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Cimento Portland Em 1824, em busca de inovações para suas obras, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino e o resultado apresentou uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções. Essa mistura, que não se dissolvia em água após o endurecimento, foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland. O cimento Portland é um Aglomerante Hidráulico comercializado em forma de um pó fino, que endurece através de reação com água, formando uma pasta com propriedades aglomerantes, aglutinantes e ligantes, e que depois de endurecido, mesmo que seja novamente submetido à ação da água não se decompõe mais. O cimento é o principal elemento dos concretos e é o responsável pela transformação da mistura de materiais que compõem o concreto no produto final desejado. Matéria Prima do Cimento Portland: Clínquer Gesso Matérias Primas do Clínquer: 90,00% Calcário CaCO3, SiO2, MgO 9,50% Argila SiO2, Al2O3, Fe2O3 0,50% Minério de Ferro Fe2O3 CALCÁRIO ◦ O calcário é composto de carbonato de cálcio (CaCO3) que se apresenta na natureza com impurezas como óxidos de magnésio (MgO). ◦ O carbonato de cálcio puro, sob ação do calor, decompõe-se do seguinte modo: CaCO3 100% CaO + CO2 56% 44% ARGILA ◦ A argila empregada na fabricação do cimento é essencialmente constituída de um silicato de alumíno hidratado, geralmente contendo ferro e outros minerais, em memores proporções. A argila fornece os óxidos SiO2, Al2O3 e Fe2O3 necessários ao processo de fabricação do cimento. Pg 9 No clínquer em pó está a essência do cimento, pois é ele quem tem a característica de desenvolver uma reação química, na presença da água, cujas consequências físicas, são, primeiramente, tornar- se pastoso, portanto moldável e, em seguida endurecer, adquirindo elevada resistência e durabilidade. GESSO ◦ O gesso é o produto de adição final no processo de fabricação do cimento portland, com o fim de regular o tempo de pega por ocasião das reações de hidratação. ◦ É encontrado sob as formas de: ◦ Gipsita (CaSO4 . 2 H2O), ◦ Hemidrato (CaSO4 . 1/2 H2O), ◦ Ou anidrita (CaSO4). Sequência de Produção do Cimento Portland ◦ preparo e dosagem da mistura crua; ◦ homogeneização; ◦ cliquerização; ◦ esfriamento; ◦ adições finais e moagem; e ◦ ensacamento. Preparo da mistura crua Calcário e as argilas, em proporções predeterminadas, são enviadas ao moinho de cru (moinho de bolas, de barras, de rolos) onde se processa o início da mistura íntima das matérias- primas e, ao mesmo tempo, a sua pulverização, de modo a reduzir o diâmetro das partículas a 0,050 mm, em média. Dosagem da mistura crua A determinação da porcentagem de cada matéria- prima na mistura crua depende essencialmente da composição química das matéria-primas e da composição que se deseja obter para o cimento portland, quando terminado o processo de fabricação. A matéria-prima sai do moinho já misturada, pulverizada e seca. Os moinhos de cru do sistema trabalham com temperaturas elevadas (300 - 400ºc) no seu interior, o que permite levar a mistura a menos de 1 % de umidade. A mistura moída de calcário e argila ao atingir a fusão incipiente (±30% em fase líquida), apresenta reações entre o carbonato de cálcio (CaCO3), presente no calcário e os diversos óxidos (SiO2, Al2O3, Fe2O3, etc.) presentes na argila, formando silicatos e aluminatos, que apresentam reações de hidratação conferindo resistência mecânica ao material resultante. Temperatura Processo Até 100ºC Evaporação da água livre 500ºC 900ºC Desidroxilação dos minerais argilosos 900ºC 1200ºC Cristalização dos argilo-minerais decompostos, Decomposição do Carbonato e Reação do CaO com os sílico-aluminatos 1250ºC 1280ºC Início de formação de fase vítrea Acima de 1280ºC Clinquerização No forno, como resultado do tratamento sofrido, a matéria-prima transforma-se em clínquer. Na saída, o material apresenta-se na forma de bolas de diâmetro máximo variável entre 1cm a 3cm. As bolas que constituem o clínquer saem do forno a uma temperatura da ordem de 1200ºC a 1300ºC, pois há um início de abaixamento de temperatura, na fase final, ainda no interior do forno. O clínquer sai do forno e passa ao equipamento esfriador, que pode ser de vários tipos. Sua finalidade é reduzir a temperatura, mais ou menos rapidamente, pela passagem de uma corrente de ar frio no clínquer. Dependendo da instalação, na saída do esfriador o clínquer apresenta-se com temperatura entre 50ºC e 70ºC, em média. O clínquer, após o esfriamento, é transportado e estocado em depósitos. O esfriamento brusco do clíquer se destina, sobretudo, a impedir a formação de cristais de periclásio, que transformar-se em Mg(OH)2 (hidróxido de magnésio), quando o concreto que os contenha for empregado em obras sujeitas à presença de umidade cujas consequências serão estudadas no capitúlo “Patologias do Concreto”. O cimento portland resultante da moagem do clínquer, com os aditivos permitidos, é transportado mecânica e pneumaticamente para os silos de cimento a granel, onde é estocado. Após os ensaios finais de qualidade do cimento estocado, ele é enviado aos silos para a operação de ensacamento,operação feita em máquinas especiais que automaticamente enchem os sacos e os soltam assim que atingem o peso especificado de 50 Kg. Resumidamente: A rocha calcária é primeiramente britada, depois moída e em seguida misturada, em proporções adequadas, com argila e minério de ferro, ambos também moídos. Essa mistura atravessa então, um forno giratório, cuja temperatura interna chega a alcançar 14500C, atingindo uma fusão incipiente. Esse calor é que transforma a mistura, no clínquer, que se apresenta primeiramente na forma de pelotas. Na saída do forno, o clínquer ainda incandescente é bruscamente resfriado, e finamente moído, transformando-se em pó. Processo de produção do Cimento Portland segundo ABCP Os diferentes tipos de cimento têm uma nomenclatura própria e são fabricados segundo as resistências à compressão de 25, 32 ou 40MPa. O cimento Portland é embalado em sacos de papel kraft, com 50 kg, com exceção para o cimento ARI que é comercializado em sacos de 40 kg. No caso de usinas de concreto ou grandes obras onde dispõem-se de silos para armazenamento, o cimento é fornecido a granel em grandes quantidades. tetra-calcário bi-calcário No interior do forno de produção de cimento, a sílica, a alumina, o óxido de ferro e a cal reagem dando origem ao clínquer, cujos compostos principais são os seguintes: tri-calcário tri-calcário As informações técnicas relacionadas à hidratação do cimento portland são quimicamente complexas, mas alguns aspectos gerais nos proporcionam uma idéia global sobre as principais reações químicas que desenvolvem a sua cristalização. Os compostos anidros do cimento portland reagem com a água (hidrólise), dando origem a compostos hidratados de duas categorias: a) compostos cristalinos hidratados; b) gel. Quando os grãos de cimento entram em contato com a água, inicia-se uma atividade química em sua supefície formando cristais (em forma de agulhas de crescimento lento) e gel. A mistura de cimento e água forma uma solução alcalina de PH entre 11 e 13, onde os silicatos se solubilizam formando cristais dehidratados insolúveis que se entrelaçam, solidificando a mistura. Responsável pela resistência nas primeiras horas (início de pega). 2 _ CaSO4.2(H2O) Lixiviação processo de extração de uma substância presente em componentes sólidos através da sua dissolução num líquido. +3( )+26H Etringita+300cal/g 2 _ O retardamento do início de pega do cimento se deve à reação entre o C3A do Clínquer do cimento com os sulfatos adicionados ao Clinquer, na presença da água, formando a etringita (ou etringite). Para obter o maior tempo possível de início de pega, é necessário balancear as fontes de sulfato adicionadas ao clínquer do cimento. Essas fontes de sulfato são: O retardamento do início de pega do cimento se deve à reação entre o C3A do Clínquer do cimento com os sulfatos adicionados ao Clinquer, na presença da água, formando a etringita (ou etringite). Para obter o maior tempo possível de início de pega, é necessário balancear as fontes de sulfato adicionadas ao clínquer do cimento. Essas fontes de sulfato são: • Pasta de cimento, 30 minutos após a mistura do cimento com a água. • A dimensão de 2 µm, mostrada na figura, é a espessura aproximada da película de água que envolve cada grão de cimento. O sulfato de cálcio (gesso hemidrato), que se dissolve na água, reage nos primeiros minutos, com parte do C3A do grão do cimento, formando a etringita na superfície do grão. Onde: A expressão da etringita segundo a nomenclatura clássica da química seria: O grão de cimento fica totalmente coberto pela etringita, e isso impede entre 2 a 4 horas, a continuação da hidratação do grão de cimento e esse tempo é chamado de período de dormência. 3 Fase 1: Hidrólise inicial – dissolução de íons na água. Ao primeiro contato com a água, os íons de Cálcio Ca++ e os íons alcalinos Na+ e K+ são rapidamente liberados da superfície dos grãos de cimento e/ou de gesso. O Ph da água sobe rapidamente para 12, em poucos minutos. A solução fica fortemente alcalina. Quando a concentração de Cálcio e de hidróxidos alcança um valor crítico, os produtos de hidratação C-H e C-S-H começam a cristalizar, a partir da solução aquosa. _ Fase 2 : Período de dormência. Início da formação de etringita na superfície dos grãos de cimento. _ Fase 3 : Retomada da hidratação. Formação dos produtos da hidratação C-H e C-S-H. _ Fase 4 : Redução da taxa de hidratação. Difusão através dos grãos. Formação dos produtos da hidratação C-H e C-S-H. _ Fase 5 : Hidratação lenta. Formação lenta dos produtos da hidratação de C-H e C-S-H. _ água ar água ar Além de existirem vários tipos de cimento, existem, também, diferentes classes de cimento. A classe do cimento define a resistência à compressão que o cimento tem que atingir aos 28 dias e, tal como os tipos de cimento, também é expressa de forma abreviada, ou seja, em siglas. A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela resistência à compressão apresentada por corpos de prova produzidos com Argamassa Normal1. A forma dos corpos de prova, suas dimensões, características, dosagem da argamassa e os métodos de ensaios, são definidos pela NBR 7215. • 1Argamassa Normal: mistura de cimento, areia normal2 e água. • 2Areia Normal: será apresentada a seguir. A areia normal brasileira é um material de referência utilizado por todos os laboratórios nacionais que realizam ensaios físico-mecânicos de cimento Portland, seja no controle de processo de produção dos fabricantes de cimentos Portland, seja pelos laboratórios de materiais de construção civil, em geral. A exigência do uso da areia normal brasileira como material de referência está estabelecida na norma ABNT NBR 7215: 1996 - Ensaio de cimento Portland: Método de ensaio, sendo empregada na moldagem de corpos-de-prova visando classificar o cimento de acordo com sua resistência mecânica à compressão, isto é, classe 25, 32 ou 40 MPa. A produção da areia normal brasileira demanda controles específicos de materiais e de processos, envolvendo ensaios que demandam capacitação técnica e laboratorial e envolvem áreas multidisciplinares relacionadas à prospecção geológica, mineralogia e tecnologia de produção de materiais de construção civil. A produção e fornecimento deste material são atribuições do IPT desde 1982, conforme estabelecido na ABNT NBR 7214: 1982 - Areia normal para ensaio de cimento. grossa (#16) média grossa (#30) média fina (#50) fina (#100) Até o ano de 1986, a unidade em que se media a resistência do corpo-de-prova padronizado era o quilograma-força por centímetro quadrado. A partir do ano de 1987, a resistência à compressão dos cimentos brasileiros passou a ser expressa pela unidade internacional chamada Mega Pascal, conforme determinação do INMETRO. Essa nova unidade é abreviada como MPa e como 1 MPa é exatamente igual a 10,197 kgf/cm2, essa relação é arredondada para 1 MPa ≅ 10 kgf/cm2. No Brasil existem três classes de cimento e a Tabela abaixo mostra como elas eram definidas e codificadas até 1986 e como são agora. NBR 7215 – Determinação da Classe do Cimento Portland ◦ Corpos de Prova Cilíndricos 50x100mm ◦ Traço 1:3(Areia Normal – IPT): 0,48 (a/c) ◦ Enchimento dos Moldes – 4 camadas com 30 golpes ◦ Rompimento – 1/3/7/28 dias NBR 7215 – Determinação da Classe do Cimento Portland NBR 7215 – Determinação da Classe do Cimento Portland Resistências Obrigatórias: Com base em dados da Associação Brasileira de Cimento Portland, a média de ganho de resistência de alguns cimentos brasileiros, pode ser apresentada segundo o gráfico a seguir: 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 7 14 21 28 R e s is tê n c ia ( M P a ) Dias CP V-ARI CPII-E 40 CPII-E 32 CPII-E 25 Nem todos os tipos de cimento Portland são oferecidos nas três classes (25, 32 e 40). Na prática, o tipo de cimento mais disponível no mercado é o composto com adição de escória na classe 32 CPII E - 32. A classe 25 possui pouca comercialização. Os cimentos do tipo pozolânico são comercializados apenas nas regiões onde se encontram em grandes quantidades as matérias- primas utilizadas em sua fabricação. Os cimentos do tipo alta resistência inicial e resistentes a sulfatos geralmente são disponibilizados por encomenda. A oferta de cimento segundo o tipo e a classe é apresentada na Tabela a seguir. Pg 10 As adições são outras matérias-primas, que misturadas ao clínquer na fase de moagem, fazem com que se obtenha os diversos tipos de cimento Portland apresentados anteriormente. As principais matérias-primas adicionadas ao clínquer são: o gesso, as escórias de alto- forno, os materiais pozolânicos e os materiais carbonáticos. A contribuição de cada uma destas adições, às propriedades finais do cimento podem ser resumidas da seguinte forma: Possui como função básica regular o tempo de pega do cimento, através da formação da etringita, conforme apresentado anteriormente. A escória é o subproduto obtido durante a produção de ferro-gusa nas indústrias siderúrgicas, resultante do processo de fusão do minério de ferro, com cal e carvão. A escória se separa do ferro gusa por diferença de densidade. Quimicamente, é composta de uma série de silicatos que ao serem adicionados ao clínquer do cimento, são capazes de sofrer reações de hidratação e posterior endurecimento. A adição de escória contribui para a melhoria de algumas propriedades do cimento, como, por exemplo, a durabilidade e a resistência à agentesquímicos São rochas vulcânicas ou matérias orgânicas fossilizadas encontradas na natureza, certos tipos de argilas queimadas em elevadas temperaturas e derivados da queima de carvão mineral nas usinas termelétricas, entre outros. Esses materiais, também apresentam propriedades ligantes, se bem que de forma potencial (para que passem a desenvolver a propriedade de ligante não basta a água, é necessária a presença de mais um outro material, por exemplo o clínquer). O cimento com adição desse material apresenta a vantagem de conferir maior impermeabilidade as misturas com ele produzidas São minerais moídos e calcinados. Contribuem para tornar a mistura mais trabalhável e agem como um lubrificante entre as partículas dos demais componentes do cimento. As adições de componentes no cimento serão apresentadas a seguir pelo percentual em massa. O cimento Portland comum é aquele constituído basicamente de clínquer, gesso e nenhuma ou muito pequenas quantidades de materiais carbonáticos e adições de escória de alto forno ou materiais pozolânicos. Quando a quantidade de adição está em torno de 10% a Norma Brasileira classifica como cimento Portland composto, com os três subtipos vistos abaixo: O cimento Portland de alto-forno se caracteriza por conter quantidades maiores de adição de escória de alto-forno. A escória é o subproduto obtido durante a produção de ferro-gusa nas indústrias siderúrgicas, resultante do processo de fusão do minério de ferro, com cal e carvão. A escória também possui a propriedade potencial de ligante hidráulico, ou seja, em presença de água e meio alcalino, desenvolve uma reação química que a torna primeiro pastosa e depois endurecida. A reação química da escória de alto-forno em presença de água apresenta pequenas diferenças em relação à desenvolvida pelo clínquer em pó com essa mesma água. A reação química da escória de alto-forno com a água se processa em velocidade um pouco menor do que a do clínquer moído. Em conseqüência disso, o cimento de alto-forno leva mais tempo para endurecer. Mas, em compensação, esse tempo a mais permite que os grãos e partículas que o compõem se liguem melhor entre si, reduzindo, também, os espaços vazios ou poros entre eles, fato que proporciona uma maior durabilidade e, principalmente, um ganho significativo de resistência em idades mais avançadas. Além disso, o cimento de alto-forno produz menos calor durante a hidratação. Este fato, em geral, beneficia as argamassas e os concretos confeccionados em grandes volumes com esse tipo de cimento. O cimento Portland pozolânico se caracteriza por conter uma quantidade maior de adição de materiais pozolânicos. Os materiais pozolânicos, como as escórias de alto-forno, apresentam propriedade potencial de atuar como ligante hidráulico. A reação dos materiais pozolânicos com a água só vai acontecer quando houver, também, a presença de clínquer em pó. Na realidade, a reação dos materiais pozolânicos só começa depois que a reação entre o clínquer moído e a água já estiver iniciada. Mas, em compensação, uma vez iniciada, ela se processa em velocidade superior à do cimento de alto-forno (CP III), embora ainda um pouco menor que a do cimento Portland comum, de modo que continua havendo mais tempo para que as partículas e grãos que compõem o cimento pozolânico se liguem de forma mais íntima, através de um número maior de pontos de contato, reduzindo, assim, os espaços vazios ou poros entre eles, com o conseqüente aumento de durabilidade e menor calor gerado na reação, sobre as argamassas e os concretos. O cimento Portland de alta resistência inicial não é propriamente um tipo de cimento que se diferencia dos demais pelas matérias-primas que são adicionadas ao seu clínquer moído com gesso. Trata-se, na realidade, de um tipo particular de cimento Portland comum, cuja principal diferença em relação aos demais tipos é atingir altas resistências nos primeiros dias. O que faz o cimento de alta resistência inicial desenvolver essas altas resistências nos primeiros dias é a utilização de uma dosagem diferenciada de calcário e argila na produção do clínquer, bem como a sua moagem mais fina, de modo que esse cimento, ao reagir com a água, adquira elevadas resistências, com velocidade muito maior. São considerados cimentos resistentes a sulfatos: a) os que tiverem teores de C3A do clínquer e de adições carbonáticas iguais ou inferiores a 8% e 5% (em massa do aglomerante total), respectivamente; b) os que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração em obras que comprovem resistência a sulfatos; c) os Portland de alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória granulada e os Portland pozolânicos com 25% a 40% de material pozolânico. Nos dois primeiros casos o cimento deve atender, ainda, a uma das normas NBR 5732, 5733, 5735, 5736 e 11578. Para Cimento Portland de ARI (NBR 5733), admite-se a adição de escória granulada de alto- forno ou de materiais pozolânicos, para os fins específicos da NBR 5737. O cimento Portland branco é um tipo de cimento que se diferencia dos demais tipos pela coloração. Trata-se de um cimento composto basicamente de clínquer e gesso, sendo que no processo de fabricação do seu clínquer é eliminado o ferro contido na argila, já que é esse mineral o responsável pela coloração cinza dos demais tipos de cimento Portland. No Brasil, o cimento Portland branco é oferecido no mercado em duas versões: para uso em argamassa/pastas cimento branco não estrutural, outra que pode ser empregada para fazer concretos cimento branco estrutural. O cimento branco estrutural, além de atender a uma possível estética de projeto, também, faz com que a superfície reflita os raios solares, transmitindo menos calor para o interior da construção. As influências assinaladas na tabela anterior são relativas, podendo-se ampliar ou reduzir o seu efeito sobre as argamassa e concretos, através do aumento e diminuição da quantidade de seus componentes, sobretudo a água e o cimento. As características dos demais componentes, também podem alterar a dimensão dessas influências. Pode-se, ainda, usar aditivos químicos para reduzir certas influências ou aumentar o efeito de outras, quando desejado. Tudo isso leva a conclusão de que é necessário estudar a dosagem ideal dos componentes das argamassas e concreto a partir do tipo de cimento escolhido, conforme será demonstrado posteriormente. Recomendações para Aplicação de cada tipo de Cimento CPI Concreto em geral sem exposição ao sulfato. CPII Z - pozolânico obras civis em geral, subterrâneas, marítimas e industriais. CP II E - escória de alto forno baixo calor de hidratação. Resistente a sulfatos. CP II F – Filer, material carbonático Para aplicações gerais. CP III AF – Alto Forno baixo calor de hidratação, assim como alta resistência à expansão devido à reação álcali- agregado, além de ser resistente a sulfatos. obras de concreto-massa. CP IV – 32 pozolana obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. baixo calor de hidratação. CP V ARI resistência inicial elevada e desforma rápida. CP RS redes de esgotos de águas servidas ou industriais e água do mar. CP BC Baixo calor de hidratação; obras de concreto-massa. CP B Branco. Estrutural de 25 a 40 MPa; Não estrutural rejuntes e aplicações sem responsabilidades estruturais. Quando fornecido em sacos, as embalagens são de marcação padronizada, contendo a marca, o fabricante, o tipo e a classe. Considerando que o cimento é um produto perecível, alguns cuidados são necessáriospara o armazenamento do cimento na obra, tais como: abrigar da umidade - o cimento não deve, antes de ser usado, entrar em contato com a água ou com a umidade, pois caso isto aconteça, empedrará, Devemos reservar um local para construção de um barracão coberto, e com estrados de madeira, para isolar o contato dos sacos com o solo; não formar grandes pilhas - a pressão dos sacos superiores sobre os inferiores diminuem o módulo de finura do cimento. Recomenda-se não fazer pilhas com mais de 10 sacos. não estocar por muito tempo - o cimento deve ser estocado por um período máximo de um mês, mesmo assim tomando-se as precauções anteriores.
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