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Aspectos Processuais da Falência - Alexandre Gialluca

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ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA 
Intensivo III 
Prof. Alexandre Gialluca 
 
2010 
Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 1 
ASPECTOS PROCESSUAIS DA FALÊNCIA 
Alexandre Gialluca 
 
Quando se falou do instituto da falência falou se que é um processo 
de execução coletiva ou concursal, pois o credor faz o pedido de 
falência de um empresário ou de uma sociedade empresária que 
acarretará não só ao credor que fez o pedido, mas sim a todos os 
credores. 
 
I – LEGITIMIDADE ATIVA 
A fazenda pública pode ajuizar pedido de falência em face de um 
empresário ou sociedade empresária? 
O STJ discutiu o assunto e recentemente, contudo há duas correntes: 
1ª corrente – não admite que a fazenda pública ajuíze um pedido de 
falência, isso com base na Ordem Ética, pois não pode o 
empresariado ser intimidado com ameaças de morte empresarial, já 
que o estado tem que apoiar a atividade empresarial, com base na 
Ordem Política, pois o estado ajuizando uma ação de falência 
convocaria o empresário a fazer um parcelamento sem discussão do 
crédito tributário, retirando do empresário o direito ao 
contraditório, e com base na ordem jurídica, pois cobraria um título 
emitido por ela mesma que é a CDA – Certidão da Dívida Ativa – 
contudo a falência é baseada em títulos emitidos pelo próprio 
devedor. 
Isso com base no art. 94, I da lei 11101/05 
ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA 
Intensivo III 
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2010 
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Art. 94, I da Lei 11101/05 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, 
obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos 
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) 
salários-mínimos na data do pedido de falência; 
2ª corrente – admite pois protege o crédito público preservando a 
própria fazenda pública dos sonegadores de impostos. O art. 94, I da 
lei 1101/05 não é mais argumento, pois já há leis estaduais que 
admitem o protesto de CDA. 
 
RESP 363206 – NÃO é possível o pedido de falência por parte da 
fazenda pública, pois pode se valer da ação fiscal, com base no 
princípio da preservação da empresa. 
 
 
HIPOTESES DO PEDIDO DE FALÊNCIA 
Art. 94 da lei 11101/05 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, 
obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos 
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) 
salários-mínimos na data do pedido de falência; 
Esse crédito pode ser de um ou mais credores. 
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II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita 
e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; 
Aqui temos a execução frustrada. 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de 
plano de recuperação judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de 
meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de 
retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou 
alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou 
não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o 
consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes 
para solver seu passivo; 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o 
objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar 
credor; 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída 
anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados 
suficientes para saldar seu passivo; 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos 
suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou 
tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu 
principal estabelecimento; 
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g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no 
plano de recuperação judicial. 
São os chamados atos de falência. 
§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o 
limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do 
caput deste artigo. 
§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os 
créditos que nela não se possam reclamar. 
§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de 
falência será instruído com os títulos executivos na forma do 
parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer 
caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar 
nos termos da legislação específica. 
§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de 
falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se 
processa a execução. 
§ 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de 
falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as 
provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. 
 
O credor que não possui crédito vencido pode ajuizar pedido de 
falência? 
Sim pode com base no art. 94, III da lei 11101/05, ou seja, se o 
devedor pratica atos de falência. Entretanto o credor pode pedir a 
falência em todas as hipóteses do artigo 94 da lei 11101/05, contudo 
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não será com base no crédito dele credor e sim com base no crédito 
dos outros credores vencidos, podendo assim pedir uma certidão de 
protesto ou um objeto e pé. 
 
Ajuíza-se um pedido de falência e essa vai para o juiz que ordena a 
citação do devedor, contudo na lei de falência que foi revogada, lei 
7661/45 no art. 11, §1º, dava a possibilidade de citação por edital. A 
nova lei de falência não trata do assunto e a doutrina entende que se 
aplica sim a citação por edital, já que a falência é uma execução 
coletiva, e o CPC no art. 231,I e II diz: 
Art. 231. Far-se-á a citação por edital: 
I - quando desconhecido ou incerto o réu; 
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se 
encontrar; 
 
E a citação pelo correio na falência? 
O que se admite na execução individual se admite na execução 
coletiva e vice-versa, segundo o art. 222, d do CPC, não cabe citação 
pelo correio. 
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do 
País, exceto: 
d) nos processos de execução; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 
24.9.1993) 
Ao ser citado o devedor pode apresentar CONTESTAÇÃO NO 
PRAZO DE 10 DIAS, segundo o art. 98 da lei 11101/05. 
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Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo 
de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do 
art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, 
depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de 
correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em 
que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o 
pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo 
autor. 
A lei de falência no art. 94 admite o litisconsórcio entre os credores 
que podem juntar os seus créditos e ajuizar pedido de falência.Dessa forma o devedor ao contestar e ao prova que um dos credores 
não tem direito ao crédito o que se fazer? Decreta a falência? 
Não decreta a falência e sim extingue o processo com base no art. 
267, IV do CPC. 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação 
dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e 
de desenvolvimento válido e regular do processo; 
É comum no processo falimentar o juiz forçar um acordo para não 
decretar a falência do empresário. Que se compromete a assumir a 
dívida e pagá-la e caso não o faça possa se pedir a falência do 
devedor constando isso em ata/termo de acordo, mesmo que não 
cumpra o acordo não se pode pedir a falência com base no art. 269, 
III do CPC. 
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Art. 269. Haverá resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 
11.232, de 2005) 
III - quando as partes transigirem; (Redação dada pela Lei nº 5.925, 
de 1º.10.1973) 
As hipóteses de decretação de falência são estabelecidas por normas 
de ordem pública, que não admitem transação entre as partes, razão 
pela qual feito o acordo para pagamento parcelado do débito não se 
admite o decreto de quebra posterior, mesmo que tal possibilidade 
tenha constado do termo de acordo, pois o juiz não pode criar 
hipóteses de decretação de falência, já que a falência não é ação de 
cobrança. 
 
Houve o pedido de falência e o devedor foi citado. 
O devedor citado irá se manifestar e o juiz após essa manifestação 
irá proferir uma sentença declaratória. Quando profere a sentença o 
juiz deve pedir, segundo o art. 99, III da lei 11101/05: 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras 
determinações: 
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) 
dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, 
importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta 
já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência; 
 
Depois da sentença e junto com a declaração de credores o juiz 
publicará um edital. 
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Quando o juiz decreta a falência de acordo com o art. 99, II da lei 
11101/05, decide qual é o termo legal da falência. 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras 
determinações: 
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais 
de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de 
recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de 
pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que 
tenham sido cancelados; 
É o que pode ser chamado de período suspeito ou período 
preliminar ou gestação de estado de falência, que é o lapso temporal 
que antecede a falência. Esse lapso é importante, pois os atos nele 
praticados forem os previstos no art. 129 da lei 11101/05 serão 
ineficazes. E se forem os atos do art. 130 serão atos revogáveis. 
 
AÇÃO REVOCATÓRIA 
ATOS INEFICAZES 
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o 
contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira 
do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: 
É a INEFICÁCIA OBJETIVA, pois não se apura o “consilium fraudis” 
entre o devedor e com quem ele praticou o ato. O rol deste artigo é 
taxativo. 
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 I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo 
devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do 
direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; 
O dinheiro pago deve ser devolvido a massa falida voltando ao 
estado anterior, recuperando em favor da massa os bens que saíram 
indevidamente do seu patrimônio. 
 II – o pagamento, de dívidas vencidas e exigíveis, realizado 
dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista 
pelo contrato; 
 III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a 
retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída 
anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras 
posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao 
credor da hipoteca revogada; 
 IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes 
da decretação da falência; 
 V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da 
decretação da falência; 
 VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o 
consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse 
tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes 
para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não 
houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, 
judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; 
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Ou paga todos os credores ou pede a autorização destes pra efetuar 
a venda do bem. 
 VII – os registros de direitos reais e de transferência de 
propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a 
averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da 
falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. 
 Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício 
pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou 
incidentalmente no curso do processo. 
Que ação seria essa? 
R. -> ? 
ATOS REVOGÁVEIS 
 Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de 
prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o 
devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo 
sofrido pela massa falida. 
Aqui tem o Consilium Fraudis devendo provar a intenção de 
prejudicar credores, é a INEFICÁCIA SUBJETIVA. 
Fábio Ulhoa Coelho diz que os casos do art. 130 são objeto da ação 
revocatório, mas os casos da ação dos casos do art. 129 é uma ação 
inominada, de acordo com o art. 132 todos da lei 11101/05. 
 Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, 
deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer 
credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado 
da decretação da falência. 
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Contudo não é essa a posição da doutrina majoritária, como 
Amador Paes de Almeida, que diz que é cabível a ação revocatória 
para ambos os casos do art. 129 e 130. É a tese dos MPE’s. 
A declaração de ineficácia e as ações revocatórias não visam a anular 
ou a desfazer atos praticados pelo devedor, mas tão somente torná-
los sem efeito em relação à massa falida. 
Obs.: Professor Ricardo Negrão diz que se o devedor falido pagar os 
credores, alcançando a extinção de suas obrigações, os atos 
praticados terão plena eficácia em relação a ele por parte dos 
credores. 
Rubens Requião dizia que a ação revocatória não faz coisa julgada 
contra a massa falida. 
PROCESSAMENTO DA AÇÃO REVOCATÓRIA 
Essa ação é específica do processo falimentar, prevista 
expressamente. 
De acordo com o art. 134 da lei 11101/05 tem que obedecer o rito 
ordinário no juízo da falência. 
Art. 134. A ação revocatória correrá perante o juízo da falênciae 
obedecerá ao procedimento ordinário previsto na Lei no 5.869, de 11 
de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
Qual é a legitimidade ativa para essa ação? 
Antes da nova lei de falência só o síndico é que poderia ajuizar a 
ação e caso o síndico não ajuizasse o credor poderia fazê-lo de forma 
subsidiária. Agora com a nova lei além do administrador judicial, o 
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credor pode a qualquer tempo ajuizar tal ação e o membro do MP 
também pode ajuizar tal ação. Art. 132 da lei 11101/05. 
Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá 
ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou 
pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da 
decretação da falência. 
Quem que figura como réu dessa ação revocatória? 
Essa ação vai ser ajuizada contra todos os que figuraram no ato que 
vai ser declarado ineficaz ou revogado. Pode ser ajuizada contra 
todos os herdeiros ou legatários das pessoas retro-citadas. Pode ser 
contra os terceiros adquirentes se estes tiveram conhecimento da 
intenção de fraudar credores. Art. 133 da lei 11101/05. 
Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida: 
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele 
foram pagos, garantidos ou beneficiados; 
II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se 
criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; 
III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos 
incisos I e II do caput deste artigo. 
 
PRAZO 
Antes o prazo era de 01 ano da decretação da falência. Agora o 
prazo é de 03 anos contados da decretação da falência. Art. 132 da 
lei 11101/05. 
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Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá 
ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou 
pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da 
decretação da falência. 
O juiz proferirá uma sentença que terá como recurso a apelação. 
Art. 135, parágrafo único da lei 11101/05. 
ART. 135, Parágrafo único. Da sentença cabe apelação. 
Para o professor Amador Paes de Almeida se a ação revocatória 
tiver fundamento nos casos do art. 129 não terá efeito suspensivo, já 
no caso do art. 130 terá os efeitos suspensivo e devolutivo. 
 
 
DIREITOS DE TERCEIROS CONTRA O FALIDO NAS HIPOTESES 
DE INEFICÁCIA. 
ART. 136 da lei 11101/05. 
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação 
revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante 
de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao 
devedor. 
§ 1o Na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será 
declarada a ineficácia ou revogado o ato de cessão em prejuízo dos 
direitos dos portadores de valores mobiliários emitidos pelo 
securitizador. 
§ 2o É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor 
ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes. 
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DIFERENÇAS 
AÇÃO REVOCATÓRIA AÇÃO PAULIANA 
Só está prevista no processo 
falimentar. 
É ação civil. 
Busca a ineficácia objetiva ou 
subjetiva do ato em relação a 
massa falida. 
Busca a nulidade do ato. 
O autor pode ser o credor, mas 
pode ser o membro do MP ou o 
administrador judicial. 
O autor da ação é sempre o 
credor. 
 
 
ARRECADAÇÃO DOS BENS EM POSSE DO FALIDO 
Pedido de restituição é uma medida de desintegração da massa 
falida, ou seja, retira da massa falida bens que não são da massa 
falida. 
Há 05 hipóteses que permitem a restituição: 
1ª hipótese está no Art. 85 caput da lei 11101/05. 
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência 
ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da 
falência poderá pedir sua restituição. 
É uma ação judicial, 
2ª hipótese está no art. 85, parágrafo único da lei 11101/05. O prazo 
aqui estipulado é da efetiva entrega. Súm. 193 do STF. 
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Art. 85, Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de 
coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias 
anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. 
Súmula 193 - PARA A RESTITUIÇÃO PREVISTA NO ART. 76, § 2º, 
DA LEI DE FALÊNCIAS, CONTA-SE O PRAZO DE QUINZE DIAS 
DA ENTREGA DA COISA E NÃO DA SUA REMESSA. 
 
3ª hipótese está no decreto lei 911/69 no art. 7º trata da propriedade 
fiduciária. 
Art. 7º Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor 
ou proprietário fiduciário o direito de pedir, na forma prevista na 
lei, a restituição do bem alienado fiduciariamente. 
4ª hipótese está na lei 4728/65 no seu art. 75, §3º. 
Art. 75. O contrato de câmbio, desde que protestado por oficial 
competente para o protesto de títulos, constitui instrumento 
bastante para requerer a ação executiva. 
§ 3º No caso de falência ou concordata, o credor poderá pedir a 
restituição das importâncias adiantadas, a que se refere o parágrafo 
anterior. 
5ª hipótese está no art. 136, §2º da lei 11101/05. 
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação 
revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante 
de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao 
devedor. 
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§ 2o É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor 
ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes. 
 
Na prova da AGU foi perguntado sobre a restituição em dinheiro. 
Art. 86 da lei 11101/05. 
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: 
I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, 
hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, 
ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos 
os casos no valor atualizado; 
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente 
nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para 
exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de 
julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive 
eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas 
específicas da autoridade competente; 
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na 
hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto 
no art. 136 desta Lei. 
Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente 
serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. 
Súmula 417 do STF. 
Súmula 417 - PODE SER OBJETO DE RESTITUIÇÃO, NA 
FALÊNCIA, DINHEIRO EM PODER DO FALIDO, RECEBIDO EM 
ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA 
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NOME DE OUTREM, OU DO QUAL, POR LEI OU CONTRATO, 
NÃO TIVESSE ELE A DISPONIBILIDADE. 
 
São 4 hipóteses em que haverá restituição em dinheiro: 
1ª hipótese – quando o bem na posse do falido objeto do pedido de 
restituição é dinheiro. 
Ex.: Art. 51 da lei 8212/91. 
Art. 51. O crédito relativo a contribuições, cotas e respectivos 
adicionais ou acréscimosde qualquer natureza arrecadados pelos 
órgãos competentes, bem como a atualização monetária e os juros de 
mora, estão sujeitos, nos processos de falência, concordata ou 
concurso de credores, às disposições atinentes aos créditos da 
União, aos quais são equiparados. 
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS 
reivindicará os valores descontados pela empresa de seus 
empregados e ainda não recolhidos. 
2ª hipótese – se o adiantamento feito ao exportador foi em dinheiro 
então vai ter a restituição em dinheiro. 
3ª hipótese – o contratante de boa-fé que paga quantia em dinheiro. 
4ª hipótese – quando a coisa a ser restituída não mais existir. 
Se o bem já foi vendido vai ser restituído o valor da venda e não o 
valor do bem, mas se o bem deteriorar vai ser o valor de avaliação. 
 
Como que é feito esse pagamento da restituição? 
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: 
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I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, 
hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, 
ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos 
os casos no valor atualizado; 
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente 
nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para 
exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de 
julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive 
eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas 
específicas da autoridade competente; 
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na 
hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto 
no art. 136 desta Lei. 
Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente 
serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. 
Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e 
descreverá a coisa reclamada. 
§ 1o O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os 
documentos que o instruírem e determinará a intimação do falido, 
do Comitê, dos credores e do administrador judicial para que, no 
prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como 
contestação a manifestação contrária à restituição. 
§ 2o Contestado o pedido e deferidas as provas porventura 
requeridas, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, se 
necessária. 
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§ 3o Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para 
sentença. 
Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do requerente 
determinará a entrega da coisa no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas. 
Parágrafo único. Caso não haja contestação, a massa não será 
condenada ao pagamento de honorários advocatícios. 
Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, 
incluirá o requerente no quadro-geral de credores, na classificação 
que lhe couber, na forma desta Lei. 
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição caberá 
apelação sem efeito suspensivo. 
Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que pretender 
receber o bem ou a quantia reclamada antes do trânsito em julgado 
da sentença prestará caução. 
Art. 91. O pedido de restituição suspende a disponibilidade da coisa 
até o trânsito em julgado. 
Parágrafo único. Quando diversos requerentes houverem de ser 
satisfeitos em dinheiro e não existir saldo suficiente para o 
pagamento integral, far-se-á rateio proporcional entre eles. 
Art. 92. O requerente que tiver obtido êxito no seu pedido ressarcirá 
a massa falida ou a quem tiver suportado as despesas de 
conservação da coisa reclamada. 
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Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica 
resguardado o direito dos credores de propor embargos de terceiros, 
observada a legislação processual civil. 
Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos 
extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o 
quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a 
realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, 
atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os 
demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam 
reserva de importâncias. 
§ 1o Havendo reserva de importâncias, os valores a ela relativos 
ficarão depositados até o julgamento definitivo do crédito e, no caso 
de não ser este finalmente reconhecido, no todo ou em parte, os 
recursos depositados serão objeto de rateio suplementar entre os 
credores remanescentes. 
§ 2o Os credores que não procederem, no prazo fixado pelo juiz, ao 
levantamento dos valores que lhes couberam em rateio serão 
intimados a fazê-lo no prazo de 60 (sessenta) dias, após o qual os 
recursos serão objeto de rateio suplementar entre os credores 
remanescentes. 
Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável 
à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação 
provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 
desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos 
disponíveis em caixa. 
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Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial 
vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o 
limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão 
logo haja disponibilidade em caixa. 
 
Ordem de pagamento em dinheiro da lei 11101/05. 
1º art. 150 
2º art. 151 
3º as restituições 
4º créditos extraconcursais 
5º art. 83 
Se for bem obedece a regra do art. 88 da lei 11101/05. 
 
HABILITAÇÃO DE CRÉDITO 
Se não houver sido relacionado o nome do credor na declaração de 
credor este terá prazo de 15 dias para fazer um pedido 
administrativo ao administrador judicial, não necessitando de 
advogado e não tem custa processual. 
Após a nova declaração de credores pode ou não haver ação de 
impugnação. Se não houver a nova lista de declaração será o quadro 
geral de credores, mas se houver a impugnação só haverá o quadro 
geral quando se julgar a última impugnação. 
O crédito habilitado fora do prazo será chamado de retardatária e 
funcionará como ação de impugnação se for ajuizada até a 
homologação. Por isso tem que se valer de advogado com 
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capacidade postulatória e deve pagar custas, posto que se trata de 
ação. 
 Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, desta 
Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. 
 § 1o Na recuperação judicial, os titulares de créditos 
retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da 
relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da 
assembléia-geral de credores. 
 § 2o Aplica-se o disposto no § 1o deste artigo ao processo de 
falência, salvo se, na data da realização da assembléia-geral, já 
houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o 
crédito retardatário. 
 § 3o Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a 
rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamentode 
custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o 
término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
 § 4o Na hipótese prevista no § 3o deste artigo, o credor poderá 
requerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito. 
 § 5o As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas 
antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas 
como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta 
Lei. 
 § 6o Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles 
que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, 
o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, 
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requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação 
do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. 
 Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão 
intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, 
juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que 
reputem necessárias. 
 Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o 
Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar 
sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
 Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste 
artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir 
parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua 
manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa 
especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos 
livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, 
constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação. 
 Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, 
instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual 
indicará as provas consideradas necessárias. 
 Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, 
com os documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as 
diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito. 
 Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como 
quadro-geral de credores, a relação dos credores constante do edital 
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de que trata o art. 7o, § 2o, desta Lei, dispensada a publicação de que 
trata o art. 18 desta Lei. 
 Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta 
Lei, os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que: 
 I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das 
habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da 
relação referida no § 2o do art. 7o desta Lei; 
 II – julgará as impugnações que entender suficientemente 
esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, 
mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação; 
 III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os 
aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais 
pendentes; 
 IV – determinará as provas a serem produzidas, designando 
audiência de instrução e julgamento, se necessário. 
 Art. 16. O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de 
valor para satisfação do crédito impugnado. 
 Parágrafo único. Sendo parcial, a impugnação não impedirá o 
pagamento da parte incontroversa. 
 Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. 
 Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder 
efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a 
inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-
geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em 
assembléia-geral. 
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 Art. 18. O administrador judicial será responsável pela 
consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo 
juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7o, § 2o, 
desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. 
 Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo 
administrador judicial, mencionará a importância e a classificação 
de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou 
da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no 
órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença 
que houver julgado as impugnações. 
Caso o juiz já tenha homologado o quadro geral o credor que ficou 
de fora terá que ajuizar uma ação de retificação. Art. 19 da lei 
11101/05. 
 Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou 
o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da 
recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o 
procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir 
a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, 
nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro 
essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento 
do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. 
 § 1o A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente 
perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas 
hipóteses previstas no art. 6o, §§ 1o e 2o, desta Lei, perante o juízo 
que tenha originariamente reconhecido o crédito. 
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 § 2o Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao 
titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado 
mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito 
questionado. 
 Art. 20. As habilitações dos credores particulares do sócio 
ilimitadamente responsável processar-se-ão de acordo com as 
disposições desta Seção. 
 
PEDIDO 
 
JUIZ 
 
CITAÇAO 
 
MANIFESTAÇAO 
 
SENTENÇA DECLARATÓRIA ART. 99,II pedido de restituição. 
 
RELACAO DECREDORES 
 
EDITAL 3 ANOS PARA A ACÃO REVOCATÓRIA 
 
 
EM 15 DIAS DO EDITAL 
ART. 7º, §1º FALA DA HABILITAÇÃO DOS CRÉDITOS 
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QUE NÃO ESTÁ NA RELAÇÃO DE CREDORES. 
É UM PEDIDO ADMINISTRATIVO. 
 
NOVA RELAÇÃO DE CREDORES 
PRAZO DE 10 DIAS AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO 
ART. 8º 
ART. 7, §2º EM FACE DA 
NOVA LISTA 
 
QUADRO GERAL DE CREDORES 
CASO NÃO TENHA IMPUGNAÇÃO. 
SÓ TERÁ QUADRO 
GERAL DE 
CREDORES SÓ 
DEPOIS DE O JUIZ 
JULGAR A ÚLTIMA 
IMPUGNAÇÃO, 
QUANDO 
HOMOLOGARÁ O 
QUADRO. 
 
 
AÇÃO RENOVATÓRIA 
 
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I - Quando o empresário se estabelece em determinado em imóvel a 
proteção ao estabelecimento comercial se dá através da Ação 
Renovatória, que dá a renovação compulsória do contrato de 
locação comercial, quando o locador não quer renovar o contrato de 
locação. 
Ponto comercial é o local específico em que o empresário ou a 
sociedade empresária se encontra, nele se estabelecendo. 
A natureza jurídica é: 
- na ação revisional é de rito sumario; 
- na ação de despejo é de rito ordinário;e 
- NA AÇÃO RENOVATÓRIA O RITO É O ORDINÁRIO, posição 
defendida por Fábio Ulhoa e Maria Helena Diniz. 
 
Para que o empresário possa ajuizar essa ação tem que preencher 
todos os requisitos da lei 8245/91 no art. 51. 
 Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o 
locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde 
que, cumulativamente: 
 I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com 
prazo determinado; 
 II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos 
ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; 
 III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo 
ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
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 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos 
cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total 
do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo 
sublocatário. 
 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel 
para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe 
a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser 
exercido pelo locatário ou pela sociedade. 
 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos 
sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, 
desde que continue no mesmo ramo. 
 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações 
celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, 
regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos 
previstos neste artigo. 
 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação 
no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, 
anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. 
Dessa forma a locação tem que ser não residencial com finalidade de 
lucro, para Silvio Venosa diz que qualquer profissional liberal, art. 
966, parágrafo único do CC/2002, pode ter direito a ação 
renovatória. A locação do art. 55 da lei 8245/91 é não residencial e 
mesmo assim não vai ter direito a ajuizar a ação renovatória. 
CC - Art. 966, Parágrafo único. Não se considera empresário quem 
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
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artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo 
se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Lei 8245/91 - Art. 55. Considera - se locação não residencial quando 
o locatário for pessoa jurídica e o imóvel, destinar - se ao uso de seus 
titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados. 
II - REQUISITOS CUMULATIVOS DA AÇÃO RENOVATÓRIA: 
- O contrato no art. 51, I da lei 8245/91 diz que o contrato tem que 
ser escrito e com prazo determinado, ou seja, o contrato verbal não 
dá direito a ação renovatória e o contrato com prazo indeterminado 
também não dá esse direito, por isso cuidado com a renovação 
automática do contrato de locação que se renovado pelo prazo 
indeterminado. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao 
comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual 
prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha 
sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
- O art. 51, II da lei 8245/91 diz que o prazo do contrato é de 05 anos 
para ser renovado ou a soma das renovações ininterruptas do 
contrato de locação, essa soma ininterrupta se chama “acessio 
temporis”. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, 
o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, 
desde que, cumulativamente: II - o prazo mínimo do contrato a 
renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos 
seja de cinco anos; 
- O art. 51, III da lei 8245/91 o empresário deve estar explorando o 
mesmo ramo de atividade de 03 anos para o empresário ter direito a 
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chamada ação renovatória. Art. 51. Nas locações de imóveis 
destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do 
contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: III - o 
locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo 
prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
 
III - CABE RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO MISTA? 
Segundo Nascimento Franco, ante a inseparabilidade material do 
conjunto, admite-se a renovação, prevalecendo a parte comercial e 
considerando – se a residencial mera dependência utilizada pelo 
locatário para melhor administrar seu negócio. 
 
IV – LEGITIMIDADE ATIVA 
- LOCATÁRIO. 
- CESSIONÁRIO. 
É quando no estabelecimento comercial se tem a placa – PASSA SE 
O PONTO – que é a situação em que se cede o estabelecimento 
empresarial, devendo a nova empresa que entrar no estabelecimento 
com o mesmo ramo de atividade, e o contrato de locação, art. 51, §1º 
da lei 8245/91. Contudo para se passar o contrato de locação o 
locador tem que dá um consentimento expresso, segundo o art. 13 
da lei 8245/91. 
 Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o 
locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde 
que, cumulativamente: 
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§1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos 
cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total 
do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo 
sublocatário. 
Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, 
total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito 
do locador. 
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do 
locador em manifestar formalmente a sua oposição. 
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de 
uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias 
para manifestar formalmente a sua oposição. 
Fusão é a união de duas ou mais sociedades que se unem para 
formar uma nova sociedade e essa nova sociedade tem direito a ação 
renovatória. 
- SUBLOCADOR. 
Locador. 
 
Locatário. 
 
Sublocatário. 
Como a finalidade da ação renovatória é proteger o ponto comercial 
e podendo o locatário sublocar esse personagem, e somente ele na 
sublocatário, poderá ser autor da ação renovatória, segundo art. 51, 
§1º da lei 8245/91. 
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Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário 
terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, 
cumulativamente: 
§1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos 
cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total 
do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo 
sublocatário. 
RESP 862.818 
CIVIL. LOCAÇÃO COMERCIAL. DISTRIBUIDORA DE 
DERIVADOS DE PETRÓLEO. SUBLOCAÇÃO TOTAL AO 
REVENDEDOR VAREJISTA. ILEGITIMIDADE DAQUELA PARA 
PROPOR AÇÃO RENOVATÓRIA. ART. 51, § 1º, DA LEI 8.245/91. 
PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. 1. Esta Corte 
já pacificou o entendimento de que a distribuidora de petróleo, 
legalmente impedida de comercializar diretamenteseus produtos, 
que subloca totalmente o imóvel ao revendedor varejista, não possui 
legitimidade para propor ação renovatória da locação, diante do 
óbice do art. 51, § 1º, da Lei 8.245/91 e da circunstância de que cabe 
ao sublocatário buscar a proteção ao fundo de comércio, por estar na 
posse do bem. 2. Recurso especial improvido. 
- SÓCIO SOBREVIVENTE. 
Lei 8245/91 - Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao 
comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual 
prazo, desde que, cumulativamente: 
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§3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o 
sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde 
que continue no mesmo ramo. 
V – DOCUMENTOS QUE DEVEM IINSTRUIR A AÇÃO 
RENOVATÓRIA. 
- prova do preenchimento dos requisitos do art. 51 da lei 8245/91. 
- prova de cumprimento do contrato. 
Obs.: muitos contratos de locação contêm uma cláusula dizendo que 
o locatário tem o dever de fazer o seguro contra incêndio, e com isso 
se o locatário não fizer o contrato de seguro de incêndio não pode 
ingressar com a renovatória. 
- prova de quitação dos tributos relativos aos imóvel. 
- indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação 
da locação. 
- a lei 8245/91 foi alterada pela lei 12112/09. 
A idoneidade financeira deve ser comprovada mesmo sendo o 
mesmo fiador e não apenas se o fiador for novo como ocorria na 
redação anterior da lei. Art. 71, V da lei 8245/91. Art. 71. Além dos 
demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a 
petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com: V – 
indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando 
não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação 
completa, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda, 
endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado 
civil, a profissão e o número da carteira de identidade, 
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comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, 
a atual idoneidade financeira; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 
2009) 
 
VI – COMPETÊNCIA 
O juízo competente para ajuizar a ação renovatória é o foro elegido 
no contrato de locação, de acordo com o art. 58, da lei 8245/91, mas 
se não houver foro elegido no contrato é que será o local do imóvel. 
Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, 
nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e 
acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de 
locação, observar - se - á o seguinte: 
I - os processos tramitam durante as férias forenses e não se 
suspendem pela superveniência delas; 
II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da 
situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato; 
III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na 
hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião 
do ajuizamento; 
 
VII – VALOR DA CAUSA 
É de 12 meses de aluguel. Art. 58, III da Lei 8245/91. 
Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, 
nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e 
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acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de 
locação, observar - se - á o seguinte: 
III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na 
hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião 
do ajuizamento; 
 
VIII – PRAZO 
O prazo é decadencial 
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário 
terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, 
cumulativamente: 
5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no 
interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, 
anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. 
 
 
 
 1 ano do fim 6 meses do fim 
 Prazo do Contrato de Locação 
Início Fim 
 Início do prazo fim do prazo 
 
 No fim do 
contrato cabe a denúncia vazia nos termos do art. 57 da lei 8245/91. 
Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser 
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denunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta 
dias para a desocupação. 
 
IX – CONTESTAÇÃO. 
Na contestação, não é em reconvenção, o locador pode apresentar a 
exceção de retomada, que são exceções que permitem o locador 
retomar o imóvel, segundo o art. 52 c/c 72 da lei 8245/91. 
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel 
obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer 
modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da 
propriedade; 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para 
transferência de fundo de comércio (Estabelecimento comercial) 
EXISTENTE HÁ MAIS DE UM ANO, sendo detentor da maioria 
do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
a 
1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao 
uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também 
envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
2º NAS LOCAÇÕES DE ESPAÇO EM SHOPPING CENTERS , O 
LOCADOR NÃO PODERÁ RECUSAR A RENOVAÇÃO DO 
CONTRATO COM FUNDAMENTO NO INCISO II DESTE 
ARTIGO. 
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O shopping Center pode apresentar exceção de retomada em todos 
os casos do art. 52 e 72, exceto nas hipóteses do art. 52 II da lei 
8245/91. 
3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos 
prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, 
perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a 
renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em 
melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da 
entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras 
determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender 
realizar. 
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que 
possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; 
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do 
imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por 
aquele ao ponto ou lugar; 
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52). 
1° No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em 
contraproposta, as condições de locação que repute compatíveis 
com o valor locativo real e atual do imóvel. 
2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental 
da proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, 
com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o 
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mesmo do locatário. Nessa hipótese,o locatário poderá, em réplica, 
aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. Tendo 
direito a indenização do art. 52, §3º da lei 8245/91. 
3° No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova 
da determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das 
obras a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá 
o imóvel, assinado por engenheiro devidamente habilitado. 
4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a 
fixação de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês 
do prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por 
cento do pedido, desde que apresentados elementos hábeis para 
aferição do justo valor do aluguel. 
5° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá 
estabelecer periodicidade de reajustamento do aluguel diversa 
daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro 
indexador para reajustamento do aluguel. 
 
Quando se fala em Shopping Center tomar cuidado em duas coisas: 
I - “Tenant mix” – é o plano de distribuição dos tipos de lojas pelo 
edifício de modo a gerar uma maximização dos lucros, tendo dois 
tipos de lojas: 
- Lojas âncoras – são as lojas que valorizam o shopping. 
- Lojas satélites – são as lojas que gravitam em torno das âncoras e 
que já tem um reconhecimento no mercado, mas não são tão 
grandes como as âncoras. 
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II – “res sperato” é diferente de luvas. 
A “res sperato” é a quantia inicial paga pelo lojista para assegurar-se 
da posse do futuro espaço. Está diretamente ligada ao “tenant mix”. 
As luvas é tido por uma indenização decorrente pela valorização do 
ponto comercial. 
É possível ou não a cobrança de luvas? 
Sim é possível cobrar as luvas iniciais segundo o STJ, mas não pode 
ser cobrada na renovação dos contratos de aluguel. 
RESP 1003581 
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LOCAÇÃO. LUVAS. 
CONTRATO INICIAL. COBRANÇA. POSSIBILIDADE. 
PRECEDENTE DO STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL 
COMPROVADO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E 
PROVIDO. 1. Não há ilegalidade na cobrança de luvas em contrato 
inicial de locação. Inteligência dos arts. 43, I, e 45 da Lei 8.245/91. 
Precedente do STJ. 2. Dissídio jurisprudencial comprovado. 3. 
Recurso especial conhecido e provido. 
 
X – DECISÃO 
Aluguel provisório está no Art. 72, §4º da lei 8245/91. 
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que 
possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 
4° Na contestação, o locador, ou sublocador, PODERÁ PEDIR, 
AINDA, A FIXAÇÃO DE ALUGUEL PROVISÓRIO, PARA 
VIGORAR A PARTIR DO PRIMEIRO MÊS DO PRAZO DO 
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CONTRATO A SER RENOVADO, NÃO EXCEDENTE A 
OITENTA POR CENTO DO PEDIDO, desde que apresentados 
elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. 
 
A sentença pode ser: 
- IMPROCEDENTE. 
Antes da lei 12112/09 muitas vezes o locatário ajuizava ação 
sabendo que era improcedente, isso era feito, pois o locatário sabia 
que deveria devolver imóvel com o trânsito em julgado da sentença 
que teria ainda um prazo de até 06 meses para o locatário desocupar 
o imóvel. 
Depois da lei 12112/09 agora o locatário deve, se for pedido em 
contestação, desocupar voluntariamente o imóvel no prazo de 30 
dias independentemente de recurso, de acordo com o art. 74 da lei 
8245/91 
Art. 74. Não sendo renovada a locação, o juiz determinará a 
expedição de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 
(trinta) dias para a desocupação voluntária, se houver pedido na 
contestação. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) 
- PROCEDENTE. 
O juiz mandará renovar o contrato. E qual o prazo desse novo 
contrato? Art. 51 caput, da lei 8245/91. 
Lei 8245/91 - Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao 
comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual 
prazo, desde que, cumulativamente: 
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O STJ entende Ag Rg no RESP 962945 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. LOCAÇÃO. 
AÇÃO RENOVATÓRIA. PRAZO MÁXIMO DA RENOVAÇÃO DO 
CONTRATO. CINCO ANOS. 1. Esta Corte, interpretando o disposto 
no art. 51 da Lei nº 8.245/1991, firmou entendimento de que o prazo 
máximo de prorrogação do contrato locativo estabelecido em ação 
renovatória é de cinco anos. 2. Agravo regimental a que se nega 
provimento. 
 
AÇÃO REVISIONAL 
É uma ação de rito sumário. E o seu cabimento é com base no art. 19 
da lei 8245/91 que dá a possibilidade de revisar o valor de aluguel, 
para majorar ou minorar. 
Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos 
de vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, 
poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá - lo ao 
preço de mercado. 
A gratuidade de estacionamento de shopping Center que certas leis 
municipais tratam é encarado como desapropriação indireta que 
não tem embasamento legal e nem teve indenização pela 
jurisprudência. 
 
Sendo ajuizada uma revisional, o juiz estabelecia um aluguel 
provisório que não poderia ser superior a 80% do valor do pedido. 
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Agora com a redação dada pela lei 12112/91 o aluguel provisório 
não pode ser maior que 80% do pedido quando o locador pedir para 
aumentar o valor, mas se for o locatário, que ajuizar a revisional 
para pedir para reduzir, o aluguel provisório não pode ser inferior 
que 80% do valor do aluguel vigente. 
Foro competente e valor da ação é igual ao da ação renovatória.

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