Buscar

Óbito fetal

Prévia do material em texto

Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
Óbito fetal 
Obstetrícia 
 
Definição 
- Morte do concepto antes de sua expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independente da 
duração da gravidez. 
1. Ausência de movimentos respiratórios; 
2. Ausência de BCF; 
3. Ausência de pulsação no cordão umbilical. 
4. ausência de movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária. 
No brasil, quando o OF ocorre a partir de 20 -22 semanas ou peso fetal >= 500g e/ou estatura >= 25 
cm; 
Feto recebe declaração de óbito; 
Faz parte do cálculo coeficiente de natimortalidade. 
Obs: há divergências quanto ao tempo de duração da gravidez. 
• Definição de acordo com o período em que ocorreu: 
Precoces - fetos de 500g ou mais, 22 semanas ou mais e medindo 25 cm ou mais; 
Tardios - fetos com 1000g ou mais, 28 semanas ou mais e medindo 35 cm ou mais; 
Óbito fetal antenatal ou anteparto: ocorre antes do trabalho de parto; 
Óbito fetal intraparto: ocorre após o início do trabalho de parto e antes do nascimento. É baseado na 
presença do BCF no início do TP. Geralmente, a pele do feto está íntegra, 
mas pode apresentar pele macerada se tiver mais de 6 - 12h de óbitos 
 
Causas maternas (5 - 10%) 
HAS crônica, gestacional, pré-eclâmpsia e eclâmpsia; 
Diabetes melitus 
gesação prolngada 
STORCH; 
Anemia; 
Desnutrição materna; 
Trauma uterino; 
Tabagismo; 
Colagenoses; 
 Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
Medicamentos: anticoagulantes orais, antineoplásicos; 
SFA; 
Fatores uterinos: hipoplasia uterina, útero bicorno e miomatose extensa. 
 
Causas fetais (25 - 40%) 
Malformações congênitas; 
Anomalias cromos; 
Comprometimento da vitalidade fetal; 
Infecções congênitas 
DH perinatal 
 
Causas anexias (15 -25%) 
Coriamnionite; 
Acidentes de funículo; 
Insuficiência placentária. 
 
Diagnóstico 
• Clínico: 
Percepção materna de cessação dos MF; 
Desaparecimento dos sintomas gestacionais; 
Sangramento ou contrações uterinas. 
• Exame obstétrico: 
Discrepância entre IDG e altura uterina; 
Ausência de BCF; 
Oligodrâmnio; 
Amnioscopia em gestação mais avançada: líquido amniótico com aspecto achocolatado ou normal. 
• Exame complementar: 
USG é o golden stander: 
1.Confirma o óbito pela ausência de BCF e MFs 
2. Sinais de óbito antigo: superposição de ossos do crânio (Spalding); 
3. Hiperflexão da coluna vertebral (Hartley); 
4. Sinal de halo craniano (Devel); 
5. Gases na circulação fetal (Robert). 
• Laboratorial: 
 Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
Negativação do b-HCG. 
Exames gerais: hemograma completo, tipagem sanguínea e coombs indireto, ácido biliar; 
Exames Genéticos: cariótipo fetal e microarray cromossômico; 
Exames Metabólicos: glicemia e hormônios tireoidianos; 
Sorologias: B19 (perdas gestacionais sucessivas não justificáveis), sífilis (perdas precoces), CTMV, 
toxo e rubéola; 
Ac autoimunes: anticoagulante lúpico, anticardiolipilina e B2 glicoprotína I; 
Investigação de trombofilias (casos familiares de RC ou história familiar ou materna de trombose): 
mutação do fator V Leiden. 
 
Conduta no óbito fetal 
Pode ser ativa ou expectante; 
Avaliar: 
- Tempo de OF; 
- Conduta expectante em até 4 semanas do diagnóstico; 
- 80 - 90% das pacientes tendem a entrar em TP em até 2 semanas; 
- Na maior parte dos casos, a conduta é ativa por conta do estado emocional; 
• Conduta expectante: 
Cesária < 2 anos + mãe estável + ausência de infecção -> coagulograma 1x semana se diagnóstico há 4 
semanas -> aguarda TP 
Complicações: risco de coagulopatia (consumo crônico, liberação gradual da tromboplastina a partir da 
placenta, ocorre depois das 4 semanas, mas comum do DPP); 
obstétricos: RPMO, DPP, placenta prévia, risco de isoimunização-Rh e se a paciente tiver patologias 
clínicas maternas, deve-se realizar conduta ativa independente da IDG. 
• Conduta ativa: 
Dependerá de fatores: 
- IDG e volume uterino; 
- Intercorrências clínicas e/ou obstétricas; 
- Presença de cicatriz uterina; 
- Condição do colo uterino. 
A cesárea deve ser evtiada; 
Pg são mais efetivas que a ocitocina ou amniotomia para superar os obstáculos para a realização do 
parto normal em comparação à cesariana. 
Obs: quanto maior a IDG menor a dose do misoprostol utilizada. Se houver cicatriz uterina anterior, 
pode-se usar até 26 semanas, após esse tempo utilizar o método Crause 
• Complicações na Conduta Ativa: 
 Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
Hemorragia; 
Aborto incompleto; 
Atonia uterina; 
Lesão uterina; 
Taquissistolia - 5 ou + contrações em 10 min detectadas por 2x consecutivas; 
Efeitos secundários dose-dependentes: náuseas e vômitos, diarreia, febre e calafrios. 
• Indicações de cesárea no óbito fetal 
Absolutas: placenta prévia centro total ou hemorragia acentuada; descolamento prematuro de placenta 
com instabilidade hemodinâmica materna; desproporção cef-pélvica e obstrução do trajeto; 
Relativas: duas ou mais cesáreas anteriores, feto em posição transversa e presença de tumor ou 
distensão abdominal fetal. 
 
Declaração de óbito 
Não emitir se: OF < 20 semanas ou < 500g ou < 25 cm; 
Obs: a legislação atualmente permite que, na prática, se a família não quiser que o feto seja objeto de 
descarte, pode-se obter a declaração para que a família faça o enterro 
e tudo mais. 
No preenchimento coloca "feto morto" e não possíveis nomes que a família viria a colocar na criança 
viva pós-nascida; 
A hora do óbito será a mesma que ele nasceu; 
A causa do óbito é preenchida de baixo para cima criando uma linha de raciocínio para a causa 
específica da morte.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes