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Arlinda Marques - Medicina 2022 FEBRE MÓDULO XIV - 2022 PROBLEMA1 FEBRE NA FAMÍLIA! Apesar de ter nascido sem intercorrências, Luan apresentou febre com 8 dias de vida, de 38ºC aferida em axila (2 episódios que cederam com uso de paracetamol) e foi internado. O exame físico era normal, exceto pela presença de coto umbilical não mumificado e com discreto edema, eritema e temperatura da pele elevada ao redor do umbigo. No hospital recebeu imediatamente ampicilina e com dois dias de tratamento já apresentava melhora do quadro, estava afebril, o coto umbilical apresentava mumificação e o eritema, calor e rubor ao redor do umbigo diminuíam. Concomitantemente, sua mãe Maria apresentava um quadro de obstrução nasal, cefaleia, sensação de mal-estar generalizado e sensação de secreção no fundo da garganta há 10 dias, e pediu para ser consultada. Foi consultada pelo residente da Clínica Médica, que verificou 38*C, dor à palpação em seios da face e secreção purulenta em rinofaringe posterior. Foi receitado amoxacilina com clavulanato via oral. ★ Problemas encontrados: 1. Fisiologia da febre; 2. Infecção; 3. Paracetamol (antipirético); 4. Amoxacilina com clavulanato. O ser humano tem a capacidade de termorregulação. Objetivos 25.03 01. Elucidar a fisiopatologia, etiologia, classificação e semiotécnica da febre; 02. Definir os critérios de internação e vias de administração de antibióticos em quadro de febre; 03. Discorrer sobre anamnese e exame físico do RN (antecedentes perinatais, obstétricos…); 04. Abordar sobre a resposta imune diante da inflamação aguda; 05. Compreender o mecanismo de ação dos antibióticos (penicilina); 06. Explicar o mecanismo de ação dos antitérmicos. (dipirona, ibuprofeno, paracetamol e aas. ] Má alimentação, hidratação, ausência de glândulas sudoríparas, lesões no sistema nervoso, problemas no hipotálamo. TERMOESTATO. - Trauma; - Queimadura; - Leva a produção de cél. pirogênicas, que leva a produção de interleucinas, que estimula receptores no hipotálamo, produzindo interleucinas, levando a elevação dos set-point no hipotálamo, resultando -> FEBRE!! Arlinda Marques - Medicina 2022 É raro o idoso ter febre, então a percepção será por meio da mudança de comportamento. Enquanto na criança, estará presente nas convulsões febris! HIPERTERMIA não responde a antipiréticos!! Neutrófilos caem na febre! Aumento da frequência cardíaca durante a febre! —----------------------------------------------------- A febre indica início clínico de uma doença, podendo ser, uma infecção, inflamação ou trauma, e isso leva alterações no sistema imunológico. TERMORREGULAÇÃO: depende de fatores extrínsecos e intrínsecos. sua constância é por conta de centros regulatórios independentes, os quais enviam informações para o núcleo pré-óptico para manutenção do limiar térmico basal. O núcleo pré-óptico contém neurônios sensitivos de calor e de frio, mas que depende do estímulo que será percebido. Para evitar a perda de calor terá uma: - Vasoconstrição periférica; - Piloereção; - Redução de suor; - Contração muscular. A temperatura corporal é regulada e mantida estável pelo “centro termorregulador”, um conjunto de neurônios localizados na área pré-óptica do hipotálamo, que, por sua capacidade de integrar as informações das variações da temperatura interna e do meio ambiente, tem função de termostato, fazendo o equilíbrio fino entre a produção e a perda de calor. Os mecanismos que controlam o aumento de produção ou a conservação de calor são controlados pelo hipotálamo posterior, enquanto o hipotálamo anterior controla a perda de calor. A produção de calor no organismo é contínua, pois a principal fonte de produção de calor é o metabolismo basal. A atividade física é outra fonte importante de produção de calor. Para realizar a perda de calor ou evitar um “esquentamento” , vai ter um aumento na sudorese! A temperatura do corpo muda ao decorrer do dia: Máx: 18-22h; Mín: 2-4h. Ela pode mudar também decorrente de exercícios físicos, refeições, gravidez e ovulação. A principal fonte de calor são os alimentos, desse modo, em repouso o órgão gerador de calor é o fígado e durante exercícios são os músculos. O calor chega na superfície corporal pelos vasos, é transferido do sangue ao ambiente por meio da IRRADIAÇÃO (perda de calor na forma de raios térmicos infravermelhos) CONDUÇÃO (perda de calor por contato com superfície mais fria), CONVECÇÃO (perda de calor pela troca energética entre ar frio e pele quente) e EVAPORAÇÃO ( (perda de calor ao mudar o estado físico da água em pulmões e na pele). A temperatura pode ser medida com um termômetro em três partes do corpo; 1. Retal - 38ºC; 2. Oral - 37,8ºC; 3. Axilar - 37,5ºC. *a temperatura retal é a mais correta* Arlinda Marques - Medicina 2022 As mulheres durante a ovulação têm um aumento de 0,6ºC. FISIOPATOLOGIA Os agentes capazes de desencadear febre são denominados de pirógenos exógenos, e podem ser classificados como infecciosos (vírus, fungos, bactérias e toxinas) e não- - infecciosos (complexos antígeno-anticorpo e antígenos resultantes da destruição celular, como a que ocorre na reabsorção de hematomas, necrose tumoral, cicatrização tissular, etc. Fatores pirógenos - promove o aumento da temperatura (infecções e interleucinas); Fatores criogênicos - promove a redução da temperatura (hormônios, IL-10, produtos neuroendócrinos). A febre é desencadeada pela VIA HUMORAL 1 -> ela é acionada pelos fatores exógenos na barreira hematoencefálica, ao se ligarem ao TLR-4 que promove a liberação de prostaglandinas e ativando núcleo pré-óptico no hipotálamo levando ao aumento do ponto de ajuste no hipotalâmo, VIA HUMORAL 2 - tem a mesma sequência da via humoral 1, entretanto é desencadeada por fatores endógenos. O estado febril é por meio da elevação do ponto de ajuste do hipotálamo e ativa o centro vasomotor (o sangue privilegia órgãos nobres e promove ganho de calor, logo, paciente sente frio, quando a temperatura do sangue atinge o novo ponto de ajuste, os sintomas de frio cessam) então o paciente começa a sentir frio, começa a sentir calor e depois começa a suar. O quadro clínico da febre caracteristicamente inclui: ● Extremidades frias; ● Ausência de sudorese, sensação de frio e eventualmente tremores; ● Taquicardia e taquipneia HIPERTERMIA - aumento descontrolado da temperatura sem alterações no ponto de ajuste do hipotálamo. Esse aumento é prejudicial. Não tem resposta aos antipiréticos. Nos casos onde a elevação da temperatura corporal é decorrente da dificuldade em perder calor (excesso de roupa, ambiente aquecido) ou mesmo pela produção exagerada de calor (exercícios intensos) Baixa: 39ºC; Moderada: <40ºC; Alta: 41,1ºC; Hiperpirexia: >41,1ºC. ETIOLOGIA 1. Infecções; 2. Malignidade; 3. Doenças reumáticas sistêmicas ( vasculite, artrite reumatóide) ABORDAGEM DIAGNÓSTICA - Deve compor por história e exame físico completo. O histórico deve incluir informações sobre: procedência, viagens, exposição a animais, imunossupressão, histórico de drogas e toxinas (antimicrobianos). Teste de diagnóstico: - Velocidade de hemossedimentação (VHS) ou proteína C reativa (PCR); - Lactato desidrogenase sérica; - Teste tuberculínico; - Imunoensaio de HIV e carga viral de HIV para pacientes de alto risco; - Fator reumatóide; - Creatina fosfoquinase; - Teste de anticorpos heterófilos em crianças e adultos jovens; - Anticorpos antinucleares; - Eletroforese de proteínas séricas; Arlinda Marques -Medicina 2022 - ● Tomografia computadorizada (TC) do abdome; SEMIOLOGIA DA FEBRE: - Início -> pode ser gradual ou súbito; - Intensidade -> 1. Leve: até 37,5ºC; 2. Moderada: até 38ºC; 3. Alta: acima de 38ºC. - Duração -> 1. Aguda: <7 dias; 2. Subaguda: <14 dias; 3. Crônica: >14 dias. Classicamente descrevem-se os seguintes tipos evolutivos de febre: × Febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de até 1 °C e sem grandes oscilações; por exemplo, febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia. × Febre irregular ou séptica: registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Não há qualquer caráter cíclico nestas variações. Mostram-se totalmente imprevisíveis e são bem evidenciadas quando se faz a tomada da temperatura várias vezes ao dia; um exemplo típico é a septicemia. Aparece também nos abscessos pulmonares, no empiema vesicular, na tuberculose e na fase inicial da malária. × Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1 °C e sem períodos de apirexia. Ocorre na septicemia, pneumonia, tuberculose. × Febre intermitente: nesse tipo, a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal; isto é, registra-se febre pela manhã, mas esta não aparece à tarde; ou então, em 1 dia ocorre febre, no outro, não. Por vezes, o período de apirexia dura 2 dias. A primeira se denomina cotidiana, a segunda terçã e a última quartã. O exemplo mais comum é a malária. Aparece também nas infecções urinárias, nos linfomas e nas septicemias. × Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. Durante a fase de febre não há grandes oscilações; por exemplo: brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas *FEBRE DE ORIGEM OBSCURA: aquela de origem indiscutível com duração mínima de 3 semanas e que permanece sem diagnóstico após a realização de um conjunto de exames e procedimentos. • Dipirona: tem ação antitérmica e analgésica, sem efeitos anti-inflamatórios. Farmacologicamente é uma prodroga que produz metabólitos após a primeira passagem hepática. O seu início de ação é de 30 a 60 minutos e duração de 4 a 6 horas. Entre as reações adversas, urticária e rash cutâneo, anafilaxia, broncoespasmo e agranulocitose, destacamos a hipotensão, muito frequente na rotina pediátrica. Esse sintoma deve-se principalmente ao uso incorreto da dose farmacológica da dipirona, preconizada em 10 a 12 mg/kg/dose. Quando analisamos o produto referência para dipirona, vemos que na apresentação gotas, 1 gota contém 25 mg do princípio ativo, portanto, o uso tradicional de 1 gota/kg de peso leva à superdosagem do fármaco, aumentando o nível de risco e a ocorrência de hipotensão, hipotermia e sudorese excessiva. Arlinda Marques - Medicina 2022 • Ibuprofeno: é um derivado do ácido propiônico. Assume diferentes indicações e efeitos na dependência das doses administradas. Quando se deseja uma ação antitérmica e/ou analgésica o ibuprofeno deve ser utilizado em doses de 5 a 10 mg/kg/dose, a ação anti- -inflamatória será observada ao se administrar o ibuprofeno em doses de 15 a 20 mg/kg. - Evolução: INFECÇÃO – quanto mais tempo a febre durar, menor a probabilidade de ser infecciosa; é diagnosticada no 1º trimestre de estudo; PCR > 100mg/l, teste com naproxeno negativo e leucocitse com desvio à esquerda indicam infecção bacteriana. INFLAMAÇÃO: é a resposta protetora que buscar eliminar a causa inicial da lesão que poderia lesar os tecidos. Existem cincos sinais flogísticos da inflamação: 1. Rubor; 2. Calor; 3. Eritema; 4. Dor; 5. Perda da função. A lesão leva a vasodilatação, resultando na vasodilatação que facilita a permeabilidade dos neutrófilos (são os primeiros a chegar na inflamação nas primeiras 24h) e mediadores químicos que irão formar os edemas (que tem características de exsudato formando com alto teor de proteínas plasmáticas e leucócitos). Quando os neutrófilos chegam na região com inflamação, eles facilitam por meio da formação de fagolisossomos que são degradadas por enzimas lisossômicas e microbicidas INFLAMAÇÃO AGUDA: - Curta duração; - Presença de exsudatos; - Presença de neutrófilo e leucócitos. Resposta vascular: acontece a vasoconstrição que irá aumentar o fluxo e abertura de capilares, seguida da vasodilatação para abrir o endotélio, resultando em um sangue mais viscoso e com menos velocidade de circulação, o que favorece a resposta celular. Há o aumento da pressão osmótica e redução da hidrostática. Resposta celular: ação primeiramente dos neutrófilos, seguido dos monócitos. Resposta leucocitária; tem a produção do ácido araquidônico, gerando as prostaglandinas pelas COX, e os leucotrienos pelas LIPOXIGENASES, tem a secreção de enzimas lisossômicos, tem a liberação de IL- 1, TNF, NO, fator XII. Por fim, terá a regeneração por ação dos TGF, onde ocorre a neutralização, a decomposição de mediadores químicos e normalização de vasos e leucócitos. A inflamação aguda divide-se em: 1. Serosa; fluido aquoso, derivado de sangue ou de secreções de células mesoteliais que revestem o peritônio, pleura e pericárdio, que invade a cavidade serosa. Ex: bolhas de queimaduras ou infecções. 2. Fibrinosa; moléculas de fibrinogênio atravessam os capilares, formando exsudato com fibrina. Ex: meningite, infecção de pericárdio e pleura. 3. Purulenta; – exsudato purulento em coleções localizadas, denominadas Arlinda Marques - Medicina 2022 abscessos, os quais são centralizados por células necróticas envoltas por neutrófilos, vasos e fibroblastos. INFLAMAÇÃO CRÔNICA - Longo duração (semanas/meses); - Leva a destruição tecidual nas tentativas de reparação. Macrófagos: são derivados dos monócitos, chegam no local da lesão após 24h. São ativos por duas via: 1. Clássica: sinais derivados das células T, como IFN, e por substâncias estranhas. Ao serem ativados, os macrófagos produzem NO, ERO e lisoenzimas. 2. Alternativa: induzida por citocinas diferentes de IFN, como IL-3 e IL-4, produzidas por linfócitos T, çmastócitos e eosinófilos. A principal ação é o reparo tecidual, secretando fatores de crescimento que promovem a angiogênese, ativam fibroblastos e produção de colágeno. —------------------------------------------------ ANTIPIRÉTICOS Antipirético ou antitérmico (também chamado de febrífugo e antifebril) é um medicamento que previne ou reduz a febre, diminuindo a temperatura corporal que está acima do normal (acima de 37°C). Entretanto, eles não vão afetar a temperatura normal do corpo se uma pessoa que não tiver febre o ingerir. Os antipiréticos fazem com que o hipotálamo "ignore" ou modula as funções do hipotálamo a diminuir a temperatura um aumento induzido por interleucina. O corpo então irá trabalhar para baixar a temperatura e o resultado é a redução da febre. Entre os benefícios da febre destacam-se o aumento da resposta imunitária e promoção da fagocitose por parte dos leucócitos. O aumento da temperatura corporal impede também a proliferação de bactérias impedindo a sua captação de ferro. Entre os maiores riscos da febre destacam- se os doentes com patologias cardíacas. A febre resulta em parte de um aumento da taxa metabólica do organismo, o que se traduz num aumento do consumo de oxigénio (13% por 1 ºC) e maior produção de metabolitos. Isto resulta num aumento da frequência cardíaca para aumentar o aporte sanguíneo nos tecidos. Em doentes com patologias cardíacas este aumento é bastante críticosendo que doentes que sofreram enfartes recentes têm maior risco de sofrerem danos cerebrais. A recomendação de antitérmicos em crianças deve ser feita quando a febre está associada a desconforto evidente (choro intenso, irritabilidade, redução da atividade, redução do apetite, distúrbio do sono). O paracetamol a dipirona e o ibuprofeno são bem tolerados e efetivos nas doses recomendadas. Como todos os antitérmicos têm o mesmo mecanismo de ação (inibição da PgE2), não há indicação para se usar a combinação de dois deles, intercalando-os para melhor efeito terapêutico (baixar a temperatura), pois o risco de eventos adversos, com essa prática, multiplica- -se sem qualquer melhora nos objetivos almejados —------------------------------------------------ https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicamento https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipot%C3%A1lamo https://pt.wikipedia.org/wiki/Interleucina https://pt.wikipedia.org/wiki/Fagocitose https://pt.wikipedia.org/wiki/Fagocitose https://pt.wikipedia.org/wiki/Leuc%C3%B3citos https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%A9nio https://pt.wikipedia.org/wiki/Grau_Celsius https://pt.wikipedia.org/wiki/Frequ%C3%AAncia_card%C3%ADaca Arlinda Marques - Medicina 2022 ANTIBIÓTICOS A classe de fármacos designadas como antimicrobianos engloba uma gama de subtipos que inclui: antibacterianos, antivirais, anti-helmínticos, antiprotozoários, antifúngicos. Os antibacterianos, por sua vez, agrupam duas grades classes de drogas: os antibióticos e os quimioterápicos. ❖ Antibacterianos: que provém de organismos vivos. Podem ser naturais (quando a molécula da droga é totalmente de origem natural; Ex: penicilina, que é extraída de fungos) ou semissintéticos (quandouma molécula, de origem natural, é alterada em laboratório; Ex: oxacilina). ❖ Quimioterápicos: drogas sintetizadas completamente em laboratório, podendo ser classificadas apenas como sintéticas (Ex: sulfas). Este tipo de antibacterianos é, por critérios meramente didáticos, inserido nos grupos dos antibióticos. Os antibióticos são ácidos orgânicos fracos produzidos por outros micro-organismos que apresentam a capacidade de inibir o crescimento (bacteriostáticos) ou matar (bactericidas) outros micro-organismos. Os antimicrobianos podem ser classificados por: 1) por sua estrutura química; 2) por seu mecanismo de ação. De acordo com seu mecanismo de ação pode ser classificado como: 1. Inibidores da síntese da parede celular: β- lactâmicos, Vancomicina, Daptomicina, Telavancina, Fosfomicina 2. Inibidores das funções da membrana celular: Isoniazida, Anfotericina, B Polimixina 3. Inibidores da síntese de proteínas: Tetraciclinas, Aminoglicosideos, Macrolidos, Clindamicina, Cloranfenicol, Linezolida. 4. Inibidores da função ou síntese dos ácidos nucleicos: Fluoroquinolonas, Rifampicina 5. Inibidores do metabolismo: Sulfonamidas, Trimetoprima Inibidores da parede celular: A parede celular é composta de um polímero denominado peptidoglicano. Os inibidores da síntese de parede celular apresentam eficácia máxima quando os microrganismos estão se proliferando. Eles têm pouco ou nenhum efeito em bactérias que não estejam crescendo e se dividindo. Beta-Lactâmicos Os antibióticos β-lactâmicos apresentam em comum um anel β-lactâmico. É esta estrutura que confere à droga a sua característica antibiótica bactericida. Se porventura algum fator do meio quebrar este anel, a droga torna-se inativa. Os principais representantes deste grupo são: penicilina e seus derivados (como ampicilina e amoxicilina), cefalosporinas, menobactâmico e carbapenêmicos. As principais características dos fármacos que compõem este grupo são as que seguem: × São drogas bactericidas, para ambos os tipos de microrganismos, seja Gram positivos ou negativos; × Diferem pelo tipo de micro-organismo inibido; × Apresentam mesmo mecanismo de ação. Arlinda Marques - Medicina 2022 ➔ Mecanismo de ação: O principal mecanismo de ação dos antibióticos β-lactâmicos é a inibição da síntese da parede celular. Bactérias Gram-negativas: apresentam uma parede celular revestida por uma membrana externa de LPS e uma fina camada de peptideoglicano. A simples presença desta membrana externa de LPS confere maior resistência e proteção às bactérias Gram- negativas, sendo suas infecções, portanto, mais difíceis de debelar. o Grossa camada externa de lipopolissacarídeos: funciona como uma barreira altamente impermeável à maioria dos antibióticos, garantindo maior resistência a estes micro-organismos. Isso acontece pois, para que o antibiótico (dotado de moléculas altamente hidrofílicas) ultrapasse a membrana para chegar ao seu sítio de ação na bactéria, ele deve atravessar por proteínas carreadoras (difusão facilitada) ou por aqua-porinas (poros aquosos) presentes na membrana externa da bactéria. Entretanto, o tamanho da molécula interfere na passagem por estes poros, uma vez que diâmetro de abertura deste canal é pré- determinado. Este fato seleciona e interfere ainda mais a passagem e ação dos antibióticos, pois um pequeno número de antibióticos é compatível estruturalmente para conseguir atingir essas bactérias Gram- negativas por meios dos poros aquosos. × Bactérias Gram-positivas: apresentam uma parede celular formada apenas por uma espessa camada de peptideoglicano, sendo ela, muitas vezes, isenta de membrana de LPS externa. A ausência frequente desta membrana externa de LPS confere menor proteção às bactérias Gram-negativas, que apresentam uma espessa camada de peptidoglicano mas que só lhe confere uma forma mais rígida. A via de administração dos antimicrobianos β-lactâmicos é determinada pela estabilidade do fármaco ao suco gástrico e pela gravidade da infecção. ➔ Vias de administração: Associações de ampicilina com sulbactam, ticarcilina com ácido clavulânico, piperacilina com tazobactam, e as penicilinas antiestafilocócicas nafcilina e oxacilina: devem ser administradas por via intravenosa (IV) ou intramuscular (IM). Fenoximetilpenicilina, amoxicilina e dicloxacilina: disponíveis apenas como preparações orais. Outros fármacos são eficazes por via oral, IV ou IM. ➔ Formas de depósito: Benzilpenicilina procaína e benzilpenicilina benzatina são administradas por via IM e servem como formas de depósito. Elas são absorvidas lentamente para a circulação e persistem em níveis baixos durante longo tempo. ➔ Absorção A maioria das penicilinas é incompletamente absorvida após administração oral e alcança o intestino em quantidade suficiente para afetar a composição da flora intestinal. O alimento diminui a absorção de todas as penicilinas penicilinase-resistentes, porque, como o tempo de esvaziamento gástrico aumenta, o antimicrobiano é destruído no meio ácido do estômago. Por isso, elas devem ser ingeridas em jejum. ➔ Distribuição Os antimicrobianos β-lactâmicos se distribuem bem pelo organismo. Todas as penicilinas atravessam a barreira placentária, mas nenhuma mostrou efeito teratogênico. O metabolismo dos β-lactâmicos pelo hospedeiro, em geral, é insignificante, mas alguma biotransformação da benzilpenicilina Arlinda Marques - Medicina 2022 pode ocorrer em pacientes com função renal insuficiente. ➔ Excreção A via primária de excreção é pelo sistema secretor de ácido orgânico no túbulo renal, bem como por filtração glomerular. Pacientes com função renal insuficiente precisam de ajuste no regime de doses. × Nafcilina e oxacilina: são exceções à regra, são biotransformadas primariamente pelo fígado e não requerem ajuste de dose na insuficiência renal. × Probenecida: inibe a secreção das penicilinas, competindo pela secreçãotubular ativa do transportador de ácido orgânico e, assim, pode aumentar os níveis séricos. × Penicilinas: também são excretadas no leite. ➔ Reações adversas Hipersensibilidade: variando de urticária até angioedema (inchaço acentuado de lábios, língua e área periorbital) e anafilaxia. Diarreia: A diarreia é um problema comum causado pela ruptura no equilíbrio normal dos microrganismos intestinais. Ela ocorre em maior extensão com os fármacos que são absorvidos incompletamente e têm espectro antibacteriano estendido. Nefrite: Todas as penicilinas, particularmente a meticilina, têm potencial de causar nefrite intersticial aguda. × Neurotoxicidade: As penicilinas são irritantes ao tecido nervoso e podem provocar convulsões se forem injetadas ntratecalmente ou se forem alcançados níveis sanguíneos muito elevados. Pacientes epiléticos estão sob risco maior devido à propriedade das penicilinas de causar inibição gabaérgica. Toxicidade hematológica: Diminuição da coagulação pode ser observada com dosagens elevadas. ➔ Uso Terapêutico Das Penicilinas As penicilinas são indicadas para os seguintes usos clínicos: × Infecções estreptocócicas: Faringite estreptocócica, Pneumonia, artrite, meningite e endocardite, Infecções causadas por outros estreptococos. × É a primeira escolha para infecções bacterianas causadas por organismos Gram- positivos e outros que não sejamsuspeitos de resistência. × É geralmente eficaz contra espécies Gram- positivas ou de Streptococcus, Clostridium, Neisseria, e anaérobios excluindo Bacteroides. × Usa-se em casos de meningite bacteriana, bacteremia, endocardite, infecções do trato respiratório (pneumonia), faringite, escarlatina, sífilis, gonorreia, otite média e infecções da pele causadas pelos organismos referidos. Amoxicilina + clavulanato de potássio A amoxicilina é um antibiótico com largo espectro de atividade bactericida contra muitos microrganismos gram-positivos e gram-negativos. O ácido clavulânico é uma substância produzida pela fermentação do Streptomyces clavuligerus, que possui a propriedade especial de inativar de modo irreversível as enzimas betalactamases, permitindo dessa forma, que os microrganismos se tornem sensíveis à rápida ação bactericida da amoxicilina. Ambos os sais possuem propriedades farmacocinéticas muito equivalentes: os níveis máximos ocorrem 1 hora após a administração oral, têm baixa ligação proteica e podem ser administrados Arlinda Marques - Medicina 2022 com as refeições porque permanecem estáveis na presença do ácido clorídrico do suco gástrico. Absorção: o são totalmente dissociados em solução aquosa em pH fisiológico. Ambos os componentes são rapidamente e bem absorvidos por administração via oral. Absorção de amoxicilina-clavulanato é otimizado quando tomada no início de uma refeição Metabolismo: renal. Eliminação: nas urina e fezes. Lactação: A amoxicilina + clavulanato de potássio pode ser administrada durante o período de lactação. Com exceção do risco de sensibilidade associado à excreção de pequenas quantidades da droga no leite materno, não existem efeitos nocivos para a criança. Mecanismo de ação: 1. Inibição da síntese da parede celular; 2. Aumentam a permeabilidade da membrana celular; 3. Inibem a síntese proteica; 4. Afetam o metabolismo de ácidos nucleicos; 5. Fármacos anti metabólicos. "Muitas pessoas se sentem melhor nos primeiros dias usando o medicamento e abandonam o tratamento antes do final. Isso tende a tornar a bactéria ainda mais forte, porque ela não morreu e pode gerar uma resistência ao medicamento no qual foi exposta. Ficam resquícios da infecção no organismo e ela pode voltar ainda mais potente" O intervalo entre as doses é calculado de acordo com a chamada meia-vida do remédio —tempo que leva para que a concentração da droga no organismo seja reduzida pela metade. Uma dose ingerida antes da hora pode causar intoxicação ou, simplesmente, pode não ser absorvida pelo organismo. E se passar muito tempo da hora de tomar o remédio a concentração da substância irá diminuir e você pode ter uma piora nos sintomas da doença e prejudicar a eficácia do tratamento. O consumo de bebidas em conjunto com o remédio pode gerar reações e efeitos adversos, além de sobrecarregar o fígado — órgão responsável por metabolizar tanto o medicamento quanto o álcool no organismo. Além disso, o álcool tem efeito diurético e pode fazer com que a concentração do antibiótico no corpo diminua mais rapidamente do que o normal, prejudicando seu efeito entre uma dose e outra. A bebida ainda prejudica a imunidade e irrita o sistema gastrointestinal, o que também pode acontecer com o uso do medicamento. Por todos esses motivos, o melhor é evitar beber durante o tratamento. O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de antibiótico é a água. Critérios de internação de RN: Arlinda Marques - Medicina 2022 1. Idade gestacional (<36 semanas e PN < 2.000) 2. Tamanho,peso (1,500kg) 3. Asfixia perinatal (Apgar de 5 mi <6) 4. Filho de mãe diabética; 5. Distúrbio cardiovasculares; 6. Desconforto respiratório leve; 7. Malformação congênita; 8. Distúrbio hidroeletrolítico; 9. Infecção perinatal ou clínica; 10. Nutrição parenteral em transição; 11. Sepse; 12. Hidropsia fetal (edema, retenção de líquido); 13. Pós-operatório; 14. Instabilidade de parâmetros dos sinais vitais. COTO UMBILICAL Após o nascimento da criança, o cordão é clampeado e seccionado, passando a ser chamado de coto umbilical. Inicialmente, tem aspecto gelatinoso, tornando-se seco, escurecido e endurecido até a queda ou desprendimento. De modo geral, seu processo de mumificação ou desidratação inicia-se logo após a secção, visto que devido à contração dos vasos e suspensão do aporte sanguíneo, ocorre a necrose séptica. O coto passa por duas fases de cicatrização. A fase inicial está restrita às primeiras horas de vida do recém-nascido (RN) e se apresenta gelatinosa, de coloração branca azulada, úmida e brilhante. A segunda fase se caracteriza pela desidratação que ocorre logo após o nascimento e a partir do segundo dia adquire uma coloração escura, correspondente ao processo de mumificação. Cuidados com o coto umbilical: Usar álcool 70% com cotonete. ➔ O coto umbilical deve ser limpo a cada troca de fraldas e após o banho; ➔ Manter a área livre de urina e fezes. Limpar o coto umbilical antes de trocar a fralda, evitando o transporte de patógenos para a região; ➔ Após a queda do coto, limpar o local por mais duas semanas, uma vez que o tecido em volta está em processo de cicatrização; ➔ O coto umbilical deve ficar exposto a fim de evitar irritação e umidade que podem retardar o processo de mumificação; ➔ O procedimento de higienização do coto umbilical é indolor. O coto umbilical cai espontaneamente entre o 5.º e o 15.º dia de vida do recém- nascido. No entanto alguns recém-nascidos apresentam um umbigo grosso e gelatinoso, o que poderá retardar a sua queda até ao 25.º dia de vida. Durante este processo o coto ficará mais endurecido, seco e mudará de cor verde - amarelo para preto (mumificado), até cair. Onfalite: é uma infecção da cicatriz umbilical, caracterizada por edema (inchaço), sensibilidade e aumento de temperatura. A idade média de aparecimento é entre os 5 e os 9 dias de vida, sendo Não existem diferenças entre género. Fatores de risco: Parto pré-termo, baixo peso ao nascimento, rotura prolongada de membranas, infeção materna, uso de catéteres umbilicais, parto sem assépsia e parto em casa. Tratamento: No tratamento de recém-nascidos comonfalite não complicada está indicada a Arlinda Marques - Medicina 2022 administração endovenosa de antibióticos. Este tratamento deverá ter uma duração mínima de 10 dias, podendo nas situações não complicadas e nos lactentes maiores ser completada por via oral. A melhoria clínica, com redução visível dos sinais inflamatórios, deve ser notada nas primeiras 12 a 24 horas depois do início dos antibióticos. Infecção - Para que ocorra a infecção é preciso o contato com o germe, sua penetração multiplicação e o desenvolvimento, sua eliminação ou manutenção da espécie. O acesso do germe ao organismo se da por meio da pele, mucosa, com os aerossóis, por ingestão ou a inoculação por vetores, acidental por seringas, transfusão de sangue e por via sexual. Existem barreiras mecânicas, química e biológicas como: o epitélio, o pH, secreções bactericidas (lipídios, ac. graxos, ac. lático, lisozima), e a competição com a flora existente, além da presença das imunoglobulinas IgA e IgE nas superfícies de contato.. Quando o germe vence as primeiras barreiras e consegue penetrar no organismo, começa então o processo de ESTABELECIMENTO, por intermédio de sua localização, multiplicação e/ou desenvolvimento. O próprio organismo desenvolve um mecanismo de refeição visando limitar a invasão do agente, por meio de reação inflamatória, da fagocitose, das reações antitóxicas e imunológicas humoral e celular. O paracetamol é o único antitérmico recomendado para febre em menores de 1 mês, sendo sua dose ajustada segundo a idade gestacional. INTERMEDIÁRIA No quinto dia de internação, Luan recusou mamadas no período da manhã e observou- se discreto moteamento de pele e frequência respiratória de 72 irpm. À tarde, Luan precisou de suporte respiratório e mudança da terapia antimicrobiana para oxacilina e amicacina. Dois dias depois, com o resultado da cultura com antibiograma, trocou-se o tratamento para teicoplanina. No mesmo quarto de Luan, dois recém-nascidos apresentaram piora clínica. Objetivos 1- Explanar a fisiopatologia e critérios de diagnóstico na sepse neonatal relacionando com o caso. 2- Discorrer a farmacodinâmica e farmacocinética dos aminoglicosídeos e glicopeptídeos. (Fluxograma) 3- Elucidar os critérios diagnóstico, tratamento multidisciplinar e prevenção para infecção hospitalar, bem como a questão da biossegurança. 4- diferenciar surto, epidemia, endemia e pandemia 5- discorrer sobre o tratamento multidisciplinar (binômio mãe e filho) Arlinda Marques - Medicina 2022 Fisiopatologia e critérios de diagnóstico na sepse neonatal: A sepse neonatal é uma síndrome clínica com alterações hemodinâmicas e outras manifestações clínicas sistêmicas decorrentes da presença de germe patogênico (bactéria, vírus ou fungo) em fluido normalmente estéril, tais como sangue ou líquor, no primeiro mês de vida. A sepse neonatal é importante causa de sequelas neurocognitivas e de mortalidade neonatal. A sepse neonatal é classificada, quanto ao momento de aparecimento, em precoce ou tardia. Precoce quando o quadro clínico aparece nas primeiras 72 horas de vida! Tardia a que se inicia após 72 horas de vida e é mais frequente em recém-nascidos de muito baixo peso que permanecem internados um UTI neonatal por longo período ou em RNPTs tardios ou de termo que necessitem internação prolongada. ➔ CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DE SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA, SEPSE, SEPSE GRAVE E CHOQUE SÉPTICO EM RECÉM-NASCIDOS A TERMO E PRÉ-TERMO. SIRS: Síndrome da resposta inflamatória sistêmica: presença de 2 ou mais sinais, sendo 1 deles anormalidade na temperatura ou anormalidade nos leucócitos. RECÉM-NASCIDO A TERMOS: 1. Temperatura central maior que 38,5°C ou menor que 36°C; 2. taquicardia maior que 180bpm ou bradicardia menor que 100bpm; 3. taquipneia maior que 50ipm na primeira semana ou maior que 40ipm após uma semana; 4. leucocitose maior que 34.000 na primeira semana, ou maior que 19.500 após a primeira semana, ou leucopenia menor que 5.000 após a primeira semana ou índice neutrofílico maior que 10%. • Sepse: Síndrome da resposta inflamatória sistêmica na presença de infecção suspeita ou confirmada. INFECÇÃO + DISFUNÇÃO ORGÂNICA • Choque séptico: Sepse com disfunção cardiovascular. VASOPRESSOR PARA PAM > 65mmHg + LACTATO > 2MMOL/L As infecções de início tardio podem ser adquiridas pelos seguintes mecanismos: 1. Transmissão vertical, resultando em colonização neonatal inicial que evolui para infecção posterior. 2. Transmissão horizontal a partir do contato com prestadores de cuidados ou fontes ambientais. 3. Os microrganismos hospitalares são os principais agentes, como, por exemplo, bactérias grampositivas (Staphylococcus coagulase–negativa, Staphylococus aureus), bactérias gram-negativas (Escherichia coli, Klebsiella sp, Enterobacter sp e pseudomonas sp) e fungos (Candida). Fatores de Risco 1. Prematuridade; 2. Quebra de barreiras naturais: lesões e lacerações de pele e mucosa; Procedimentos invasivos: cateteres venosos, ventilação mecânica; 3. Medicações: bloqueador H2, inibidor da bomba de prótons, corticoide pós-natal, cefalosporinas; 4. Uso prolongado de antibioticoterapia empírica: o uso por mais de cinco dias de antibioticoterapia empírica para sepse neonatal precoce aumenta a incidência de sepse neonatal tardia, especialmente em unidades com escasso uso de leite materno e excesso de prescrição de cefalosporinas de terceira geração; 5. Jejum prolongado; 6. Uso de nutrição parenteral prolongada; Malformações: sistema nervoso central; anomalia do trato urinário, patologias do trato gastrointestinal. Arlinda Marques - Medicina 2022 Quadro Clínico As manifestações clínicas na sepse neonatal são muito variadas e inespecíficas. Os sinais clínicos são de diferentes sistemas e podem ser agrupados da seguinte forma: apneia, dificuldade respiratória, cianose; taquicardia ou bradicardia, má perfusão ou choque; irritabilidade, letargia; hipotonia, déficit de sucção, convulsões; distensão abdominal, vômitos, intolerância alimentar, resíduo gástrico, hepatomegalia; icterícia inexplicável; instabilidade térmica (hipotermia ou hipertermia); petéquias ou púrpura. Instabilidade glicêmica Diagnóstico: Sepse comprovada por cultura – O isolamento de bactérias patogênicas de uma hemocultura é o padrão-ouro para confirmar o diagnóstico de sepse neonatal. Uma hemocultura positiva é diagnóstica de sepse quando um patógeno bacteriano é isolado. O isolamento da flora cutânea (por exemplo, difteroides e estafilococos coagulase-negativos) em cultura sugere contaminação em vez de infecção, embora os estafilococos coagulase-negativos possam ser patogênicos em pacientes com cateteres vasculares de demora ou outros dispositivos. Sepse Provável – Em alguns casos, um patógeno pode não ser isolado na cultura, mas o recém- nascido tem um curso clínico preocupante para sepse (por exemplo, instabilidade de temperatura contínua; sintomas respiratórios, cardiocirculatórios ou neurológicos contínuos não explicados por outras condições; ou anormalidades laboratoriais contínuas sugestivas de sepse [isto é, pleocitose do líquido cefalorraquidiano, proporção elevada de contagem total de neutrófilos imaturos ou proteína C reativa elevada - PCR). Um composto de avaliação observacional e testes laboratoriais em série são normalmente usados para fazer um diagnóstico de provável sepse. Infecção improvável – Lactentes com sintomas leves e / ou transitórios (ou seja, febre isolada ou outros sintomas que remitem rapidamente) que permanecem com boaaparência com valores laboratoriais normais e culturas negativas em 48 a 72 horas provavelmente não apresentam sepse. A antibioticoterapia empírica deve ser descontinuada após 48 a 72 horas nesses neonatos. Critério atual sugere que seja feita a avaliação do escore de disfunção orgânica SOFA: elevação aguda no escore de 2 pontos ou mais (escore 0 em pacientes sem disfunção orgânica preexistente conhecida) Desvantagem: demanda exames laboratoriais que podem não estar disponíveis rapidamente Escore de triagem quickSOFA (qSOFA): identifica pacientes com alto risco de óbito ou de permanecer na UTI por mais de 3 dias baseado apenas em dados clínicos >> NÃO DIAGNOSTICA SEPSE Presença de 2 ou 3 critérios positivos no qSOFA define o paciente de alto risco >> monitorização e transferência para UTI. Exames Laboratoriais O isolamento de uma bactéria patogênica de uma hemocultura é o método confirmatório para o Arlinda Marques - Medicina 2022 diagnóstico de sepse neonatal. No entanto, há um lapso de tempo significativo antes que os resultados das hemoculturas estejam disponíveis, além disso, as hemoculturas podem levar a resultados falso-negativos em aproximadamente 10 por cento dos casos sépticos. Por isso, a avaliação clínica e os testes laboratoriais são usados para identificar neonatos com risco significativo de sepse, de modo que o tratamento com antibióticos empíricos possa ser iniciado enquanto se aguarda os resultados da hemocultura. Os objetivos da avaliação diagnóstica são identificar e tratar todos os bebês com sepse bacteriana e minimizar o tratamento de pacientes não infectados. A avaliação laboratorial de sepse tardia inclui: Hemograma: Estudos mostram que leucopenia (< 5.000/mm3); neutropenia (<1.500/mm3); neutrofilia (> 17.670 / mm3), leucocitose (> 20.000/mm3); índice neutrofílico (razão de neutrófilos imaturos sobre totais) ≥ 0,2 (razão I / T ≥0,2) e plaquetopenia são sugestivos de sepse neonatal. No entanto, nenhum dos testes foi suficientemente sensível para prever de forma confiável sepse neonatal. PCR: Está aumentada em condições inflamatórias, incluindo sepse. Uma única medida de PCR não é útil no diagnóstico de sepse neonatal. No entanto, a avaliação sequencial dos valores de PCR pode ajudar a apoiar o diagnóstico de sepse. Se o nível de PCR permanecer persistentemente normal, a sepse bacteriana neonatal é improvável. Hemocultura: Volume mínimo de sangue de 1 mL. Idealmente coletar 2 ml. De preferência coletar duas amostras em sítios distintos e de forma separada no mesmo dia ou em dias consecutivos. Líquor (rotina e cultura): Deve ser realizada idealmente antes do início dos antibióticos quando a suspeita clínica de sepse é alta, principalmente aqueles com doença crítica. No entanto, a punção lombar deve ser adiada se o procedimento comprometer a condição clínica do lactente ou se o procedimento atrasar o início dos antibióticos. Urina (Rotina, Gram e urocultura): A cultura de urina obtida por cateter ou punção vesical deve ser incluída na avaliação de sepse tardia. Outras culturas: as culturas devem ser obtidas de qualquer outro foco potencial de infecção (por exemplo, drenagem ocular purulenta ou pústulas, líquido peritoneal) Outros exames: Considerar solicitação de bioquímica, lactato e coagulograma. Outros exames podem ajudar no diagnóstico a depender da clínica do paciente e agente isolado: Radiografia de tórax. Radiografia de abdome: se sintomas do trato gastrointestinal ou distensão abdominal. Ultrassom transfontanelar: em casos de diagnóstico de meningite para avaliar complicações e outras anormalidades. Ecocardiograma: se infecção por Staphylococus aureus ou no caso de sepse relacionada ao cateter. Considerar a realização de ecocardiograma funcional para auxiliar no manejo do choque séptico. Observação: se sepse fúngica, solicitar após o sétimo dia para pesquisa de foco profundo: Ecocardiograma, Ultrassom de abdome, fundoscopia e Ultrassom transfontanelar. Tratamento 1. Garantir acesso vascular central; 2. Manter assistência respiratória adequada: Dar preferência sempre que possível às formas não invasivas de ventilação; 3. Coleta de exames: Coletar gasometria arterial com lactato, hemograma, PCR, hemocultura e Líquor (celularidade e cultura – se estável), urina com urocultura e radiografia, e realização de outros exames conforme a clínica do paciente. 4. Reposição volêmica: Em pacientes com perfusão inadequada, a ressuscitação com fluido intravenoso com a administração de solução salina isotônica pode ser necessária. 5. Tratamento da anemia: Transfundir concentrado de hemácias se a hemoglobina for menor que 11-12g/dL, a Arlinda Marques - Medicina 2022 fim de aumentar o conteúdo arterial de oxigênio e a oferta de oxigênio aos tecidos. 6. Controle da sobrecarga hídrica. A sobrecarga hídrica está associada a maior morbidade e mortalidade. Quando a sobrecarga é maior que 10%, está indicado o uso de diuréticos ou de terapêutica de substituição renal. O melhor esquema terapêutico deve ser orientado pela microbiota hospitalar da Unidade Neonatal e/ou germe detectado. O RN que evoluir de maneira insatisfatória e se seus exames persistirem alterados, substituir esquema de acordo com culturas e a rotina do serviço, sob orientações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Evitar uso indiscriminados de antibióticos de amplo espectro. Iniciar antibioticoterapia empírica precocemente (Início < 60 minutos após o diagnóstico). Em bebês com sepse de início tardio, a escolha da antibioticoterapia empírica deve ser baseada no provável microrganismo e seu padrão de suscetibilidade aos antibióticos para a unidade de internação. Iniciar esquema empírico com Oxacilina e Amicacina. Se suspeita de meningite tardia: suspender Amicacina e iniciar Cefepime. Observação: Se isolamento de agentes em hemocultura, descalonar ou adequar conforme antibiograma. Esquema secundário: Cefepime + Vancomicina (Evitar uso empírico de Cefalosporina e Vancomicina). Após 48-72h de tratamento, repetir hemocultura. Se falha terapêutica (clínico- laboratorial): escalonar antibióticos – Considerar carbapenêmicos e/ou Vancomicina. Prevenção ★ Lavagem de mãos e uso de álcool gel. ★ Protocolos apropriados e bem definidos de cuidados com cateteres intravasculares centrais e tubos endotraqueais. ★ Nutrição enteral precoce, de preferência com leite materno, reduzindo a necessidade ou o tempo de uso de cateter venoso central e nutrição parenteral total. ★ Precauções de contato - uso de capotes e luvas quando apropriado. ★ Uso criterioso de antimicrobianos, visando reduzir o risco de resistência aos antibióticos e infecção fúngica. Vigilância de infecções por bactérias multirresistentes dentro da instituição. ★ Evitar uso de medicamentos, como inibidor de bomba de prótons, que reduzem a acidez gástrica, favorecem o crescimento bacteriano e propicia a translocação bacteriana; e os corticoides usar pelo menor tempo possível. ★ Educação continuada da equipe e família. Surto, epidemia, endemia e pandemia Epidemia Uma epidemia é quando ocorre um aumento no número de casos de uma doença em várias regiões, mas sem uma escala global. Ou seja, o problema se espalha acima do esperado, sem uma delimitação geográfica específica. Neste caso, a doença se faz presente em diversos locais ou comunidades, para além daquele em que foram inicialmente identificados. As epidemias podem ser em nível municipal, estadual e nacional. Pandemia Uma pandemia é a disseminação mundial de uma doença. Ela pode surgir quando um agenteinfeccioso se espalha ao redor do mundo e a maior parte das pessoas não são imunes a ele. Em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários porque ela se estende a várias regiões do planeta. Mas isso não necessariamente significa que a situação é irreversível ou que o agente da doença tenha aumentado o seu poder de ameaça. Endemia A endemia se dá quando uma doença tem recorrência em uma região, mas sem aumentos significativos no número de casos. Ou seja, o problema se manifesta com frequência e segue um padrão relativamente estável que prevalece. Arlinda Marques - Medicina 2022 Se houver alta incidência e persistência da doença, pode ainda ser chamada de hiperendêmica. Algumas doenças endêmicas são consideradas sérios problemas de saúde do mundo e preocupam governantes, em especial os que lideram países tropicais de baixa renda. É o caso da Aids e malária, que matam milhões de pessoas todos os anos. Surto Um surto de uma doença acontece quando há um repentino e inesperado aumento de casos, em uma determinada região, comunidade ou estação do ano. O número de casos pode variar de acordo com o agente que causa a doença. Além disso, também é avaliado o tamanho e tipo de exposição anterior quando se trata de uma doença conhecida. Para ser classificado como um surto, esse número sempre ficará acima da expectativa normal e em uma área geográfica limitada. Geralmente, os surtos são causados por infecções transmitidas de pessoa para pessoa, por animais ou ambientes ou até produtos químicos e materiais radioativos. Prevenção da Infecção Hospitalar Infecção Hospitalar (IH) é o agravo de causa infeccioso adquirido pelo paciente após sua admissão em hospital. Pode manifestarse durante a internação ou após a alta, desde que relacionado à internação ou a procedimentos hospitalares Precaução padrão Higienização das mãos; Uso de luvas; Acomodações dos pacientes: quarto privativo é importante para prevenir a transmissão por contato quando o paciente tem hábitos higiênicos precários ou não consegue compreender as medidas de controle de infecção. Se possível, é recomendado quarto privativo para pacientes com microrganismos altamente transmissíveis ou epidemiologicamente importantes. Quando não for possível, deve-se escolher para compartilhar o mesmo quarto, pacientes infectados ou colonizados pelo mesmo microrganismo. Máscara, proteção ocular ou proteção facial: devem ser utilizados pelo profissional da saúde na realização de procedimentos de risco de contaminação de mucosas (nariz, boca e olhos) com sangue ou líquidos corporais. Aventais, sapatos e propés: são utilizados para proteção individual, nas situações onde há risco de contaminação com sangue e líquidos corporais Equipamentos e artigos: materiais perfurocortantes depois de utilizados devem ser transportados ou descartados com cuidado para prevenir acidentes e transferência de microrganismos para o ambiente ou outros pacientes. Equipamentos utilizados em pacientes sob precauções de contato devem ser desinfetados depois do uso (ex: estetoscópios, termômetros, esfigmomanômetros, etc.) —------------------------------------------ Intermediária P02 VERMELHIDÃO NO CORPO Karen, 15 anos, há sete dias apresentou febre alta, cefaleia, mal-estar e adenomegalia cervical. Acordou com exantema em tronco e abdome e prurido nas mãos e referiu vesículas dolorosas nos lábios inferiores. Usou aspirina®️ em casa para aliviar os sintomas e sua mãe ficou preocupada, pois a filha gosta de “ficar” com vários meninos e tem medo que ela possa ter contraído alguma IST e ter informado à médica que a vacinação de Karen não estava atualizada 1- Diagnóstico sindrômico das doenças exantemáticas e seus diagnósticos diferenciais, suas características semióticas e fluxograma de atendimento (adultos e crianças). 2- descrever a etiologia, fisiopatologia e quadro clínico da Herpes simplex. 3- discorrer a respeito do calendário vacinal como medida de prevenção das doenças exantemáticas. 4- elucidar sobre o uso da Aspirina em doenças exantemáticas. https://hilab.com.br/blog/o-que-e-a-sindrome-da-imunodeficiencia-adquirida/ Arlinda Marques - Medicina 2022 Sarampo É de notificação obrigatória Também conhecida como primeira doença, é uma das doenças exantemáticas de maior morbimortalidade, especialmente em determinados grupos (como crianças desnutridas ou com menos de um ano de idade etc. ). Patogenia: Trata-se de uma doença causada por um vírus RNA da família Paramyxoviridae, gênero Morbillivirus, cujo único hospedeiro é o homem. Período de transmissibilidade: do exantema. Período de incubação: 3 dias antes até 4 ou 6 dias após o aparecimento entre oito e 12 dias. Transmissão: Ocorre por meio de pequenas gotículas de saliva ou por meio de aerossóis contendo as partículas virais.. A susceptibilidade à doença é universal. Os anticorpos maternos (adquiridos por meio de vacinação ou contato com doença) são transmitidos por via transplacentária ao feto, garantindo imunidade transitória durante os primeiros anos de vida. Ao final desse período a criança desenvolve a imunidade ativa, que pode ocorrer por meio do contato com a doença ou pela vacinação. O vírus penetra a mucosa do trato respiratório ou da conjuntiva ocular e migra para os linfonodos regionais. Nestes se replica e causa hiperplasia linforreticular, ocorrendo disseminação viral pelos órgãos do sistema linforreticular (viremia primária). Após, ocorre a segunda viremia, através da qual há propagação do vírus para as superfícies epiteliais e mucosas. No epitélio respiratório, o vírus do sarampo provoca necrose celular, com vasculite de pequenos vasos, infiltrado linfocítico e formação das células gigantes de WarthinFinkel dey, (células gigantes formadas pela fusão de várias células epiteliais infectadas, e inclusões intracitoplasmáticas, que representam a infecção pelas partículas virais, sendo patognomônicas da doença). O vírus do sarampo infecta os linfócitos T CD4+, o qu imunodepressão da resposta Th1 e pode levar a uma como consequência observa se, por exemplo: negativação de prova tuberculínica e melhora clínica transitória de doenças autoimunes. Manifestações Clínicas: É subdividido em 3 fases: Período de infecção (duração de sete dias): a) Fase prodrômica: é subdividido em duas fases, com sintomas inespecíficos como febre, tosse, coriza, conjuntivite e fotofobia (corresponde ao período da viremia secundária). Ocorre o desenvolvimento de enantema (precede o exantema em cerca de 1 característico definido pela presença de pequenas lesões puntiformes, esbranquiçadas com halo avermelhado na mucosa jugal na altura dos prémolares lesões patognomônicas conhecidas como manchas de Koplik (presentes em 5070% dos casos). Podem estar presentes em outras regiões da cavidade oral (lábios, palato) e em outras mucosas (vagina e conjuntiva). b) Fase exantemática: entre 2º e 4º dia exantema maculopapular avermelhado tipo morbiliforme (com áreas de pele normal) tendendo à confluência. Se inicia na região retroauricular disseminando para região frontal, dorso e extremidades, incluindo palmas e plantas (distribuição céfalo caudal). A febre durante o exantema atinge os maiores picos (40-40,5º). Nessa fase observa-se a fácies sarampenta, caracterizada pela hiperemia conjuntival, lacrimejamento, coriza mucopurulenta e rash facial. O período exantemático marca o início da produção de anticorpos. 2. Período de remissão: os sintomas constitucionais tendem a reduzir com o passar dos dias, e o exantema em cerca de sete dias, tornando-se acastanhado e ocorre descamação furfúrcia. Período toxêmico: ocorrea queda da resistência imunológica do hospedeiro com surgimento das complicações (superinfecções bacterianas e virais), em especial nos grupos de risco já citados. Complicações: Fatores de risco para maior gravidade: Extremos de idade: < 5 anos e > de 20 anos; Desnutrição grave; Deficiência de vitamina (A hipovitaminose A compromete a integrida de das membranas Arlinda Marques - Medicina 2022 epiteliais e regulação imune, sendo mais grave na presença dessa. A própria infecção pelo sarampo reduz os níveis da vitamina A); Imunodepressão; Gestantes. Principais complicações: Pneumonia : principal causa de morte no sarampo, seja provocada pela própria infecção viral ou por infecção bacteriana secundária (Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, e Staphylococcus aureus). A bronquiolite obliterante é o achado de maior fatalidade. Outras complicações do sistema respiratório são : Laringite, traqueíte e bronquite. Otite média aguda: complicação bacteriana mais frequente do sarampo; Reativação de foco pulmonar de tuberculose; Náuseas, vômitos e diarreia: necrose epitelial do trato gastrointestinal Apendicite: A intensa hiperplasia linfóide pode levar à obstrução da luz do apêndice. Crise convulsiva febril; Panencefalite Esclerosante Subaguda (PEES). Diagnóstico: além da avaliação clínica, deve ser solicitado: Hemograma: leucopenia com linfocitose, com PCR e VHS normais (caso não haja complicação bacteriana). Não é necessário para diagnóstico. Sorologias: anticorpos IgM no sangue para sarampo (mantido elevado até 4 semanas depois do rash). Os IgG podem, eventualmente, estar positivos na fase aguda, e se mantêm durante anos após a infecção. Viral: Recomenda-se a coleta de espécimes clínicos (urina, secreções nasofaríngeas, líquor, sangue) para a identificação viral viral) e (identificar o genótipo diferenciar um caso autóctone de caso importado, além de diferenciar o vírus selvagem do vacinal. Tratamento: 1)Sintomáticos: antitérmicos, analgésicos. 2) Oxigênio umidificado se laringite e traqueíte. 3) Limpeza ocular com soro fisiológico 4) Repouso + ingestão de líquidos e dieta livre. 5) Antibióticos - avaliar de acordo com a presença ou ausência de infecções secundárias. 6) Precaução de transmissão aérea por até 4-6 dias após o exantema se criança hospitalizada 7) Vitamina A. Profilaxia: Pré-Exposição: • Vacinação: é vacina de vírus vivos atenuados contra o sarampo, recomendada pelo Ministério da Saúde, aos 12 meses pela tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e, aos 15 meses, a vacina tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Pós-Exposição: Indica-se para todos os contactantes íntimos suscetíveis que a vacinação seja aplicada até 72h após o contato (vacina de bloqueio), podendo ser feita a partir de seis meses de vida, e devendo seguir com calendário desconsiderando a vacinação de bloqueio (ou seja, após segue o calendário normal). • Imunoglobulina (imunização passiva): é outra forma de profilaxia pós exposição estando indicada mediante a presença de contraindicações à vacinação menores de 6 meses, gestantes, AIDS, pacientes imunossuprimidos, etc ou caso já tenha mais de 72h d a exposição e menos de 6 dias. Pode ser utilizada até seis dias após a exposição (0,250,5 mg/kg, IM). Rubéola No período uma doença exantemática benigna e autolimitada. rubéola congênita é de elevada pós natal trata Porém, a se de síndrome da gravidade e morbidade, estando envolvida com malformações cardíacas, neurológicas, oculares e cocleares. É um vírus RNA da família Togaviridae e do gênero Rubivirus, sendo os humanos os únicos hospedeiros. Transmissão e patogenia: nasofaríngea das pessoas Através do contato com infectadas gotículas de secreção , o vírus penetra pela mucosa respiratória. A maior transmissibilidade ocorre entre cinco dias antes do rash até seis Arlinda Marques - Medicina 2022 dias após. As partículas virais migram até os linfonodos regionais, onde permanecem pelo período de incubação (14-21 dias), ocorre a forma de transmissão se dá por sendo a primeira viremia. Outra via transplacentária , estando relacionada à rubéola congênita. Quanto mais precocemente for a infecção (primeiras 8 semanas) e sendo essa primoinfecção materna, maior a gravidade e o comprometimento fetal. Manifestações Clínicas: Período de incubação de 14-21 dias, apresentando febre baixa, mal . anorexia, mialgias, dor de garganta e hiperemia conjuntival linfonodomegalias suboccipital, retroauricular e cervical posteriorestar, Aparecem ainda , em seguida, ocorre o rash caudal róseo . característico: maculopapular puntiforme com progressão céfalo Algumas crianças podem abrir o quadro direto com o rash. O rash pode ser acompanhado das manchas de Forcheimer em palato mole lesões rosadas e petéquias ole e amígdalas. O exantema dura cerca de 3 dias, desaparecendo sem descamação. Nos adultos pode estar presentes ainda poliartralgia e poliartrite transitória (incomum nas crianças). Complicações: Trombocitopenia pósinfecciosa: É uma complicação rela tivamente incomum, que acomete mais o sexo feminino. Após cerca de 2 semanas do rash aparecem petéquias, epistaxe, sangramento do trato digestivo e hematúria. Em geral o quadro é autolimitado e não necessita de intervenções. Artrite: é achado mais frequente após uma semana afetando principalmente em mulheres jovens, ocorrendo normalmente rash, afetando principalmente as pequenas articulações. Encefalite pósinfecciosa: É a complicação mais grave , ocorrendo em cerca de 1 criança a cada 5000 casos. Se inicia 7 dias após o rash, com cefaleia, convulsões, confusão mental, manifestações focais e coma. A análise do líquor revela pleocitose linfocítica com aumento de proteínas. Tem elevada mortalidade e com risco para sequelas. Outra forma de manifestação é a panencefalite progressiva que se manifesta de forma semelhante ao que ocorre no sarampo, com a evolução para o óbito em cerca de 2-5 anos. Diagnóstico: O diagnóstico clínico é difícil, sendo de certeza a partir de exames sorológicos. Hemograma: leucopenia, neutropenia e trombocitopenia. Sorologia: IgM antivírus da rubéola positivo sugere infecção recente, principalmente se acompanhado de aumento significativo nos títulos de IgG. Isolamento viral: Pode ser isolado em secreções nasofaríngeas, urina, sangue, líquor e tecidos do corpo ideal para conhecer o padrão genético e diferencial entre casos autóctones e casos importados. Tratamento: Sintomáticos: analgésicos e antitérmicos. Evitar o contato dos pacientes com gestantes suscetíveis. Se trombocitopenia que não emite espontaneamente: Corticoides e imunoglobulina podem ser considerados. Profilaxia: PréExposição: Vacinação com vírus vivo atenuado, integrando as vacinas tríplice viral e tetra viral. Pós-Exposição: A vacinação de bloqueio pode ser feita com vacina em até 72 horas após o contato. Varicela O Vírus Varicela zoster é o agente etiológico causador da varicela e do herpeszóster. A papulo vesicular primo infecção, varicela, é uma doença exantemática má culo benigna que acomete pré escolares e escolares. A partir dessa o (geralmente após os 45 anos), resulta nos neurônios dos gânglios sensoriais e mediante herpes Etiopatogenia: O VVZ é um vírus DNA da família Herpesviridae, possuindo como característica a tendência de persistir no organismo de forma latente após a infecção primária. É um vírus altamente contagioso com transmissão a partir do contato com secreção das lesões ou do contato com gotículas. A transmissão ocorre a partir de dois dias antes do aparecimento do exantema e se mantématé 7 Arlinda Marques - Medicina 2022 dias após (cessa no momento que as lesões ficarem crostosas). O vírus penetra pela mucosa respiratória e tecido tonsilar linfoide, se replicando por cerca de 10-21 dias (período de incubação), ocorrendo a primeira viremia. Com a segunda viremia ocorre disseminação viral para a pele e mucosas, com aparecimento do exantema. Nesse momento, os imunocompetentes desenvolvem resposta imune celular a qual controla a replicação viral, impedindo a continuidade dessa e invasão de outros órgãos (o que não ocorre de maneira eficaz nos indivíduos imunocomprometidos, que ficam mais suscetíveis à disseminação da doença). O vírus ascende pelas terminações sensitivas axonais da pele, até o corpo celular dos neurônios ganglionares, onde se mantém na , forma latente por muito tempo, sofrendo reativação mediante supressão da imunidade estresse e com o avanço da idade. Manifestações clínicas: Varicela: Se inicia por sintomas estar e dor abdominal prodrômicos como febre, cefaléia, anorexia, , podem aparecer cerca de 24-48h antes do exantema. A febre pode persistir por até quatro dias após o exantema. O aparecimento desses sintomas é mais comum na primo infecção de adolescentes e adultos, sendo incomuns nas crianças. O exantema se inicia no couro cabeludo e face, se disseminando para o tronco e extremidades, havendo predomínio na face e tronco (distribuição centrípeta inicia como máculas eritematosa). Se s pruriginosas, evoluindo para pápulas e vesículas com conteúdo claro, até pústulas com umbilicação central e, finalmente ‘secam’ formando as crostas , em cerca de 24- 48h. Caracteristicamente existem lesões e diferentes estágios ao mesmo tempo (polimorfismo ) e podem variar quanto ao número de lesões presentes. Podem ocorrer também nas mucosas oral e vaginal. Uma possível complicação são infecções secundárias (relacionado à coçadura das lesões), podendo se manifestar pela persistência ou reaparecimento de febre e os casos em que ocorre infecção secundária local estão mais frequentemente relacionados à formação de cicatrizes. Diagnósticos diferenciais: 1. Impetigo 2. Escabiose 3. Estrófulo 4. Enteroviroses. Herpes simplex É uma infecção causada por dois vírus da família Herpesviridae (herpes simples tipos 1 e 2), e pode afetar a região da boca, principalmente labial, órgãos genitais e áreas próximas. As formas de manifestação divergem de indivíduo para indivíduo. A família Herpesviridae abrange oito espécies passíveis de infectar seres humanos, que compartilham as seguintes características: • vírion apresentando um padrão arquitetural similar, composto de quatro partes: (a) núcleo eletrodenso, (b) capsídeo icosapentaédrico, (c) tegumento e (d) envelope; • são capazes de produzir várias espécies de enzimas, capazes de agir sobre o metabolismo dos ácidos nucleicos e proteínas da célula infectada (timidina quinase, DNA polimerase, helicase); • são capazes de assumir estado de latência infecciosa, e de se reativar periodicamente. Fisiopatologia Depois do início da infecção, o DNA é desencapado e transportado para o núcleo da célula hospedeira. Segue-se a transcrição de genes precoces imediatos, que codificam as proteínas reguladoras, seguida pela expressão das proteínas codificadas pelos genes precoces e, em seguida, pelos tardios. Estas proteínas incluem enzimas necessárias para replicação viral e proteínas estruturais. A montagem do core viral e do capsídeo ocorre dentro do núcleo. A colocação do envelope na membrana nuclear e o transporte para fora do núcleo ocorrem através do retículo endoplasmático e do aparelho de Golgi. A glicosilação da membrana viral ocorre no aparelho de Golgi. Os vírions maduros são transportados para a membrana externa da célula hospedeira dentro de vesículas. Arlinda Marques - Medicina 2022 A liberação da progênie viral é acompanhada pela morte da célula. A replicação de todos os herpes-vírus é considerada ineficiente, com uma alta proporção de partículas virais não infecciosas em relação às infecciosas. Com inoculação na pele ou nas mucosas, o HSV se replica nas células epiteliais; o período de incubação é de 4 a 6 dias. À medida que a replicação continua, seguem-se lise celular e inflamação, que resultam nas características vesículas sobre uma base eritematosa. Linfáticos e linfonodos regionais são envolvidos como resultado da drenagem de secreções infectadas a partir da área de replicação viral. O vírus geralmente ascende pelos nervos sensitivos periféricos para os gânglios das raízes dorsais em todos os hospedeiros. A replicação do HSV dentro do tecido neural é seguida pela disseminação do vírus para outras superfícies mucosas e cutâneas por meio dos nervos sensitivos periféricos. O HSV se replica ainda mais nas células epiteliais e reproduz as lesões da infecção inicial, até que a infecção seja contida por meio de respostas imunes do hospedeiro. As alterações histopatológicas induzidas pela replicação do HSV são semelhantes na infecção primária e na infecção recorrente. Com a lise celular, entre as camadas da epiderme e da derme, acumula-se um líquido vesicular transparente que contém grandes quantidades de vírus. A derme revela uma resposta inflamatória intensa, mais na infecção primária do que na doença recorrente. À medida que o processo de cura progride, o líquido vesicular claro se torna pustuloso com o recrutamento de células inflamatórias. A pústula a seguir forma uma crosta; é incomum a formação de cicatriz. Alterações vasculares na área incluem manguito perivascular e necrose hemorrágica. Manifestações clínicas Gengivoestomatite A gengivoestomatite (usualmente causada por HSV-1) ocorre mais frequentemente em crianças com menos de 5 anos. A doença é caracterizada por febre, dor de garganta, edema da faringe e eritema, seguidos pelo desenvolvimento de lesões vesiculares ou ulcerativas na mucosa oral ou faríngea. Infecções por HSV-1 recorrentes na orofaringe manifestam-se, mais frequentemente, como herpes simples (aftas) labial, e habitualmente aparecem na transição cutâneo mucosa do lábio superior. As recorrências são desencadeadas por febre, estresse e exposição à luz ultravioleta, como também por outros fatores. Herpes Genital O herpes genital é causado com mais frequência pelo HSV-2. Contudo, uma porcentagem crescente vem sendo causada pelo HSV-1. Com efeito, entre todos os casos novos primários em jovens adultos, cerca de 50% são causados pelo HSV-1. A infecção primária em mulheres normalmente envolve a vulva, a vagina e o colo do útero. Em homens, a infecção inicial está mais frequentemente associada a lesões na glande, prepúcio ou corpo do pênis. Em indivíduos de qualquer sexo, a doença primária se associa a febre, mal-estar, anorexia e adenopatia inguinal bilateral. Mulheres frequentemente têm disúria e retenção urinária como resultado de comprometimento uretral. A cura completa da infecção primária pode levar várias semanas. O primeiro episódio de infecção genital é menos grave em indivíduos que tiveram anteriormente infecções por HSV-1 em outros locais. Os anticorpos para HSV-1 parecem melhorar a expressão da doença clínica pelo HSV-2, embora esse efeito seja controverso. A frequência de recorrência varia significativamente de um indivíduo para outro. Ceratite Herpética A ceratite por herpes simples é usualmente causada por HSV-1 e é acompanhada por conjuntivite em muitos casos. Ela é considerada a causa infecciosa mais comum de cegueira nos Estados Unidos. As lesões características da ceratoconjuntivite por HSV são úlceras dendríticas melhor detectadas por coloração com fluoresceína. O comprometimento estromalprofundo também foi descrito e pode resultar em prejuízo da visão. Outras Manifestações Cutâneas Infecções por HSV podem ocorrer em qualquer local da pele. São comuns, em profissionais de Arlinda Marques - Medicina 2022 saúde, lesões em pele escoriada ou nos dedos das mãos, estas conhecidas como panarício herpético. De modo semelhante, em lutadores, lesões cutâneas disseminadas conhecidas como herpes gladiatorum podem desenvolver-se como resultado do contato físico. Encefalite por herpes simples A encefalite por herpes simples é caracterizada por necrose hemorrágica do lobo temporal. A doença começa unilateralmente e se alastra para o lobo temporal contralateral. A maioria dos casos é causada pelo HSV-1. A patogenia real da encefalite do herpes simples carece de esclarecimento mais profundo, embora se especule que o vírus primário ou recorrente pode alcançar o lobo temporal por vias neurais ascendentes, como os tratos trigeminais ou os nervos olfatórios. Diagnóstico O diagnóstico definitivo da infecção por HSV exige isolamento do vírus. Swabs de espécimes clínicos ou outros líquidos do corpo podem ser inoculados em linhagens celulares suscetíveis e observados quanto ao desenvolvimento de efeitos citopáticos característicos. Esta técnica é útil para o diagnóstico de infecção por HSV-1 e HSV-2 em virtude dos seus curtos ciclos replicativos. Na ausência de laboratório para diagnóstico de virologia, o exame citológico de raspado da lesão clínica pode ser útil para fazer diagnóstico presuntivo de infecção por HSV. O material obtido por raspado da base de uma lesão deve ser espalhado sobre uma lâmina e prontamente fixado com etanol a frio. A lâmina pode ser corada de acordo com o método de Papanicolaou, Giemsa ou Wright. A presença de inclusões intranucleares e células gigantes multinucleadas é indicativa, mas não diagnóstica, de infecção por HSV. Este método tem uma sensibilidade de apenas 60% a 70% e não deve ser o único método diagnóstico usado. Além de novos testes para DNA viral, ensaios sorológicos tipo específicos estão comercialmente disponíveis. Estes testes são baseados nas diferenças das gG de HSV-1 e HSV-2. Tratamento Pacientes imunocomprometidos, como pacientes com câncer ou que recebem fármacos imunossupressores, com infecções mucocutâneas ou no caso de pacientes com encefalite por herpes: aciclovir por via IV (5 mg/kg a cada 8 horas durante 5 a 7 dias) é o tratamento de escolha. O valaciclovir (de 500 a 1.000 mg 2/3 vezes/ dia) e o fanciclovir (de 250 a 500 mg 3 vezes/ dia). × Doença com risco de morte: devem ser administrados apenas medicamentos por via IV. Os indivíduos imunocomprometidos com infecções mucocutâneas sem risco de morte podem receber, por VO, o aciclovir (400 mg 2/3 vezes/ dia por 7 a 10 dias), o valaciclovir (de 500 a 1.000 mg 1/2 vezes/ dia durante 3 a 5 dias) ou o fanciclovir (de 250 a 500 mg 3 vezes/ dia por 7 dias ou 1.000 mg 2 vezes/ dia por 1 dia). Hospedeiros imunocompetentes, com infecções mucocutâneas: a administração de aciclovir por via oral (200 mg 5 vezes/ dia por 5 dias) reduz as lesões e acelera a recuperação. O valaciclovir por VO (1 g/dia por 5 dias ou 500 mg 2 vezes/ dia durante 3 dias) e o fanciclovir por VO (1 g 2 vezes/ dia por 1 dia) são igualmente eficazes. Em geral, episódios recorrentes não respondem tanto ao tratamento quanto os primeiros. O aciclovir de uso tópico não é tão confiável quanto o aciclovir por via oral e não é recomendável. Prevenção Alguns pacientes com recorrências orais particularmente incapacitantes, recorrências genitais, ou meningite asséptica desencadeada por recidivas genitais, são candidatos à terapia supressiva crônica. Regimes potenciais incluem aciclovir oral 400 mg duas vezes ao dia, valaciclovir oral 1 g/dia e fanciclovir oral 250 mg duas vezes ao dia. As manifestações da infecção neonatal por HSV podem ser divididas em três categorias: doença da pele, olhos e boca; encefalite; infecção disseminada. Como o próprio nome diz, a doença da pele, olhos e boca consiste em lesões cutâneas e não compromete outros órgãos. O comprometimento do sistema nervoso central pode ocorrer com encefalite ou infecção disseminada e geralmente resulta em encefalite difusa. O exame quimiocitológico do LCR caracteristicamente revela concentrações elevadas de proteína e Arlinda Marques - Medicina 2022 pleocitose mononuclear. A infecção disseminada compromete múltiplos órgãos e pode causar coagulação intravascular disseminada, pneumonite hemorrágica, encefalite e lesões cutâneas. Rosácea Doença viral de evolução benigna é geralmente causada pelo herpes-vírus humano (HHV)-6B e ocasionalmente pelo HHV-7. É conhecida pelo nome de Roseola infantum. Causa febre de três dias, sexta moléstia. A roséola geralmente é caracterizada por febre com duração de 3 a 5 dias seguida por exantema morbiliforme que surge com a defervescência. As lesões são máculas e pápulas rosa- avermelhadas não coalescentes, de 3 a 5 mm, que comumente se iniciam no pescoço e tronco e se espalham para os membros. A roséola geralmente é uma doença benigna e autolimitada que tem sido associada com convulsões febris. Ocorre normalmente entre os 6 e os 12 meses de idade, sendo mais rara no 2º e 3º anos de vida. A transmissão ocorre pelo contato da secreção oral. Manifestações Clínicas Caracteriza-se pelo início repentino de febre alta (39.5 a 40ºC), diminuição do apetite e irritabilidade. A febre mantém-se alta durante 3 a 4 dias, podendo desencadear convulsões febris em crianças com predisposição. Após os dias de febre alta, está rapidamente baixa e desaparece. O exantema é do tipo maculopapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não coalescentes. Em geral, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, a região cervical e a raiz dos membros, sendo de curta duração (24 a 72 horas sem descamação). Prevenção e tratamento Tratamento de suporte e administração de medicação sintomática, bem como a vigilância das complicações, especialmente às relacionadas ao sistema nervoso. Não existe vacina disponível. Dengue A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, incluindo desde formas inaparentes até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Entre estes, destaca-se a ocorrência de hepatite, insuficiência hepática, manifestações do sistema nervoso, miocardite, hemorragias graves e choque. Na dengue, a primeira manifestação é a febre, geralmente alta (39ºC a 40ºC) de início abrupto, associada à cefaléia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retroorbitária, com presença ou não de exantema e/ou prurido. Anorexia, náuseas, vômitos e diarréia podem ser observados por 2 a 6 dias. Alguns pacientes podem evoluir para formas graves da doença e passam a apresentar sinais de alarme da dengue, principalmente quando a febre cede, que precedem as manifestações hemorrágicas graves. O período de incubação é de 3 a 15 dias; em média, de 5 a 6 dias. As manifestações hemorrágicas, como epistaxe, petéquias, gengivorragia, metrorragia, hematêmese, melena, hematúria e outros, bem como a plaquetopenia, podem ser observadas em todas as apresentações clínicas de dengue. É importante ressaltar que o fator determinante na febre hemorrágica da dengue é o extravasamento plasmático, que pode ser expressado por meio da hemoconcentração, hipoalbuminemia e ou derrames cavitários. Transmissão: picada da fêmea do mosquito Ae. aegypti, no ciclo homem → Ae. aegypti → homem. Após um repasto de sangue infectado, o Arlinda Marques - Medicina 2022 mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca. A transmissão mecânica também
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