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AP1 – Seminário de Pesquisa em Ensino de História I Aluna: Heloísa Cristina Braga Santos Matricula: 21216090071 Estudamos História em toda a nossa jornada escolar desde a primeira turminha com suas lembrancinhas de datas comemorativas até o termino da jornada estudantil com as conceituações históricas seja para saber e aprender sobre fatos históricos ou simplesmente para curtir um feriado prolongado. Sim a História assim como outras disciplinas ocorre em todo lugar. No início da minha vida escolar como já dito eu estudei História, mas me lembro de só passar a enxergar tal matéria a partir da quinta série hoje conhecida como quarto ano. Me lembro de ser a matéria mais entediante e que me deixava com dor nas mãos, pois era uma infinita transcrição do livro didático e as vezes de texto complementares e questionários trazidos pela professora. Os livros geralmente não eram suficientes em números para a turma toda o que dificultava claramente a execução da aula e um bom aproveitamento de tempo, muitas vezes estes livros eram divididos para três ou mais alunos. Neste processo me lembro bem de não conversar com o sobre o texto e le tão pouco conosco estávamos ali como meros copiadores e decoradores de tópicos lançados em sala de aula. O ensino de História por muito tempo não ia além disso se resumia em copiar, decorar e realizar avaliações quase com respostas padronizadas assim se ganhava os pontos no caderno por “participação”. Já no Ensino Médio eu posso concluir que comecei a estudar História ou melhor eu comecei a enxergar História com meus olhos, a professora que me marcou foi justamente a que já estava pra se aposentar e seu cansaço era visível depois de quase 20 anos em sala de aula. Me lembro perfeitamente de como os seus dois tempos eram gastos com atividades de recorte de jornais e comentário sobre a notícia recortada, algo estranho para uma turma de segundo ano do Ensino Médio e essa rotina repetida as vezes se alternava com a leitura de textos trazidos por ela que sempre se encerravam com um questionário a respeito com duas ou três perguntas. Meu questionamento sobre o ensino da História começou ali, eu ficava me perguntando se aprender História ou ensinar História consistia naquele processo. A turma assim como a professora seguiu seu processo de formação cansada e essa rotina parecia um círculo vicioso de uma metodologia maçante para ambos os lados e foi nesse momento que eu decidi estudar História eu queria saber um pouco mais do que estava sendo apresentada, como algo que era tão interessante poderia ter sua apresentação tão superficial? Na transcrição do texto apresentados temos os relatos de práticas docentes que embora sejam semelhantes apresentam suas distinções e fazer sua analise pode nos ajuda a compreender o percurso de docentes e discente no trajeto escolar. O texto descreve o cotidiano de duas professoras de História e suas respectivas turmas ambas com interesse e formação em História formadas pela mesma instituição de ensino embora em épocas diferentes seus desafios docentes. A primeira professora mais jovem chama-se Mônica tem 37 anos graduada pela UFF em História entre 84 e 88 destaca maior habilidade segundo ela na disciplina Pratica de Ensino, Monica também se dedica a escreve estórias para crianças o que caracteriza como um ponto positivo para desenvolver da melhor forma seu trabalho, Monica se aperfeiçoou com mais cursos um de Línguas e seu mestrado em História, além de realizar atividades como pesquisadora. Seu início de carreira foi sendo trilhado em escolas particulares com ênfase no ensino construtivista Monica demostrar gostar de atuar em sala de aula, ela possui dias e horários para preparar as suas aulas apesar desse ambiente a dinâmica de troca com outros colegas não e algo que ocorre com constância sendo limitado a colegas de outra escola. A segunda professora se chama Claudia ela tem 53 anos de idade também é mãe de três filhos seu maior tempo de atuação foi em escola pública com o público infantil apesar de dar aula para alunos maiores ela entendem que os maiores também estão em momento de construção e aprendizagem, Claudia concluiu o curso normal entre 1966 a 1968,mas também se formou na UFF no curso de História entre 1992 a 1996 realizou cursos de extensão e especialização em História do Brasil com mestrado em Literatura Brasileira com temática em História, diferente de Monica, Claudia não possui tempo e nem dias específicos para preparar as suas aulas fazendo isso muitas vezes em sua residência nos fins de semana . Neste ponto nos vemos diante de duas profissionais que estão formadas e aptas a exercer de melhor forma possível sua profissão, ambas têm qualificação profissional e bagagem, contudo a realidade que cada professora encontra na sua atuação as torna distantes mesmo em um cenário parecido. As diferenças já começam na diferença entre a carga horaria das duas professoras, Claudia tem a maior carga horaria, enquanto Mônica possui oito turmas com três series que totaliza 24 tempos em duas vezes na semana, Claudia por sua vez tem dezessete turmas em quatro series num total de quarenta horas-aula semanal, a professora Claudia atribui esse peso na sua carga horaria a má remuneração da sua profissão o que faz com que ela pegue o maior número de turmas possível. A exaustão neste quadro pode ser um diferencial no desempenho da professora uma vez que com mais alunos para dar conta mais dificil fica para Claudia executar seus planejamentos. Outro ponto apresentado por essa professora é o perfil dos alunos retornam para a sala de aulas após atividades de educação física que deixa a turma toda mais agitada. Porém um elevado número de alunos repetentes também e um ponto negativo apontado pela professora no exercício da sua função. As duas professoras interagem de forma diferente com a turma, enquanto Mônica demostra empatia com a turma Claudia deixa transparecer seu descontentamento pessoal com a ideia de estar em um lugar sem muitos recursos a oferecer e ainda escasso de ferramentas para deixar os alunos mais interessados. Em vias de conclusão podemos perceber que a pratica docente vai muito mais além da formação acadêmica e técnica, muitas são as situações que o professor vai ter que enfrentar que curso acadêmico nenhum vai prepara-lo, também podemos perceber que tanto a exaustão como a motivação ocorrem no meio profissional e eles tem influência direta com a perspectiva do aluno e sua formação. O exemplo da professora Claudia remeteu muito veridicamente um fato que ocorreu na minha trajetória estudantil, porém cabe ressaltar que isso não desqualifica o trabalho docente e que situações desse tipo serve para aprendizado, como futuros professores e como alunos devemos pensa e repensar nossas práticas para não cairmos neste ciclo vicioso de transformar o saber em instrumento de pesar e obrigação.
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