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Resumo de Direito Eleitoral - Marcio Luis de Oliveira

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DIREITO ELEITORAL 
Intensivo III 
Prof. Marcio Luis de Oliveira 
 2010 
 
 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 1 
DIREITO ELEITORAL 
Marcio Luis de Oliveira 
 
 
I. Direitos Políticos x Direito Eleitoral 
 
Direitos políticos é uma categoria mais ampla dentro da qual está 
incluído o direito eleitoral. Direitos políticos é um subsistema que 
inclui o direito eleitoral. 
 
Os direitos políticos contem cinco grande vertentes: 
 
a) os direito políticos envolvem as diversas formas de manifestação 
do pensamento político, ideológico, filosófico em âmbito individual 
e coletivo, pois num estado democrático, os direitos políticos 
envolvem diversas formas de convicção. Ex: a internet hoje é um 
grande instrumento de manifestação do pensamento político. 
 
b) associação para fins políticos. A grande expressão no Brasil é os 
partidos políticos. Está relacionado ao poder. A associação para fins 
políticos é livre, vedada a de caráter paramilitar. 
 
c) dentro dos direitos políticos, entram os direitos eleitorais: o 
direito eleitoral está ligado ao processo político: 
 
DIREITO ELEITORAL 
Intensivo III 
Prof. Marcio Luis de Oliveira 
 2010 
 
 
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- possibilidade de ser eleitor e ser elegível. 
 
- atribuição de mandato eletivo 
 
- participação da sociedade na manifestação direta da sua soberania 
(plebiscito e referendo). 
 
d) ocupar cargo público não elegível. Participar das instituições de 
Estado (qualquer dos poderes do Estado) em cargo não eletivo é 
exercer direito político. Ex: ser indicado para o STF 
 
e) exercício da soberania pela sociedade. prerrogativa de participar 
do processo legislativo (ex: iniciativa popular). Direito de dar inicio 
ao processo legislativo. Quando uma associação promove uma ação 
civil pública, está exercendo um papel semelhante ao MP, exercendo 
direito político. 
 
 
No Brasil se fala de direitos políticos os tornando sinônimo de 
direito eleitoral. Mas, você deve fazer a situação dos direitos 
eleitorais dentro dos direitos políticos. Os direitos políticos tem uma 
amplitude constitucional, os direitos eleitorais são um subsistema 
dentro do sistema constitucional dos direitos políticos. 
 
II. Direito Eleitoral 
DIREITO ELEITORAL 
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 2010 
 
 
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Direito eleitoral como uma das definições dos direitos políticos. 
 
Definição: é um subsistema de noras jurídicas (princípios, regras) 
que regula/disciplina o objeto do direito eleitoral: 
 
Subsistema: é o que a doutrina clássica chama de ramo do direito. 
Está superada esta expressão. O direito é visto como sistema. Nesta 
idéia ultrapassada o direito eleitoral é ramo do direito público. 
 
Objeto do direito eleitoral: 
 
a) direitos subjetivos político eleitorais: composto pelos direitos 
positivos (ex: capacidade eleitoral ativa – capacidade de ser eleitor e 
passiva – capacidade de ser elegível) e direitos eleitorais negativos 
(perda de direitos políticos, suspensão de direitos políticos). 
 
b) sufrágio 
 
Direito fundamental do cidadão de participar da dinâmica do poder 
político dentro da sociedade. 
 
c) voto 
 
O voto é um dos instrumentos para o exercício do sufrágio. 
DIREITO ELEITORAL 
Intensivo III 
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d) sistemas eleitorais (metodologias utilizadas para representação 
da sociedade. Ex: sistema proporcional, majoritário). 
 
e) métodos de participação da sociedade na tomada de decisões 
coletivas 
 
- Plebiscito 
 
- referendo 
 
- “Recall”: prerrogativa de a sociedade destituir o mandatário. 
 
f) acesso aos cargos políticos eletivos 
 
Atribuição do mandato e titularidade do mandato, incluindo-se 
também o fim do mandato. 
 
g) regular as instituições e competências dos órgãos constitucionais 
eleitorais. 
 
Principais instituições: 
 
- Poder Judiciário eleitoral 
 
DIREITO ELEITORAL 
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- MP Eleitoral 
 
- Polícia Eleitoral: hoje é uma policia federal com a qual atua 
conjuntamente a polícia civil. 
 
- Defensoria Pública 
 
- Procuradoria da Fazenda Nacional (uma das principais sanções no 
direito eleitoral é a multa. Quem executa a multa é a PFN). 
 
h) processo administrativo eleitoral 
 
O processo administrativo eleitoral tem várias vertentes e 
momentos: envolve desde o alistamento até a diplomação dos 
candidatos 
 
Ex: somente se pode fazer propaganda eleitoral apartir do dia 06 de 
julho. 
 
i) ações civis eleitorais processo civil eleitoral 
 
j) crimes eleitorais e processo penal eleitoral. Ex: há mais de 50 
crimes eleitorais. 
 
Os partidos políticos são objeto do direito eleitora? 
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1a CORRENTE: sim. Há questões dos partidos políticos que são 
resolvidas pela justiça eleitoral e outras são resolvidas no âmbito da 
justiça comum. 
 
2a. CORRENTE (MAJORITÁRIA é mais moderna): não. Os partidos 
políticos alcançaram um foro de autonomia tal na CRFB/1988 que 
passaram a constituir um ramo próprio do direito: o direito 
partidário. 
 
III. Fontes do Direito Eleitoral 
 
Há várias formas por meio das quais o direito eleitoral se expressa: 
 
a) Constituição 
 
Apartir do CRFB/1988 - art. 14 até o 16, podendo-se incluir o art. 17 
(alguns aspectos dos partidos políticos). 
 
- capacidade eleitoral ativa e passiva 
 
- partidos políticos 
 
- plebiscito e referendo 
 
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- nacionalidade 
 
- competência para legislar em matéria eleitoral 
 
- organização da justiça eleitoral 
 
- competência dos Tribunais 
 
- cidadania 
 
b) leis infraconstitucionais. 
 
Competência da União para regular o direito eleitoral (CRFB/1988 - 
art. 22, I). Como se trata de uma competência privativa, a 
CRFB/1988 – art. 22, parágrafo único permite que algumas 
especificidades do direito eleitoral possam ser delegadas(para os 
Estados e o DF), por meio de Lei Complementar. 
 
CRFB/1988 - art. 68, §1º, I: É vedado expressamente a edição de Lei 
Delegada em matéria de direito eleitoral. 
 
CRFB/1988- art. 62, §1º: é expressamente vedada a regulação do 
direito eleitoral por meio de MP. 
 
Leis infraconstitucionais eleitorais LO e Lei Complementar. 
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CRFB/1988 - art. 14, §9º: inelegibilidade (suspensão da capacidade 
eleitoral de ser elegível) só pode ser regulada por meio de Lei 
Complementar. Tanto a inegibilidade quanto a descompatibilização 
é regulada por meio de Lei Complementar. 
 
CRFB/1988 - art. 121: Lei Complementar disporá sobre a 
organização e competência dos Tribunais eleitorais, dos juízes 
eleitorais e das juntas eleitorais. 
 
Leis eleitorais próprias e leis eleitorais subsidiárias: 
 
a) leis eleitorais próprias ou típicas: Versam sobre questões 
tipicamente eleitorais. 
 
- Código eleitoral. O CE é um alei ordinária ou complementar? O CE 
na parte em que organiza a Justiça Eleitoral é Lei Complementar, no 
restante é Lei Ordinária. O CE na parte que trata da organização da 
justiça eleitoral (CE art. 1º ao 41) é Lei Complementar por força do 
CRFB/1988 – art. 21, no mais, é Lei ordinária. O CE originariamente 
é LO, mas foi recepcionado em parte como Lei Complementar. 
 
- Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90 
 
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- Lei dos Partidos Políticos (Lei 9. 096/95). Obs.: foi recentemente 
alterada por Lei editada em 2009. 
 
- Lei das Eleições (Lei 9.504/97). Obs.: foi bastante alterada no final 
do ano de 2009. 
 
Além de outras 
 
b) leis eleitorais subsidiárias: 
 
Não são leis eleitorais, mas tem aplicação subsidiária no direito 
eleitoral. 
 
As principais são: leis não eleitorais com aplicação eleitoral: 
 
Ex: 
 
- CC/2002: Ex: domicílio, contratos, bens, doações etc. 
 
- CPC. Quando não há rito eleitoral próprio, aplica-se o CPC (ex: 
matéria referente a provas). 
 
- CP: a parte geral do CP é bastante aplicada ao direito eleitoral. 
 
- CPP: Ex: Inquérito Policial 
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- Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais: se aplica 
subsidiariamente ao CE. 
 
- Lei sobre direito financeiro (Ex: doação de campanhas; Lei 
6.830/80 – exercício da multa eleitoral), direito tributário, direito 
administrativo (Lei 8.429/92) etc.; Lei. 
 
c) resoluções/Instrução da Justiça Eleitoral 
 
As resoluções e instruções da justiça eleitoral são fontes muito 
importantes no direito eleitoral. Ex: todo o aspecto da execução das 
multas eleitorais está disposto em Resolução. 
 
Fundamento das Resoluções: 
 
- CE, art. 1º, parágrafo único: poder normativo do TSE. 
 
- CE, art. 23, IX (tem natureza de Lei Complementar). 
 
- Art. 105 da Lei 9.504/97. 
 
A Justiça Eleitoral tem abusado desse poder normativo, inclusive 
tem dado eficácia de Lei Ordinária. 
 
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Quem pode expedir as normas em matéria eleitoral? O poder 
normativo é do TSE que pode autorizar os TREs a expedir certas 
regulamentações. 
 
Classificação das Resoluções: 
 
1. quanto a vigência 
 
- Resolução temporária. Uma resolução temporária normalmente 
incide sobre um determinado processo eleitoral (Ex: resolução que 
regula o calendário eleitoral de um determinado ano). Obs.: 
aplicam-se para os fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo 
que já extintas. 
 
- Permanentes: são resoluções com prazo indeterminado. Não se 
limitam ao processo eleitoral. 
 
2. quanto ao conteúdo 
 
- interpretativas: quando a resolução interpreta a legislação (regula 
dúvida sobre a aplicação de algum dispositivo da Lei eleitoral). Ex: 
resolução que interpreta o “outdoor”. 
 
- regulamentares: regulação do processo eleitoral (ex: resolução que 
regula a perda do mandato por infidelidade partidária. 
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** A resolução eleitoral de cunho regulamentar é entendida pelo TSE 
como ato normativo primário (tem hierarquia de Lei). Status dessas 
Resoluções é de Lei Ordinária. Podem ser de controle concentrado 
de constitucionalidade no STF. 
 
Obs.: as Resoluções interpretativas são atos normativos secundários 
 
Obs.: Se houver uma Lei Ordinária Federal e uma Resolução 
Regulamentar no TSE posterior, prevalecendo a resolução no que 
for incompatível. Ex: CE regula processo de alistamento eleitoral. 
Mas existe uma resolução regulamentar sobre o tema, posterior. No 
que foi incompatível, aplica a resolução do TSE. A resolução 
eleitoral posterior a Lei que regula a mesma matéria de modo 
distinto da Lei é aplicada, suspende a eficácia da Lei eleitoral 
naquilo que for incompatível com a resolução, não a revoga, pois a 
resolução tem eficácia de Lei ordinária. 
 
3. Quando à incidência territorial 
 
- nacional 
 
- estadual/distrital 
 
- municipal 
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Pode haver uma resolução do TSE (ou do TRE) expedida apenas 
para um determinado Município. 
 
A maioria das Resoluções do TSE tem incidência nacional. 
 
O Juiz Eleitoral não tem o poder normativo nem interpretativo que 
o TSE e o TER têm. 
 
Caso o TRE venha a expedir uma resolução, qual a natureza dessa 
norma? Norma federal. 
 
d) Estatutos dos Partidos Políticos 
 
CRFB/1988 - art. 17, §1º 
 
Ex: normas de infidelidade partidária, coligação partidária etc. 
 
Obs.: ao se filiar a um determinado partido, o indivíduo se submete 
a todas as regras adotadas pelo partido. 
 
Os partidos políticos são dotados de autonomia para resolver uma 
série de questões internas. 
 
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Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos 
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, 
o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e 
observados os seguintes preceitos: 
I - caráter nacional; 
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou 
governo estrangeirosou de subordinação a estes; 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
§ 1º - É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua 
estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus 
estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias. 
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua 
estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os 
critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem 
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito 
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos 
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006) 
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, 
na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior 
Eleitoral. 
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo 
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. 
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§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização 
paramilitar. 
 
e) Princípios Jurídicos: 
 
Ex: presunção de inocência, ampla defesa e contraditório, Juiz 
natural. 
 
Princípios específicos do direito eleitoral: 
 
Princípio da Anualidade 
 
CRFB/1988 - art. 16. Uma Lei eleitoral que altere o processo eleitoral 
(convenção, registro dos candidatos, campanha eleitoral, 
diplomação etc.) entra em vigor imediatamente, mas só surte efeitos 
quanto às eleições que ocorram um ano após sua entrada em vigor. 
Ex: suposta Lei de 2010 que altera o processo de diplomação. Lei 
entra em vigor imediatamente, mas não irá servir para regular a 
diplomação dos candidatos eleitos em 2010. 
 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na 
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um 
ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 4, de 1993) 
 
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Princípio da Cautela/Legitimidade das Eleições (CRFB/1988 - art. 
14, §9º). 
 
Ex: possibilidade de novas leis de inelegibilidade. 
 
princípio da celeridade 
 
O Juiz eleitoral tem prazo para julgar certas ações. Ex: ação de 
impugnação de registro de candidatura. Os juízes podem ser 
responsabilizados pelo descumprimento dos prazos (art. 97 da Lei 
9.504/97). 
 
Princípio da preclusão instantânea 
 
Os atos da justiça eleitoral têm uma preclusão instantânea. 
 
Princípio da Devolutividade dos Recursos 
 
Salvo o direito penal eleitoral e algumas outras, as decisões 
eleitorais tem eficácia imediata, ou seja, os recursos somente tem 
efeito devolutivo. É comum requerer medida cautelar para dar 
efeito suspensivo ao recurso, ou seja, pedido cautelar de suspensão 
da decisão do juízo a quo. 
 
Princípio do aproveitamento do voto 
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Acabou ficando hoje em segundo plano, a partir do momento em 
que se instalou o voto eletrônico. A dúvida sobre o voto deve ser 
apreciada pela Junta Eleitoral, aproveitando o voto do eleitor, pois o 
eleitor é considerado o cerne do direito eleitoral. 
 
f) jurisprudência eleitoral 
 
A jurisprudência eleitoral é riquíssima 
 
Ex: em 2009, a justiça eleitoral decidiu que é possível em uma 
mesma chapa concorrem marido e mulher. 
 
g) costumes jurídicos 
 
A doutrina cita costumes jurídicos lato sensu 
 
 
Doutrina e Analogia 
 
Não são fontes formais. 
 
a) doutrina: Doutrina é inspiração, podendo servir como 
fundamento de um acórdão. Não é fonte formal, mas sim fonte 
material do direito. É inspiradora das fontes formais. 
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b) analogia: decidir casos semelhantes a outros. Não é fonte material 
e nem fonte formal, mas método de integração, aplicando-se 
raciocínio de semelhança quando não houver regra jurídica 
aplicável ao caso. 
 
A analogia é método de integração sempre aplicável ao direito 
eleitoral? Não, pois em matéria penal eleitoral em decisão in pejus 
não se aplica o raciocínio por analogia. 
 
IV. Instituições do Direito Eleitoral 
 
1. Poder Judiciário Eleitoral: poder judiciário especializado em 
direito eleitoral. 
 
Judicatura Eleitoral: é o exercício da magistratura eleitoral. A justiça 
eleitoral é uma justiça especial federal. Não tem um corpo de 
magistrados próprios, permanentes. É a única justiça do Brasil que 
não tem um corpo de magistrados somente dela. 
 
A justiça eleitoral foi criada nos anos 30, palco da República Café 
com Leite. O processo eleitoral era administrativo, feito pelo Poder 
Executivo. Com base nisso se construiu a Justiça eleitoral com um 
caráter temporário, sendo a judicatura eleitoral exercida por 
mandato e não permanente. A Justiça eleitoral não tinha a 
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independência funcional, administrativa e nem financeira. 
Atualmente a justiça tem controles internos, autonomia financeira 
etc. 
 
A rotatividade da judicatura eleitoral leva a uma deficiência da 
prestação jurisdicional quanto ao tema, levando a necessidade de 
um corpo de magistrados habilitados e permanentes. 
 
A organização da justiça eleitoral está em parte na CRFB/1988 e em 
parte na legislação infraconstitucional (principalmente no CE). 
 
CRFB/1988 - art. 118: a justiça eleitoral tem quatro grandes órgãos: 
TSE, T R E, juízes eleitorais e juntas eleitorais/ 
 
CRFB/1988 - art. 119: organização do TSE 
 
CRFB/1988 - art. 120: organização do TRE 
 
A organização dos juízes e das juntas eleitorais está na legislação 
infraconstitucional. Juiz eleitoral: art. 32 do CE, juntas eleitorais: art. 
36 do CE e art. 64 da Lei das Eleições (Lei 9.504/97). 
 
Juiz eleitoral, junta eleitoral � TER � TSE � STF 
 
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O STF está acima do TSE, mas não é considerado órgão da justiça 
eleitoral, muito embora tenha decisões e aprecie matéria eleitora. 
 
Composição da justiça eleitoral: 
 
a) TSE 
 
Tem jurisdição originária sobre o processo eleitoralnacional para 
Presidente e vice Presidente da República. A eleição fica a cargo 
originário do TSE. 
 
O processo eleitoral estadual/regional/geral fica a cargo do TRE: 
Governador e Vice, Deputados Estaduais e Distritais, Deputado 
Federal e Senadores e Suplentes. 
 
Os juízes e as juntas são responsáveis pelo processo eleitoral 
municipal: Prefeito e Vice, Vereador e Juiz de Paz (ainda não está 
devidamente regulamentado). 
 
Organização da justiça Eleitoral: 
 
Juiz Eleitoral 
 
É um Juiz de direito , membro da magistratura estadual que cumula 
função eleitoral. É designado pelo T RE para exercer a função 
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eleitoral, para exercer a função eleitoral por 02 anos e que poderá 
reconduzido por mais 02 anos. Se for Juiz de comarca de vara única 
que também seja zona eleitoral, enquanto for Juiz da comarca de 
vara única também será Juiz eleitoral, cumulando sua função com a 
de Juiz eleitoral. 
 
O Juiz substituto que acabou de ingressar na carreira, ainda não 
vitaliciado, pode cumular função eleitoral? O TSE entendeu que sim. 
 
Há um acréscimo ao subsídio, que não está vinculado ao teto 
constitucional, tendo natureza indenizatória. 
 
Quando houver mais de um Juiz aptos a exercer função eleitoral, 
tendo várias zonas eleitorais naquele Município haverá um sistema 
de rodízio que segue a regra da antiguidade decrescente para os 
magistrados poderem exercer a função eleitoral. 
 
Junta Eleitoral 
 
A justa eleitoral tem uma montagem toda peculiar prevista na 
legislação. 
 
A justa eleitoral se compõe pelo Juiz Eleitoral + 02 ou 04 cidadãos = 
03 ou 05 membros. 
 
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No Brasil, a junta eleitoral tem o funcionamento apenas nas eleições 
(no dia das eleições e durante as apurações). 
 
O órgão diplomador das eleições municipais de Prefeito, Vice 
Prefeito, Veriadores e Juiz de Paz é a junta Eleitoral (CE, art. 36). Se 
houver várias juntas eleitorais, a diplomação será feita pela Junta do 
Juiz mais antigo. 
 
CE, art. 36: Os membros as juntas eleitorais serão nomeados 60 dias 
antes da eleição. Obs.: o Juiz eleitoral indica os nomes. 
 
CE, art. 36, §2º: partido político, coligação partidária e o MP e para a 
jurisprudência também é possível candidatos podem propor recurso 
para discutir composição das juntas. 
 
CE, art., 36, §3º: não podem compor à juntas 
 
Lei 4737/65 - CE, Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um 
juiz de direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro) 
cidadãos de notória idoneidade. 
 § 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 
(sessenta) dia antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal 
Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-
lhes a sede. 
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 § 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas 
indicadas para compor as juntas serão publicados no órgão oficial 
do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, em 
petição fundamentada, impugnar as indicações. 
 § 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, 
escrutinadores ou auxiliares: 
 I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o 
segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge; 
 II - os membros de diretorias de partidos políticos devidamente 
registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados; 
 III - as autoridades e agentes policiais, bem como os 
funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo; 
 IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. 
 
Organização Territorial da Justiça Eleitoral 
 
TREs 
 
TSE 
 
STF: em caráter excepcional. 
 
Junta Eleitoral (Cont ) 
 
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Art. 36, §1º: os membros das juntas são nomeados 60 dias antes da 
eleição, depois de aprovação pelo T R E. 
 
Art. 36, §2º: até 10 antes da nomeação 
 
O Juiz eleitoral vai indicar os cidadãos para compor a lista, no 
âmbito da zona eleitoral. Os nomes serão encaminhados ao TER, 
que irá dizer quem são as pessoas e as sedes. 
 
10 dias antes da nomeação será publicado um edital com os nomes 
das pessoas. 
 
Os partidos podem impugnar os nomes dessas pessoas, no prazo de 
03 dias. 
 
Não podem ser nomeados membros das juntas (art.) 
 
- Candidatos e parentes até o 2º Grau, bem assim o cônjuge (também 
o companheiro). 
 
- membros de diretoria de partidos políticos devidamente 
registrados e cujos nomes tenham sido publicados 
 
- autoridades e agentes políticos, bem como os funcionários no 
desempenho de cargos de confiança do Executivo. 
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- os que pertencem ao serviço eleitoral (servidores da justiça 
eleitoral) 
 
Art. 64 da Lei 9504/97 (Lei das eleições) não podem participar de 
uma mesma junta parentes em qualquer grau ou funcionário de 
uma mesma empresa repartição. Obs.: não confundir com o Art. 36, 
§3º, I, CE. 
 
Tribunais Regionais Eleitorais 
 
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada 
Estado e no Distrito Federal. 
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; 
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal 
de Justiça; 
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do 
Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, 
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal 
respectivo; 
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes 
dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, 
indicados pelo Tribunal de Justiça. 
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§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-
Presidente- dentre os desembargadores. 
 
CRFB/1988 - art. 120: haverá um TRE na capital de cada Estado. 
 
Composição: 07 membros 
 
- 02 juízes dentre desembargadores do TJ 
 
- 02 juízes dentre juízes de Direito escolhidos pelo TJ. Obs.: 
normalmente, o TJ escolhe pela experiênciados juízes. Esses juízes 
podem até ficar licenciados de suas funções comuns durante o 
período eleitoral. 
 
- 01 Desembargador Federal designado pelo TRF ou 01 Juiz Federal 
designado pelo TRF (se não for sede de TRF). 
 
- 02 advogados nomeados pelo Presidente República, indicados pelo 
TJ. O TJ faz duas listas com 03 nomes que são encaminhadas ao TRE 
e este encaminha ao TSE que aprova as listas e encaminha ao 
Presidente da República. 
 
* STF: os membros tem que ter 10 anos de efetivo exercício na 
advocacia e continuam a exercer as funções de advogado. Eles só 
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não podem advogar em matéria eleitoral. Obs.: Não tem 
remuneração de Juiz, recebendo por sessão. 
 
Dos 07 membros do TRE, a justiça Estadual tem o poder de escolher 
06 membros e 01 só é escolhido pela Justiça Federal. Obs.: não há 
representante do MP. 
 
CRFB/1988 - art. 119. No TRE, o Presidente será um dos 
desembargadores e o outro será o vice-presidente. O Corregedor 
Regional Eleitoral depende do regimento interno de cada TRE: pode 
ser o vice-presidente ou ser escolhido de forma livre dentre os 06 
membros ou o Juiz federal ou desembargador federal. 
 
Tribunal Superior Eleitoral 
 
O STF tem um poder direto na organização do TSE. 
 
07 membros: 
 
- 03 dentre os Ministros do STF (escolhidos pelo próprio STF). 01 
será o presidente e 01 será o vice-presidente. 
 
- 02 dentre os Ministros do STJ. 01 será corregedor-geral 
 
- 02 dentre os Ministros do STJ. 01 será o corregedor-geral eleitoral. 
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- 02 advogados. São feitas duas listas com 03 nomes pelo STF, que é 
encaminhada o Presidente da República, que escolhe os 02 nomes. 
 
* STF: não há impedimento quando um ministro do STF julga 
recurso de decisão do TSE em que aquele participou. 
 
São 06 ministros do supremo: 03 participando diretamente e 03 
como suplentes. 
 
Processo eleitoral: 
 
a) Processo eleitoral Municipal: fica a cargo do Juiz eleitoral e junta 
eleitoral. Para os Cargos: Prefeito e vice, vereador e Juiz de paz. 
 
b) Processo eleitoral geral/estadual): TRE: Governador e vice, 
Deputado Estadual ou Distritais, Deputados Federais e Senadores (e 
suplentes) 
 
c) Processo eleitoral nacional/federal: TSE. Cargos: Presidente e vice 
 
 
Organização Territorial da Justiça Eleitora 
 
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Circunscrição Eleitoral: é a organização geográfico-federativa 
correspondente ao ente da federação ao qual se vincula um 
determinado processo eleitoral. 
 
Quais as circunscrições eleitorais? 
 
1. Circunscrição Nacional ou Federal: 
 
Compreende a União. 
 
Eleição para Presidente e Vice. 
 
2. Estadual: 
 
Corresponde ao Estado- Membro ou ao DF. 
 
Eleições gerais/estaduais: Governador, Vice, Senador, Deputados 
Federais, Estaduais e Distritais. 
 
Competência: TRE 
 
3. Municipal: 
 
Corresponde ao Município 
 
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Eleições: Prefeito e Vice, Vereador e Juiz de Paz 
 
Competência: Juiz eleitoral e junta eleitoral. 
 
Zona Eleitoral 
 
Em cada circunscrição Estadual, há a organização da justiça eleitoral 
em zonas eleitorais. É como se fosse as comarcas. 
 
Ficam sob a jurisdição imediata de um Juiz eleitoral. 
 
É a organização local da circunscrição eleitoral geográfica 
 
As zonas eleitorais podem ter o tamanho de uma comarca, englobar 
várias comarcas, mas podem ser maiores ou menores. 
 
Subdivisão: 
 
Seções Eleitorais 
 
Subdivisões funcionais de uma zona eleitoral, com o objetivo de 
organizar a coleta de votos e à qual fica o eleitor vinculado. 
 
Funções da Justiça Eleitoral 
 
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Funções aqui são atividades próprias de Estado, sendo uma delas a 
jurisdição. 
 
1. Jurisdicional 
 
A Justiça Eleitoral tem função jurisdicional 
 
a) Jurisdição Voluntária: 
 
Ex: no processo eleitoral, havendo dúvida do partido este pode 
pedir a recontagem de votos 
 
b) Jurisdição Contenciosa 
 
Ações Eleitorais: cíveis e criminais 
 
Ações Cíveis: Ação de Impugnação de Registro de Candidatura, 
Ação de Investigação Judicial, recurso contra a diplomação, 
representação por captação ilícita de sufrágio. 
 
Ações criminais: existem mais de 40 tipos penais eleitorais próprios. 
 
2. Função Administrativa 
 
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a) Segundo a CRFB/1988 – art. 96, todo o Tribunal tem uma 
atividade administrativa de auto-organização, por meio de seus 
regimentos internos. A Justiça Eleitoral também tem essa função. 
 
b) A Justiça Eleitoral tem outras funções administrativas que lhe são 
próprias: 
 
b.1. organização do eleitorado nacional (cadastramento de eleitores). 
 
b.2. organização do processo eleitoral (organização das eleições). Em 
alguns países no mundo o processo eleitoral é organizado por órgão 
administrativo. Não é o caso do Brasil, pois a própria justiça que 
julga os processos eleitorais vão organizar as eleições. Existe verba 
orçamentária específica para isso. 
 
b.3. registro, atualização estatutária (deve haver o registro dos 
estatutos na justiça eleitoral) e cancelamento dos partidos políticos. 
 
3. Função Normativa 
 
a) Hoje o Poder Judiciário tem uma função normativa que é expedir 
seus regimentos. A Justiça Eleitoral também. Organizar seus 
serviços, funcionários e competências como todo Tribunal. 
 
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b) a Justiça Eleitoral tem o poder normativo de expedição de 
instruções e resoluções (CE, art. 1º, parágrafo único e 23, IX; Lei das 
Eleições art. 105). Servem para a interpretação da legislação eleitoral 
e para a regulamentação do processo eleitoral. Normas 
interpretativas: normas secundárias, que não podem ser objeto de 
ADI e ADC. Normas regulamentares: têm status de leis ordinárias,podendo suspender a eficácia destas e sofre controle concentrado de 
constitucionalidade. 
 
Obs.: nem o Juiz, nem o TRE podem fazer controle de 
constitucionalidade das normas regulamentares, mas podem ser 
objeto de ADI, ADC ou ADPF. O que não é cabível é o controle 
difuso. 
 
Obs.: Alguns autores tem entendido, que o que pode ser feito é o 
órgão competente fazer uma consulta e dessa consulta sai um 
acórdão. Desse acórdão, se tiver questão constitucional, pode haver 
RE para o STF. 
 
Obs.: Da decisão do TSE não cabe controle difuso de 
constitucionalidade no STF. 
 
Obs.: o STF também tem a função normativa, no que concerne às 
Súmulas Vinculantes. 
 
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4. Função Consultiva 
 
Só a Justiça Eleitoral tem essa função. Na Europa alguns Tribunais 
Constitucionais tem poder consultivo. 
 
CE, art. 23, XII e art. 30, VIII: o TSE pode receber consultas de 
autoridades com jurisdição federais e de partidos políticos (órgãos 
nacionais – ex: PORTANTO nacional). Autoridades com jurisdição 
federal: presidente e vice, deputado, senador, ministros etc. A 
consulta deve ser feita de modo genérico. 
 
Ex: menor de 16 anos, mas que completará 16 anos até a data da 
eleição pode se alistar? Durante os 151 dias que antecedem as 
eleições não pode haver alistamento. Esse consulta foi feita pelo 
PDT. O TSE disse ser possível. 
 
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, 
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem 
feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou ]órgão 
nacional de partido político; 
 
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: 
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem 
feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; 
 
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A consulta tem que ser feita em tese. 
 
A justiça eleitoral responde a consulta por meio de acórdão. 
 
Os TRÊS também têm poder consultivo (CE, art. 30, VIII). 
Legitimidade: autoridade pública (federal, estadual ou municipal) 
ou partido político. Ex: Juiz, MP etc. O TRE também responde por 
meio de acórdão. 
 
O Juiz pode ter uma dúvida sobre alguma questão que tenha sido 
objeto de resolução. O TRE vai expedir acórdão para responder. 
Poderá haver recurso para o TSE. Em tese, da decisão do TSE pode 
haver recurso para o STF, a depender da matéria. 
 
5. Função de Controle/Correição/Fiscalização 
 
É uma função de poder de polícia. Poder de fiscalizar atos da 
sociedade e atos de Estado. Essa função envolve, por exemplo, a 
fiscalização de propaganda eleitoral. 
 
Ex: Juiz eleitoral em ano de eleição para Presidente. Não está na 
jurisdição do Juiz eleitoral. O Juiz percebe um outdoor com 
campanha eleitoral antecipada para Presidente da República. O Juiz 
não tem jurisdição sobre essa eleição presidencial. Quem tem 
jurisdição é o TSE. Contudo, o Juiz tem poder de polícia, devendo 
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notificar o partido para que retire a propaganda eleitoral. O Juiz vai 
dar conhecimento da notificação ao TRE, que, por sua vez, dá 
conhecimento da questão ao TSE. O TSE, se for o caso, pode 
instaurar processo de investigação, podendo até mesmo aplicar uma 
multa. A multa só pode ser aplicada pelo TSE. 
 
O Juiz eleitoral tem poder semelhante ao do MP, podendo adotar 
medidas de ofício. Não é uma função de correição interna, mas sim 
fiscalização sobre a sociedade, sobre os candidatos, sobre os 
partidos. 
 
Súmula 18 TSE: conquanto investido de poder de polícia, não tem 
legitimidade o Juiz eleitoral para, de oficio, instaurar procedimento 
com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda 
eleitoral em desacordo com a Lei 9.504/97. 
 
Existem decisões dizendo que se o Juiz agiu de ofício para retirar 
propaganda, ele ficará impedido de julgar o processo judicial 
correspondente. 
 
Que tipo de controle tem o magistrado? Prestação de contas dos 
candidatos dos partidos políticos. Nos TREs quem exerce essa 
função é o corregedor regional eleitoral, no TSE é o corregedor 
nacional, na juntas eleitorais, é o Juiz eleitoral. Ex: fiscalização dos 
atos atentatórios conta a liberdade do voto. 
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Ministério Público Eleitoral 
 
CRFB/1988 - art. 128. Órgãos do MP: MPU (MPF, MPT, MP, 
MPDFT), MP Estadual e MP junto aos Tribunais de Contas. 
 
Onde está o MP Eleitoral? Inicialmente, havia duas correntes: 
 
1 – implícito na CRFB/1988, dentro do MPU 
 
2 – a Lei Complementar 75/93 que regula o MP Federal incluiu o 
MP eleitoral como uma de suas especializações (Para CONCURSO 
PÚBLICO) 
 
Promotor eleitoral: atua na s eleições municipais, junto à junta e ao 
Juiz eleitoral. 
 
Promotor Regional Eleitoral: tem atuação no processo eleitoral 
geral/estadual. Foro de atuação: TRE. 
 
Procurador-Geral Eleitoral: tem atuação no processo eleitoral de 
presidente e vice, junta ao TSE. 
 
O Promotor Eleitoral é o Promotor de Justiça (MP dos Estados) 
escolhido para atuar na função de MPF. A escolha do Promotor 
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Eleitoral é um ato complexo. A indicação será feita pelo PGJ (indica 
vários nomes). A designação/nomeação é feita pelo Procurador 
Regional Eleitoral. Lei Complementar 75/93 (art. 79) e Lei 8.625/93 
(art. 10, IX, “h” e art. 72). 
 
O Procurador Regional Eleitoral (PRE) é um Procurador Regional da 
República ou um Procurador da República. No Estado onde houver 
TRF, há Procuradores Regionais atuando. Nessa caso, o PRE será 
um Procurador Regional da República escolhido pelo Procurador 
Geral Eleitoral. Caso contrário, será designado Procurador da 
República pelo Procurador Regional Eleitoral (Lei Complementar 
75/93). 
 
O Procurador Geral Eleitoral é o próprio PGR (CE, arts. 18 e 24 e art. 
73 da Lei Complementar 75/93). 
 
Funções do MP Eleitoral 
 
a) monitoramento 
 
A função do MP não é legislativa e nem jurisdicional. É função de 
monitoramento. O MP pode celebrar um TAC, ajuizar demanda na 
Justiça Eleitoral etc. 
 
Atribuições: 
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a) Monitora a regularidade do alistamento eleitoral tanto no âmbito 
da zona, como no TRE e TSE. 
 
b) monitorar o processo de constituição dos partidos políticos, 
alteração dos estatutos. 
 
c) analisar as filiações partidárias 
 
d) monitorar a prestação de contas 
 
e) monitorar o processo eleitoral (propaganda, dia das eleições (ex, 
transporte clandestino de eleitores), etc 
 
f) autoria de toda as ações e representações cíveis e eleitorais, muito 
embora não seja o legitimado único. Ex: ação de impugnação de 
registro de candidatura, recurso contra diplomação etc. 
 
g) O MP Eleitoral tem a autoria de todas as ações penais eleitorais. 
São ações penais públicas incondicionadas. O que os partidões 
podem fazer é comunicar o fato ou ser assistente do MP. 
 
Obs.: o MP Eleitoral tem competência de fiscalizar a execução da 
pena. 
 
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A polícia eleitoral é monitorada pelo MP Eleitoral. 
 
Polícia Eleitoral 
 
Atividade de polícia judiciária e ostensiva. 
 
Previsão: CRFB/1988 - art. 144, §1º 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem 
pública (ordem eleitoral) e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
§ 1º - A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, 
estruturado em carreira, destina-se a: 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, 
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-
se a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em 
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas 
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras 
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infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou 
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação 
fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de 
competência; 
III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras; 
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de 
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da 
União. 
 
A Polícia Federal é um dos órgãos que exerce o poder de polícia, em 
um primeiro momento, para as questões eleitorais. 
 
Inciso IV: os crimes eleitorais são investigados originariamente pela 
Polícia Federal. 
 
A RESOLUÇAO TSE 22.376/06: regula a competência da Polícia 
Federal para investigar os crimes eleitorais no termos da CRFB/1988 
- art. 144, §1º, I e IV. 
 
Obs.: a Resolução também prevê que a Polícia Estadual (polícia civil 
ou militar) em caráter supletivo a Polícia Federal. Ex: não havendo 
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na localidade Polícia federal poderá a Polícia Civil e Militar atuar 
em caráter supletivo. Contudo, o Inquérito continuará a ser Federal. 
 
Atividade de Polícia 
 
a) Judiciária 
 
É a polícia investigativa. Instaura o Inquérito Policial quando 
houver indício de crime. 
 
É atribuição da Polícia Federal. Não havendo polícia federal, atuará 
a Polícia Civil. Trata-se de inquérito federal. 
 
b) ostensiva 
 
É a polícia que fica monitorando a ordem publica, exercendo no dia 
a dia a título preventivo o poder coercitivo. 
 
Num primeiro momento, a atuação é da Polícia Federal (agentes da 
polícia federal). Não havendo Polícia Federal, atuará a PM. 
 
Excepcionalmente somente o TSE pode solicitar ajuda das Forças 
Armadas. 
 
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Ex: o TRE do RJ solicitou ajuda ao TSE para requisitar Forças 
Armadas na eleições de 2008. 
 
Defensoria Pública Eleitoral 
 
CRFB/1988 - art. 134 
 
Lei Complementar 80/94 art. 14. A função de defesa dos 
hipossuficientes na Justiça Eleitoral é da DPU, em princípio. 
Havendo convênio, a Defensoria Pública Estadual e a Defensoria 
Pública do DF pode atuar. 
 
E se não tiver Defensoria Pública Estadual? Pode atuar qualquer 
outro órgão que desempenhe a função da Defensoria Pública (ex: 
advogado dativo), desde que exista convênio. 
 
A Defensoria Pública atua da seguinte forma: 
 
a) TSE: Defensor Público da União de Categoria Especial 
 
b) TRE: Defensor Público da União de 1ª Categoria 
 
c) Juntas e Juízes: Defensor Público da União de 2ª Categoria. 
 
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Ex: CRFB/1988 art. 27: o Prefeito, candidato à reeleição, será 
processado e julgado originariamente no TRE nos crimes eleitorais. 
 
Procuradoria da Fazenda Nacional - PFN 
 
Segundo o CE art. 367 e a Resolução TSE 21.975/04, quem executa as 
multas eleitorais é a PFN. Uma das principais sanções que a Justiça 
Eleitoral aplica é a multa. A multa eleitoral é alta. 
 
A execução da multa será feita pela Justiça Eleitoral competente 
(TSE, TRE ou Juiz Eleitoral). Súmula 374 STJ interpretanto o 
CRFB/1988 - art. 109, I 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
 
Ementa Súmula 374 STJ 
Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular 
débito decorrente de multa eleitoral. 
 
A multa faz parte da Dívida Ativa Da União (Resolução TSE 
21.975/94, art. 3º). 
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Obs.: aplica-se o procedimento da Lei 6.830/80: execução de título 
executivo extrajudicial, muito embora se trate de título executivo 
judicial. 
 
Todas as multas compõem um fundo (fundo partidário). O funda serevertirá em dinheiro para o partido. 
 
 
INSTITUTOS DO DIREITO ELEITORAL 
 
1. Sufrágio 
 
O sufrágio decorre da soberania popular. 
 
Art. 14. 
 
Vem de uma expressão grega. Significa expressar opinião e também 
decidir. 
 
Conceito jurídico de sufrágio: é o direito público subjetivo de 
participação do processo político-institucional de natureza eleitoral. 
 
Todo cidadão vai gozar dessa prerrogativa pública e ao mesmo 
tempo subjetiva/pessoal. 
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1. objetivos do sufrágio: 
 
a) atribuição de mandato eletivo a uma pessoa ou a um partido 
 
b) extinguir mandato eletivo. 
 
Obs.: No Brasil, o sufrágio não é exercido para extinguir mandato 
eletivo. 
 
Ex: real (EUA). Os cidadãos podem pleitear o mandato de volta. 
 
c) receber a titularidade de mandato eletivo 
 
É o candidato recebendo da sociedade a titularidade de mandato 
eletivo. 
 
d) expressão de opinião em plebiscito 
 
É o caso, por exemplo, do Brasil, em 1993, forma de governo 
(monarquia ou republicano) e sistema de governo (presidencialismo 
ou parlamentarismo). 
 
e) decidir em referendo 
 
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Obs.: diferentemente do plebiscito, que tem caráter consultivo, o 
referendo tem caráter decisivo. 
 
2. Classificação do sufrágio 
 
2.1. quanto a participação da sociedade 
 
a) Universal 
 
O sufrágio passa a ser atribuído num primeiro momento à maior 
parte possível de pessoas em determinada sociedade, respeitados 
alguns limites considerados razoáveis (ex: idade mínima). 
 
Segundo a nossa CRFB/1988 não podem haver critérios restritivos 
do sufrágio, salvo aqueles previstos no próprio texto constitucional. 
 
b) Restrito 
 
O sufrágio se limita a determinados grupos, condições, que não são 
juridicamente aceitáveis em uma democracia, mas são imposto em 
regimes não tão democráticos. 
 
b.1. sufrágio censitário: liga-se à capacidade econômica da pessoa. 
Obs.: durante o Império, o Brasil adotou o sufrágio censitário. 
 
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b.2. sufrágio cultural (capacitário): leva em consideração a formação 
educacional (capacidade intelectual) da pessoa. Ex: a Inglaterra até 
os anos 50 tinha a participação restrita em razão da cultura. 
 
Obs.: o analfabeto, no Brasil, não é elegível, mas pode exercer o 
sufrágio como eleitor. A exigência de não ser analfabeto para ser 
elegível é razoável. 
 
b.3. sufrágio em razão do gênero: o Brasil já adotou esse critério. 
Somente no final do Século XIX alguns países permitiram a 
participação das mulheres no exercício do sufrágio. No Brasil, a 
abertura do sufrágio para as mulheres se deu em 1933. 
 
b.4. sufrágio em razão do grupo: 
 
- por raça: negros não tinham direito de votar. 
 
- por casta: em razão do nascimento há restrições para o sufrágio ao 
exemplo da Índia que somente há alguns anos se permitiu a 
participação de castas no processo eleitoral. 
 
- por grupos sociais: somente se permitia a participação para 
funcionários públicos etc. 
 
2.2. Quanto ao valor atribuído ao voto 
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a) sufrágio igual 
 
Cada cidadão que participa do processo político-institucional tem 
seu voto contado uma única vez. 
 
EUA: “one man one vote”. 
 
b) sufrágio desigual 
 
Voto desigual familiar: o chefe familiar tinha o peso do seu voto pela 
quantidade de filhos. 
 
Voto plural: o cidadão pode votar de uma vez na mesma seção 
 
Voto múltiplo: o cidadão pode votar mais de uma vez em seções 
distintas 
 
O Voto 
 
No Brasil: 
 
- quanto a participação na sociedade o sufrágio é universal 
 
- Quanto à atribuição de valor ao voto, o voto tem valor igual 
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Se o sufrágio é direito público subjetivo, o voto é o instrumento de 
exercício do direito de sufrágio. 
 
1. Natureza do voto 
 
 
Busca-se duas coisas dentro da ciência do direito: 
 
- Qualificar o instituto: é estabelecer a essência deste. 
 
- Classificar é estabelecer a localização do instituto dentro da ciência 
do direito. 
 
a) Dever cívico 
 
Eu tenho o dever de exercer o voto. Cívico vem de “civitas”: 
inserção na coletividade. Eu tenho o dever de participar da 
sociedade. 
 
b) Direito (Brasil) 
 
Ampla universalização do sufrágio durante o Século XIX. O voto é 
um direito, pois o voto é um direito-instrumento para exercer um 
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outro direito. O cidadão goza do direito de sufrágio e tem a 
faculdade de exercê-lo. 
 
c) Função Pública 
 
Apesar da origem facista, hoje perdeu esse nexo. 
 
Se o Presidente exerce função pública, assim como o parlamentar, 
eles exercem porque receberam mandato da sociedade. Assim, o 
cidadão exerce a função pública de delegar poderes aos eleitos. Se é 
função pública, todos têm direito de exercer o direito do sufrágio, 
mas também o dever. É uma idéia que exige a co-responsabilidade 
do cidadão. 
 
Obs.: no Brasil, a teoria aceitável é a de que o voto é um direito. 
 
2. Características do voto 
 
CRFB/1988 - art. 60, §4º (o rol não é taxativo) 
 
a) direto 
 
O voto direto é aquele em que a sociedade expressa diretamente sua 
opinião sem a intermediação de um outro órgão. Não há um órgão 
intermediário, não há um colégio eleitoral. 
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Exceção: vacância do cargo do chefe do Executivo nos dois últimos 
anos do mandato. Isto levará a eleições indiretas. 
 
b) secreto 
 
É o contrário do voto público, em que o cidadão tem que mostrar 
para quem votou. 
 
O voto secreto garante a convicção do foro íntimo do eleitor. 
 
c) universalidade 
 
Todos aqueles que gozam do direito de sufrágio podem votar, salvo 
as restrições previstas na CRFB/1988. 
 
Obs.: nem mesmo o constituinte reformador podeestabelecer novas 
restrições. 
 
d) periodicidade 
 
Periodicamente o cidadão é chamada a delega mandato. 
 
Qual é a periodicidade máxima e mínima? Se a periodicidade for 
muito intensa, inviabiliza-se o mandato; se muito ampla, inviabiliza-
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se a democracia. Os doutrinadores dizem que o constituinte 
brasileiro já instituiu o mínimo e o máximo. Se um mandato é muito 
curto, a periodicidade é maior; é mais longo, a periodicidade é 
menor. Assim, 04 anos é a periodicidade máxima e 08 anos é a 
periodicidade mínima. Assim, podem existir arranjos que garantem 
o máximo de periodicidade de 04 e o mínimo de 08 anos. 
 
 
 
No Brasil, ainda existe as seguintes características: 
 
e) personalíssimo 
 
o titular do voto somente ele pode exercer essa prerrogativa. 
Ninguém herda essa prerrogativa. Se o titular está impedido ou 
suspenso, ninguém pode exercer por ele. Se é personalíssimo, 
também é indelegável. 
 
f) indelegabilidade 
 
O exercício do voto não pode ser delegado a ninguém. 
 
g) livre 
 
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O cidadão pode escolher entre qualquer candidato ou partido sem 
necessidade de fundamentar sua escolha. É a mais absoluta 
convicção e exercício do foro íntimo. Isso serve para preservar a 
convicção política. 
 
h) igualdade 
 
O voto somente é contabilizado uma única vez para cada cidadão-
eleitor. 
 
i) obrigatoriedade 
 
A obrigatoriedade é para o comparecimento ao escrutínio e 
efetivamente digitar o voto na urna. 
 
Essa obrigatoriedade não impede a liberdade de votar, pois o eleitor 
pode inclusive votar em branco ou anular seu voto. 
 
Art. 14, §1º, I e II: o voto é obrigatório para quem tem mais de 18 
anos e menos de 70 anos, e desde que alfabetizado. 
 
De todas essas características, as 04 primeiras são cláusulas pétreas. 
E as demais? A doutrina vai dizer que somente seriam cláusulas 
pétreas implícitas: voto personalíssimo, indelegável, livre e igual. A 
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única característica que não seria cláusula pétrea seria a 
obrigatoriedade. 
 
Leia-se o CRFB/1988 - art. 60, §4º, II, da seguinte forma: direto, 
secreto, universal, periódico, personalíssimo, indelegável, livre e 
igual. 
 
Escrutínio 
 
É o modo de concretização do voto (“modus operandi”). 
Procedimento de concretização do voto. 
 
1. voto de lista (fechada ou aberta) 
 
O partido libera uma lista de candidatos (não é adotado no Brasil). É 
comum quando se está diante do voto de partido (escrutínio por 
legenda). 
 
2. voto individualizado 
 
O voto, no Brasil, em regra, é individualizado 
 
3. Voto por cédula (escrutínio em papel) 
 
No Brasil, ainda é utilizado quando a urna eletrônica não funciona. 
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4. voto eletrônico 
 
Apartir de 2014 a haverá a computação do voto eletrônico e também 
uma comprovação impressa do voto individualizado para fins de 
recontagem dos votos se houver necessidade. 
 
5. Voto Secreto 
 
6. Voto Identificado 
 
É feita a identificação do eleitor no momento da votação. 
 
7. Processo de apuração dos votos 
 
 
 
 
 
Cidadania x Nacionalidade 
 
 
Nacionalidade: Segundo Pontes de Miranda, “é o vinculo de 
natureza jurídico política permanente que torna uma pessoa parte 
integrante da dimensão pessoal do Estado por ser nato ou 
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naturalizado”. O cidadão é parte da dimensão pessoal do Estado 
nato ou naturalizado. Vincula o indivíduo ao Estado. A dimensão 
pessoal está relacionada com o povo. Povo: nacionais e estrangeiros. 
 
Cidadania: 
 
Existem várias concepções de cidadania. Jusfilosoficamente, cidadão 
é toda pessoa que participa do processo político “lato sensu”. No 
direito Eleitoral, cidadania é uma conceituação técnico-jurídico 
específica: cidadão é uma qualidade da pessoa diante do regime 
político. Se o regime político é democrático, tende que esse status 
abrange a maior quantidade de pessoas, o contrário acontece nos 
regimes autocráticos. 
 
Ex: uma criança com 10 anos 
 
Obs.: Os portugueses possuem cidadania brasileira, embora não 
sejam nacionais brasileiros. Logo, no Brasil, há casos em que para 
ser cidadão não se exige nacionalidade, é o caso dos portugueses em 
razão do princípio da reciprocidade. Eles podem participar embora 
sejam estrangeiros do processo político-institucional se houver 
reciprocidade. 
 
5. Sistema Eleitoral 
 
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É o conjunto de técnicas de organização do processo eleitoral com a 
finalidade de atribuir do mandato eletivo. Envolve desde a 
convenção do partido até a diplomação, enfim todo o processo 
eleitoral. 
 
Temos o sistema eleitoral majoritário, proporcional e misto: 
 
1. sistema eleitoral majoritário 
 
Tem por finalidade apenas atribuir o mandato eletivo ao candidato 
ou partido que obteve a maioria dos votos 
 
O sistema majoritário se desdobra em dois: 
 
a) simples/relativo 
 
é aquele que atribui o mandato àquele (candidato ou partido) que 
obteve a maioria simples, independentemente do percentual. 
 
Ex: eleição para o Senado Federal. O candidato do PMDM ficou com 
27% dos votos: PORTANTO 23%, PSDB 20%, DEM 30%. O 
candidato do DEM será eleito 
 
Somente são contabilizados os votos válidos: excluem-se os brancos 
e nulos (CRFB/1988 art. 70). 
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No Brasil, este sistema é utilizado para o processo eleitoral de 
Senador e prefeitos de Municípios até 200 mil eleitores. 
 
b) absoluto 
 
É aquele que exige que o candidato ou partido tenha a maioria 
absoluta dos votos válidos (50% dos votos válidos + 01) 
 
O sistema majoritário absoluto não é um sistema de dois turnos, 
mas pode haver dois turnos. 
 
No Brasil este sistema é utilizado para Presidente e Vice,Governadores e Vices e Prefeitos e Vices dos Municípios com mais 
de 200 mil eleitores. 
 
2. Proporcional 
 
O sistema proporcional tem como objetivo propiciar representação 
de maiorias políticas juntamente com diversidades ideológicas. 
 
No Brasil, é usado este sistema para Deputados Federais (Câmara 
dos Deputados), Deputados Estaduais (Assembléias Legislativas), 
Deputados Distritais, Deputados Territoriais e Vereadores 
Municipais. 
 
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No sistema proporcional permite o voto para o candidato e o voto 
no partido (voto de legenda). Sendo para legenda, pode ser lista 
aberta (lista não é prefixada), lista fechada (o partido já coloca o 
nome dos seus filiados – privilegia a política intrapartidária) ou lista 
flexível (o partido faz uma lista, mas a ordem pode ser alterada de 
acordo com os votos atribuídos a cada candidato). No Brasil, o 
sistema proporcional é o de lista aberta 
 
3. Misto 
 
É aquele que pega um pouco do majoritário e critério proporcional. 
É o sistema tipicamente adotado na Alemanha e no México. 
 
Há duas votações: 
 
a) voto distrital (o país é dividido em distritos). 
 
Cada partido só pode lançar um nome para cada distrito. 
 
O candidato mais votado do distrito é que será eleito pelo sistema 
majoritário. 
 
b) voto geral 
 
Eleição pelo sistema proporcional. 
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Plebiscito e Referendo 
 
Plebiscito 
 
O plebiscito e o referendo asseguram a democracia. 
 
O plebiscito e o referendo têm previsão não Lei 9.709/98. 
 
Plebiscitos e referendos são meios de consultas a sociedade para que 
deliberem em matéria de relevância constitucional, legislativa ou 
administrativa 
 
Plebiscito é ato consultivo feito ao povo, em caráter prévio, a 
respeito de questão de interesse constitucional, legislativo ou 
administrativo, de interesse da sociedade. 
 
O plebiscito pode ter caráter: meramente a) opinativo. Nada 
impede, porém, que o plebiscito seja b) vinculante, bastando que no 
instrumento convocatório conste expressamente. 
 
Plebiscito: é posterior 
 
Referendo: é anterior. 
 
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Referendo 
 
É ato decisório tomado pelo povo a respeito de ato legislativo ou 
administrativo já realizado, mas cuja vigência ou eficácia requer 
aprovação da sociedade. 
 
Neste caso, o ato legislativo já esta pronto. Ex: Lei cria terceira 
hipótese autorizativa do aborto, mas que só entre em vigor daqui 
um ano após a aprovação pelo referendo, ou noutra situação a Lei 
está em vigor, mas com a eficácia suspensa até a aprovação por 
referendo (ex: caso do estatuto do desarmamento). Ex: caso da vale 
do rio doce, ou de construção de represa, pode ocorrer que o leilão 
até tenha ocorrido, mas só vai gerar seus efeitos após a aprovação 
por meio do referendo. 
 
Obs.: o referendo é sempre vinculante. 
 
Como se procede a realização de referendo ou plebiscito? Art. 3º da 
Lei 9.079/08 c / c CRFB/1988 art. 40, XV, convoca-se o plebiscito e 
autoriza-se o referendo através de Decreto Legislativo (CRFB/1988 - 
art. 59, VI) o Congresso Nacional irá convocar o plebiscito ou 
autorizar o referendo. Iniciativa para o decreto Legislativo de 1/3 de 
Deputados ou 1/3 de Senadores. Esse Decreto Legislativo tem que 
ser aprovado por maioria simples (na Câmara dos Deputados e no 
Senado Federal). Obs.: não há sanção presidencial. 
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Lei 9.079/98: 
 
Art. 9º 
 
Art. 9º Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou medida 
administrativa não efetivada, cujas matérias constituam objeto da 
consulta popular, terá sustada sua tramitação, até que o resultado 
das urnas seja proclamado. 
 
 
Art. 11: 
 
Art. 11. O referendo pode ser convocado no prazo de trinta dias, a 
contar da promulgação de lei ou a adoção de medida 
administrativa, que se relacione de maneira direta com a consulta 
popular. 
 
Assim que a Lei o ato administrativo for publicado, o Congresso 
Nacional terá 30 dias para autorizar o referendo. 
 
O resultado do referendo ou o plebiscito é por maioria simples, 
tramitando o referendo ou o plebiscito de acordo com o Regimento 
do Congresso Nacional. 
 
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Art. 8º (para CONCURSO) 
 
Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso 
Nacional dará ciência à Justiça Eleitoral, a quem incumbirá, nos 
limites de sua circunscrição: 
I - fixar a data de consulta popular; 
 
II - tornar pública a cédula respectiva; 
 
É formulada uma pergunta veiculada pela cédula para se 
apresentada à sociedade, cabendo a justiça eleitoral a formulação 
dessa pergunta. 
 
III - expedir instruções para a realização do plebiscito ou referendo; 
 
IV - assegurar a gratuidade nos meios de comunicação de massa 
concessionários de serviço público, aos partidos políticos e às frentes 
suprapartidárias organizadas pela sociedade civil em torno da 
matéria em questão, para a divulgação de seus postulados referentes 
ao tema sob consulta. 
 
A aprovação do plebiscito ou do referendo se dará por maioria 
simples daqueles que participaram validamente, retirados os 
brancos e nulos. 
 
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CAPACIDADE ELEITORAL 
 
Capacidade eleitoral: é a aptidão para o exercício dos direitos 
político-eleitorais. Direito políticos em sentido estrito. 
 
A capacidade eleitoral é uma capacidade atribuível apenas às 
pessoas naturais (pessoas físicas). Portanto, pessoas jurídicas não 
são portadoras da capacidade eleitoral. Nada impede que no futuro 
seja previsto a capacidade eleitoral das pessoas jurídicas. 
 
A capacidade eleitoral se desdobra em duas: 
 
a) capacidade eleitoral ativa: 
 
É a capacidade para votar ou ser eleitor. É obtida mediante o 
alistamento eleitoral. 
 
b) capacidade eleitoral passiva: 
 
É a capacidade para ser elegível, para receber um mandato eletivo. É 
a capacidade para postular um mandato eletivo mediante 
submissão da vontade do eleitorado no processo eleitoral. Advém 
das condições de elegibilidade. 
 
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