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Marcos Soares da Mota e Silva Pós-graduado em Direito Tributário pelo Ins- tituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e em Direito Processual Tributário pela Universi- dade de Brasília (UnB). Graduado em Engenha- ria Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Direito pela Universida- de do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Profes- sor de Direito Tributário e Direito Constitucional no Centro de Estudos Alexandre Vasconcellos (CEAV), Universidade Estácio de Sá, Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultu- ra (Fabec) e em preparatórios para concursos públicos. Atua como auditor fiscal da Receita Federal. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 191 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça Do Poder Executivo Chefia de Estado e chefia de Governo O legislador constituinte adotou como sistema de governo o presiden- cialismo, no qual o presidente da República exerce as funções de chefe de Governo e chefe de Estado. No exercício da chefia de Estado, o presidente representa a República Fe- derativa do Brasil em suas relações internacionais com outros Estados e or- ganizações internacionais. No exercício da chefia de Governo, o presidente é responsável pela gestão das questões internas, políticas e administrativas. Essa é uma das diferenças entre o sistema presidencialista e o parlamenta- rista, haja vista que no parlamentarismo as funções de chefe de Estado e de Governo não são exercidas pela mesma pessoa: o chefe de Estado será o pre- sidente ou monarca enquanto o chefe de Governo, será o primeiro-ministro. Ademais, no presidencialismo, o presidente assume o poder, mesmo que não tenha apoio do Poder Legislativo, desde que vença as eleições. Essa in- dependência do presidente da República em relação ao Poder Legislativo é uma característica do presidencialismo. O presidente chega ao poder e permanece nele até o final do mandato, ainda que não tenha o apoio da maioria do Parlamento. No parlamentarismo, o chefe de Governo pode ser destituído pelo Parla- mento a qualquer momento. Basta que o chefe de Governo perca o apoio da maioria parlamentar para que seja retirado e forme-se um novo governo. Investidura no cargo No Brasil, o presidente e o vice-presidente da República são eleitos pelo Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 192 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 193193 sistema eleitoral majoritário, no qual é eleito o candidato que obtiver o maior número de votos. Há duas modalidades de sistema majoritário: o sistema majoritário sim- ples (ou puro) e sistema majoritário de dois turnos. No sistema majoritário simples, considera-se eleito o candidato que al- cançar o maior número de votos. Em nosso país, ele é adotado para a eleição dos senadores (CF, art. 46) e dos prefeitos nos Municípios com menos de 200 mil eleitores (CF, art. 29, II). Nesses casos não haverá um segundo turno. No sistema majoritário de dois turnos, se nenhum dos candidatos alcan- çar a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro turno, deverá ser reali- zado o segundo turno. No Brasil é o sistema adotado para a eleição do presidente da República, dos governadores dos Estados e do Distrito Federal e dos prefeitos nos Mu- nicípios com mais de 200 mil eleitores. A eleição do presidente da República implica a do vice com ele registrado. Os requisitos para a candidatura a ambos os cargos encontram-se nos arti- gos 12, §3.º, e 14, §3.º, da Constituição e são: ser brasileiro nato (CF, art. 12, §3.º, I); � estar no gozo dos direitos políticos (CF, art. 14, §3.º, II); � ter mais de 35 anos (CF, art. 14, §3.º, VI, “a”); � possuir alistamento eleitoral (CF, art. 14, §3.º, III); � possuir filiação partidária; � não ser inelegível. � Não é admitida a candidatura autônoma, isto é, aquela desvinculada de um partido político. De acordo com o artigo 77, §2.o, da CF Art. 77. [...] §2.º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. Caso nenhum dos candidatos alcance a maioria absoluta na primeira vo- tação, será realizada uma nova eleição no último domingo de outubro do Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 193 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 193 ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente, em que irão concorrer os dois candidatos mais votados. Caso, antes de realizado o segundo turno, ocorra a morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á entre os remanescentes o de maior votação. Caso haja empate entre os candidatos remanescentes mais votados, qua- lificar-se-á o mais idoso, da mesma forma se dois candidatos estiverem em- patados em 2.º lugar qualificar-se-á o mais idoso. Se o candidato eleito presidente falecer após a sua eleição, mas antes da expedição do diploma: nesse caso, o vice-presidente será considerado eleito. O presidente tomará posse no dia 1.º de janeiro, em sessão conjunta do Congresso Nacional. Caso sejam decorridos dez dias da data fixada para a posse, e o presi- dente ou o vice-presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, ele será declarado vago. A duração do mandato é de quatro anos, permitida uma única reeleição para o período subsequente, de acordo com o disposto no artigo 14, §5.º, da CF. Vacância O artigo 79 da CF dispõe o seguinte: Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. Nos casos de impedimento, por exemplo férias ou licença, o vice-presi- dente irá substituir o presidente; no caso de vaga ele irá sucedê-lo, como ocorreu com Itamar Franco em relação a Fernando Collor de Mello. Havendo impedimento ou vacância de ambos os cargos, ou seja, de pre- sidente e de vice-presidente, serão sucessivamente chamados a exercer a Presidência: o presidente da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado Federal e o presidente do STF. Havendo vacância do cargo de presidente da República, o vice-presiden- te assumirá a presidência e completará o mandato, independentemente do período faltante para o término do mandato. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 194 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 195195 No caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente, o exer- cício da Presidência por parte do presidente da Câmara dos Deputados, ou Senado Federal ou Supremo Tribunal Federal será em caráter temporário, até que sejam realizadas novas eleições. A Constituição em seu artigo 81 estabelece o seguinte: Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. §1.º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. §2.º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. Portanto, se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, far- -se-á eleição direta 90 dias depois de aberta a última vaga. Se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do mandato, a eleição para ambos os cargos será feita 30 dias depois de aberta a última vaga, pelo Con- gresso Nacional (eleição indireta), na forma da lei. Qualquer que seja a hipótese de sucessão, o vice-presidente ou os novos eleitos irão apenas completar o período de seus antecessores, é o chamado mandato tampão.Prerrogativa de foro O presidente da República tem prerrogativa de foro. Nos crimes comuns ele será julgado perante o Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, “b”) e nos crimes de responsabilidade perante o Senado Federal (CF, art. 52, I). O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que prerrogativa de foro não alcança as ações populares, as ações civis públicas e as ações de improbidade administrativa em que o presidente seja réu. O foro especial só abrange as infrações penais e só é aplicável durante o mandato eletivo. Nas ações não penais a autoridade se sujeita às regras comuns de compe- tência, e tendo cessado o exercício de suas funções, o foro especial deixa de ter incidência, devendo o processo ser enviado à justiça comum. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 195 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 195 Imunidades do presidente O presidente da República, na condição de chefe de Estado, não está sujeito ao mesmo regime de responsabilidade das pessoas comuns ou dos outros agentes públicos. Ao presidente foi assegurada imunidade formal em relação ao processo e em relação à prisão, da seguinte forma: imunidade perante o processo – o presidente só poderá ser processado, � seja por crime comum ou de responsabilidade, após autorização da Câ- mara dos Deputados, por maioria qualificada de dois terços dos votos; imunidade perante a prisão – o presidente não poderá ser preso nas � infrações penais comuns, enquanto não houver sentença condenató- ria, conforme o disposto no artigo 86, §3.º, da CF; irresponsabilidade durante o mandato – o presidente da República � não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções, na vigência do mandato (art. 86, §4.º). A irresponsabilidade alcança as infrações penais comuns praticadas em momento anterior ao da investidura no cargo de chefe do Executivo da União, bem como aquelas praticadas na vigência do mandato, desde que estranhas ao ofício presidencial. Tal irresponsabilidade relativa restringe-se às infrações penais comuns, não alcançando as responsabilidades civil, ad- ministrativa ou tributária do presidente da República, que podem ser nor- malmente apuradas na vigência do mandato. O Supremo Tribunal Federal admite que a Constituição do Estado confira ao governador de Estado a prerrogativa de imunidade perante o processo. Desta forma, a Constituição Estadual poderá condicionar o processo do go- vernador à prévia licença da Assembleia Legislativa, mas não admite que as prerrogativas de imunidade perante a prisão e irresponsabilidade durante o mandato sejam estendidas aos governadores de Estado, por entender que são garantias privativas do presidente da República. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 196 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 197197 Competências do presidente da República Por acumular as funções de chefe de Estado e chefe de Governo, a Consti- tuição confere ao presidente da República um amplo rol de atribuições. O artigo 84 da CF traz uma série de competências privativas do presiden- te da República, in verbis: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 197 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 197 Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. Da responsabilidade do presidente da República A Constituição exige que, para que o presidente possa ser processado e julgado por crimes de responsabilidade perante o Senado Federal, ou por crime comum, perante o Supremo Tribunal Federal, deverá ser admitida a acusação contra ele pela Câmara dos Deputados (CF, art. 86). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 198 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 199199 Crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas praticadas no desempenho da função presidencial definidas por lei federal. São condutas que atentam contra a Constituição Federal e contra a existência da União, o livre exercício dos Poderes do Estado, a segurança interna do país, a probidade administrativa, a lei orçamentária, o exercíciodos direitos políticos, individuais e sociais e o cumprimento das leis e das decisões judiciais (CF, art. 85). O rol do artigo 85 da CF não é exaustivo, mas exemplificativo. Logo, outras condutas poderão ser enquadradas na definição de crime de responsabilida- de, desde que haja definição legal para tanto. O Supremo Tribunal Federal entende que a definição formal dos crimes de responsabilidade é da competência exclusiva da União, ainda que a con- duta seja praticada pelo governador de Estado ou prefeito. Do Poder Judiciário Órgãos do Poder Judiciário Os órgãos do Poder Judiciário estão listados no artigo 92 da Constituição Federal, in verbis: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A - o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. O Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão de cúpula do Poder Judiciário e é também o guardião da Constituição Federal. Ele age no controle difuso e, também, no controle concentrado de constitucionalidade das leis e atos normativos federais e estaduais. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 199 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 199 Além do STF, há os Tribunais Superiores, com sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional: Superior Tribunal de Justiça (STJ); � Tribunal Superior Eleitoral (TSE); � Tribunal Superior do Trabalho (TST); � Superior Tribunal Militar (STM). � O STJ é o guardião da lei federal. Os demais Tribunais Superiores integram a chamada justiça especializa- da, haja vista que só atuam em um determinado ramo do Direito. Por exem- plo, o TSE atua na área eleitoral, o TST na área trabalhista e o STM julga os crimes militares. Sob os Tribunais Superiores há os órgãos de segunda instância da Justiça, organizados regionalmente, nos Estados. São eles: Tribunais de Justiça (TJ); � Tribunais Regionais Federais (TRF); � Tribunais Regionais do Trabalho (TRT); � Tribunais Regionais Eleitorais (TRE); � Tribunais Militares (caso sejam instituídos por lei (CF, art. 122, II)). � Há, ainda, os órgãos locais da Justiça: juiz de Direito (Justiça Estadual); juiz Federal (Justiça Federal); juiz do Trabalho (Justiça Trabalhista) e juiz Eleitoral (Justiça Eleitoral). Por fim, cabe registrar que a Emenda Constitucional 45/2004 criou o Con- selho Nacional de Justiça, órgão da estrutura do Poder Judiciário, com sede na Capital Federal, mas que não exerce jurisdição. O Conselho Nacional de Justiça tem a função de controlar a atuação ad- ministrativa e financeira do Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres funcionais pelos juízes. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 200 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 201201 Autonomia funcional, administrativa e financeira A Constituição dá ao Poder Judiciário autonomia administrativa e finan- ceira (CF, art. 99). Os Tribunais elaborarão suas próprias propostas orçamentárias, dentro dos limites estipulados em conjunto com os demais Poderes na lei de dire- trizes orçamentárias. Ademais, é o próprio Poder Judiciário quem organiza suas secretarias e serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados; que dá provimento aos cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; que propõe a criação de novas varas judiciárias; que dá provimento, por meio de concurso públi- co, aos cargos necessários à administração da justiça; que concede licença, férias e outros afastamentos aos juízes e seus servidores (CF, art. 96). Outra prerrogativa do Poder Judiciário é a competência dos Tribunais para a eleição de seus órgãos diretivos (CF, art. 96, I, “a”). A eleição dos dirigentes dos Tribunais é feita pelos próprios membros dos Tribunais, sem interferên- cia dos Poderes Legislativo ou Executivo. Ingresso na carreira de magistrado O artigo 93, inciso I, da CF dispõe o seguinte: Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; [...] Garantias dos membros do Poder Judiciário A Constituição assegura aos membros do Poder Judiciário as garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio (CF, art. 95). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 201 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 201 Vitaliciedade Adquire-se vitaliciedade no primeiro grau, após dois anos de exercício da carreira. Portanto, após este período de dois anos, a perda do cargo do magistrado só poderá decorrer de sentença judicial definitiva, ou seja, tran- sitada em julgado. Enquanto o magistrado não for vitalício, a perda do cargo dependerá de deliberação do tribunal a que ele estiver vinculado (CF, art. 95, I). Aqueles que ingressam diretamente nos Tribunais pela regra do “quinto constitucional” adquirem vitaliciedade imediatamente no momento da posse. Em relação aos ministros do Supremo Tribunal Federal, a Constituição Fe- deral prevê um abrandamento da vitaliciedade, ao permitir que eles sejam processados e julgados pelo Senado Federal por crimes de responsabilidade (CF, art. 52). Nesse caso, trata-se de responsabilização de natureza política, por atos praticados pelos ministros, atentatórios à Constituição, que poderão resultar no impeachment. Inamovibilidade Os magistrados não podem ser transferidos contra a sua vontade. Não será possível também afastar um magistrado da apreciação de um determi- nado caso ou processo por meio de qualquer mecanismo. Cabe registrar que os magistrados, ainda que vitalícios e inamovíveis, podem ser submetidos à remoção, disponibilidade e aposentadoria compul- sórios por interesse público, determinada por decisão tomada pelo voto da maioria absoluta dos membros do tribunal ao qual está vinculado ou do Con- selho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa (CF, art. 95, II, c/c 93, VIII). Irredutibilidade do subsídio Os magistrados gozam da garantia da irredutibilidade de sua remunera- ção (subsídio). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 202 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 203203 O STF entende que esta garantia não protege contra perdas do valor aquisitivo da remuneração, sendo a garantia de irredutibilidade meramente nominal do valor do subsídio. Demais garantias dos membros do Poder Judiciário A promoção do magistrado, de entrância para entrância, se dará por an- tiguidade e merecimento, alternadamente, atendidas as normas estabeleci- das no artigo 93 CF. A remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do inciso II do artigo 93 da CF. Vejamos o disposto no artigo 93, inciso V, da Constituição, in verbis: Art. 93. [...] V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal eos subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, §4.º; [...] Há uma vinculação entre a remuneração dos diversos graus da carreira da magistratura. Logo, a majoração do teto do subsídio deverá implicar o aumento da remuneração de todos os magistrados, já que a diferença entre cada patamar não pode ser superior a 10% (e nem inferior a 5%). Proibições Ainda como forma de propiciar a independência e imparcialidade aos magistrados, o parágrafo único do artigo 95 da CF dispõe o seguinte: Art. 95. [...] Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária; Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 203 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 203 IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. A EC 45/2004 inovou nas limitações ao estabelecer a proibição de o ex- -magistrado exercer atividade advocatícia frente o juízo ou tribunal do qual se afastou, salvo se decorridos três anos de afastamento. Esta regra é conhe- cida como “quarentena”. Órgão especial Nos Tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constitu- ído órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da com- petência do Tribunal Pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo Tribunal Pleno. Supremo Tribunal Federal O Supremo Tribunal Federal compõe-se de 11 ministros, nomeados pelo presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, entre cidadãos de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de 35 e menos de 65 anos de idade. O presidente da República escolhe o candidato a ministro do STF e sub- mete a sua escolha ao Senado Federal. Se o candidato obtiver maioria abso- luta do Senado Federal estará aprovado e então será nomeado para o cargo; caso contrário, será considerado rejeitado. Até hoje nunca houve um caso de rejeição por parte do Senado. O STF possui duas Turmas, com cinco membros cada uma, haja vista que o presidente do Tribunal só participa das sessões plenárias. O Tribunal Pleno necessita de um quorum mínimo de oito ministros para deliberação, sendo que para decisão sobre a constitucionalidade das leis exige-se sempre uma maioria de seis votos. Não sendo alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, será suspenso o julgamento a fim de aguardar-se o comparecimento dos ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 204 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 205205 O presidente do STF é escolhido por seus pares para um mandato de dois anos, sendo vedada a reeleição. Tradicionalmente são eleitos para os cargos de presidente e vice-presidente os dois ministros mais antigos que ainda não exerceram tais cargos. As competências do STF foram estabelecidas no artigo 102 da CF, dividin- do-se em competência originária e competência recursal. Conselho Nacional de Justiça A EC 45/2004 criou o Conselho Nacional de Justiça, órgão da estrutura do Judiciário, com sede na Capital Federal, com a função de efetuar o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura. De acordo com o artigo 103-B da CF, o Conselho Nacional de Justiça com- põe-se de 15 membros com mandato de 2 anos, admitida uma recondução. Superior Tribunal de Justiça O STJ foi criado pela Constituição de 1988, ele compõe-se de, no mínimo, 33 ministros escolhidos pelo presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, obedecida a seguinte regra constitucional (art. 104, parágrafo único): 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais Federais (TRF); � 1/3 de desembargadores dos Tribunais de Justiça Estaduais (TJ); � 1/3 divididos da seguinte maneira: 1/6 de advogados e 1/6 de mem- � bros do Ministério Público Federal, Estaduais e Distrital. Os candidatos deverão cumprir com os seguintes requisitos: ter idade entre 35 e 65 anos; � ser brasileiro nato ou naturalizado; � possuir notável saber jurídico e reputação ilibada. � O STJ é o guardião do Direito Federal, sendo sua competência dividida em originária e recursal. As inúmeras competências do STJ estão listadas no artigo 105 da CF. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 205 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 205 Funções essenciais da justiça O legislador constituinte dedicou o Capítulo IV do Título IV da Constitui- ção para tratar das funções que considera essenciais à Justiça. Ele cuida dos sujeitos que, sendo estranhos à estrutura do Poder Judiciário, são imprescin- díveis para que este Poder cumpra o seu papel constitucional. Neste capítulo ele dispõe a respeito do Ministério Público, organizando-o e reforçando sua autonomia. Trata da advocacia pública, criando a advoca- -cia-geral da União e, por fim, dispõe sobre a advocacia e defensoria pública atribuindo status privilegiado aos advogados. Do Ministério Público De acordo com a CF, Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional o Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Compete ao Ministério Público (MP) promover de forma independente e autônoma a defesa da sociedade, judicial e extrajudicialmente. Organização do Ministério Público O artigo128 dispõe sobre a organização do MP, in verbis: Art. 128. O Ministério Público abrange: I - o Ministério Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; II - os Ministérios Públicos dos Estados. Garantias funcionais dos membros do Ministério Público Assim como ocorre em relação aos magistrados, são garantias constitu- cionais dos membros do Ministério Público: a vitaliciedade, a inamovibilida- de e a irredutibilidade de subsídio (CF, art. 128, §5.º). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 206 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 207207 Vedações constitucionais As vedações impostas aos membros do MP estão dispostas no artigo 128, §5.º, II, que são, in verbis: Art. 128. [...] II - as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedadecomercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer atividade político-partidária; f ) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. Funções do Ministério Público A Constituição de 1988 ampliou bastante as funções do Ministério Público. Pode-se dizer que o MP é um legítimo defensor da sociedade nas esferas cível e penal. Deve ele, ainda, zelar pela moralidade e probidade administrativas. Para melhor conhecimento das funções do Ministério Público deve-se ler o artigo 129 da CF. Da advocacia pública Conforme dispõe o artigo 131 da CF, a advocacia-geral da União é uma instituição que representa a União judicial e extrajudicialmente, cabendo- -lhe exercer a consultoria e o assessoramento jurídico do Poder Executivo. O ingresso na carreira da advocacia-geral da União se dará por meio de concurso público de provas e títulos, com base no parágrafo 2.º do artigo 131 da CF. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 207 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 207 Da advocacia e da defensoria pública Advogado é o bacharel em Direito, devidamente habilitado mediante ins- crição na Ordem dos Advogados do Brasil. A CF em seu artigo 133 considerou o advogado, ao lado da magistratura e do Ministério Público, como indispensável para a administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações, quando vinculados ao exer- cício de sua profissão. O artigo 134 diz que a defensoria pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado e que a ela incumbe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, ou seja, daqueles que não puderem arcar com custas processuais e honorários advocatícios. O acesso à defensoria pública dá-se por concurso público de provas e títulos. O defensor público possui a garantia da inamovibilidade e não poderá exercer a advocacia fora das suas atribuições legais de defensor público. Atividades de aplicação Julgue os itens a seguir como certo ou errado. 1. (Cespe) Na qualidade de chefe de Estado, o presidente da República exer- ce a liderança da política nacional por meio da orientação das decisões gerais e da direção da máquina administrativa. 2. (Cespe) Entre as atribuições do presidente da República, encontra-se a de dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públi- cos, em qualquer situação. 3. (Cespe) O presidente da República exerce a função de comandante supre- mo das Forças Armadas, atribuição considerada mero título honorífico. 4. (Cespe) O vice-presidente é eleito juntamente com o presidente da Re- pública, pois os votos por ele recebidos se somam aos recebidos por seu companheiro de chapa, definindo-se assim o resultado da eleição. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 208 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 209209 5. (Cespe) Se os cargos de presidente e vice-presidente da República vierem a ficar vagos, responde pela presidência da República o presidente do Congresso Nacional, e deve ser feita a eleição de novos presidente e vice- -presidente da República para um mandato-tampão. 6. (Cespe) No caso de impedimento concomitante do presidente e do vice- -presidente da República, quem ocupará provisoriamente a Presidência da República será o presidente da Câmara dos Deputados, e a eleição dos novos chefes da nação se dará por eleição popular direta, se ambos os cargos tiverem ficado vagos antes de se completarem dois anos de man- dato presidencial. 7. (Cespe) Com a vacância concomitante da Presidência e da Vice-Presidên- cia da República, o presidente da Câmara dos Deputados assume a Presi- dência da República para um mandato-tampão, pois a CF estabelece que a eleição presidencial deve ocorrer conjuntamente com a dos governado- res dos Estados e dos membros do Poder Legislativo, para que não haja rompimento do pacto federativo. 8. (Cespe) São crimes de responsabilidade os atos do presidente da Repú- blica que atentem contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. 9. (Cespe) Os crimes de responsabilidade praticados pelos ministros de Es- tado, sem qualquer conexão com o presidente da República, serão pro- cessados e julgados pelo STJ. 10. (Cespe) As infrações penais praticadas pelo presidente da República du- rante a vigência do mandato, sem qualquer relação com a função presi- dencial, serão objeto de imediata persecutio criminis. 11. (Cespe) Compete privativamente ao presidente da República extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. 12. (Cespe) É indelegável a atribuição constitucional do presidente da Repú- blica de conceder indulto. 13. (Cespe) O ministro do Planejamento e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica integram o Conselho da República. 14. (Cespe) É crime de responsabilidade o ato que atente contra o exercício de direitos sociais cometido pelo presidente da República. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 209 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 209 15. (Cespe) O decreto presidencial é o instrumento adequado para a criação de novos cargos públicos. 16. (Cespe) Caso haja recebimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de quei- xa-crime contra o presidente da República pela prática de infração penal, este terá suspensas as suas funções. 17. (Cespe) Todos os membros do Conselho da República, órgão de consulta da Presidência, são escolhidos pelo presidente da República. 18. (Cespe) Compete ao Conselho de Defesa Nacional opinar a respeito das questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. 19. (Cespe) Para que o presidente da República seja julgado pelo STF por cri- mes comuns, é necessária a autorização de dois terços da Câmara dos Deputados, por força da qual fica ele suspenso das suas funções. 20. (Cespe) Compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Dis- trito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal. Dica de estudo Livro Curso de Direito Constitucional, de Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Márti- res Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco, editora Saraiva. Referências MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; GONET BRANCO, Paulo Gustavo. Curso de Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Saraiva. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MORAES, Guilherme Peña de. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Niterói: Impetus, 2008. MOTTA FILHO, Sylvio Clemente; BARCHET, Gustavo. Curso de Direito Constitu- cional. 2. ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2009. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 210 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 211211 PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descompli- cado. 4. ed. São Paulo: Método, 2009. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2003. Gabarito 1. Errado. Tal função o presidente exerce enquanto chefe de Governo. Na qualidade de chefe de Estado ele representa a República Federativa do Brasil junto a outros Estados e organizações internacionais. 2. Errado. De acordo com o artigo 84, inciso VI, da CF, o presidente da Re- pública só poderáextinguir, por meio de decreto autônomo, funções ou cargos públicos quando vagos. 3. Errado. Ao exercer a função de comandante supremo das Forças Armadas o presidente será o responsável final por decisões militares e estratégicas, não sendo tal título um mero reconhecimento que geralmente se conce- de a alguém por bons serviços prestados. 4. Errado. O vice-presidente não recebe votos, somente o presidente, e, de acordo com o artigo 77, §1.º, da CF, a eleição do presidente da República importará a do vice-presidente com ele registrado. 5. Errado. Quem responderá pela presidência da República será o presiden- te da Câmara dos Deputados e não o do Congresso (CF, art. 80). 6. Certo (CF, arts. 80 e 81). 7. Errado. Será feita obrigatoriamente uma eleição, o presidente da Câmara dos Deputados assumirá apenas provisoriamente o cargo devendo convo- car eleições diretas ou indiretas, se a vacância tiver ocorrido nos primeiros ou nos últimos dois anos do mandato, conforme os artigos 80 e 81 da CF. 8. Certo (CF, art. 85, III). 9. Errado. Tais crimes serão processados e julgados pelo STF, caso eles ti- vessem conexão com o presidente da República, seriam processados e julgados pelo Senado (CF, arts. 102, I, “c”, c/c 52, I). 10. Errado. O artigo 86, §4.o, da CF dispõe que o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estra- nhos ao exercício de suas funções. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 211 Poder Executivo, Poder Judiciário e funções essenciais da justiça 211 11. Certo (CF, art. 84, XXV). 12. Errado (CF, art. 84, parágrafo único). 13. Errado (CF, art. 89 e 91). 14. Certo (CF, art. 85). 15. Errado (CF, art. 84, VI, “b”). 16. Certo (CF, art. 86, §1.o). 17. Errado. No Conselho da República há seis cidadãos brasileiros natos, sen- do dois nomeados pelo presidente da República, dois eleitos pelo Sena- do Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados (CF, art. 89, VII). 18. Errado. Esta competência é do Conselho da República (CF, art. 90, II), e não do Conselho de Defesa Nacional. 19. Errado. O presidente só será suspenso de suas funções após a instauração do processo no Senado (CF, art. 86, §1.o). 20. Errado. Quem julga recurso extraordinário é o STF; o STJ julga o recurso especial. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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