superior, sem o auxílio do outro membro inferior. Em seguida, subimos com os 
dispositivos no mesmo degrau que se encontra o membro sadio (o membro inferior lesionado não toca 
o solo). Repete-se o ciclo, iniciando-se com o membro inferior sadio novamente.
A) B) C) 
Figura 24 – Subindo escada de muletas, sem descarga de peso
26
Unidade I
Já na descida, o raciocínio é inverso. Devemos inicialmente alinhar o pé e os dispositivos no mesmo 
degrau ou nível superior. Começamos a descida apenas com os dispositivos (membro inferior lesionado 
não toca no degrau); em seguida, usamos o membro inferior sadio. Repete-se o ciclo.
A) B) C) 
Figura 25 – Descendo escada de muletas, sem descarga de peso
1.1.3 Andadores
Os andadores são os tipos mais estáveis de dispositivos auxiliares à marcha, aumentando muito 
a base de suporte do paciente lateralmente, e sua barra frontal dá suporte e segurança ao usuário, 
gerando um grande aumento do equilíbrio e facilitando sua utilização. Tais aspectos fazem com que seu 
maior público sejam os idosos.
A regulagem de altura é simples, como nos dispositivos vistos anteriormente. As manoplas devem 
estar na altura do trocânter maior do fêmur, mantendo os cotovelos com 20 a 30 graus de flexão, os 
ombros relaxados e o tronco ereto. Essa medida deve ser feita com o paciente em bipedestação e dentro 
do quadrilátero do andador.
27
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 26 – Regulagem de altura do andador
Os andadores são grandes, lentos, difíceis de utilizar em locais com grande circulação de pessoas 
e não podem ser utilizados em escadas. São encontrados em alumínio em sua maioria, mas o custo 
mais elevado devido à quantidade de material empregado faz com que alguns modelos em ferro, mais 
baratos e mais pesados, ainda existam.
Nas extremidades inferiores, possuem quatro ponteiras protegidas por saltos de borracha, que 
devem ser trocadas com o tempo de uso. Existem os modelos fixos e os dobráveis, também chamados de 
articulados ou reciprocados, que facilitam sua manipulação e transporte. São fáceis de regular, seguindo 
as mesmas orientações que as muletas. A maioria em alumínio é autoajustável, com botões de pressão, e 
as versões ainda em ferro normalmente utilizam um sistema de parafusos com porcas do tipo borboletas, 
como as muletas axilares em madeira.
A) B) 
Figura 27 – Andador fixo em ferro
28
Unidade I
No modelo dobrável, existe bem no centro da sua barra frontal um pequeno parafuso ou botão de 
pressão (indicado pela seta na figura a seguir), que ao ser acionado permite que as barras laterais se 
fechem em direção ao centro, diminuindo assim seu tamanho.
A) B) 
Figura 28 – Andador dobrável, articulado ou reciprocado em ferro com hastes de alumínio
Existem ainda os andadores com rodas, que facilitam seu transporte durante o uso, pois não é 
necessário levantá-los a cada passo, o que pode ser um problema nos modelos sem rodas. O mais 
comum é o andador com duas rodas anteriores com duas hastes fixas atrás e com salto de borracha, 
que funcionam como freios. Porém, também existem os andadores com quatro rodas, com cestos na 
barra anterior e outros com bancos acoplados lateralmente. Esses ficam dobrados ao lado e só são 
acionados quando o paciente precisa descansar. São encontrados também alguns modelos equipados 
com manetes de freio, semelhantes aos de bicicletas.
É importante frisar que o uso de andadores com rodas é controverso. Uma vez que sua indicação é 
para pacientes que necessitam de muito apoio, de uma base muito mais ampla que facilite o equilíbrio e a 
marcha, a possibilidade de um acidente com as rodas é iminente. As rodas podem rodar além do controle 
do paciente num momento inesperado de maior descarga de peso e também em aclives ou declives.
29
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Figura 29 – Andador em alumínio, com rodas anteriores e hastes fixas atrás
Os andadores propiciam marcha com descarga total, parcial e sem descarga de peso nos membros 
inferiores, sendo cada uma delas indicada de acordo com a necessidade do paciente.
A marcha sem descarga de peso nos membros inferiores é indicada para pacientes com lesões, 
alterações importantes como amputações ou pós-operatório, quadros agudos da lesão ou, ainda, iniciando 
o processo de reabilitação nos membros inferiores, situações que o impossibilitam de descarregar o peso 
corporal no membro inferior acometido. Tal membro ficará em suspensão, sem ter contato com o solo.
Figura 30 – Uso do andador sem descarga de peso no membro inferior lesionado (esquerdo)
30
Unidade I
Nesse padrão de marcha, o paciente deverá levantar o andador e colocá-lo a um braço de distância, 
sem inclinar o troncoanteriormente. As quatro ponteiras devem tocar o solo simultaneamente, e o 
paciente apoia-se nas manoplas, transferindo o peso corporal com os membros superiores através 
do andador para o solo. Na sequência, o membro inferior sadio dá o passo entrando no quadrilátero do 
andador. Repete-se o ciclo.
A) B) C) 
Figura 31 – Marcha sem descarga de peso nos membros inferiores utilizando o andador
É importante salientar que, nesse padrão de marcha, o peso corporal deve ser mantido pelos membros 
superiores através do andador, e a transferência do membro inferior sadio para frente não deve ser feita 
com um salto. Caso o paciente faça essa transferência de peso saltando, pode acabar lesionando o 
membro sadio e a coluna.
A marcha com descarga parcial de peso nos membros inferiores é indicada para pacientes com lesões, 
alterações ou pós-operatório nos membros inferiores, situações que o impossibilitam de descarregar 
completamente o peso corporal, mas já podem fazer isso parcialmente.
O paciente deverá levantar o andador e colocá-lo a um braço de distância, sem inclinar o tronco 
anteriormente. As quatro ponteiras devem tocar o solo simultaneamente, e o paciente apoia-se nas 
manoplas. Em seguida, o membro inferior lesionado dá o primeiro passo. Na sequência, o outro 
membro inferior ultrapassa o membro lesionado, dando o segundo passo (membro inferior sadio). 
Repete-se o ciclo.
31
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) C) 
Figura 32 – Marcha com descarga parcial de peso nos membros inferiores utilizando o andador
A marcha com descarga total de peso nos membros inferiores é indicada para pacientes em que 
ambos os membros inferiores podem receber totalmente a carga do peso corporal, mas apresentam 
muita fraqueza, alterações no equilíbrio corporal, medo de cair após quedas frequentes – situação muito 
comum nos idosos.
O paciente deverá levantar o andador e colocá-lo a um braço de distância, sem inclinar o tronco 
anteriormente. As quatro ponteiras devem tocar o solo simultaneamente, e o paciente apoia-se nas 
manoplas. Em seguida, o primeiro membro inferior dá o passo; na sequência, o outro membro inferior 
ultrapassa o primeiro no segundo passo. Repete-se o ciclo.
Exemplo de aplicação
No nosso cotidiano, vemos várias pessoas utilizando os dispositivos auxiliares, mas infelizmente 
ainda verificamos uma grande quantidade de pessoas utilizando de forma incorreta. Observe as pessoas 
que utilizam dispositivos auxiliares e reflita também sobre o que poderia ser feito para que elas não os 
utilizem de forma incorreta.
2 TÉCNICAS DE TRANSFERÊNCIA E MUDANÇA DE DECÚBITO
As técnicas de mudança de decúbito e posicionamento dos pacientes são muito utilizadas para a prevenção 
das lesões por pressão. Para dissertar sobre essas técnicas, devemos conhecer as lesões por pressão.
32
Unidade I
2.1 Lesão por pressão (úlcera de pressão)
A National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), hoje National Pressure Injury Advisory (NPIAP), 
organização dedicada à prevenção e ao tratamento de lesões por pressão, anunciou uma mudança na 
terminologia de úlcera de pressão para lesão por pressão (NPIAP, [s.d.]). Esse termo deve ser utilizado 
por todos os profissionais da área da saúde, pois descreve com maior precisão as lesões em peles 
intactas e ulceradas.
As lesões por pressão são conhecidas também como lesões de decúbito. De acordo com a European 
Pressure Ulcer Advisory Panel (Epuap) e a NPUAP, a lesão por pressão é definida como uma lesão 
localizada na pele e/ou no tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado 
da pressão ou de uma combinação entre esta e as forças de cisalhamento e fricção (FREITAS; PY, 2017). 
Aparece quando a pressão não é aliviada a tempo e o dano produzido é tão grande que os tecidos não 
conseguem se recuperar sozinhos. Conforme os vasos mais profundos são obstruídos, ocorre a redução 
do fluxo sanguíneo e, consequentemente, a morte celular, a necrose tecidual e o aparecimento de uma 
ferida visível.
As lesões por pressão são mais frequentes em indivíduos imobilizados por tempo prolongado. 
Elas podem ocorrer em qualquer idade, diante de períodos longos de imobilização, e é mais provável 
que ocorram em indivíduos hospitalizados, idosos, com incontinência e/ou que estejam abaixo do 
peso normal e também em indivíduos de qualquer idade após lesão da medula espinal. A derme 
superficial pode tolerar uma isquemia (deficiência temporária da irrigação de sangue oxigenado para 
um órgão ou tecido) durante duas a oito horas antes que ocorra um colapso; já a musculatura mais 
profunda e os tecidos conjuntivo e adiposo toleram pressões por, no máximo, duas horas.
2.1.1 Classificação
As lesões por pressão são classificadas por meio de um sistema de estadiamento, que fornece 
informação sobre a severidade da ferida com base na profundidade da destruição tecidual. A NPUAP 
(NPIAP, [s.d]) apoia o uso da classificação de quatro estágios, descritos no quadro a seguir. A posição 
da instituição em relação ao estadiamento é a de que ele não deve ser utilizado na forma contrária 
(também chamado de estadiamento reverso ou estadiamento descendente). O sistema de estadiamento 
não é uma medida de cicatrização. Uma lesão de estágio IV sempre será de estágio IV; se for curada, 
continuará sendo referida como lesão de estágio IV, e não de estágio zero.
Quadro 1 – Critérios para estadiamento de lesões por pressão
Estágios da lesão por pressão Definição
Estágio I
Alteração observável da pressão na pele intacta, cujos indicadores, em comparação 
à área adjacente ou oposta do corpo, podem incluir alterações em um ou mais 
dos seguintes fatores: temperatura da pele (aquecimento ou resfriamento), 
consistência tecidual (firme ou alagadiça) e/ou sensibilidade (dor e ardor). Na pele 
levemente pigmentada, a lesão apresenta-se levemente como uma área definida 
de vermelhidão persistente. Em peles mais escuras, a lesão pode apresentar 
tonalidade avermelhada, azul ou púrpura persistente.
33
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Estágios da lesão por pressão Definição
Estágio II
Há perda parcial da espessura da pele, que envolve a epiderme, a derme ou ambas. 
A lesão é superficial, apresentando-se clinicamente como uma abrasão, bolha ou 
cratera rasa.
Estágio III
Há perda de toda a espessura da pele, que envolve dano ou necrose do tecido 
subcutâneo, podendo estender-se mais abaixo sem atravessar a fáscia subjacente. 
A lesão apresenta-se clinicamente como uma cratera profunda, com ou sem 
escavação do tecido adjacente.
Estágio IV
Há perda de toda a espessura da pele com extensiva destruição, necrose tecidual 
ou dano muscular, ósseo ou na estrutura de sustentação (como tendão e cápsula 
articular).
Fonte: O’Sullivan; Schimitz ( 2010, p. 717).
Para visualizar melhor os quatro estágios, observar as figuras a seguir:
A) B) 
C) D) 
Figura 33 – Estágio I (A); estágio II (B); estágio III (C); estágio IV (D)
2.1.2 Localizações principais
As regiões com proeminências ósseas e as áreas com pouco tecido adiposo subcutâneo estão mais 
sujeitas à instalação das lesões por pressão. As principais localizações são: região occipital, região sacral, 
tuberosidade isquiática, trocânter maior, calcanhares, maléolos, hálux, joelhos, cotovelos, ombros e 
região escapular, como mostra a figura a seguir.
34
Unidade I
Occipital
Borda da 
orelha Cotovelo Calcanhar
Maléolo
Sacro e cóccix
Área torácica 
dorsal
PeríneoOmbro
Lado da 
cabeça
Ísquio Trocanter Parte anterior do joelho
Pé
Tuberosidade 
isquiática
Sacro e 
coccix
Escápula Parte posterior 
do joelho
Figura 34 – Áreas mais sujeitas à instalação das lesões por pressão
2.1.3 Prevenção
A prevenção é certamente o aspecto mais importante na abordagem das úlceras por pressão. 
As medidas preventivas devem constituir a base de todo o treinamento e educação para que não ocorram 
as úlceras de pressão.
Primeiramente, devemos estabelecer uma política de avaliação de risco em todas as instituições de 
saúde, identificando precocementeos indivíduos suscetíveis ao desenvolvimento de úlcera de pressão.
É necessário implementar escalas de avaliação, como a escala de Braden, com o objetivo de termos 
uma avaliação sistemática dos fatores de risco. A escala de Braden é a única ferramenta de escala de 
risco validada para a língua portuguesa. É um instrumento de avaliação composto por seis subescalas: 
percepção sensorial; umidade; atividade; mobilidade; nutrição e fricção e cisalhamento. Cada subescala 
tem uma pontuação que varia entre 1 e 4, exceto para fricção e cisalhamento, que varia de 1 a 3.
A pontuação total pode variar de 6 a 23 pontos. Quanto menor a pontuação final, maior será o risco 
de desenvolvimento de lesão por pressão.
 Saiba mais
A descrição da escala de Braden encontra-se no livro indicado a seguir:
FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 1311-1312.
Para autorização da utilização do material protegido por direitos 
autorais da escala de Braden, acesse o site:
http://www.bradenscale.com/
35
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
O cuidado com a pele também é extremamente importante. Devemos evitar posicionar o indivíduo 
em uma superfície corporal que ainda se encontre ruborizada (avermelhada), além de não massagear e 
esfregar a pele vigorosamente, usar hidratantes para reduzir o risco de danos à pele e proteger a pele 
da exposição à umidade excessiva por meio do uso de produtos barreira, para reduzir o risco de lesão 
por pressão.
2.2 Mudança de decúbito/posicionamento
A orientação em relação ao posicionamento e às mudanças de decúbito é mais tranquila para 
pacientes que se encontram acamados, mas que apresentam uma boa mobilidade. Já os pacientes 
acamados com imobilidade ou dependência física devem ser reposicionados em intervalos máximos 
de duas horas. A aplicação de técnicas adequadas de posicionamento, a mudança de decúbito e as 
transferências, além de minimizar os efeitos da pressão, diminuem as lesões por fricção e cisalhamento.
É importante não posicionar o paciente diretamente sobre proeminências ósseas. Travesseiros, 
colchões caixa de ovo, coxins de espuma ou outros materiais para conforto e posicionamento devem 
ser utilizados sempre que possível entre proeminências ósseas e em áreas de sobrecarga. A região 
do calcâneo concentra excessiva pressão e requer atenção particular, podendo-se utilizar protetores 
específicos ou travesseiros na região da perna para que a região do calcâneo fique sem contato com o 
leito ou a cama.
O posicionamento do protetor específico varia de acordo com a dependência física do paciente. 
Demonstraremos os posicionamentos em pacientes com hemiplegia (um lado paralisado), paraplegia 
(paralisia dos membros inferiores) e tetraplegia/quadriplegia (paralisia dos membros superiores e inferiores).
Figura 35 – Paciente utilizando travesseiro nas pernas para evitar 
contato da região do calcâneo com o leito
36
Unidade I
2.2.1 Hemiplegia
O paciente com hemiplegia não apresenta movimentos de um dos lados do corpo (hemicorpo).
Para demonstrar o posicionamento de um paciente com hemiplegia à esquerda em decúbito dorsal, 
colocamos os travesseiros nas áreas de maior contato entre as proeminências ósseas e o tablado ou leito 
do lado acometido. Já no lado são (direito), não é necessária a utilização dos travesseiros, pois o paciente 
consegue se movimentar. O travesseiro na região occipital serve para proporcionar conforto e evitar a 
pressão na região occipital. O posicionamento do travesseiro no membro inferior esquerdo até a região 
do tornozelo faz com que a região do calcâneo fique elevada, evitando a pressão nessa região. 
Figura 36 – Posicionamento do paciente em decúbito dorsal com hemiplegia à esquerda
2.2.2 Paraplegia
O paciente com paraplegia não apresenta movimentos dos membros inferiores.
Para demonstrar o posicionamento de um paciente em decúbito dorsal, colocamos os travesseiros 
nas áreas de maior contato entre as proeminências ósseas e o tablado ou leito nos membros inferiores. 
Já no tronco e nos membros superiores, não é necessária a utilização dos travesseiros, pois o paciente 
consegue se movimentar. O travesseiro na região occipital serve para dar conforto e evitar a pressão na 
região occipital. O posicionamento dos travesseiros nos membros inferiores vai até a região dos tornozelos, 
fazendo com que a região dos calcâneos fique elevada, evitando a pressão nessa região.
37
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Para posicionar o paciente em decúbito lateral, colocamos um travesseiro na região lateral da cabeça 
e outro entre os joelhos para evitar a pressão na região dos côndilos femorais mediais dos joelhos. 
Esse mesmo travesseiro deve ser comprido, para que se estenda pela perna do paciente até a região do 
tornozelo, protegendo assim a região dos maléolos. Utilizamos uma cunha em espuma e um rolinho 
para estabilizar e melhorar o posicionamento da região da coluna. 
A) B) 
Figura 37 – Posicionamento do paciente em decúbito dorsal com paraplegia (A); 
posicionamento do paciente em decúbito lateral com paraplegia (B)
2.2.3 Tetraplegia
O paciente com tetraplegia não apresenta movimentos dos membros superiores e inferiores.
Para demonstrar o posicionamento de um paciente em decúbito dorsal, colocamos os travesseiros 
nas áreas de maior contato entre as proeminências ósseas e o tablado ou leito nos membros superiores e 
inferiores. O travesseiro na região occipital serve para dar conforto e evitar a pressão na região occipital. 
Os travesseiros nos membros superiores são posicionados desde a região dos ombros até as mãos, e nos 
membros inferiores devem ser posicionados desde a região do quadril até a região dos tornozelos. A região 
dos calcâneos fica para fora dos travesseiros para que fique elevada, evitando a pressão nessa região.
No decúbito lateral, devemos posicionar o paciente na região escapular, e não em cima do ombro. 
Colocamos um travesseiro na região lateral da cabeça e outro logo à frente do travesseiro da cabeça. Para 
posicionar o membro superior esquerdo do paciente, o ombro e o cotovelo do paciente se posicionam a 
90 graus de flexão. A região do epicôndilo lateral do cotovelo esquerdo fica elevada, sem contato com 
o tablado ou leito. Já o membro superior direito é posicionado com uma leve extensão do ombro, 
com o cotovelo flexionado a 90 graus e a mão apoiada sobre a região do abdome.
38
Unidade I
Nos membros inferiores, o travesseiro deve ser posicionado entre os joelhos para evitar pressão na 
região dos côndilos femorais mediais. Esse mesmo travesseiro deve ser comprido para que se estenda 
pela perna do paciente até a região do tornozelo, protegendo assim a região dos maléolos. Utilizamos 
uma cunha em espuma e um rolinho para estabilizar e melhorar o posicionamento da região da coluna. 
Nesse caso, o rolinho de espuma também serve para o posicionamento do cotovelo direito, deixando o 
epicôndilo medial sem contato com o corpo ou com o próprio rolinho. 
A) B) 
Figura 38 – Posicionamento do paciente em decúbito dorsal com tetraplegia (A); 
posicionamento do paciente em decúbito lateral com tetraplegia (B)
2.3 Técnicas de transferências
As técnicas de transferência são muito utilizadas pelos fisioterapeutas no dia a dia. Em geral, as 
transferências envolvem mover os pacientes de uma superfície plana para outra – por exemplo, do leito 
para a maca ou vice-versa, ou do leito ou tablado para uma posição sentada em uma cadeira ou cadeira 
de rodas e vice-versa etc.
 Lembrete
Para as transferências que veremos a seguir, devemos lembrar que os 
pacientes hemiplégicos não apresentam movimentos em um hemicorpo; 
os paraplégicos não apresentam movimentos dos membros inferiores e os 
tetraplégicos não apresentam movimentos dos membros superiores e inferiores.
39
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
2.3.1 Hemiplegia
O paciente hemiplégico pode transferir-se da posição sentada para a posição em pé ativamente. 
Inicialmente, o paciente deve sentar-se mais próximo dabeirada da cadeira, flexionar ativamente o tronco 
e usar o movimento para impulsionar o tronco para frente. Os pés devem ser colocados bem atrás, e o 
terapeuta deve focalizar os olhos do paciente em um alvo visual posicionado diretamente à sua frente, 
na altura dos olhos, e empregar pistas verbais para facilitar a realização do movimento desejado. O 
fisioterapeuta dá o comando verbal, pedindo que o paciente mova os ombros para frente e se levante. 
Nesse momento, o paciente fará força no membro inferior do lado são para levantar-se e, ao mesmo 
tempo, poderá fazer tentativas de alcançar à frente com ambos os membros superiores e as mãos unidas 
em posição de prece (lembrando sempre que a mão do lado são auxilia a mão do lado lesado).
Durante as transferências iniciais, o paciente pode necessitar de máxima assistência. O ajuste da 
altura do leito hospitalar ou cama, da cadeira ou cadeira de rodas facilitará a transferência. Muitas vezes, 
a equipe enfatiza o lado sadio, posicionando a cadeira ou cadeira de rodas neste lado e fazendo com 
que o paciente levante e gire para o membro mais forte antes de sentar. Essa estratégia compensatória 
utilizada no início negligencia o lado mais fraco e pode dificultar o treinamento subsequente. Portanto, 
o paciente deve ser ensinado a realizar transferências a partir de ambos os lados, dando ênfase para a 
movimentação do lado afetado.
Para demonstrar a transferência de um paciente com hemiplegia à direita da cadeira de rodas para 
o tablado ou leito, com o auxílio do fisioterapeuta, vamos posicionar a cadeira de rodas com o lado 
direito voltado para o tablado, dando assim ênfase para o movimento do lado afetado. Primeiramente, 
elevamos o encosto lateral da cadeira de rodas, elevamos os apoios de pé e travamos a cadeira de rodas.
O paciente, com auxílio ou ativamente, deve se aproximar do fisioterapeuta, desencostando do 
encosto e trazendo as nádegas para frente na cadeira de rodas, até que os pés estejam apoiados no 
chão, sem meias. A mão esquerda deve se apoiar na região escapular do fisioterapeuta, e seus pés devem 
estar apoiados no chão. O fisioterapeuta, com o seu membro superior esquerdo, vai estabilizar o membro 
superior direito (acometido) do paciente, e suas mãos vão se posicionar na região dorsal do paciente. 
No membro inferior, o fisioterapeuta realiza uma leve flexão dos seus joelhos e posiciona o joelho direito 
(acometido) do paciente entre os seus joelhos.
Com o comando de voz de levantar do fisioterapeuta, o paciente vai se apoiar com o seu membro 
superior esquerdo na região escapular do fisioterapeuta e, com o seu membro inferior esquerdo, vai fazer 
força para estender o joelho e ficar em pé. O fisioterapeuta, com o seu membro superior esquerdo, vai 
estabilizar o membro superior direito do paciente e, com os seus joelhos, vai estabilizar o joelho direito do 
paciente. Após levantar-se, o paciente fará um giro de um quarto de volta com o auxílio do fisioterapeuta 
vai se sentar. Durante o movimento de sentar, o paciente deve continuar com a ajuda do lado são, e o 
fisioterapeuta auxilia o lado acometido.
40
Unidade I
Figura 39 – Fisioterapeuta auxiliando o paciente a desencostar do encosto, 
trazendo as nádegas para frente na cadeira de rodas
Figura 40 – Fisioterapeuta, com o seu membro superior esquerdo, 
estabilizando o membro superior direito (acometido) do paciente
41
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) C) 
Figura 41 – Transferência da cadeira de rodas para o tablado com o auxílio 
do fisioterapeuta em paciente com hemiplegia à direita
2.3.2 Paraplegia
Para demonstrar a transferência de um paciente com paraplegia da cadeira de rodas para o tablado 
ou leito, com o auxílio do fisioterapeuta, vamos posicionar a cadeira de rodas com o lado direito voltado 
para o tablado. Primeiramente, elevamos o encosto lateral da cadeira de rodas e os apoios de pé e 
travamos a cadeira de rodas.
O paciente, com auxílio ou ativamente, deve se aproximar do fisioterapeuta, desencostando do 
encosto e trazendo as nádegas para frente na cadeira de rodas, até que os pés estejam sobre o chão, sem 
meias. As mãos devem se apoiar na região escapular do fisioterapeuta, e seus pés devem estar apoiados 
no piso. O fisioterapeuta coloca suas mãos na região dorsal do paciente, mantendo o dorso reto. Nos 
membros inferiores, o fisioterapeuta realiza uma leve flexão dos quadris e joelhos, envolvendo, com seus 
próprios joelhos e pés, as faces laterais dos joelhos e pés do paciente.
42
Unidade I
A) B) 
Figura 42 – Fisioterapeuta auxiliando o paciente a desencostar do encosto, trazendo as nádegas para 
frente na cadeira de rodas (A); em seguida, posiciona o paciente até encostar os pés no chão e 
envolve seus joelhos e pés nas faces laterais dos joelhos e pés do paciente (B)
Para levantar o paciente, o fisioterapeuta deve travar os pés e joelhos do paciente, manter o dorso 
reto e inclinar o peso do corpo para trás, a fim de contrabalançar o peso do paciente e, ao mesmo tempo, 
ampará-lo contra os joelhos, puxando-o assim para a posição em pé. Após levantar, o paciente fará um giro 
de um quarto de volta com o auxílio do fisioterapeuta para o lado esquerdo dele e se sentará. Durante o 
movimento de sentar, o fisioterapeuta flexiona os quadris, coloca as mãos na região do dorso em direção à 
região escapular para controlar o tórax e, ao mesmo tempo, mantém o controle com os joelhos, permitindo 
que o paciente flexione o corpo sobre os quadris, descendo suavemente as nádegas para sentar.
A) B) C) 
Figura 43 – Transferência da cadeira de rodas para o tablado, com o auxílio do fisioterapeuta, em paciente com paraplegia
43
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Os pacientes com paraplegia podem também fazer uma transferência de forma independente, 
utilizando uma tábua. Vamos demonstrar o paciente se transferindo de uma cadeira para o tablado de 
forma independente, usando uma tábua. Primeiramente, devemos alinhar a cadeira com o tablado 
em um ângulo de, aproximadamente, 20 a 30 graus. Coloca-se a tábua entre a cadeira e o tablado e o 
paciente com as nádegas para frente sobre a cadeira.
A) B) 
Figura 44 – Tábua para transferência (A); alinhamento da cadeira com o tablado, 
colocação da tábua para transferência e posicionamento do paciente (B)
Para transferência, o paciente vai utilizar a força dos membros superiores, principalmente do músculo 
tríceps braquial, fazendo a extensão do cotovelo e, consequentemente, elevando as nádegas da cadeira 
e movendo o tronco pouco a pouco para a sua direita até o tablado.
A) B) C) 
Figura 45 – Transferência independente de paciente com paraplegia da cadeira para o tablado, utilizando uma tábua
44
Unidade I
2.3.3 Tetraplegia
Para transferir um paciente com tetraplegia da cadeira de rodas para o tablado ou leito, vamos utilizar 
dois indivíduos. Podem ser dois fisioterapeutas, um fisioterapeuta e o cuidador, um fisioterapeuta e um 
familiar, ou dois familiares, entre outros. Primeiramente, vamos posicionar a cadeira de rodas com o 
lado direito voltado para o tablado ou leito em uma angulação de, aproximadamente, 30 graus. Depois, 
elevamos o encosto lateral da cadeira e travamos a cadeira de rodas.
O paciente está sentado com os pés apoiados no apoio de pés da cadeira de rodas. O fisioterapeuta 1 
coloca-se de pé atrás da cadeira de rodas, posiciona os membros superiores do paciente com 90 graus 
de flexão de cotovelo e, ao mesmo tempo, envolve o tórax do paciente, passando suas mãos por debaixo 
das axilas dele, segurando os antebraços de forma conjunta. O fisioterapeuta 2 coloca-se de frente para 
o paciente, realiza uma leve flexão dos quadris e joelhos, mantém o dorso reto, eleva o apoio de pés da 
cadeira de rodas e segura com suas mãos na região poplítea (posterior) dos joelhos do paciente.
A) B) 
Figura 46 – Posição inicial do fisioterapeuta que está atrás do paciente para transferência (A); 
posição inicial do fisioterapeuta que está à frente da paciente para transferência (B)Para transferir o paciente para o tablado ou leito sob um comando verbal prefixado, geralmente 
esse comando é dado pelo fisioterapeuta que está atrás, por estar com a região mais pesada. Ambos 
vão levantar simultaneamente o paciente, e ele deve ser elevada a uma altura suficiente para evitar 
que colida com as nádegas na roda traseira da cadeira de rodas. O fisioterapeuta que está atrás do 
paciente dá um passo para o seu lado direito, e o que está de frente dá um passo para trás e para o lado 
esquerdo, levando o paciente em direção ao tablado ou leito. No final da transferência, deve-se colocar 
lentamente o paciente sentado no tablado.
45
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 47 – Transferência simultânea do paciente com tetraplegia (A); posição final da transferência (B)
2.4 Trocas posturais
Os procedimentos que envolvem a movimentação e o transporte de pacientes são de extrema 
importância para os profissionais da área da saúde. Por isso, vamos abordar de que forma podemos 
auxiliar e facilitar a passagem do paciente da posição de decúbito ventral para decúbito dorsal e 
vice-versa; virar para o lado; passar de deitado para sentado e de sentado para deitado; e passar de 
sentado para de pé e de pé para sentado.
Primeiramente, devemos avaliar as condições físicas da pessoa que será movimentada e sua capacidade 
de colaborar. Devemos também nos policiar quanto à nossa postura durante o auxílio ao paciente.
2.4.1 Decúbito dorsal para decúbito ventral e decúbito ventral para decúbito dorsal
Vamos demonstrar a passagem da posição de decúbito dorsal para decúbito ventral pelo lado 
esquerdo do paciente com o auxílio do fisioterapeuta. Devemos posicionar o paciente com o membro 
superior esquerdo em abdução do ombro acima de 90 graus, o quadril e o joelho direito em flexão, o 
quadril esquerdo em posição neutra e o joelho em extensão. O fisioterapeuta vai se posicionar em pé 
com a base dos membros inferiores afastada, o dorso reto, sua mão direita na face lateral do joelho 
direito e a mão esquerda no tornozelo esquerdo do paciente.
46
Unidade I
A) B) 
Figura 48 – Posição inicial do paciente para o rolamento de decúbito dorsal para decúbito ventral pelo lado esquerdo (A); posição 
inicial do fisioterapeuta para o rolamento de decúbito dorsal para decúbito ventral pelo lado esquerdo do paciente (B)
Em seguida, o fisioterapeuta, utilizando o ponto-chave da região do joelho, movimentará o joelho 
para medial, facilitando o movimento da pelve e do tronco para o lado esquerdo e completando o 
rolamento para decúbito ventral.
A) B) 
Figura 49 – Rolamento do paciente de decúbito dorsal para decúbito ventral pelo seu 
lado esquerdo, com o fisioterapeuta utilizando o ponto-chave do joelho para facilitar 
o rolamento e o ponto-chave do tornozelo para estabilizar o membro 
inferior direito (A); posição final em decúbito ventral (B)
Vamos demonstrar agora o movimento inverso, ou seja, de decúbito ventral para decúbito dorsal 
pelo lado direito do paciente. Ele está em decúbito ventral com o membro superior esquerdo em flexão 
de ombro com 180 graus, o ombro direito em posição neutra, o cotovelo flexionado, os quadris em 
47
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
posição neutra e os joelhos estendidos. O fisioterapeuta vai se posicionar em pé com a base dos membros 
inferiores afastada, o dorso reto, a mão direita na face medial do joelho direito do paciente e a mão 
esquerda no tornozelo direito do paciente. Depois, vai posicionar o paciente com rotação lateral do 
quadril direito e flexão do joelho direito.
A) B) 
Figura 50 – Posição inicial do paciente para o rolamento de decúbito ventral para decúbito 
dorsal pelo lado direito (A); posição inicial do fisioterapeuta para o rolamento de 
decúbito ventral para decúbito dorsal pelo lado direito do paciente (B)
Em seguida, o fisioterapeuta, utilizando o ponto-chave da região do joelho, movimentará o joelho 
para a lateral, facilitando o movimento da pelve e do tronco para o lado direito e completando o 
rolamento para decúbito dorsal.
A) B) 
Figura 51 – Rolamento do paciente de decúbito ventral para dorsal pelo seu lado direito, 
com o fisioterapeuta utilizando o ponto-chave do joelho para facilitar o rolamento e o ponto-chave 
do tornozelo para estabilizar o membro inferior direito (A); posição final em decúbito dorsal (B)
48
Unidade I
2.4.2 Decúbito dorsal para decúbito lateral e decúbito lateral para decúbito dorsal
Agora, vamos demonstrar a transferência de um paciente da posição de decúbito dorsal para 
decúbito lateral no tablado ou leito com o auxílio do fisioterapeuta. Para realizarmos a troca postural 
para o lado esquerdo do paciente, posicionamos o paciente com o membro superior esquerdo em 
abdução acima de 90 graus, o quadril e o joelho direito em flexão, e, no membro inferior esquerdo, o 
quadril em posição neutra e o joelho em extensão. O fisioterapeuta vai se posicionar em pé, apoiando 
seu joelho esquerdo no tablado, o dorso reto, a mão direita na região do ombro direito e a mão 
esquerda no quadril direito do paciente. Em seguida, o fisioterapeuta, utilizando o ponto-chave da 
região do ombro e do quadril, movimentará o paciente para o seu lado esquerdo, completando o 
movimento para o decúbito lateral esquerdo.
A) B) 
C) 
Figura 52 – Posição inicial do paciente para troca postural de decúbito dorsal para decúbito lateral (A); 
posição inicial do fisioterapeuta e início do movimento para a troca postural de decúbito dorsal para decúbito 
lateral pelo lado esquerdo do paciente (B); posição final em decúbito lateral esquerdo (C)
49
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Em seguida, o paciente é transferido da posição de decúbito lateral esquerdo para decúbito dorsal 
com o auxílio do fisioterapeuta. O paciente estará em decúbito lateral esquerdo, com o membro 
superior esquerdo em abdução de 90 graus ou acima, o quadril e o joelho direito em flexão, e, no 
membro inferior esquerdo, o quadril em posição neutra e o joelho em extensão. O fisioterapeuta vai 
se posicionar em pé com o joelho esquerdo apoiado no tablado, o dorso reto, a mão direita na região 
do ombro direito e a mão esquerda no quadril direito do paciente. Em seguida, o fisioterapeuta, 
utilizando o ponto-chave da região do ombro e do quadril, movimentará o paciente para o seu lado 
direito, completando o movimento para o decúbito dorsal.
A) B) C) 
Figura 53 – Posição inicial do paciente para troca postural de decúbito lateral para decúbito dorsal (A); 
posição inicial do fisioterapeuta e início do movimento para a troca postural de decúbito lateral 
esquerdo para decúbito dorsal (B); posição final em decúbito dorsal (C)
2.4.3 Deitado para sentado e sentado para deitado
Para passar o paciente da posição deitada para sentada, com o auxílio do fisioterapeuta, primeiramente 
devemos deixá-lo em decúbito lateral e, depois, fazê-la sentar. Portanto, vamos dar o exemplo realizando 
a troca postural no tablado da posição deitada para sentada pelo lado esquerdo do paciente. O mesmo 
movimento é realizado quando a transferência é feita no leito.
Posicionamos o paciente em decúbito lateral esquerdo com o membro superior esquerdo apoiado 
no tablado, o membro superior direito envolvendo a região abdominal, os quadris e os joelhos em 
flexão. O fisioterapeuta vai se posicionar em pé, com as bases afastadas, o dorso reto, e solicitará que 
o paciente posicione sua mão direita na sua região escapular esquerda, com o seu membro superior 
direito envolvendo a região cervical e apoiando sua mão na região escapular do paciente; o seu membro 
50
Unidade I
superior esquerdo envolverá a região poplítea dos joelhos do paciente, trazendo as pernas para fora 
do tablado. Em seguida, o fisioterapeuta, utilizando o ponto-chave do membro superior e inferior, vai 
realizar um movimento como se fosse um pêndulo (elevando o tronco e abaixando os membros inferiores 
do paciente, completando o movimento para a posição sentada).
A) B) C) 
Figura 54 – Posição inicial dopaciente em decúbito lateral esquerdo para troca postural de deitada para sentada (A); 
posição inicial do fisioterapeuta e início do movimento para a troca postural de deitada para sentada (B); 
posição final do paciente na posição sentada (C)
Para retornar o paciente da posição sentada para deitada, com o auxílio do fisioterapeuta, o 
paciente, sentado no tablado, deve ter o dorso reto, os pés apoiados no chão, com a mão direita 
apoiada na região escapular esquerda do fisioterapeuta e a mão esquerda na região lateral do 
tronco do fisioterapeuta. O fisioterapeuta vai se posicionar em pé, com as bases afastadas, o dorso 
reto, com o seu membro superior direito envolvendo a região cervical e apoiando sua mão na região 
escapular do paciente; o seu membro superior esquerdo vai envolver a região poplítea dos joelhos 
do paciente. Em seguida, o fisioterapeuta, utilizando o ponto-chave do membro superior e inferior, 
vai realizar um movimento como se fosse um pêndulo (abaixando o tronco e elevando os membros 
inferiores do paciente em direção ao tablado, completando assim o movimento para a posição deitada).
51
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) C) 
Figura 55 – Posição inicial do paciente sentada para troca postural de sentada para deitada (A); posição inicial do fisioterapeuta e 
início do movimento para a troca postural de sentada para deitada (B); posição final do paciente na posição deitada (C)
2.4.4 Sentado para de pé e de pé para sentado
Para demonstrar a transferência de um paciente da posição sentada para de pé, com o auxílio do 
fisioterapeuta, vamos dar o exemplo de um paciente que apresenta fraqueza de membros inferiores. 
Posicionamos o paciente sentado, com o dorso reto, os pés apoiado no chão, sem meias, e as mãos 
apoiadas na região escapular do fisioterapeuta. O fisioterapeuta vai se posicionar em pé, com as bases 
afastadas, uma leve flexão dos quadris e joelhos, o membro inferior esquerdo levemente à frente do 
direito, o dorso reto e as mãos na região dorsal do paciente. Em seguida, o fisioterapeuta dá o comando 
para que o paciente se levante. Apesar da fraqueza nos membros inferiores, ele consegue valer-se 
da ajuda deles, e o fisioterapeuta, utilizando o ponto-chave de membro superior, vai auxiliar e dar 
estabilidade para o paciente se levantar, completando assim o movimento para a posição ortostática.
A) B) C) 
Figura 56 – Posição inicial do paciente sentado e do fisioterapeuta para troca postural de sentada para de pé (A); 
início do movimento para a troca postural (B); posição final do paciente na posição de pé (C)
52
Unidade I
Para mostrar a passagem de um paciente da posição em pé para sentada, com o auxílio do 
fisioterapeuta, vamos dar o mesmo exemplo anterior de um paciente que apresenta fraqueza de membros 
inferiores. Posicionamos o paciente em pé, com o dorso reto, os pés apoiados no chão, sem meias, e 
as mãos apoiadas na região escapular do fisioterapeuta. O fisioterapeuta vai se posicionar em pé, com 
as bases afastadas, o membro inferior esquerdo levemente à frente do direito, o dorso reto e as mãos 
na região dorsal do paciente. Em seguida, o fisioterapeuta dá o comando para que o paciente se sente. 
Apesar da fraqueza nos membros inferiores, ele consegue se valer da ajuda deles, e o fisioterapeuta, 
utilizando o ponto-chave do membro superior, vai auxiliar e dar estabilidade para o paciente se sentar 
lentamente, completando assim o movimento para a posição sentada.
A) B) C) 
Figura 57 – Posição inicial do paciente em pé e do fisioterapeuta para troca postural da posição em pé para sentada (A); 
posição final do movimento para a troca postural (B); posição final do paciente na posição sentada (C)
Durante as transferências e as trocas posturais dos pacientes, é preciso ter alguns cuidados de 
segurança. A seguir, algumas dicas simples e importantes que muitas vezes esquecemos durante a 
prática diária:
• Elevar o braço e o apoio de pé durante as transferências.
• Travar a cadeira de rodas.
• Ter cuidado com acessórios que possam enroscar e/ou machucar o paciente, como relógios, 
pulseiras, crachás, e até mesmo o jaleco, que pode enroscar na cadeira de rodas por descuido 
do fisioterapeuta.
• Durante a transferência com duas pessoas do paciente tetraplégico, o fisioterapeuta que está atrás 
do paciente não pode se esquecer de estabilizar os antebraços em conjunto, já que o paciente não 
controla os membros superiores. Caso esqueça e segure cada antebraço individualmente durante 
a transferência, os membros superiores se elevarão e não será possível realizar o movimento, além 
de haver o risco de lesionar o paciente.
53
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
• A postura do fisioterapeuta também é importante para não se lesionar. Nas figuras adiante, os 
fisioterapeutas se apresentam com o dorso curvado.
• Os fisioterapeutas que estão à frente do paciente devem estar com a base dos membros 
inferiores fechada.
• Não realizar transferências e/ou trocas posturais com o paciente e/ou fisioterapeuta de meias, 
pois pode escorregar durante o movimento.
• Durante a troca postural da posição sentada para em pé, posicionar as mãos do paciente 
adequadamente na região escapular, pois muitas vezes os pacientes seguram na região cervical 
do fisioterapeuta e forçam para baixo durante o movimento, podendo machucar o terapeuta.
• Para levantar o paciente, não é correto puxá-lo pelas mãos.
A) B) 
C) D) 
54
Unidade I
E) F) 
Figura 58 – Cuidados durante as transferências e trocas posturais
3 EXERCÍCIOS DE MOBILIZAÇÃO, ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO DA 
COLUNA VERTEBRAL
A estrutura da coluna vertebral consiste em 33 vértebras, sendo sete cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 
5 sacrais fundidas e 3 ou 4 coccígeas e seus respectivos discos intervertebrais. Articulam-se com a coluna 
12 pares de costelas na região torácica, o crânio no topo da coluna na articulação atlanto-occipital e a 
pelve na articulação sacroilíaca.
Considerada em conjunto, a coluna vertebral é retilínea na vista anterior e na vista posterior. Já na 
vista lateral, a coluna apresenta quatro curvaturas: lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e 
curvatura sacral.
Em termos funcionais, a coluna vertebral está dividida em pilar anterior e posterior. O pilar anterior 
é composto pelos corpos vertebrais e discos intervertebrais, que sustentam o peso do corpo e absorvem 
choques. Já o posterior, também conhecido como arco vertebral, é constituído pelos processos articulares 
e pelas facetas articulares, que provêm o mecanismo de deslizamento para o movimento.
55
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
7 vértebras 
cervicais
12 vértebras 
torácicas
5 vértebras 
lombares
5 vértebras 
sacrais
4 vértebras 
coccígeasA) B)
Figura 59 – Vista lateral (A); vista posterior mostrando as cinco regiões da coluna vertebral (B)
Nos seres humanos, a coluna vertebral se mantém em posição mais ou menos vertical, pelo menos 
durante o período em que estamos acordados e trabalhando, diferentemente dos animais quadrúpedes. 
Quando estamos eretos, a coluna lombar suporta a compressão causada pela parte do corpo que está 
acima dela, transmitindo essa força à região pélvica, se estivermos sentados; e aos pés, se estivermos na 
posição ortostática, caminhando ou correndo.
A coluna lombar protege a medula espinhal e desempenha uma função importante na sustentação 
do peso. No processo de evolução da postura horizontal da coluna, encontrada nos animais, para a 
postura vertical dos humanos, os discos entre as vértebras foram se adaptando para suportar pesos cada 
vez maiores. Além disso, a coluna vertebral desenvolveu uma série de curvas que, de maneira muito 
inteligente, permitem melhor absorção de choques e flexibilidade (MCKENZIE, 2007).
Os principais ligamentos que unem as várias partes vertebrais são o longitudinal anterior, o 
longitudinal posterior e o supraespinal. O ligamento longitudinal anterior é uma banda forte e larga 
que se estende por todo o comprimento da superfície anterior dos corpos

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