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ASA_Sentidos_Teste_avaliação_12_Mensagem

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TESTE DE AVALIAÇÃO Nº 3 – 12º ANO 
©Edições ASA | 2018-2019 – Projeto SENTIDOS Página 1 
 
 
ESCOLA______________________________________________________ DATA ___/ ___/ 20__ 
 
NOME_______________________________________________________ N.O____ TURMA_____ 
 
GRUPO I 
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada. 
 
PARTE A 
Leia o poema. 
 
D. SEBASTIÃO 
 
 
 
 
 
 
5 
Esperai! Caí no areal e na hora adversa 
Que Deus concede aos seus 
Para o intervalo em que esteja a alma imersa 
Em sonhos que são Deus. 
 
Que importa o areal e a morte e a desventura 
Se com Deus me guardei? 
É O que eu me sonhei que eterno dura, 
É Esse que regressarei. 
 
Fernando Pessoa, Mensagem, Lisboa: Ática, 10.ª ed. 1972, p. 81 
(disponível em http://arquivopessoa.net/textos/95) 
 
 
 
1. Justifique o recurso à primeira pessoa do singular. 
 
2. Comprove que D. Sebastião é apresentado na sua vertente histórica e mítica. 
 
3. Demonstre a presença de um tom messiânico no poema, comprovando a resposta 
com elementos textuais pertinentes. 
 
4. Explicite o uso do imperativo no início do poema. 
 
 
http://arquivopessoa.net/textos/95
 TESTE DE AVALIAÇÃO Nº 3 – 12º ANO 
©Edições ASA | 2018-2019 – Projeto SENTIDOS Página 2 
 
 
PARTE B 
Leia o excerto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
30 
 
 
Cena III 
MADALENA, TELMO, MARIA 
 
 MARIA (entrando com umas flores na mão, encontra-se com Telmo, e o faz tornar para a 
cena) – Bonito! Eu há mais de meia hora no eirado passeando – e sentada a olhar para o rio e 
a ver as faluas e os bergantins1 que andam para baixo e para cima – e já aborrecida de 
esperar... e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com a minha mãe, sem se importar de 
mim. – Que é do romance que me prometeste? Não é o da batalha, não é o que diz: 
Postos estão, frente a frente, 
Os dois valorosos campos; 
é o outro, é o da ilha encoberta onde está el-rei D. Sebastião, que não morreu e que há de vir 
um dia de névoa muito cerrada2... Que ele não morreu; não é assim, minha mãe? 
 MADALENA Minha querida filha, tu dizes coisas! Pois não tens ouvido, a teu tio Frei Jorge e a 
teu tio Lopo de Sousa, contar tantas vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas 
quimeras para se consolar na desgraça. 
 MARIA Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto, 
alguma coisa há de ser. Mas ora o que me dá que pensar é ver que, tirado aqui o meu bom 
Telmo (chega-se toda para ele, acarinhando-o), ninguém nesta casa gosta de ouvir falar em 
que escapasse o nosso bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião. Meu pai, que é tão bom 
português, que não pode sofrer estes castelhanos, e que até, às vezes, dizem que é de mais o 
que ele faz e o que ele fala… em ouvindo duvidar da morte do meu querido rei D. Sebastião... 
ninguém tal há de dizer, mas põe-se logo outro, muda de semblante, fica pensativo e 
carrancudo; parece que o vinha afrontar, se voltasse, o pobre do rei. – Ó minha mãe, pois ele 
não é por D. Filipe; não é, não? 
 MADALENA Minha querida Maria, que tu hás de estar sempre a imaginar nessas coisas que 
são tão pouco para a tua idade! Isso é o que nos aflige, a teu pai e a mim; queria-te ver mais 
alegre, folgar3 mais, e com coisas menos... 
 MARIA Então, minha mãe, então! – Veem, veem?... também minha mãe não gosta. Oh! essa 
ainda é pior, que se aflige, chora... ela aí está a chorar... (vai-se abraçar com a mãe, que 
chora). Minha querida mãe, ora pois então! – Vai-te embora, Telmo, vai-te; não quero mais 
falar, nem ouvir falar de tal batalha, nem de tais histórias, nem de coisa nenhuma dessas. – 
Minha querida mãe! 
 TELMO E é assim; não se fala mais nisso, e eu vou-me embora. (À parte, indo-se depois de 
lhe tomar as mãos) Que febre que ela tem hoje, meu Deus! queimam-lhe as mãos... e aquelas 
rosetas4 nas faces... Se o perceberá a pobre da mãe! 
 
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa (dir. Annabela Rita), Porto, Edições Caixotim, 2004. 
 
1 Embarcações pequenas e ligeiras, de dois mastros. 2 A crença popular era a de que D. Sebastião não teria morrido 
e regressaria numa manhã de muito nevoeiro. 3 Divertir, distrair. 4 Manchas avermelhadas, características da 
tuberculose. 
 
 TESTE DE AVALIAÇÃO Nº 3 – 12º ANO 
©Edições ASA | 2018-2019 – Projeto SENTIDOS Página 3 
 
 
5. Demonstre como a personagem Maria se relaciona com a crença sebastianista. 
 
6. Justifique a atitude de D. Madalena ao tentar demover Maria das certezas/crenças 
defendidas. 
 
PARTE C 
 
D. Sebastião é o monarca português que assume relevância quer em Mensagem quer 
em Os Lusíadas. 
Escreva uma breve exposição na qual apresente o modo como este rei lusitano é 
perspetivado na obra de Camões e na de Fernando Pessoa. 
A sua exposição deve incluir: 
• uma introdução ao tema; 
• um desenvolvimento onde demonstre, através de dois aspetos, a abordagem 
diferenciada que é feita a D. Sebastião. 
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema. 
 
GRUPO II 
Leia o texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
Sente falta de amor? 
 
Talvez a falta de Amor seja mesmo a “peste” do século XXI! Será que estamos também 
“programados” para suprir a falta de Amor que sentimos? 
 
Porque é que muitas pessoas continuam a pensar que sentir falta de Amor é normal e 
aceitam ser pouco amadas ou mesmo muito mal-amadas, com receio e medo de perder o que 
muitas vezes só existe mesmo na sua imaginação? 
Porque existem crenças e mitos completamente obsoletos, entre os quais o de que sentir 
amor próprio é vaidade e de que não existe uma bela história de Amor sem muito sofrimento! 
Tudo mentiras! 
O que está a acontecer com o Amor que geneticamente viemos programados para sentir 
por nós mesmos e pelos outros, e que muitos dizem sentir por nós, mas que na “prática” é 
zero? 
Será que esta sociedade de consumo está a “consumir” e a “perverter” o conceito de 
Amor, ou nos está a querer tentar impingir um “Amor falsificado” por nós mesmos e pelos 
outros? 
Pela minha experiência acompanhando casais, o modelo “Vale quase tudo!” tende a 
predominar. Agressões verbais, físicas e constante desrespeito apresentam tendência 
acentuada para serem relativizados e não interpretados como situações graves, inaceitáveis e 
reveladoras de uma total falta de Amor. 
A idealização do que é uma relação de Amor, as dificuldades em ter uma relação de 
compromisso pensando que irá encontrar um “pacote melhor”, de se amar a si próprio frente 
a todas as exigências que lhe são diferidas (ou que se auto impõe), o sentimento crónico de 
 TESTE DE AVALIAÇÃO Nº 3 – 12º ANO 
©Edições ASA | 2018-2019 – Projeto SENTIDOS Página 4 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
não se sentir amado pelo companheiro e familiares e, ainda assim, não o dizer com todas as 
consequências daí advenientes… a sensação que muitas pessoas transmitem de que vivem 
numa espécie de “selva dos afetos” na qual tentam sobreviver… ainda não é generalizável, 
mas creio que para lá caminha! 
A falta de Amor paira… 
Será que um destes dias vamos ao supermercado e encontramos a prateleira do Amor 
enlatado, chegamos a casa e comemos as referidas latas olhando para a televisão, Facebook, 
Instagram, SMS e WhatsApp, tudo ao mesmo tempo? 
 
Margarida Vieitez, in Visão online – http://visao.sapo.pt/opiniao/bolsa-de-especialistas/2018-09-30-Sente-
falta-de-Amor (acedido em 16/01/2019, com supressões). 
 
1. Segundo a autora do texto, há convicções completamente retrógradas, como 
(A) pensar-se que só se deve amar o próximo. 
(B) achar que sentir Amor próprio é vaidade. 
(C) ver as histórias de Amor sempre bem sucedidas.(D) considerar-se que só existem histórias de Amor. 
 
2. A autora põe a hipótese de a sociedade consumista estar a 
(A) incutir a necessidade de se valorizar o Amor. 
(B) tornar-nos cada vez mais exigentes em relação ao Amor. 
(C) exigir cada vez mais de nós em relação aos sentimentos. 
(D) deturpar o conceito de Amor e a valorizar um Amor falso. 
 
3. A falta de Amor manifesta-se quando 
(A) há desrespeito, agressões verbais e físicas. 
(B) se supervalorizam alguns comportamentos. 
(C) se considera que o Amor é para a vida toda. 
(D) se valoriza excessivamente os compromissos. 
 
4. Na frase “Será que esta sociedade de consumo está a ‘consumir’ e a ‘perverter’ o conceito 
de Amor, ou nos está a querer tentar impingir um ‘Amor falsificado’ por nós mesmos e 
pelos outros?” (ll. 12-14) , a conjunção “ou” tem valor 
(A) disjuntivo ou de alternância. 
(B) explicativo. 
(C) aditivo. 
(D) conclusivo. 
 
5. A oração “que lhe são diferidas” (l. 21) classifica-se como subordinada 
(A) substantiva relativa. 
(B) adjetiva relativa restritiva. 
(C) adverbial consecutiva. 
(D) substantiva completiva. 
 
http://visao.sapo.pt/opiniao/bolsa-de-especialistas/2018-09-30-Sente-falta-de-Amor
http://visao.sapo.pt/opiniao/bolsa-de-especialistas/2018-09-30-Sente-falta-de-Amor
 TESTE DE AVALIAÇÃO Nº 3 – 12º ANO 
©Edições ASA | 2018-2019 – Projeto SENTIDOS Página 5 
 
 
6. Indique a função sintática desempenhada pelo pronome “que” em 
a) “que lhe são diferidas” (l. 21). 
b) “que muitas pessoas transmitem” (l. 23). 
 
7. Identifique o mecanismo de coesão assegurado pela palavra “Amor” ao longo do texto. 
 
 
GRUPO III 
 Hoje em dia, a preocupação das pessoas centra-se nas novas tecnologias e esquecem-se 
que o Amor é fundamental para se viver em harmonia, connosco e com os outros. 
 Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de 
trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre os comportamentos 
atuais e as consequências que podem advir da indiferença pelo “outro”. 
 
 No seu texto: 
• explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois 
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo; 
• utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito). 
 
 
 
FIM 
 
 
 
 
COTAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Grupo 
Item 
Cotação (em pontos) 
I 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 104 16 16 16 8 16 16 16 
II 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 56 8 8 8 8 8 8 8 
III Item único 40 
TOTAL 200 
 TESTE DE AVALIAÇÃO Nº 3 – 12º ANO 
©Edições ASA | 2018-2019 – Projeto SENTIDOS Página 6 
 
 
Proposta de correção 
GRUPO I 
PARTE A 
1. O discurso na primeira pessoa permite perceber que o sujeito poético assume a perspetiva do rei 
D. Sebastião; é como se encarnasse esta figura histórica e percecionasse a sua ação sob o olhar do 
monarca. Por isso, é o próprio que afirma “Caí no areal e na hora adversa” (v. 1), onde evidencia a 
perceção que tem da sua desgraça, ou “É O que eu me sonhei que eterno dura” (v. 7), revelando a 
convicção ou certeza da sua predestinação e consequente mitificação. 
2. É o próprio D. Sebastião que põe em confronto a sua dimensão histórica e a sua dimensão mítica. 
Efetivamente, logo no início, está implícito o combate que travou contra os mouros em Alcácer 
Quibir onde terá morrido, conforme narram os factos históricos (“Caí no areal e na hora adversa / 
Que Deus concede aos seus” – vv. 1-2). Por outro lado, surge a vertente mítica, que é superiorizada, 
uma vez que, para além de ser eleito e protegido por Deus (“Se com Deus me guardei?”, v. 6), 
eternizou-se, mitificando-se. Será, pois, sob esta áurea mítica e divinizada que regressará, como se 
vê pelo uso da maiúscula nos pronomes “O” e “Esse” (vv.7 e 8) e no verso “É O que eu me sonhei 
que eterno dura” (v. 7). 
3. O tom messiânico resulta desde logo da predestinação do herói. Com efeito, D. Sebastião é eleito 
por Deus para levar a cabo a missão de converter os mouros, espalhando a fé cristã no norte de 
África, pelo menos na versão lendária que se construiu após o desaparecimento do monarca. No 
texto, esse messianismo está também presente na referência à proteção que lhe é dada por Deus, 
afirmando “Se com Deus me guardei?” (v. 6), passando a gozar da capacidade de ressuscitar tal 
como o seu protetor, quando convictamente assegura “É Esse que regressarei.” (v. 8). 
4. O discurso do sujeito poético inicia com a utilização da forma verbal “Esperai”, no imperativo, com 
valor exortativo, dado encerrar um pedido que é justificado no fim, com a promessa de que 
regressará. Deste modo, e também pelo valor semântico do verbo, percebe-se que o “eu” está 
convicto do seu reaparecimento ainda que numa vertente mítica que só se concretizará se houver fé 
e esperança de que a espera será recompensada com o regresso. 
 
PARTE B 
5. Pelo discurso de Maria, e logo na sua primeira intervenção, depreende-se que a personagem é uma 
fervorosa defensora do mito sebastianista. Duvida da morte do monarca e, tal como o povo 
português, acredita que D. Sebastião regressará num “dia de névoa muito cerrada”, impedindo, assim, 
a perda da independência dos portugueses que se encontravam já sob o jugo dos espanhóis. 
6. D. Madalena sabia que se D. Sebastião regressasse ou estivesse vivo, o mais provável é que D. João 
também estivesse e isso seria catastrófico para a sua família. Ouvir falar dessa possibilidade era 
destruir a felicidade que construíra ao lado de Manuel de Sousa; por isso, tenta que Maria não 
acredite no mito do regresso do rei e muito menos que o alimente, pois isso traria ao seu presente um 
passado que queria esquecer. Esta situação aumentava ainda mais a angústia em que vivia. 
 
PARTE C 
7. Entre a Mensagem e Os Lusíadas é possível estabelecerem-se algumas aproximações, apesar de ser 
mais aquilo que separa as duas obras do que aquilo que as aproxima. 
Ainda que ambas as obras tenham um fundo épico, a pessoana é mais subjetiva e tal é desde logo 
visível na forma como D. Sebastião aí surge. Veja-se que em Os Lusíadas, o monarca começa por ser 
caracterizado de forma abonatória e elogiosa, sendo-lhe dedicada a obra épica. Como se sabe, o rei 
português era quem governava na época e, por isso, Camões, seu contemporâneo e seu súbdito, 
enaltece-o e dedica-lhe a sua epopeia, estabelecendo com ele uma espécie de diálogo. 
Fernando Pessoa escreve a Mensagem quatro séculos depois, quando D. Sebastião já se tinha 
afirmado como figura lendária e mítica, adquirindo, por isso, aqui uma dimensão simbólica, 
 TESTE DE AVALIAÇÃO Nº 3 – 12º ANO 
©Edições ASA | 2018-2019 – Projeto SENTIDOS Página 7 
 
confirmada no facto de o próprio poeta se assumir como interlocutor do discurso nos poemas em que 
D. Sebastião é convocado. Mas é um interlocutor sem rosto; é uma força espiritual ou divina, porque o 
rei fora escolhido por Deus para reerguer a nação que, no século XX, perdera o esplendor da época 
camoniana. 
Assim, conclui-se que o D. Sebastião camoniano é uma entidade concreta, que tomava, na época, as 
rédeas do reino; Pessoa, por seu lado, evoca apenas uma figura simbólica, cujo espírito de aventura e 
de loucura era necessário e urgente impregnar no povo português do século XX para que estes 
erguessem o Quinto Império. 
(243 palavras) 
 
GRUPO II 
1. (B); 2. (D); 3. (A); 4. (A); 5. (B). 
6. a) Sujeito. 
 b) Complemento direto. 
7. Coesão lexical por reiteração. 
 
GRUPO III 
 
Todos sabemos que o mundo atual está mais voltado para a posse de bens materiais. Os próprios 
estados promovem este tipo de comportamentos ao lutarem para se imporem entre si e mostrarem a 
superioridade tecnológica.De facto, o consumismo desenfreado e os novos hábitos, frequentemente resultantes do uso das 
novas tecnologias, fazem com que nos esqueçamos dos outros e em grande escala daqueles que mais 
necessitam. Vivemos mais preocupados em ter tudo o que nos dê bem-estar, mas não alimentamos o 
nosso lado emocional. Esquecemo-nos que estar bem connosco, ter estabilidade emocional é mais 
importante do que ter um telemóvel sofisticado e sobre o qual falamos com os amigos. É vulgar 
ouvirmos conversas, tanto em situações formais como informais, cujo tema é a capacidade de memória 
ou a qualidade das imagens do telemóvel. 
Com efeito, com frequência esquecemo-nos da desgraça envolvente e até os problemas 
emocionais que nos assolam. Veja-se a situação dos refugiados que, para fugirem à miséria e à guerra, 
procuram asilo noutros países. Veja-se as medidas que os países adotam perante esses mesmos 
refugiados: proíbem-lhes a entrada, constroem barreiras que vedam o acesso a esses territórios ou 
“instalam-nos” sob condições deploráveis. 
Felizmente há ainda muitas pessoas e organizações que praticam o bem e colocam o próximo 
como prioridade. Dinamizam recolha de alimentos, angariação de fundos, promovendo espetáculos de 
beneficência, com o intuito de proporcionar algum conforto àqueles que dele precisam. As pessoas que 
aderem a estas causas sentem-se recompensadas e equilibradas emocionalmente, pois o egoísmo não 
faz parte do seu dia a dia. 
Quem dedica a sua vida em prol de causas humanitárias, por norma, vive mais feliz por fazer os 
outros felizes. Pena é que estes comportamentos sejam escassos e ocorram a uma escala reduzida. 
É urgente mudar mentalidades e mostrar que a humanidade tem de ser solidária e tem de estar 
atenta à dor alheia para se poder realizar plenamente. 
(316 palavras)

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