Buscar

Resumo de DIREITO PENAL I - Parte (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prof. Rogério Sanches 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
I 
 ..................................................................................................................... 1 
INTRODUÇÃO ao DIREITO PENAL .......................................................................................................... 4 
1. CONCEITO de DIREITO PENAL ........................................................................................................ 4 
2. FONTES do DIREITO PENAL .............................................................................................................. 10 
3. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ....................................................................................................... 16 
4. PRINCÍPIOS GERAIS do DIREITO PENAL ....................................................................................... 20 
5.LEI PENAL – CLASSIFICAÇÕES.............................................................................................................37 
6.EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO...................................................................................................40 
7.LEI PENAL NO ESPAÇO (ARTS. 5 ao 9º do CP)....................................................................................54 
 ................................................................................................................... 71 
DISTINÇÕES entre CRIME, DELITO e CONTRAVENÇÃO ....................................................................... 71 
 ................................................................................................................................. 75 
1. Conceito ..........................................................................................................................................75 
2. Crimes - sujeitos ativos......................................................................................................................76 
3. Sujeito passivo...................................................................................................................................78 
4. Objeto material.................................................................................................................................81 
5. Objeto Jurídico...................................................................................................................................82 
6. Elementos do crime...........................................................................................................................83 
SISTEMA CLÁSSICO.........................................................................................................................85 
SISTEMA FINALISTA........................................................................................................................92 
DIREITO PENAL DO INIMIGO ............................................................................................................... 98 
CRIME CULPOSO ................................................................................................................................ 106 
1. Conceito ................................................................................................................................. 106 
2. Elementos do crime culposo .................................................................................................. 107 
3. Espécies de Culpa ................................................................................................................... 109 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
II 
Crime Preterdoloso ........................................................................................................................ 111 
ERRO DE TIPO .................................................................................................................................... 112 
2.1.1. Conceito: ............................................................................................................................ 113 
2.1.2. Conseqüências .................................................................................................................... 114 
 Erro De Tipo Acidental – Erro Sobre O Objeto .................................................................... 115 
 Erro De Tipo Acidental – Erro Sobre A Pessoa .................................................................... 117 
AÇÃO e OMISSÃO .............................................................................................................................. 125 
1. Crime comissivo ..................................................................................................................... 125 
2. Crime Omissivo ....................................................................................................................... 125 
RESULTADO........................................................................................................................................ 130 
1. Espécies .................................................................................................................................. 130 
1.3.1. Material Ou Naturalístico ........................................................................................... 130 
1.3.2. Crime Formal Ou De Consumação Antecipada ........................................................... 131 
1.3.3. Crime De Mera Conduta ............................................................................................. 131 
Relação De Causalidade Ou Nexo De Causalidade ............................................................................. 134 
2.1. Teoria Da Equivalência Dos Antecedentes Causais Ou “Conditio Sine Qua Non” ................... 135 
2.1.2. Concausas ................................................................................................................... 136 
2.2. TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA ....................................................................................... 141 
2.3. CAUSALIDADE NA OMISSÃO ................................................................................................... 144 
2.3.1. CAUSALIDADE NA OMISSÃO PRÓPRIA ........................................................................ 145 
2.3.2. CAUSALIDADE NA OMISSÃO IMPRÓPRIA.................................................................... 145 
TIPICIDADE PENAL ............................................................................................................................. 146 
ILICITUDE ........................................................................................................................................... 151 
4. Causas de Exclusão da Ilicitude (descriminantes /justificantes) ............................................. 156 
4.1. ESTADO DE NECESSIDADE – ART. 24 CP ......................................................................... 156 
4.2. LEGÍTIMA DEFESA ........................................................................................................... 168 
4.3.ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL....................................................................174 
4.4.EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO...........................................................................................176 
CULPABILIDADE ................................................................................................................................. 184 
1. TEORIAS DA CULPABILIDADE ...................................................................................................... 185 
 
DIREITO PENALINTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
III 
1.1 Teoria psicológica da culpabilidade .......................................................................................... 187 
IMPUTABILIDADE............................................................................................................................... 190 
PUNIBILIDADE .................................................................................................................................... 214 
ITER CRIMINIS .................................................................................................................................... 264 
4. CRIME CONSUMADO ............................................................................................................. 266 
5. CRIME TENTADO .................................................................................................................... 268 
6. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ ................................................ 274 
7. ARREPENDIMENTO POSTERIOR ...................................................................................... 280 
8. CRIME IMPOSSÍVEL ........................................................................................................ 284 
CONCURSO DE PESSOAS .................................................................................................................... 289 
 
 
 
 
 
 
O nosso CURSO ANUAL é composto pelos INTENSIVOS I e II. A 
Disciplina de Direito Penal está dividida da seguinte forma: 
1) INTRODUÇÃO ao DIREITO 
PENAL 
A) PRINCÍPIOS; 
B) LEI PENAL no TEMPO e no 
ESPAÇO 
C) IMUNIDADES 
 
 
 
1) TEORIA GERAL da PENA 
(arts. 32 ao 99, CP) 
 
2) TEORIA GERAL do DELITO 
(CP, arts. 13 ao 31 e 107) 
 
 
2) DIREITO PENAL ESPECIAL 
 
 3) LEGISLAÇÃO PENAL 
ESPECIAL 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
2 
Transformar o seu caderno no seu INSTRUMENTO de ESTUDO. 
 
Comprometemo-nos a trazer para você tudo o que existe na 
doutrina e na jurisprudência, para que o seu caderno fique o mais 
completo possível, cobrindo 100 % (ou quase isso) dos assuntos exigidos 
nos editais. 
 
 
Guardem essa fórmula: 
 
 
 
 
 
Não vá para a aula seguinte sem estudar a matéria da aula anterior. 
 
o ideal é adiantar-se ao professor e estudar também a 
matéria que será ministrada na aula seguinte, de modo que esta aula seja 
uma revisão daquilo que foi estudado. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
3 
Apenas para quem sentir necessidade de um estudo 
aprofundado e que esgote todas as disciplinas relativas às 
Ciências Criminais. 
 
 COLEÇÃO CIÊNCIAS CRIMINAIS - Editora RT - Coordenadores 
Luiz Flávio Gomes e Rogério Sanches - 6 volumes. 
 
 CURSO de DIREITO PENAL - Cesar Roberto Bittencourt - Editora 
Saraiva - 5 Volumes. 
 
 CURSO de DIREITO PENAL - Rogério Greco - 4 Volumes. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
4 
 
 
 
Sob um enfoque formal, o Direito Penal é um o conjunto de 
normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações 
penais, define os seus agentes e fixa as sanções a serem-lhes aplicadas. 
 
Já sob o aspecto sociológico, o Direito Penal é mais um 
instrumento (ao lado dos demais ramos do direito) de controle social de 
comportamentos desviados, visando a assegurar a necessária disciplina 
social, bem como a convivência harmônica dos membros do grupo (o 
conceito sociológico do Direito Penal já foi objeto de indagação em prova 
preambular). 
 
Para Durkheim, as relações humanas são contaminadas pela 
violência, necessitando de normas que a regulem. O fato social que 
contrariar o ordenamento jurídico constitui ilícito jurídico, cuja 
modalidade mais grave é o ilícito penal, que lesa os bens mais 
importantes dos membros da sociedade. 
 
Considerando o Direito como um todo, ele possui vários ramos 
e, sendo o Direito Penal norteado pelo princípio da intervenção mínima, 
por ter conseqüências jurídicas mais drásticas, este ramo é o que deve 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
5 
intervir por último (somente em último caso). Assim, quando os outros 
ramos do Direito não se mostrarem eficazes, só aí o Direito penal poderá 
intervir perante os comportamentos humanos. 
 
Esquematicamente, imaginemos que o quadrado maior seja o 
Direito como um todo, e cada quadrado menor nele contido 
corresponda a um ramo do direito: 
 
 
 
 
Atualmente, mais do que conceituar o Direito Penal, nascem 
teorias que buscam descobrir a missão do Direito Penal. São, por assim 
dizer, correntes filosóficas querendo explorar a missão do Direito Penal. 
É justamente daí que surgem os chamados “funcionalismos”. O 
CIVIL TRABALHO ADMINISTRATIVO 
EMPRESARIAL 
DIREITO PENAL 
(princípio da intervenção 
mínima, pois o DP tem a 
consequência jurídica mais 
drástica) 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
6 
FUNCIONALISMO PENAL, assim, busca apurar a missão do Direito 
Penal. Em outras palavras, não estuda só o que é, mas também para que 
serve o Direito Penal. O Funcionalismo tem duas grandes correntes: 
 
 – idealizado por Claus 
Roxin, segundo o qual o fim do direito penal é assegurar bens 
jurídicos. 
 
 – idealizado por Jakobs, para 
quem a missão do Direito Penal é resguardar a norma, ou seja, o 
sistema. 
O assunto relativo ao Funcionalismo Penal será tratado com mais 
detalhes nas aulas seguintes. 
 
 
 
 
 – é o conjunto de leis penais em 
vigor no país. (Por exemplo: o CP, o CTB, a Lei de Drogas etc.). O 
direito penal objetivo é a expressão do poder punitivo do Estado 
(um está umbilicalmente ligado ao outro). 
 
 – é o direito de punir do Estado. 
O Estado pode punir alguém sem uma lei penal vigente? Não. 
Por isso esses dois estão intimamente ligados. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
7 
 
A pergunta quer saber, na verdade, se o poder 
punitivo do Estado encontra limites para ser exercido, se encontra 
limitações. 
 
 
 
 
 
– o Estado tem um tempo para 
exercer o seu direito de punir. Exemplo é a prescrição. Por mais grave 
que seja o crime, este prescreve, encontrando apenas duas exceções 
(duas hipóteses de imprescritibilidade : )
 
 Art. 5º, XLII CF – racismo; e 
 
 Art. 5º XLIV – ação de grupos armados contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático de Direito1 
 
 
 
 TERRITORIALIDADE – é a regra, contida no art. 5º CP “Aplica- 
se a lei brasileira, (....), ao crime cometido no território nacional.” 
 
1 NOTE BEM: dizer que estes crimes são imprescritíveis é dizer que o Estado não encontra limites temporais para puni-los. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
8 
 
 – é uma exceção contida no art. EXTRATERRITORIALIDADE
7º do CP. 
 
 – diz a respeito ao modo como deve ser aplicado o MODAL
Direito Penal, ou seja, respeitando o principio da dignidade da 
pessoa humana. 
 
 
 O Direito de punir é um . Entretanto, há monopólio do Estado
duas concepções que devem ser levadas em conta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
9 
 
 Existe algum caso em que o Estado 
tolera a sanção penal privada paralela? 
 
Sim. Há uma única exceção prevista no art. 57 do Estatuto do 
Índio, cujo teor é o seguinte: 
 
Art.57. Será tolerada aplicação, pelos grupos tribais, de acordo 
com as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares 
contra os seus membros, desde que não revistam caráter cruel 
ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte. 
 
 
 
 
 O Estatuto de Roma criou o Tribunal Penal Internacional, que 
julga crimes contra a humanidade. Mas este funcionará somente quando 
a justiça interna não aja ou venha a falhar. 
 
 Diz o art. 1º do Estatuto: 
“É criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal 
Internacional ("o Tribunal"). O Tribunal será uma instituição 
permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis 
pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de 
acordo com o presente Estatuto, e será complementar às 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
10 
jurisdições penais nacionais. A competência e o funcionamento 
do Tribunal reger-se-ão pelo presente Estatuto.” 
 
 O Estatuto de Roma, no art. 1º, consagrou o principio da 
complementariedade, isto é, o TPI não pode intervir indevidamente 
nos sistemas judiciais nacionais, que continuam tendo a 
responsabilidade de investigar e processar seus nacionais, salvo nos 
casos em que os Estados se mostrem incapazes ou não demostrem 
efetiva vontade de punir seus criminosos. 
 
 
 Indica o lugar de onde vem (fonte material) e como se revela 
(fonte formal) o Direito Penal. 
 
 
– é a fonte de produção do direito 
penal, órgão encarregado da criação do direito penal. 
Art.22, I CF: “Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito 
civil, comercial, penal, “ 
 
 OBS. Os Estados, excepcionalmente, podem legislar sobre 
direito penal. Para isso, ver o art. 22 p. único “Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas 
neste artigo.”. 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
11 
– é a fonte de conhecimento, sua forma 
que se revela para o mundo. É dividida em: 
 
B1) FONTE FORMAL IMEDIATA – é a lei; 
 
B2) FONTE FORMAL MEDIATA– costumes e princípios 
gerais de direito. 
 
 
 
 
São uma fonte formal mediata do direito penal. 
 
: comportamentos uniformes e constantes Conceito de COSTUME
pela convicção de sua obrigatoriedade e necessidade jurídica. 
 
 
Não, porque o principio da legalidade veda costume 
incriminador. 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
12 
Tomemos como exemplo o ADULTÉRIO: o adultério não é 
costume nem revela uma obrigatoriedade e necessidade jurídica. O que o 
revogou, porém, foi o princípio da intervenção mínima. A partir do 
momento que a Lei Civil se mostrou eficaz para cuidar destes 
comportamentos, o Direito Penal não mais se ocupou desta conduta. 
 
 Há doutrinadores que afirmam que a contravenção penal do 
jogo do bicho foi revogado pelos costumes, até porque o Estado possui 
jogos de azar. A doutrina, no entanto, é dividida: 
 
 – é possível costume abolicionista aplicado 
nos casos em que a infração penal não mais contraria o interesse social. 
Sob esse prisma, conclui-se que a contravenção penal do jogo do bicho 
foi abolida. 
 
 – não existe costume abolicionista. Quando 
a infração penal, porém, deixa de contrariar o interesse social, o juiz não 
aplica a lei incriminadora, e o Congresso deve revogá-la formalmente. 
Para os que acompanham esse ponto de vista, conclui-se que o jogo do 
bicho subsiste como infração penal, mas sem aplicação prática. 
 
 - não existe costume abolicionista. Enquanto 
não revogada por outra lei, a norma tem plena eficácia. Para esta 
orientação, a contravenção penal do jogo do bicho continua sendo uma 
infração penal, devendo o juiz aplicar a lei incriminadora. 
 
 : a CONCLUSÃO . Em um 
julgado do STJ, o relator e um ministro votaram a favor da revogação 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
13 
pelo costume do crime “casa de prostituição”. Entretanto, outros 3 
ministros foram contra. Uma votação apertada, portanto (3 x 2). 
 
 
 O costume não revoga crime, nem comina pena, mas OBS:
serve para interpretação da norma, o chamado costume interpretativo, 
aplicado à palavra, expressão ou texto de lei. Ex. a expressão “mulher 
honesta” revogada no CP, “aquela que não rompe com o mínimo de decência 
da sociedade”, portanto, olhando a sociedade, e tendo por base o “mínimo 
de decência” tinha-se o conceito de “mulher honesta”. Outro exemplo: o 
art. 155, §1º, para majorar a pena, utiliza a expressão “repouso noturno”, 
que será elucidado pelos costumes do local do fato. 
 
 
 
 Direito que vive na consciência comum de um povo. Veremos 
isso nas próximas aulas. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
14 
 
: LEI 
 
: 
Costumes e 
Princípios Gerais de 
Direito. 
 LEI; 
 CF – não revela crime nem comina pena, mas revela 
direito penal (diz quais são os crimes hediondos, 
imprescritíveis, retroatividade da lei benéfica); 
 TRATADOS INTERNACIONAIS de DIREITOS 
HUMANOS: não revela crime, mas revela D Penal; 
 JURISPRUDÊNCIA – principalmente pela súmula 
vinculante. A ex. do art. 71 CP “...pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar 
e maneira de execução...” as condições de tempo, lugar 
e maneira, quem as estabelece é a jurisprudência, que 
diz, quanto ao tempo, que não deve haver um hiato 
superior a 30 dias; que lugar é na mesma cidade ou 
cidade vizinha; quem revela isso é a jurisprudência; 
 PRINCÍPIOS: ex. princípio da insignificância, não 
está na lei, quem o revela que se o fato é insignificante 
é atípico. 
 ATOS ADMINISTRATIVOS – nas normas penais 
em branco, revela o direito penal, p. ex. o que é droga, 
está numa portaria. 
 
 DOUTRINA: 
OBS. Para a doutrina moderna, o costume é uma fonte 
informal do direito penal 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
15 
 
 
 
 
 
 De acordo com a doutrina moderna é fonte imediata de direito 
penal, mas não incriminadora no nosso direito interno (não pode criar 
crime, nem cominar pena), mas pode ser fonte incriminadora no direito 
internacional (a ex. no Estatutode Roma, crimes contra a humanidade). 
 
 De acordo com o STF, se o Tratado Internacional de Direitos 
Humanos for ratificado com o quórum da EC, tem status de EC, mas se 
ratificado com quórum comum, tem um status supralegal (inferior à CF 
e superior à lei ordinária). O que leva a falarmos, além de um controle de 
constitucionalidade, em um controle de convencionalidade, ou seja, 
uma Lei contrariando um Tratado Internacional de Direitos Humanos, 
seja abstratamente, na Ação Direta, ou concretamente, no controle 
difuso. 
 
 A Corte interamericana de Direitos Humanos criticou a 
decisão que declarou a Lei de Anistia constitucional, sendo conforme a 
CF brasileira, mas não fez um controle desta Lei conforme os Tratados 
Internacionais, que contraria as disposições dos Tratados de Direitos 
Humanos. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
16 
 
 
 
 – é dada pela própria lei. Ex. 
conceito de funcionário público, do art. 327 CP; 
 
 – é a feita pelos 
estudiosos do direito. 
 
 – fruto das 
decisões reiteradas dos nossos tribunais. Antes não havia um 
caráter vinculante, mas hoje há uma caráter vinculante, 
principalmente pela súmula vinculante. 
 
 A exposição de motivos do CP, é fruto dos estudiosos que OBS.
redigiram a lei, portanto é uma Interpretação doutrinária. Já a 
exposição de motivos do CPP é feita por meio de lei aprovada, 
sendo assim uma Interpretação autêntica ou legislativa. 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
17 
 
 – leva em conta o sentido literal das 
palavras; 
 
 – indaga-se a intenção objetivada na lei; 
 
 – procura-se a origem da lei; 
 
 – a lei é interpretada com o conjunto da 
legislação; 
 
 – a lei 
deve ser interpretada considerando a realidade e o avanço da 
ciência. 
 
 
 
 Esta pode ser de três espécies. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
18 
 – a letra da lei corresponde 
exatamente o que o legislador quis dizer. 
 
 – amplia-se os alcances das palavras 
para que corresponda à vontade do texto. 
 
 – esta reduz o alcance das palavras para 
que corresponda à vontade do texto. 
 
 
Exemplo de interpretação extensiva contra o réu: art. 157 – 
roubo. 
“§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
 I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de 
arma;” 
 
 - prevalece o entendimento de que a expressão 
“arma” abrange qualquer instrumento, com ou sem finalidade bélica, 
mas que serve ao ataque. A interpretação contra o réu é possível, 
porque, p. ex. em um roubo em que o agente utiliza uma faca de 
cozinha como arma, é possível tipificá-lo na majorante do art. 157. 
 
 : Caso seja numa prova da Defensoria Pública, o 
argumento contra esta interpretação extensiva seria utilizar o art. 22, § 
2º, do Estatuto de Roma – inserido no nosso ordenamento jurídico pelo - 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
19 
Decreto nº 4.388, de 25 de Setembro de 2002 - e lembrar que estes tem 
status de supralegalidade, ou seja, são superiores à lei, e inferiores à CF: 
“§2º A previsão de um crime será estabelecida de forma 
precisa e não será permitido o recurso à analogia. Em caso de 
ambigüidade, será interpretada a favor da pessoa objeto de 
inquérito, acusada ou condenada.” 
 
 
 
 
não se confunde com 
nem com . 
 
 
 – amplia-se o alcance da 
palavra para atingir a real vontade do legislador. Existe lei para o caso 
concreto, porém, amplia-se o alcance da palavra. A lei disse menos do 
que pretendia. Ex. art. 157, §2º, I – o conceito de arma é extensivo, 
abrangendo objetos que não sejam armas, mas servem como tal. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
20 
 – o significado que se 
busca é o extraído do próprio dispositivo (existe uma norma a ser 
aplicada no caso concreto) levando-se em conta as expressões genéricas 
e abertas utilizadas pelo legislador. Existe a lei para o caso concreto, 
porém não se amplia o alcance. Ex. art. 181, I – fala do cônjuge, mas nada 
fala do companheiro. 
 – nesta, parte-se de um pressuposto de que não há 
uma norma a ser aplicada no caso concreto, motivo pela qual se socorre 
daquilo que o legislador previu em caso similar (ex. art. 184). A analogia 
sempre é usada em favor do réu, jamais contra. Ex. art. 306 CP. 
 
 
 
 
 
 
 
Impede que o Estado venha a utilizar o Direito Penal para a 
proteção de bens ilegítimos. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
21 
 
A missão do Direito Penal é a de proteger os bens jurídicos mais 
relevantes do homem. Ex. uma norma penal que pune o ateísmo seria 
manifestamente inconstitucional, porquanto o Estado não poderá criar 
normas que sejam ilegítimas. 
 
 
 
 
O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente 
necessário, mantendo-se subsidiário, ou seja, a sua intervenção deve fica 
condicionada ao fracasso dos demais ramos do direito. Além disso, deve 
também revestir-se de um caráter fragmentário, de modo que alcance 
somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão a bem jurídico. 
 
 – orienta a intervenção em abstrato. O direito penal 
só tipifica um fato como crime quando os demais ramos do Direito se 
mostrarem ineficazes, sendo este a “ULTIMA RATIO” do Direito. 
 
 – orienta a intervenção em concreto. O Direito 
Penal só intervém no caso, quando presente relevante lesão ou perigo 
de lesão ao bem jurídico. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
22 
 O é um 
desdobramento da e da 
. 
 
 
PRINCÍPIO da INSIGNIFICÂNCIA para o STF e STJ 
 
 STF STJ
REQUISITOS COMUNS aos DOIS TRIBUNAIS: 
1. Mínima ofensividade da conduta do agente; 
2. Nenhuma periculosidade social da ação; 
3. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
4. Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
5. Ambos não aplicam o Princípio da insignificância no crime 
de falsificação de moeda, pois o bem jurídico tutelado é a fé 
pública, e a credibilidade do sistema financeiro. 
Existem julgados avaliando a 
realidade econômica do país 
para aplicar o Princípio da 
insignificância 
 
Existem julgados avaliando a 
capacidade econômica da 
vítima. 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
23 
O STF aplica o princípio da 
insignificância nos crimes 
contra a administração pública 
O STJ não aplica o princípio da 
insignificância nos crimes 
contra a administração pública. 
 
 
 
 O fato para ser insignificante tem que ter requisitos objetivos, 
e não requisitos subjetivos, que constituiria neste caso a aplicação do 
direito penal, segundo os critérios do direito penal do autor, o que é 
vedado, sendo este o entendimentoprevalecente. Entretanto, há julgados 
no STJ condicionando a aplicação do princípio da insignificância aos 
bons antecedentes do agente. 
 
 
 
 
 
 O Estado só pode incriminar condutas humanas que sejam 
voluntárias – segundo o Direito Penal do Fato. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
24 
.: ninguém pode ser castigado por seus pensamentos desejos ou 
estilo de vida – PROÍBE-SE O . 
 
 , no CP, está expresso no art. 2º CP 
“Ninguém pode ser punido por fato...”. Justamente sob tal fundamento 
é que foi revogada a contravenção penal de mendicância (art. 60, LCP). 
 
 
 
 
 Para que ocorra o delito, é imprescindível a efetiva lesão ou 
perigo de lesão ao bem jurídico. 
 
 Reconhecido este princípio, passa a ser questionável a 
existência dos crimes de perigo abstrato. 
 
 
 
 
 
 : o perigo é absolutamente 
presumido por lei. Assim, para muitos doutrinadores o crime 
deve ter a ofensividade, por isso este tipo de crime é 
inconstitucional. 
 
 : o perigo deve ser 
demonstrado. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
25 
 
Até 2005, o STF admitia o crime de perigo abstrato. Após alguns 
julgados, porém, passou a questionar a constitucionalidade de tais 
crimes. Após 2008, passou a admitir o reconhecimento do crime de 
perigo abstrato apenas nos casos de tráfico de drogas. 
 
 
 
 
 
 Proíbe-se o castigo penal pelo fato de outrem. Não existe 
responsabilidade penal coletiva. 
 
 
 
 Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente. 
Ele só poderá ser responsabilizado se o fato for querido, aceito ou 
previsível pelo agente, o que equivale dizer que só existe sentido em 
punir os fatos dolosos ou culposos. 
 
 
 : EXCEÇÕES À RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
26 
 
 EMBRIAGUEZ NÃO ACIDENTAL COMPLETA: se for a embriaguez 
completa, entende-se que não há dolo nem culpa. 
 
 RIXA QUALIFICADA POR LESÃO OU MORTE: havendo lesão grave ou 
morte, qualquer um dos rixosos responde. 
 
 
 
 
O Estado só pode punir agente imputável, com potencial 
consciência da ilicitude e quando deve exigir uma conduta diversa. 
 
 
 
 
A CF é clara neste sentido, ao dizer que todos são iguais perante a 
lei. Por haver distinções justificadas, há uma igualdade material. 
 
Segundo o art. 24 da Convenção Americana de Direitos 
Humanos – Pacto San José da Costa Rica – “Artigo 24 - Igualdade 
perante a lei. Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem 
discriminação alguma, à igual proteção da lei.”. 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
27 
art. 5º, LVII , “ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória;” 
 
Por isso alguns doutrinadores preferem o nome PRINCÍPIO DA 
NÃO CULPA. 
 
 Veja o art. 2º, §2º, da CADH “Toda pessoa acusada de um delito tem 
direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa...” 
os doutrinadores dizem que o princípio da inocência não é compatível 
com a prisão cautelar, mas o princípio da não culpa é totalmente 
compatível. 
 
 
 : 
 
 Qualquer restrição à liberdade do acusado somente se admite 
após a sua condenação definitiva. Não afasta a possibilidade de 
decretação da prisão cautelar. 
 
 No art. 312 do CPP: “A prisão preventiva poderá ser decretada como 
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução 
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da 
existência do crime e indício suficiente de autoria.” No entanto, para Vicente 
Greco Filho, não se prende alguém por ser “conveniente”, e sim se for 
imprescindível. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
28 
 Cumpre à acusação o dever de demonstrar a responsabilidade 
do réu, e não este provar a sua inocência. 
 
 A condenação deve derivar da certeza do julgador, o que pode 
se retirar daí o principio do “in dubio pro reo”. 
 
 
 
 
 
 
A ninguém pode ser imposta pena ofensiva à dignidade da pessoa 
humana. É interligado com o princípio da humanização das penas, 
segundo o qual nenhuma pena pode ser cruel, desumana, ou 
degradante. Estes princípios anteriores estão interligados pelo art. 1º, III 
da CF. 
 
“A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania 
 III - a dignidade da pessoa humana;” 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
29 
 
E também pelo art. 5º, §1º e 2º da CADH 
 
“Direito à integridade pessoal 
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade 
física, psíquica e moral. 
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou 
tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada 
de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à 
dignidade inerente ao ser humano.” 
 
 
 
 
A pena deve ser proporcional à gravidade do fato, seno este um 
princípio constitucional implícito na individualização da pena. 
 
 
 
 
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado – art. 5º. XLV, CF 
 
 
 
Há duas correntes que tentam explicar: 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
30 
 
 – admite-se a exceção na própria CF (pena de 
confisco) e também no próprio inciso XLV “...podendo a obrigação 
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da 
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio transferido;” 
 
 – é a corrente que prevalece, esta diz que confisco 
não é pena, mas um efeito da sentença. Prevalece o 
entendimento também do art. 5º §3º da CADH “A pena não pode 
passar da pessoa do delinqüente”. 
 
 
 A mesma circunstância não pode ser considerada em prejuízo 
do réu em mais de uma vez. Este Princípio tem três desdobramentos: 
 
 – ninguém pode ser processado duas vezes pelo 
mesmo crime. 
 
 – ninguém pode ser condenado duas vezes em 
razão do mesmo fato. 
 
 – ninguém pode ser executado duas vezes por 
condenações relacionadas ao mesmo fato. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
31 
 . A doutrina diz que este é um princípio constitucional 
implícito, mas é explícito no art. 20 do Estatuto de Roma – inserido no 
nosso ordenamento jurídico pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 
2002. 
 
 
 
 
Imaginemos: condenação em furto, no 1º ato criminoso, e um 
roubo, no 2º ato criminoso: reincidente. 
 
 Paulo Rangele Paulo Queiroz dizem ser “bis in idem”. No 
entanto, o STJ vem decidindo que o fato do reincidente ser punido mais 
severamente que o primário não viola a garantia da vedação do “bis in 
idem”, pois visa tão somente reconhecer maior reprovabilidade naquele 
que é contumaz violador da lei penal, respeitando assim o princípio da 
individualização da pena. 
 
 
 
 Veja uma questão do TJ/MS: 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
32 
A conduta não causa relevante 
lesão do bem jurídico. Ex. furto 
de uma caneta BIC, é um fato 
atípico. 
Apesar de causar relevante 
lesão ao bem jurídico, a pena é 
desnecessária. 
Ex. perdão judicial para a mãe 
que mata culposamente o 
próprio filho, é um caso de 
isenção de pena. 
 
 
 
 
 
– A expressão “lei” pode ser tomada em sentido 
amplo, abrangendo todas as espécies normativas abarcadas pelo art. 59 
da Constituição Federal. 
 
 – só a espécie normativa lei, em sentido estrito 
(ordinária e complementar), pode criar crime. 
 
 – princípio da legalidade compreende a reserva legal e 
a anterioridade. Esta é a adotada pelo CP brasileiro: 
 
 CF, ART. 5º, XXXIX 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
33 
“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal”. 
 
 CP, ART. 1º 
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal.”. 
 
 CADH – art. 9º - princípio da legalidade e da retroatividade 
 
 “Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momento em 
que foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito aplicável. 
Tampouco se poderá impor pena mais grave do que a aplicável no momento da 
ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a 
imposição de pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se.”. 
 
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE constitui uma real limitação ao Poder 
Estatal de interferir na esfera de liberdade individual. 
 
 
 
É a exigência de vinculação do Executivo e do Judiciário às leis 
formuladas de forma abstrata, que impede o poder punitivo com base no 
livre arbítrio. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
34 
 
 
Respeito ao principio da divisão de poderes. O parlamento deve 
ser o responsável pela criação de crimes. 
 
 
Uma lei prévia e clara produz um importante efeito intimidativo. 
 
 
 
 
 
não há crime sem lei – mas uma lei em 
sentido estrito. 
 
Medida provisória não é lei, mas ato do executivo com força 
normativa (com força de lei). Porém, pode versar sobre norma penal não 
incriminadora. É o caso, por ex., de uma causa extintiva da 
punibilidade. 
Art. 62, §1º, b, da CF: 
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da 
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
 I – relativa a: 
 a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos 
políticos e direito eleitoral; 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
35 
b) direito penal, processual penal e processual civil;” 
 
Para esta análise existem duas correntes: 
 
 – veda a edição de medida provisória, 
incriminadora ou não. 
 
a CF só veda medida provisória em matéria 
relativa a direito penal incriminador, mas não abrange o direito penal 
não incriminador. 
 
 O STF, no RE 254818/PR, discutindo os efeitos benéficos pela 
MP 1571/97, Medida Provisória que permitiu o parcelamento de débitos 
tributários e previdenciários com efeitos extintivos da punibilidade, 
proclamou sua admissibilidade em favor do réu. 
 
 De observar, ainda, que, mesmo após a EC 32/01, o STF 
admitiu Medida Provisória em favor do réu, como no art. 12 do Estatuto 
do Desarmamento. 
 
 
 – não há crime sem lei anterior 
 Aqui coexiste o princípio da anterioridade da lei e veda a 
retroatividade maléfica. 
 
 – não há crime sem lei escrita 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
36 
 Esta veda o costume incriminador, mas admite-se o costume 
interpretativo. 
 
 – não há crime sem lei estrita. 
 Veda a analogia incriminadora, mas admite-se a analogia “in 
bonam partem”. 
 
 – não há crimes em lei certa 
 A taxatividade da lei penal exige clareza nas tipificações de 
condutas incriminadoras. Ex. art 41 – b, do estatuto do torcedor: 
“provocar tumulto”, expressão vagas são campos férteis para a 
arbitrariedade. 
 
 
 – principio da intervenção mínima 
 Não há crime sem lei necessária. 
 
 
– a legalidade é o ponto basilar do 
garantismo. Por isso o garantismo penal visa a diminuir o Poder 
Punitivo, por meio do princípio da legalidade e todos os seus ângulos. 
 
Portanto, NÃO HÁ CRIME SEM LEI anterior, escrita, estrita, 
certa e necessária – que assim inversamente aumenta as garantias do 
cidadão. Assim, o art. 1º do CP, ao dizer “Não há crime sem lei anterior que o 
defina...” abrange contravenção penal; e. ao dizer “...Não há pena sem prévia 
cominação legal.” Abrange medida de segurança. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
37 
 
 
 
Há dois tipos de legalidade: a formal e a material. Para se falar em 
legalidade, é preciso das duas. 
 
 – é a obediência ao devido 
processo legislativo. Se este for obedecido, tem-se uma lei vigente. 
 
 – respeita as proibições e 
garantias fundamentais do cidadão e, respeitando este, tem-se uma 
lei válida. Por exemplo, o Regime Integral Fechado: apesar de ter 
respeitado o devido processo legislativo (legalidade formal), não 
era válida por ferir a legalidade material, ao desrespeitar garantias 
fundamentais do cidadão, como, no caso, o princípio da 
individualização da pena. 
 
 
 
 
A) – dispensa complemento (ex. art. 121). 
 
 
B) – depende de complemento normativo ou 
valorativo. 
 
 NORMATIVO – dado por outra norma. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
38 
 VALORATIVO – dado pelo juiz, quando aplicado ao caso 
concreto. 
 
 A pode dividir-se em: 
 
depende de 
complemento normativo, que é dado por outra norma; 
 
 NPB PRÓPRIA (ou em sentido estrito ou heterogênea) - o 
complemento normativo não emana do legislador, sendo esta uma 
norma diferente da lei (decretos, portarias.) 
 
 NPB IMPRÓPRIA (em sentido amplo ou homogênea) – o 
complemento normativo emana do legislador. A lei é 
complementada por outra lei. Esta pode ainda ser dividida em: 
 HOMÔLOGA ou HOMOVITELINA - mesmo texto 
legislativo. Ex. conceito de funcionário público do art. 312 
CP está no art. 327 CP. 
 
 HETERÓLOGA ou HETEROVITELINA – o 
complemento emana de outro texto legislativo. A lei é 
complementada por outra lei que estão emdocumentos 
diversos. 
 
Nesse o complemento normativo diz respeito à sanção penal, e não 
ao conteúdo proibitivo. Assim, a lei possui um conteúdo certo, mas a sua 
pena está em outra norma. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
39 
 
OBS. Neste caso, só poderá ser complementada por outra lei (em 
sentido estrito). Ex. lei de genocídio – lei 2889/56 
 
 
Depende de complemento valorativo dado pelo juiz. Ex. crime 
culposo – o caso de negligência, imprudência ou imperícia deve ser 
apurado pelo juiz no caso concreto. 
 
 
 
 
 Esta, por ser complementada por outro texto, que não a lei em 
sentido estrito, é criticada por duas correntes: 
 
 – para Rogério Greco Filho, a norma penal 
em branco própria é inconstitucional. Entende o autor que esta 
modalidade fere o princípio da reserva legal, porquanto é elaborada 
sem que haja uma discussão no Congresso Nacional, a única casa de leis. 
 Ex: no caso da Lei 11.343/09, no art. 1º, parágrafo único, ao 
dizer o que é droga, remete à portaria do Ministério da Saúde – 
ANVISA, e assim, incluir ou retirar drogas desta lista é mérito deste 
órgão. 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
40 
LEI 11.343/09, NO ART. 1º, PAR. ÚNICO: 
 
“Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias 
ou os produtos capazes de causar dependência, assim 
especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas 
periodicamente pelo Poder Executivo da União.” 
 
ART. 66 
 
“Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o 
desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista 
mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias 
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle 
especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998” 
 
 
 – na norma penal em branco própria há um 
tipo penal incriminador que traduz os requisitos básicos do delito e há 
também um complemento normativo. Assim, o que a autoridade 
administrativa pode fazer é explicitar um dos requisitos básicos dados 
pelo legislador. Portanto, respeita o princípio da legalidade. No caso, o 
legislador criou a expressão drogas, e o Executivo apenas preencheu esta 
expressão dando o seu conteúdo. 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
41 
 
 
 
Há três teorias para tipificar a lei penal quanto ao tempo de sua 
aplicabilidade: 
 
 
 
 Considera-se praticado o crime no momento da conduta. 
 
 
 
 Considera-se praticado o crime quando ocorrido o resultado. 
 
 
 
Considera-se praticado o crime no momento da conduta ou do 
resultado. 
 
O art. 4º CP adotou a Teoria da atividade “Considera-se praticado o 
crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado.” Ex. se na época da conduta o agente tinha 17 anos, mas, se por 
ocasião do resultado, o agente já tinha completado 18 anos, aplica-se o 
ECA. Nesse exemplo, se fosse adotada a Teoria da atividade, seria 
aplicado o CP. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
42 
 
 
 
 
 
 Como decorrência do principio da legalidade, aplica-se a lei 
penal vigente ao tempo do fato criminoso, ou seja, as leis penais regram 
fatos praticados a partir do momento que passam a ser leis penais 
vigentes. Contudo, essa regra cede diante de alguns casos, a exceções 
fundamentadas em razões político-sociais. 
 
 
Fato atípico Tornou o fato crime – (não retroage) 
Fato era crime Mantém o crime, aumentando a pena 
(não retroage) 
Fato era crime Lei posterior aboliu o crime 
(retroage – art. 2º p. único) 
Fato era crime Mantém o crime, diminuindo a pena 
(retroage – art. 2º p. único) 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
43 
“Ninguém 
pode ser 
punido por fato 
que lei 
posterior deixa 
de considerar 
crime,...” 
É causa de “abolitio criminis”. 
Natureza jurídica da “abolitio criminis” – 2 
correntes: 
 – causa extintiva da tipicidade e 
consequentemente da punibilidade. 
 
 – causa extintiva da 
punibilidade – esta é que prevalece e é adotada 
pelo CP Brasileiro, presente no art. 107, III CP 
 
“Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não 
mais considera o fato como criminoso;” 
“...cessando em 
virtude dela a 
execução e os 
efeitos penais 
da sentença 
condenatória..” 
Significa dizer que a lei abolicionista não 
respeita a coisa julgada. Isto não viola o art. 5º 
XXXVI – “a lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada”, porque o mandamento constitucional 
tutela a garantia individual e não o direito de 
punir do Estado 
“...e os efeitos 
penais da 
sentença 
condenatória.” 
Significa dizer que os efeitos extra penais 
permanecem, como: 
 se perdeu o cargo, a lei abolicionista não 
tem o Poder de Reintegrar; 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
44 
 coisa julgada com efeitos civis 
 
 
Ex. 
 
Ex. Crime: rapto consensual 
Rapto consensual 
 Art. 220 - Se a raptada é 
maior de catorze anos e 
menor de vinte e um, e o 
rapto se dá com seu 
consentimento: 
 
A lei 11.106/05 aboliu o 
delito – houve “abolitio 
criminis” 
 
 
Crime: rapto violento, art. 
129 CP 
Rapto violento ou mediante 
fraude 
 Art. 219 - Raptar mulher 
honesta, mediante violência, 
grave ameaça ou fraude, para 
fim libidinoso: 
 
 
 
Migrou o conteúdo 
criminoso para outro tipo 
penal. A lei 11.106/05 
migrou o crime para o art. 
148 §1º, V – CP 
 
Seqüestro e cárcere privado 
Art. 148 - Privar alguém de 
sua liberdade, mediante 
seqüestro ou cárcere 
privado: 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
45 
 
V - se o crime é praticado 
com fins libidinosos. 
 
Ocorreu o princípio da 
continuidade normativo 
típica. 
 
 
“ ” – a intenção do legislador é não 
considerar mais o fato como sendo criminoso. Mas no princípio da 
continuidade normativo típica, há a migração da figura criminosa, senso 
o interesse continuar considerando o fato como crime. 
 
Ex. o art. 214 CP, passou a integrar o art. 213 CP: 
 
“Atentado violento ao pudor 
Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato 
libidinoso diverso da conjunção carnal: 
... 
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: 
Pena - reclusão de três a nove anos.” 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
46 
“Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticarou permitir que 
com ele se pratique outro ato libidinoso:” 
 
 
ART.1º CP – 
 
ART. 2º “CAPUT” CP – 
 
ART. 2º P. ÚNICO – 
 
“A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado.”. 
 
 Este se aplica a fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado (lei posterior mais benéfica 
retroage sem respeitar coisa julgada). 
 
 
 
 R: Esta pergunta tem uma resposta dependendo da fase do 
concurso. Em prova objetiva, a resposta é a estampada na SÚMULA 611 
DO STF: 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
47 
“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao 
juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.” 
 
 Porém, numa prova escrita, devem ser mencionadas as duas 
correntes: 
 
 (Súmula 611 STF) – só esta se aplica. 
 
 – se de a aplicação meramente matemática 
(ex. diminuição em razão da idade do agente) quem aplica é o juizo da 
execuções (Súmula 611, STF). No entanto, se conduzir a juízo de valor, 
(ex. diminuição em razão do pequeno prejuízo), deverá ingressar com a 
revisão criminal. 
 
 LEI POSTERIOR MAIS BENÉFICA, AINDA NA “VACATIO 
LEGIS”, PODERÁ RETROAGIR? 
 Para responder a tal indagação, existem DUAS CORRENTES: 
 
 – a tem como finalidade principal dar 
conhecimento da lei promulgada, não faz sentido que aqueles que já se 
inteiraram da lei nova fiquem impedidos de lhe prestar obediência desde 
logo quanto aos seus preceitos mais brandos. Admite-se portanto, a 
retroatividade benéfica da lei na “vacatio legis”. É a minoritária 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
48 
 – lei na “vacatio legis ” não tem eficácia 
jurídica social, tendo plena aplicabilidade a lei antiga, até o inicio efetivo 
da lei nova. 
 Ex. a Lei 6.368/76, que punia o usuário de drogas – art. 16 – de 
6 meses a 2 anos; já a Lei 11.343/06, no art. 28, cominava pena não 
privativa de liberdade, e esta ficou com uma “vacatio legis ” de 45 dias, 
ficando determinado que, enquanto não entrasse em vigor a nova lei, 
não deveria ser aplicada. 
 
 
 
 
 Ex. 5 furtos praticados em continuidade delitiva (art. 155 CP), 
prevalecendo-se o agente das mesmas circunstancias de tempo, lugar e 
modo de execução = o agente responde por um só furto com a pena 
majorada. 
 
 Se, no meio da continuidade delitiva, uma lei aumenta a pena 
do furto, aplica-se a Súmula 711 STF 
“A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME 
CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A 
SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA 
CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.” 
 
 Assim, aplica-se a pena mais gravosa. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
49 
 
 
Ex. 
 Lei A (pena de 2 a 4 anos e 100 dias multa) 
 Lei B (pena de 3 a 8 anos e 50 dias multa) 
 
 
Há duas orientações: 
 
Não é possível, pois, se o juiz assim agir, eleva-
se a legislador, criando uma terceira lei. Esse é o entendimento de Nelson 
Hungria
diz que se o juiz pode aplicar o todo de uma lei 
para favorecer o agente. Não existe razão para impedir que escolha a 
parte de uma e da outra para o mesmo. Nesse sentido: Delmanto, 
Rogério Greco, Damásio, LFG.
 
 Este problema chegou ao STF, da seguinte forma: 
 Lei 6368/76 – punia o traficante primário, no seu art. 12, de 3 
a 15 anos; 
 Lei 11.343/06 – no seu art. 33, punia de 5 a 15 anos, mas 
reduzia de 1/6 a 2/3 o traficante primário; 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
50 
 
 
No HC 95435, a 2ª turma do STF, entendeu por possibilidade 
de combinar lei para favorecer o réu. 
 
No RHC 94. 802, a 1ª turma do STF, entendeu não ser 
possível combinar leis, nem mesmo para beneficiar o réu. Assim a 
questão está sendo analisado pelo pleno - Informativo 611. 
 
 
 
 
 
 Art. 3º CP – “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se 
ao fato praticado durante sua vigência.” Chamada de lei temporária, ou 
temporária em sentido estrito, é a que tem pré fixada em seu texto o seu 
tempo de vigência dentro do ordenamento jurídico. 
 Fatos praticados na vigência desta lei continuam sendo punidos 
mesmo após cessada a sua vigência – é a ultra atividade da lei 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
51 
 
 
 É a que atende a necessidades estatais transitórias. Ex. guerra, 
calamidades, epidemias, perdurando por todo o tempo excepcional. 
 
 Note que, se estas leis não fossem ultra-ativas, não teria a sua 
eficácia, em razão do não cumprimento da lei perto da finalização de sua 
vigência. As leis temporárias ou excepcionais são ultra-ativas, pois, se 
assim não fossem, se sancionaria o absurdo de reduzir as disposições 
desta lei a uma espécie de ineficácia preventiva em relação aos fatos 
cometidos na eminência do seu vencimento. 
 
 Art. 5º, XL – “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu”, não há exceções expressas à Lei temporária, assim o art. 3º CP, foi 
recepcionado? 
 Zafaroni, percebendo que a CF não traz qualquer exceção à 
ultra-atividade maléfica, julga o art. 3º CP não recepcionado pela CF. 
 
 Mas outra corrente afirma que não há conflitos de leis penais 
no tempo, à medida em que não há uma lei posterior que cuida do 
mesmo crime definido na lei temporária. É a corrente majoritária. 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
52 
 
 
 
 - O complemento da norma penal em branco 
deverá sempre retroagir se for mais benéfico. 
 
 – a alteração da norma complementar não 
retroagirá, por não permitir a revogação das normas, em conseqüência 
da revogação de seus complementos. 
 
 – a NPB homogênea (lei complementada por 
lei), se alterada de forma benéfica retroage, já a NPB heterogênea, só 
retroage a sua variação quando provocar uma real figura abstrata e não 
quando importe a mera alteração de circunstâncias, atualizações. 
 
 – a alteração benéfica da NPB em sentido 
amplo ou homogênea retroage sempre. No caso da NPB heterogênea, 
quando a legislação complementar não se reveste de caráter excepcional 
ou temporário (art. 3 do CP), se revogada ou modificada de forma mais 
benéfica retroagirá. Entendimento de Alberto Silva Franco e STF. 
 
Exemplo 1: 
 Ex. art. 237 CP – casar tendo conhecimento prévio de 
impedimento para casar – o impedimento para casar está no Código 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
53 
Civil – mas se A casa com B conhecendo o impedimento, e a lei posterior 
abolir este impedimento: 
 
 De acordo com a a lei retroage, havendo 
abolitio; 
 Para os adeptos da não retroage, mesmo que 
mais benéfica; 
 Segundo a e a haverá a 
retroatividadeExemplo 2: 
 Art. 33 da 11.342/06: o conceito de droga é regulado por uma 
portaria (NPB heterogênea). Imaginemos que A está sendo processado 
por haver vendido “lança perfume”, mas portaria posterior retirou da 
portaria antiga a substância “lança perfume” 
 
Exemplo 3: 
 Desrespeitar tabela oficial de preços do governo – se vendeu 
acima da tabela, mas vem uma portaria superveniente que aumenta os 
preços. 
 Consoante a retroage. 
 
 Na e não retroage, pq não 
modificou a figura abstrata do crime; 
 
 Para a não retroage – porque atendeu uma 
situação de emergência. 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
54 
 
 
 
 Sabendo que um fato punível pode eventualmente atingir os 
interesses de dois ou mais Estados igualmente soberanos, o estudo da lei 
penal no espaço procura descobrir qual é o âmbito territorial de 
aplicação da lei penal brasileira, bem como de que forma o Brasil se 
relaciona com outros países em matéria penal. 
 
 
 
 
A) – aplica-se a lei 
penal do lugar do crime. 
 
B) – nos casos 
em que o interesse de punir desperta o interesse de várias nações, 
aplica-se a nacionalidade do agente. 
 
C) – 
aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente quando ofender 
um concidadão; 
 
D) – aplica-se a lei 
penal da nacionalidade da vítima ou do bem jurídico; 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
55 
 
E) – o agente fica 
sujeito à lei do país onde for encontrado – pune os crimes em que o 
países signatários de um tratado se comprometem a punir onde 
quer que se encontrado o agente; 
 
F) 
 – a lei penal nacional aplica-se aos 
crimes praticados em aeronaves e embarcações privadas, quando 
no estrangeiro, e ai não sejam julgados. 
 
O Brasil adotou o PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (mas 
de forma mitigada), conforme o art. 5º do CP: 
“Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no 
território nacional.” 
Se a redação fosse “Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no 
território nacional.”, teríamos o principio da territorialidade pura. NO 
entanto, em face da ressalva contida no referido preceito legal “...sem 
prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional...”, é de concluir 
que há a mitigação da intraterritorialidade do Direito Penal alienígena 
na lei penal brasileira. 
 
Ao adotar o princípio da territorialidade, limitou a aplicação da 
lei penal ao espaço geográfico + espaço jurídico. 
 
 
 CONCLUSÕES: 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
56 
 
A) Quando os navios ou aeronaves Brasileiras forem públicos ou 
estiverem a serviço do governo brasileiro, quer se encontrem em 
território nacional ou estrangeiro, são considerados parte do nosso 
território; 
 
B)Se forem privados, quando em alto mar, seguem a lei da bandeira 
que ostentam; 
 
C) Quanto aos estrangeiros em território brasileiro, desde que 
públicos, não são considerados parte do nosso território. 
 
 
 Uma embarcação brasileira privada em alto mar que naufragou, 
um italiano matou um argentino sob os destroços, a lei que se aplica é a 
brasileira, porque mesmo sobre os destroços, a embarcação ostenta a 
bandeira. 
 
: 
 Mas se houver destroços de embarcações de dois países e 
houver um assassinato sobre estes destroços – na dúvida aplica-se a 
nacionalidade do agente, o principio da nacionalidade ou real, para não 
surpreender o agente. 
 
: 
 Uma embarcação privada colombiano, atracado na costa 
brasileira, se houver um crime ali haverá a incidência da lei colombiana. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
57 
Mas se um marinheiro descer do navio e matar alguém, aplicará a lei 
colombiana se estiver a serviço do seu país, caso não esteja a serviço será 
aplicado a lei brasileira. 
 
 
 
 
A) – aquele lugar que se desenvolveu a 
conduta. 
 
B) – lugar onde ocorreu o evento. 
 
C) – adotada pelo Brasil. Onde 
ocorreu a conduta ou o resultado. 
 
OBS. Se no território brasileiro ocorre unicamente o planejamento ou 
preparação do crime, o fato não interessa ao Direito Brasileiro. 
 
Exemplo: imaginemos que, num navio português privado 
rumo ao Uruguai, acontece um crime. Quando o navio atravessa 
território nacional, apenas como passagem necessária para chegar ao seu 
destino, não se aplica a lei brasileira, mas o PRINCIPIO DA 
PASSAGEM INOCENTE, estampado no art.3º da Lei 8617/93: 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
58 
“É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito 
de passagem inocente no mar territorial brasileiro. 
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja 
prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, 
devendo ser contínua e rápida. 
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o 
fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos 
constituam incidentes comuns de navegação ou sejam 
impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou 
tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou 
aeronaves em perigo ou em dificuldade grave. 
§ 3º Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão 
sujeitos aos regulamentos estabelecidos pelo Governo 
brasileiro.” 
 
 Esse principio expresso é resultado de Tratados Internacionais 
dos quais o Brasil é signatário. 
 
Por fim, releva ressaltar que a passagem inocente, de acordo 
com a lei, não abrange aeronaves. 
 
 
 
 
 
O delito percorre territórios de países soberanos. Gera um conflito 
internacional de jurisdição, sobre qual país irá aplicar a sua lei. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
59 
Solução se dá no art. 6 CP – teoria da ubiquidade 
 
 
 O delito percorre territórios do mesmo país soberano, gerando 
um conflito de competência, que será resolvido pelo art. 70 CPP. 
 
 
 – 
 
 
ART 7º, CP: 
 
“Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro:” 
 
 
 
 
 
a. PRINCIPIO DA DEFESA OU REAL 
b. IDEM 
c. “contra a administração pública, por quem está a seu serviço;” IDEM – 
PRINCIPIO DA DEFESA OU REAL 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
60 
d. Genocídio, quando o agente for brasileiro, ou domiciliado 
no Brasil; este é um crime que o Brasil se obriga a reprimir 
através de Tratados Internacionais, pelo PRINCIPIO DA 
JUSTIÇA UNIVERSAL. Ainda outra corrente, diz que esta 
norma preocupa com o genocídio de brasileiros, por isso 
adota o PRINCIPIO DA DEFESA OU REAL. Ainda, uma terceira 
diz que adota a NACIONALIDADE ATIVA (é errada), por punir 
o nacional brasileiro. 
 
ART. 7º, II (EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA – ver §2º 
- para se aplicar a lei brasileira tem que preencher alguns 
requisitos) é um crime praticado fora doBrasil. 
a) “que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;” 
adota o PRINCIPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL; 
 
b) “praticados por brasileiro”; PRINCIPÍO DA NACIONALIDADE 
ATIVA 
 
 
c) “praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam 
julgados.” Adota o PRINCIPIO DA REPRESENTAÇÃO; 
 
Art. 7º - §3º - (é uma hipótese – § 2º + 
§3º) 
 
 §3º “A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
61 
contra brasileiro fora do Brasil,” aplica-se o PRINCIPIO DA DEFESA OU 
REAL; 
 
 
 
 
 
 
Por exemplo: Brasileiro, nos EUA, mata um italiano – a Lei 
Brasileira só será aplicada a este brasileiro se: 
 
a. Entrar no território nacional2. O território que aqui se fala é o 
espaço geográfico + o espaço jurídico; 
 
b. Se o fato for punível também no país em que o crime for cometido 
(ex. caso de países que admitem a poligamia); 
 
c. “estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira 
autoriza a extradição;” – ver art. 77 do Estatuto do Estrangeiro (só 
se extradita o estrangeiro e, portanto, só em relação a este se aplica 
essa regra); 
 
d. “não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí 
cumprido a pena;” Se foi absolvido ou já cumpriu a pena, não se 
aplica a lei penal brasileira; 
 
2“Entrar” não é “permanecer “. Se entrar, mais for embora, não se aplicará. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
62 
 
e. “não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável.” 
 
 
 
 
A Justiça Estadual – A resposta assenta-se no art. 88 CPP: 
 
“No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, 
será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por 
último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no 
Brasil, será competente o juízo da Capital da República.” 
 
 
 
 Aplica-se a lei brasileira, ainda que o agente tenha sido 
condenado no exterior. 
 
 A doutrina enxerga nesta hipótese uma exceção à vedação do 
“bis in idem” 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
63 
 Francisco de Assis Toledo ensina que o art. 8º evita um “bis in 
idem”. Na verdade não evita, mas apenas atenua a duplicidade de 
penas. 
 
 
 
 
 Na ressalva contida no art. 5º (art. 5º, CP: “sem prejuízo de 
convenções, tratados e regras de direito internacional”), a lei penal trata 
de uma imunidade. Esse fenômeno é denominado intraterritorialidade, 
ou seja, o crime ocorre no Brasil, mas aplica-se a lei do país ao qual 
pertence o agente3. 
 
A lei penal se aplica a todos, por igual, sem distinções. Há 
entretanto, pessoas que, em virtude das suas funções, desfrutam de uma 
imunidade. Trata-se de uma prerrogativa funcional, sendo esta uma 
proteção ao cargo, e não à pessoa do agente. É diferente de um 
“privilégio”. 
 
PRIVILÉGIO PRERROGATIVA 
 
 É uma exceção da lei 
comum deduzida da 
 
 É um conjunto de 
precauções que rodeiam a 
 
3 Observação pessoal: CESAR HENQS 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
64 
situação de superioridade 
das pessoas que a 
desfrutam. 
 
 É subjetivo e é anterior à 
lei; 
 
 Tem uma essência pessoal; 
 
 É um poder frente à lei 
 
 É próprio das aristocracias 
sociais 
 
função e que servem para 
o exercício desta. 
 
 
 É objetiva e deriva da lei. 
 
 É anexa a qualidade do 
órgão 
 
 É um conduto para que a 
lei se cumpra 
 
 É próprio das aristocracias 
governamentais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prerrogativa de direito publico internacional da qual desfrutam: 
 
a. Chefes de governo e Estado Estrangeiro e membros da Comitiva 
(art. 37 da Convenção de Viena); 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
65 
 
b. Embaixador e sua família; 
 
c. Os funcionários do corpo diplomático e família; 
 
d. Funcionários das organizações internacionais, p. ex. ONU, 
quando em serviço; 
 
 
 
A lei penal tem um preceito primário, que tem um conteúdo 
criminoso, e um preceito secundário, com consequências jurídicas. 
 
 Assim o diplomata está imune à estas consequências jurídicas, 
porquanto será punido no seu país de origem. 
 
Apesar de todos deverem obediência da lei penal do país em que 
se encontrem (é a generalidade da lei penal), e apesar desta obediência, 
escapam da consequência jurídica, permanecendo sobre a eficácia da lei 
penal do Estado a que pertencem. 
 
A imunidade diplomática, porém, não impede a investigação 
policial, mesmo a que busca resguardar os vestígios do crime. 
 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
66 
 
 
 
 causa pessoal de isenção de pena – esta é a corrente 
que prevalece. 
 
 – causa impeditiva da punibilidade – 
 
 
Não. O Diplomata não poderá renunciar por que a imunidade 
é do cargo que ele ocupa. No entanto, o seu país de origem poderá 
retirar a imunidade deste Diplomata, desde que o faça expressamente4. 
 
 
Tem imunidade 
 Crime comum 
Tem imunidade 
 Crime funcional; 
 
4
 Houve um caso de um diplomata da Geórgia que atropelou uma pessoa em território americano, dirigindo 
bêbado, e a Geórgia retirou esta imunidade expressamente para que respondesse perante às leis americanas. 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
67 
 Crime funcional Não tem imunidade em 
crime comum; 
 
 
 
 
 
 Apesar de minoria em sentido contrario, prevalece, de acordo 
com a Convenção de Viena, o entendimento de que a Embaixada não é 
extensão do território que representa, apesar de ser inviolável. 
 
O STF decidiu que não se pode realizar buscas e apreensões em 
Embaixadas. É preciso vencer barreiras Internacionais para se fazer 
buscas nestas. 
 
 
 
 
 
 
Também chamada de material, substancial, real, inviolabilidade ou 
indenidade, está prevista no art. 53 da CF: 
 
 
DIREITO PENAL 
INTENSIVO I 
Prof. Rogério Sanches 
 
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/ 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 
68 
“Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, 
por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.” 
De acordo com o STF, esta imunidade exime seu titular de 
qualquer responsabilidade criminal, civil, administrativa e política. 
(estas duas últimas foi o STF quem acrescentou). 
 
 
 – diz ser uma causa excludente de crime – 
adotada por Pontes de Miranda;

Outros materiais