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AGENTES PÚBLICOS E SERVIDORES PÚBLICOS 6.1 Agentes Públicos Os agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função na administração pública. Agente Público é toda a pessoa física que desempenha, definitiva ou transitoriamente, alguma função estatal, isto quer dizer que, é toda física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da administração indireta. Por não existir uma classificação legal para as diversas espécies de agentes públicos pode-se dizer que o agente público é gênero, cujas espécies são: agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes delegados e agentes credenciados. 6.1.1 Agentes políticos São agentes que integram o governo nos seus primeiros escalões, investidos por eleição, nomeação ou designação para o exercício de atribuições constitucionais. São os políticos eleitos pelo voto popular, os ministros de Estado, os membros do Poder Legislativo, também os da Magistratura, Ministério Público, Tribunais de Contas e representantes diplomáticos. AGENTES POLÍTICOS: eleitos no Executivo, Legislativo e Judiciário e seus auxiliares diretos isto é MEMBROS DE PODER. Há também os MEMBROS DE CARREIRAS ESPECIAIS que aqui incluem os membros do Judiciário, do MP, da Defensoria Pública, da AGU, do Tribunais de Contas e etc. Estes agentes vão ocupar cargos eletivos e cargos em comissão (auxiliares do executivo). Cargo eletivo são aqueles eleitos por eleição para o poder legislativo ou executivo. Cargo em comissão são os Ministros, os secretários de Estados e Municípios, assessores de Políticos do Legislativo etc. Não confundir com cargo em comissão de servidor público. Cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração e exerce função de direção, chefia e assessoramento. Pode ser de Natureza política ou de servidor público. Quando é de servidor público vai para o estatuto para lei nº 8.112/90. Remuneração é por subsídio – parcela única determinada em lei art. 39 § 4º da CF. 6.1.2 Agentes administrativos São todas as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta. Vinculam-se ao Estado ou às suas entidades autárquicas e fundacionais por relações de trabalho, estando, portanto, sujeitos à hierarquia funcional, e ao regime jurídico da entidade estatal a que servem. Não exercem atividades políticas ou governamentais. Na categoria de agentes pú- blicos estão inseridos os militares, servidores públicos concursados, servidores públicos não concursados exercentes de cargos em comissão e funções de confiança, e servidores temporários, contratados sem concurso público, "por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público" (art. 37, IX, da CF). 6.1.2.1 Características As características dos agentes administrativos são: - a de prestar serviços ao Estado e às entidades da Administração indireta; - a de manter o vínculo profissional e; - a de se sujeitar à hierarquia funcional. 6.1.2.2 Categorias Militares Militares são aqueles que pertencem ás forças armadas ou ás forças auxiliares. Servidores Públicos Servidores públicos são os sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de cargos públicos; pertencente á Administração Direta, a Autarquia e as Fundações Públicas. U n id a d e 6 CONCEITO CONCEITO CONCEITO CARGO PÚBLICO - conjunto de atribuições e responsabilidades de servidor público; EMPREGO PÚBLICO - conjunto de atribuições e responsabilidades de agente admitido sob o regime da legislação trabalhista e com investidura condicionada à aprovação em concurso público; FUNÇÃO PÚBLICA - atribuições e responsabilidades de quem, embora seja agente público, não titulariza cargo ou emprego público. Empregados Públicos Empregados públicos são aqueles contratos sob o regime trabalhista, vulgarmente denominados de celetistas, e ocupantes de emprego público. Em regra, pertencentes as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Servidores Temporários Servidores temporários são os contratos por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, com base no art. 37, IX da Constituição. Exercem função, sem estarem vinculados a cargo ou emprego público. 6.1.3 Agentes honoríficos Agentes honoríficos são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade pro- fissional, sem qualquer vínculo empregatício, e normalmente sem remuneração. Tais serviços constituem o chamado múnus publicum, ou serviços públicos relevantes. Exemplo: função de jurado, mesário eleitoral, presidente ou membro de comissão de estudo, conscritos etc. 6.1.4 Agentes delegados Agentes delegados são particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade e a realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas e controle do Estado. Nessa categoria encontramos os serventuários de ofícios ou cartórios não estatizados, os leiloeiros oficiais e os tradutores e intérpretes públicos. 6.1.5 Agentes credenciados Agentes credenciados são os que recebem da Administração a incumbência de representá-la em ato ou atividade específica, mediante remuneração. 6.2 Cargo Público A definição de Cargo Público é: O lugar determinado na organização do serviço público, com denominação pró- pria, atribuições e responsabilidades específicas e remuneração correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei. No que diz respeito à criação, transformação e extinção de cargos, funções ou empregos do Poder Executivo, isso depende de lei de iniciativa privativa do chefe desse Poder (presidente da república, governador ou prefeito). De igual modo, a criação, transformação ou extinção de cargos, empregos ou funções do Poder Legislativo cabe à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, às Assembleias Legislativas e às Câmaras de Vereadores, respectivamente, no âmbito de sua competência privativa, para cargos relacionados aos seus serviços. Já a criação, transformação ou extinção de cargos, empregos ou funções do Poder Judiciário é feita mediante lei de iniciativa dos respectivos tribunais. Também o Ministério Público tem a faculdade de propor a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares. 6.3 Acessibilidade aos Cargos Públicos Estabelece o art. 37, I, da CF/88 que os cargos, empregos e funções públicas serão acessíveis aos brasileiros e estrangeiros, que preencham os requisitos previstos em lei e na forma da lei. Em razão das disposições constitucionais, brasileiros e estrangeiros podem ter acesso ao cargo público, ressalvados aqueles que são privativos de brasileiros natos, nos termo do art. 12 da CF/88, a saber: presidente e vice-presidente da república, presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal, ministro do Supremo Tribunal Federal, carreira diplomática, oficial das Forças Armadas e ministro de Estado da Defesa. Registre-se, por oportuno, que os cargos de carreira, privativos de brasileiros natos, se resumem a apenas duas hipóteses: carreira diplomática e de oficial das Forças Armadas, por expressa determinação constitucional (art. 12, § 3º, V e VI, da CF). 6.4 Concurso Público A investidura em cargo ou emprego público depende de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, salvo as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Os concursos não têm forma ou procedimento estabelecido na Constituição, mas são sempre precedidos de um edital, com ampla divulgação. A Administração é livre para estabelecer as bases do concurso e os critérios de julgamento, desde que o faça com igualdadepara todos os candidatos. Cabe aqui ressaltar que embora a Constituição não tenha estabelecido maiores condicionantes para o concurso público, sempre será CONCEITO CONCEITO CONCEITO CONCEITO possível a apreciação judicial do resultado dos concursos, seja e classificação dos candidatos. Isso porque nenhuma lesão ou ameaça a direito individual poderá ser em razão da legalidade da constituição das bancas ou comissões examinadoras, ou dos critérios adotados para o julgamento excluída da apreciação do Poder Judiciário (art. 5º, XXXV da CF). A reserva de porcentual de cargos para pessoas portadoras de deficiência, prevista no art. 37, VIII, da CF, não afasta a exigência de caráter geral relativa ao concurso público. A Lei nº 8112/90 - Estatuto dos Servidores Públicos da União - no § 2º do art. 5º, estabelece que as pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso. O concurso público poderá, a qualquer momento, ser modificado pelo Poder Público, como pode ser cancelado ou invalidado, antes, durante ou após a sua realização, isso porque os concorrentes têm apenas uma expectativa de direito, que não obriga a Administração a realizar as provas prometidas. O candidato, mesmo após a aprovação no concurso, não possui direito absoluto à nomeação, pois continua apenas com simples expectativa de direito à investidura no cargo ou emprego disputado. O concurso tem validade de até 2 (dois) anos prorrogável uma vez, por igual período, conforme dispõe o art. 37, III, da CF. Trata-se, portanto, de uma norma de regramento discricionário, cabendo à Administração determinar, em concreto, o prazo de validade do concurso e a hipótese de prorrogação, no edital. 6.5 O Provimento do Cargo Público Com a nomeação inicia-se o provimento do cargo, que se completa com a posse e o exercício. A investidura do servidor no cargo ocorre com a posse. Será no ato da posse que o agente será investido nas prerrogativas, direitos e deveres a que estará obrigado a partir de então. Uma nomeação regular só pode ser desfeita pela Administração antes da posse do nomeado. A anulação do concurso, com a exoneração do nomeado após a posse, só pode ser feita com observância do devido processo legal e garantia de ampla defesa. Portanto, é certo dizer que sem a posse e o exercício, o provimento não se completa. Provimento é o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício de um cargo, ou função pública, pode ser originário ou derivado. As duas principais classificações doutrinárias sobre o provimento dizem respeito à durabilidade e à origem. Assim, quanto à durabilidade, o provimento pode ser efetivo, vitalício ou em comissão; quanto à origem, originário ou derivado. Formas de provimento quanto à durabilidade. Efetivo - Denomina-se provimento efetivo aquele originado de nomeação por concurso público, assegurado o direito à estabilidade após três anos de efetivo exercício (estágio probatório). Vitalício – Alguns cargos públicos possui a vitaliciedade, isto é, para toda vida, recebem subsídios integrais até o fim da vida. Cabe lembrar que a diferença entre o cargo estável e o cargo vitalício: ➢ a estabilidade no cargo efetivo só acontece após o estágio probatório, no cargo vitalício em alguns casos acontece em prazo menor e em outros no ato da posse; ➢ o cargo efetivo somente após decorrido o prazo de 3 anos, adquire direito à permanência no serviço público (não no cargo), do qual somente sairá mediante sentença (de processo administrativo com direito a ampla defesa e contraditório) transitada em julgado. Já o cargo vitalício, decorrido o período probatório ou no ato da posse, adquire direito à permanência não apenas no serviço público, mas no cargo, e não basta processo administrativo para perder o emprego, mas necessita também de processo judicial. São cargos vitalícios os magistrados, membros do Ministério Público, Ministros do Tribunal de Contas, e os de oficiais militares. Nos demais níveis de governo essa garantia é outorgada aos agentes que desempenhem atribuições semelhante. Em Comissão - os cargos de provimento em comissão (cujo provimento dispensa concurso público) são aqueles vocacionados para serem ocupados em caráter transitório por pessoa de confiança da autoridade competente para preenchê-los, a qual também pode exonerar ad nutum, isto é, livremente, quem os esteja titularizando. Formas de provimento quanto à natureza. O provimento é o ato de preenchimento do cargo público, podendo ser: a) Provimento Originário ou inicial - essa forma de provimento acontece por meio de nomeação. Registre-se que no provimento originário ou inicial pressupõe-se a inexistência de Agentes Públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente do exercício de alguma função estatal. vinculação entre a situação de serviço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. Com isso, forçoso é concluir que será provimento inicial a nomeação de pessoa que não integra os quadros do serviço público, bem como uma outra que já exercia função pública em cargo distinto daquele no qual foi nomeada; b) PROVIMENTO DERIVADO - Provimento derivado é aquele que procede de um vinculo anterior entre o servidor e a Administração acontece mediante transferência, promoção, remoção, acesso, reintegração, readmissão, enquadramento, aproveitamento ou reversão. No provimento derivado pressupõe-se o vínculo anterior com o Estado. Além dos servidores públicos concursados ou nomeados para cargos em comissão, a Constituição Federal permite que a União, Estados-membros e Municípios editem leis que estabeleçam "os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público" (art. 37, IX, da CF). No âmbito federal, foi editada a Lei nº 8745/93. 6.5.1 Formas de Provimento Conforme a Lei nº 8.112/90 A investidura em cargo público ocorrerá com a posse, todavia deve ser precedido de concurso público e o candidato deve preencher requisitos básicos: ➢ A nacionalidade brasileira; ➢ O gozo dos direitos políticos; ➢ A quitação com as obrigações militares e eleitorais; ➢ O nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; ➢ A idade mínima de dezoito anos; ➢ Aptidão física e mental. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos nos termos da redação dada pela Lei nº 9.527/97. Nos termos do Art. 8º da lei nº 8.112/90 são formas de provimento de cargo público : Nomeação; Promoção; Readaptação; Reversão; Aproveitamento; Reintegração e; Recondução. 6.5.1.1 Nomeação A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período .É importante frisar que não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Todavia antes do efetivo exercício deve o candidato tomar posse e antes de tomar posse deve ser nomeado. A nomeação é um ato unilateral da administração e a posse é um ato bilateral. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos deofício previstos em lei. A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento e poderá dar-se mediante procuração específica. É importante deixar claro que só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. 6.5.1.2 Da Readaptação Após lograr êxito em concurso público, o concursado foi nomeado, tomou posse e entrou em exercício no cargo público. Tempo depois por motivo involuntário ficou com uma limitação física que o impossibilita o exercício regular de suas funções. Logo resulta em processo administrativo que o torna incapaz para o serviço público e será aposentado. Todavia pode o servidor ser readaptado nos termos da lei nº 8112/90. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica. PROVIMENTO é a forma de investidura em um cargo público. É provimento é o ato de preencher o cargo ou ofício público por meio de nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. Sempre que o provimento decorrer de concurso público haverá nomeação e o provimento é efetivo e originário. Entretanto a readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. Readaptação é forma de provimento pela qual o servidor passa a ocupar cargo diverso do que ocupava, tendo em vista a necessidade de compatibilizar o exercício da função pública com a limitação sofrida em sua capacidade física ou psíquica. E a recondução é o retorno do servidor que tenha estabilidade ao cargo que ocupava anteriormente ,por motivo de sua inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou pela reintegração de outro servidor ao cargo do qual teve que se afastar. 6.5.1.3 Da Reversão O servidor foi aposentado e situação superveniente fez tal servidor retornar a Administração Pública. Diz-se reversão o fenômeno de retorno à atividade de servidor aposentado nas seguintes situações: Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou no interesse da administração, desde que: - tenha solicitado a reversão; - a aposentadoria tenha sido voluntária; - estável quando na atividade; a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; haja cargo vago. É óbvio que a reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação e não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade. 6.5.1.4 Da Reintegração O servidor foi aposentado ou exonerado de maneira ilegal e consequentemente invalidada a sua aposentadoria por sentença administrativa ou judicial. Reintegração a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens nos termos do art. 28 da lei nº 8.112/90. A lei diz servidor estável, entretanto goza de similaridade o servidor não estável, e deve ser reintegrado caso o seu afastamento tenha sido de maneira ilegal. Trata-se de controle externo se declarado pelo judiciário ou aplicação do princípio da autotutela se decidido de maneira administrativa. Se no momento da reintegração encontrar-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. 6.5.1.5 Da Recondução Conforme o exposto no paragrafo anterior se no momento da reintegração encontrar-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. A recondução é, portanto, o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá em duas situações: Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; ou reintegração do anterior ocupante. Em qualquer hipótese encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30 da lei nº 8.112/90. Há divergência doutrinária se pode ser reconduzido aquele servidor que apesar de ainda não ter sido integralmente avaliado no novo cargo demonstra interesse em retornar ao cargo de origem por entender que não se adaptar as novas funções. Firmamos entendimento que é altamente possível, mesmo antes do resultado da avaliação de desempenho reconduzir o servidor ao cargo anterior em razão da existência da sua estabilidade no serviço público. 6.5.1.6 Do Aproveitamento Como já analisado no item anterior se no momento da reintegração encontrar-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Assim, pode o servidor ficar em casa a disposição do órgão recebendo proporcional ao tempo de serviço até que o órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determine o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal. Este retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. 6.5.1.7 Da Promoção Promoção é a forma de provimento pela qual o servidor passa para cargo situado em classe mais elevada, dentro da carreira a que pertence. Há como dito ser necessário um cargo que disponha um escalonamento de carreira. Não é possível, ser promovido a outro cargo, a promoção só se opera na estrutura de um mesmo cargo. 6.6 VENCIMENTOS No que tange aos vencimentos, a CF/88 previu, no inciso XII do art. 37, que "os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo". De outra parte, o inciso XI, alterado pela recente Emenda Constitucional nº 19/98 e pela Emenda Constitucional nº 41/03, estabelece que "a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos, e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo, e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos". Observe-se que, por força do § 9º do art. 37, esse inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias que receberem recursos da União,dos Estados-membros, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. Com efeito, a redação do dispositivo constitucional em comento deverá alterar o posicionamento adotado no Supremo Tribunal Federal no sentido de que as vantagens de caráter pessoal não deveriam ser computadas para efeitos do teto em virtude do texto original previsto no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal. Assim, com a alteração do texto constitucional, não haverá mais dúvidas sobre a obrigatória inclusão das vantagens pessoais para fins de teto salarial, para a fixação dos subsídios futuros, respeitados os direitos adquiridos, nos termos do art. 60, § 4º, IV, da CF. Por fim, mediante a Emenda Constitucional nº 47/2005, foi incluído o § 1º no art. 37, permitindo que Estados e Distrito Federal, mediante emenda em suas respectivas constituições, estabeleçam como limite único o subsídio mensal dos desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos deputados estaduais e distritais e dos vereadores. 6.7 ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS A regra constitucional, com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 19/98, é pela vedação de acumulação remunerada de cargos, empregos e função pública, exceto quando houver compatibilidade de horários e observado o teto salarial dos ministros do STF (art. 37, XI, da CF): ➢ dois cargos de professor; ➢ um cargo de professor com outro técnico ou científico; ➢ dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, conforme alteração da Emenda Constitucional nº 34/01. As regras constitucionais de cumulação de vencimentos no setor público são de observância obrigatória dos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, que não poderão afastar-se das hipóteses taxativamente previstas pela Constituição Federal. 6.8 ESTABILIDADE Para adquirir estabilidade no serviço público é necessário o cumprimento de três requisitos, conforme art. 41 da CF, a saber: ➢ nomeação para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público; ➢ efetivo exercício por 3 (três) anos (estágio probatório); ➢ avaliação especial e obrigatória de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Os nomeados em comissão e os admitidos na forma do art. 37, IX, da CF (contratação por tempo determinado), cujos vínculos possuem caráter provisório, jamais adquirem estabilidade, que é prerrogativa privativa de servidores efetivos. A exoneração não é penalidade (não é demissão), é simples dispensa do servidor, por não convir à Administração sua permanência. Já a demissão se constitui em pena administrativa e poderá ser aplicada ao servidor que cometa infração disciplinar ou crime funcional regularmente apurado em processo ad- ministrativo ou judicial. Uma vez adquirida a estabilidade, o servidor, de acordo com a redação dada ao art. 41, § 1º, pela Emenda Constitucional nº 19/98, somente poderá perder o cargo: ➢ em virtude de sentença judicial transitada em julgado,- ➢ mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; ➢ mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa. Também o art. 169, § 4º, da Emenda Constitucional nº 19/98, trouxe outra possibilidade de o servidor estável vir a perder o cargo. Dispõe o referido artigo que a despesa com pessoal ativo e inativo da União, Estados, Distrito Federal e Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar a ser editada. Para que esses limites sejam adequados e cumpridos, a própria Emenda Constitucional previu que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios adotem as seguintes providências: a) redução de pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b) exoneração de servidores não estáveis (o art. 33 da Emenda Constitucional, inclusive, considera servidor não estável, para fins do art. 169, aqueles admitidos na Administração direta, autárquica e fundacional sem concurso público de provas e títulos após o dia 05.10.1983). Com efeito, se ainda assim tais medidas não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da citada lei complementar, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. Extinguindo-se o cargo em que se encontrava o servidor estável, ficará ele em disponibilidade remunerada, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (art. 41, § 3º, da CF). No que diz respeito aos servidores vitalícios, estes somente podem perder o cargo em razão de sentença transitada em julgado, segundo o que dispõem os arts. 95, l, e 128, l, a, da CF. Os servidores vitalícios civis (magistrados, membros dos Tribunais de Contas e do Ministério Público) gozam de outras garantias e vantagens previstas constitucionalmente: ✓ inamovibilidade, salvo a pedido ou por interesse público (arts. 95, II e 128 § 5º, I, b); ✓ irredutibilidade de vencimentos: que atualmente é assegurada a todos os funcionários públicos (arts. 37, XV; 95, III, e 128, I, a, da CF). A reintegração é a recondução do servidor estável ao mesmo cargo de que fora demitido, com o pagamento integral dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado, uma vez reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão judicial. Está assegurada na Constituição Federal, no art. 41, § U. O eventual ocupante da vaga, se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. A desinvestidura pode ocorrer: ✓ por demissão (é a punição por falta grave); ✓ por exoneração (é a desinvestidura de ofício ou a pedido do interessado); ✓ por dispensa (ocorre em relação ao contratado pelo regime da CLT). Outras modalidades de vacância são: a promoção, a transferência, a readaptação, a posse em outro cargo não-acumulável e o falecimento do funcionário. 6.9 APOSENTADORIA Aposentadoria "é a garantia de inatividade remunerada reconhecida aos servidores que já prestaram longos anos de serviço, ou se tornaram incapacitados para suas funções". A Constituição Federal estabelece três espécies de aposentadoria: a) por invalidez permanente - com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei (art. 40, I, da CF); b) compulsória — aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (art. 40, II, da CF); c) voluntária - quando requerida pelo servidor, desde que cumprido tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observados ainda os condicionantes de idade e contribuição previstos no art. 40, III, a e b, da CF. Fica vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal, as quais deverão obedecer ao limite fixado no art. 37, XI, da CF. 6.10 DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS AGENTES PÚBLICOS Os deveres dos agentes públicos estão dispostos nos textos constitucionais e no Estatuto dos Servidores Públicos. A doutrina anota os seguintes deveres: - dever de lealdade (para a entidade estatal a que está vinculado); - dever de obediência (obediência à lei e aos superiores); - dever de conduta ética (de honestidade, moralidade, decoro, zelo, eficiênciae eficácia). Os servidores, no desempenho de suas funções, podem cometer infrações de três ordens: administrativa, civil e criminal. Por essas infrações deverão ser responsabilizados no âmbito interno da Administração e perante a Justiça Comum. 6.11.1 Responsabilidade administrativa A responsabilidade administrativa resulta da inobservância de normas internas da Administração pelo servidor. A punição administrativa ou disciplinar independe de processo civil ou criminal a que se sujeita também o servidor pela mesma falta, nem obriga a Administração a aguardar o desfecho dos demais processos. A falta funcional, após regularmente apurada, mediante processo administrativo, sindicância ou meio sumário, observado o contraditório e a ampla defesa, sujeitará o servidor, desde logo, à penalidade administrativa correspondente. 6.11.2 Responsabilidade civil Responsabilidade civil é a obrigação que se impõe ao servidor de reparar o dano causado à Administração por culpa ou dolo no desempenho de suas funções. 6.11.3 Responsabilidade criminal Responsabilidade criminal é o que resulta do cometimento de crimes funcionais, definidos em lei. O ilícito penal sujeita o servidor a responder a processo crime e a suportar os efeitos legais da condenação. A maioria dos crimes contra a Administração Pública está definida no Código Penal, em seus arts. 312 a 327, mas nada impede que lei especial federal estabeleça outras infrações. 6.11.4 Apuração da responsabilidade A responsabilização e punição dos servidores públicos se faz através de meios internos e externos. Os meios internos, que se desenvolvem no âmbito da própria Administração, abrangem o processo administrativo disciplinar e os meios sumários. Os meios externos, que ficam a cargo do Poder Judiciário, compreendem os processos judiciais, civis e criminais. Na responsabilização efetivada no âmbito da Administração é sempre garantida a ampla defesa. Para a demissão dos vitalícios (juízes e membros do Ministério Público), a Constituição Federal assegura a necessidade do processo judicial com sentença transitada em julgado (arts. 95, I, e 128, § 5º, I, a, da CF), enquanto para os estáveis poderá ser utilizado o processo administrativo disciplinar (art. 41, § 1º, II, da CF). Para os instáveis basta a sindicância, sem maiores formalidades, desde que reste demonstrada a falta ensejadora da pena demissória. Em qualquer caso, porém, será necessário facultar ao servidor a possibilidade da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF). QUADRO SINÓPTICO AGENTE PÚBLICO Agente político Compõem o primeiro escalão do governo e da Administração: chefes do Executivo, ministros e secretários de Estado e Município, senadores, deputados, vereadores, juízes e promotores. Agente administrativo Servidores públicos - concursados, comissionados e temporários. Agente honorífico Exercem o múnus publicum ou serviços relevantes - mesário eleitoral, jurado, conscritos. Agente delegado Recebem do Estado o exercício de uma função que deve ser exercida em seu próprio nome, por sua conta e risco - tradutor juramentado, leiloeira oficial. Agente credenciado Recebem a incumbência de representar a Administração em determinado ato. CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES ADMINISTRATIVOS - SERVIDORES PÚBLICOS Acesso a cargos, empregos e funções públicas Brasileiro e estrangeiro - art. 37, I, da CF. Cargos de carreira privativos de brasileiro nato Carreira diplomática e oficial das Forças Armadas - art. 12, §3º V e VI, da CF. Regra para o provimento de cargos e empregos públicos Concurso público de provas ou de provas e títulos, salvo os cargos em comissão de livre nomeação e exoneração art. 37, II, da CF. Prazo de validade constitucional do concurso público Até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual período. Vencimentos A remuneração e o subsídio mensal não poderão ser superiores ao subsídio mensal do ministro do STF, art. 37, XI, da CF. Acumulação de cargo público - exceção 2 cargos de professor, 1 de professor com outro técnico ou científico, 2 cargos ou empregos privativos de profissional da saúde, com profissão regulamentada - art. 37, XI, a, b e c, da CF. Estabilidade para cargos de provimento efetivo Após 3 (três) anos de efetivo exercício e avaliação especial de desempenho - art. 41, caput e § 4º, da CF. Perda do cargo do servidor estável Em virtude de sentença judicial transitada em julgado; mediante processo administrativo disciplinar, mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho - art. 41, § 1º, I, II e III, da CF, e exoneração quando a despesa com o pessoal ultrapassar os limites previstos em lei-art. 169, § 4º, da CF. Aposentadoria Por invalidez, com vencimentos proporcionais ao tempo de contribuição, salvo se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável na forma da lei; compulsória aos 70 (setenta) anos de idade, e voluntária, desde que com 10 (dez) anos no mínimo de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo da aposentadoria, observadas as regras de idade e contribuição - art. 40 da CF.
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