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1. Definir o RAS e sua importância para o SUS. As redes ou sistemas de atenção à saúde (RAS) constituem “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”. – Princípio de Integralidade e de Acesso. O RAS é a baseado na organização, utilizando sistema de tecnologia, sistema de organização, logística. Buscando integralidade, para que a pessoa tenha um atendimento integral, do inicio até o fim. A rede constitui-se de três elementos básicos: 1. A população – esse elemento é a própria razão de ser da rede. O sistema deve ser capaz de avaliar as necessidades de uma população específica sob sua responsabilidade e de prover seu cuidado no contexto de sua cultura. O processo de definição dessa população é complexo e envolve identificação dos fatores de risco específicos. 2. A estrutura operacional – é composta pela atenção primária, a atenção secundária e terciária (ambulatorial ou hospitalar secundária e terciária), sistemas de apoio (assistência farmacêutica, sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico, sistemas de informação e sistemas de teleassistência), sistemas logísticos (sistema eletrônico, sistemas de acesso regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde), sistemas de governança da rede. 3. O modelo de atenção à saúde – os modelos de atenção à saúde são sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes. Conceito de níveis de atenção passa a ser Redes de Atenção: Interdependência, autonomia, confiança, cooperação e relações relativamente estáveis. Para organizar a RAS: Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da RAS. Gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de atenção. Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do território. 2. Conhecer os componentes e o funcionamento do RAS. (atribuições) As RAS constituem-se de três elementos fundamentais: uma população, uma estrutura operacional e um modelo de atenção à saúde. A construção da RAS é pautada nos conceitos de integração vertical e horizontal. Integração vertical é a articulação de diversas organizações ou unidades de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada e complementar. A integração horizontal é a articulação ou fusão de unidade e serviços de saúde de mesma natureza ou especialidade. A organização da RAS exige a definição da região de saúde, com a definição dos seus limites geográficos e da população, bem como estabelecimento do rol de serviços e ações que serão ali oferecidos, repartindo-se competências e responsabilidades. Os níveis de atenção são arranjos produtivos segundo densidades tecnológicas, variando do nível de menor densidade (Atenção Primária em Saúde – APS), ao de densidade tecnológica intermediária (Atenção Secundária) até o de maior densidade tecnológica (Atenção Terciária). Contendo: Atenção Primária: são agrupadas medidas/ações especialmente destinadas ao período que antecede a ocorrência da doença. Entre elas: saneamento básico, vacinação e controle de vetores. Evita a ocorrência de uma doença, eliminando fatores de risco ou tratamento de lesões percussoras. (Aqui a doença não existe). Atenção Secundária: uma série de medidas que visam impedir a evolução de doenças já existentes, em consequência, suas complicações. (Aqui a doença já existe). Os exames periódicos, como exame de mama. Atenção Terciária: nesse nível, são tratamento ou reabilitação. Ações voltadas à reabilitação do indivíduo após a cura ou o controle da doença. Fazem parte dessas medidas: fisioterapia, terapia ocupacional e colocação de próteses. (Lida com recuperação de sequelas.) São atributos da rede de atenção à saúde, dentre outros: 1. População e território definidos com conhecimento de suas necessidades e preferências; 2. Extensa gama de estabelecimentos prestando serviços que vão desde a prevenção, promoção da saúde, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos; 3. Atenção Primária em Saúde – APS estruturado como primeiro nível de atenção e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda população, integrando o cuidado; 4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado; 5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial; 6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e comunidade, tendo em conta particularidades culturais, gênero e diversidade da população; 7. Sistema de governança único para toda a rede; 8. Participação social ampla; 9. Sistema de informação integrado; 10. Financiamento tripartite, alinhado com as metas da rede; 11. Gestão baseada em resultados. 3. Estudar como se caracterizam as linhas de atenção. (Modelos de atenção - doenças crônicas e agudas/ tipos de modelos/ tecnologia hegemônica). Modelos de atenção à saúde são combinações tecnológicas estruturadas para a resolução de problemas e para o atendimento das necessidades de saúde da população, sejam elas individuais ou 4 coletivas. Os modelos podem ser concebidos por meio de normas, padrões e referências para o campo técnico-científico, para orientar escolhas técnicas, decisões políticas e financiamentos. Concisamente, são as formas de organização tecnológica do processo de prestação de serviços de saúde que resultam do estabelecimento de intermediações entre o técnico e o político. Modelos Hegemônicos Este modelo privilegia as demandas espontâneas da população com atendimento médico unicamente. Tem como características principais: individualismo, saúde/doença da mercadoria, a história da prática médica, medicalização dos problemas, privilégio da medicina curativa, estímulo ao consumismo médico. Modelo Sanitarista Essencialmente constituído de campanhas de saúde, programas especiais e vigilâncias. Tem como principais exemplos de sua atividade: vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias O modelo sanitarista tem os seguintes aspectos: remete a ideia de campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no biomédico, fortalece a influência americana, desenvolve programas especiais, incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica. Modelo Médico Assistencial Privatista Esse modelo é centrado também na demanda espontânea, porém baseado em procedimentos e serviços especializados e na clínica. Ainda é o mais prestigiado na sociedade. O seu perfil principal é demanda aberta. O objetivo é a doença ou o doente, seu agente é o médico, complementado pelos paramédicos. Os meios de trabalho são as tecnologias médicas e as formas de organização são as redes de serviços, com destaque para hospitais. Esteve presente na assistência filantrópica e na medicina liberal. Fortalecido por meio do INAMPS, Instituto Nacional da Previdência Social. Modelos de Campanhas Sanitárias e Programas Especiais Consiste em uma combinação entre disciplinas biológicas e epidemiológicas, resultando em uma atenção voltada para certas doenças e riscos e determinados grupos populacionais. A administração é vertical, com coordenadores ou gerente nacional, estadual e municipal, cujas decisões, normas e informações atravessam instituições, estabelecimentos e serviços de saúde de forma individualizada. O modelo de campanhas sanitárias e programas especiais podem gerar alguns transtornos, por existir um programa para cada doença, gerando dificuldade no controle de verbas, integração entre unidades de serviços e gestão. Além do fato de que muitas das vezes, vários indivíduos possuem mais de um problema de saúde ao mesmo tempo. 4. Diferenciar complexidade e densidade na RAS. Os níveis de atenção à saúde estruturam-se por arranjos produtivos conformados segundo as densidadestecnológicas singulares, variando do nível de menor densidade, a APS, ao de densidade tecnológica intermediária, a atenção secundária à saúde, até o de maior densidade tecnológica, a atenção terciária à saúde. Os níveis de atenção à saúde são fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o foco gerencial dos entes de governança das RAS. Na prática social, ao se construírem as RAS, há que se combinarem os territórios sanitários com os níveis de atenção à saúde. Nos sistemas fragmentados de atenção à saúde, vige uma visão de uma estrutura hierárquica, definida por níveis de “complexidades” crescentes, e com relações de ordem e graus de importância entre os diferentes níveis, o que caracteriza uma hierarquia. Essa concepção de sistema hierarquizado vige no SUS. O sistema público brasileiro de atenção à saúde organiza-se, segundo suas normativas, em atenção básica, atenção de média e de alta complexidades. Tal visão apresenta sérios problemas teóricos e operacionais. Ela fundamenta-se num conceito de complexidade equivocado, ao estabelecer que a atenção primária à saúde é menos complexa do que a atenção nos níveis secundário e terciário. Esse conceito distorcido de complexidade leva, consciente ou inconscientemente, a uma banalização da atenção primária à saúde e a uma sobrevalorização, seja material, seja simbólica, das práticas que exigem maior densidade tecnológica e que são exercitadas nos níveis secundário e terciário de atenção à saúde. Densidade: recursos tecnológicos, equipamentos.. Complexidade: nível de capacidade da assistência, relacionado ao níveis de cuidado. 5. Discutir as tecnologias de atenção à saúde. (Leve, leve-dura e dura) Tecnologia dura, leve-dura e leve é como Merhy (1997) classifica as tecnologias envolvidas no trabalho em saúde. A leve refere-se às tecnologias de relações do tipo produção de vínculo, autonomização, acolhimento, gestão como uma forma de governar processos de trabalho. A leve-dura diz respeito aos saberes bem estruturados, que operam no processo de trabalho em saúde, como a clínica médica, a clínica psicanalítica, a epidemiologia, o taylorismo e o fayolismo. A dura é referente ao uso de equipamentos tecnológicos do tipo máquinas, normas e estruturas organizacionais. As 03 tecnologias trabalham juntas, independente de trabalhar em qual atenção (primária, secundária, terciaria) A Tecnologia Leve: Acolhimento, escuta qualificada, empoderamento, humanização. Acolher o paciente, a escuta do paciente, o cuidado com o mesmo. Contato entre paciente e profissional. (Relações). A tecnologia Leve-dura: Conhecimentos – Teórico-científicos, protocolos, fluxo de atendimento, clínica ampliada – encaminhamento tendo em vista o conhecimento, protocolos e rotina, para saber fazer o encaminhamento correto. (Saberes estruturados, normas, protocolos, conhecimentos). A tecnologia Dura: Exames laboratoriais, exames de imagem, equipamentos e medicamentos. (Equipamentos.) Em realidade, o cuidado é um somatório de decisões quanto ao uso de tecnologias (duras, leves-duras e leves), de articulação de profissionais e ambientes em um determinado tempo e espaço, que tenta ser o mais adequado possível às necessidades de cada paciente. 6. Elucidar os entraves presentes nas redes de atenção à saúde. (Acesso da população/fragmentação do sistema/adaptação). Na atenção básica o Programa Saúde da Família surge como uma estratégia de reorientação do modelo de saúde até então vigente, caracterizado pela atenção individual, médico-centrado e hospitalocêntrico. Nessa estratégia, o foco da atenção é direcionado à família de um determinado território social. O programa propõe, ainda, uma mudança na organização do trabalho, que deve ser construído baseado em equipe, visando práticas mais resolutivas e integrais, tomando como eixo condutor o modelo de vigilância à saúde. Essa mudança, concebida para a recondução da lógica assistencial, deve superar as intervenções voltadas para a cura individual, orientando, para tanto, o uso da epidemiologia como eixo estruturante das ações coletivas. Nesse contexto, as ações de saúde devem ser também direcionadas pelos princípios da humanização do cuidado. Esta, entendida como um conjunto de conhecimentos, processos e métodos usados como ramo de atividade na área da saúde, tem a oferta de tecnologias e dispositivos para configuração e fortalecimento entre os diversos setores da saúde e da comunidade. Como recursos tecnológicos, acesso, acolhimento e vínculo representam uma relação estabelecida entre trabalhadores e usuários, para que as ações de saúde sejam mais acolhedoras, ágeis e resolutivas. Os recursos tecnológicos são operados no espaço intercessor do encontro trabalhador e usuários no interior dos serviços de saúde, nos quais há abertura para a produção subjetiva dos sujeitos. Desse modo, a subjetividade e a dignidade humana, tanto dos usuários quanto dos trabalhadores da saúde, devem ser enfatizadas como um direito inalienável. Neste contexto, todos os sujeitos podem ampliar suas ações para além de um trabalho técnico e hierarquizado, um trabalho com interação social, com maior "horizontalidade e flexibilidade" dos diferentes saberes, com maior possibilidade de criatividade dos agentes e maior integração da equipe. 7. Entender a organização e o funcionamento das redes (rede cegonha, doenças crônicas, psicossocial, saúde bucal, redes de reabilitação/pessoas com deficiência, rede de urgência e emergência). Rede Cegonha: A Rede Cegonha é um pacote de ações para garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizada para todas as mulheres. O trabalho busca oferecer assistência desde o planejamento familiar, passa pelos momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, pelo parto, pelos 28 dias pós-parto (puerpério), cobrindo até os dois primeiros anos de vida da criança. Tudo dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede Cegonha é estruturada a partir de quatro componentes: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico que se refere ao transporte sanitário e regulação. A Rede Cegonha é um pacote de ações para garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizada para todas as mulheres. O trabalho busca oferecer assistência desde o planejamento familiar, passa pelos momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, pelo parto, pelos 28 dias pós-parto (puerpério), cobrindo até os dois primeiros anos de vida da criança. Tudo dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede Cegonha é estruturada a partir de quatro componentes: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico que se refere ao transporte sanitário e regulação. Objetivos: • Acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; • Vinculação da gestante à unidade de referência para o parto, e ao transporte seguro; • Boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; • Atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; • Acesso às ações de planejamento reprodutivo. • Promover a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança; • Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; • Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal. Rede de atenção psicossocial (RAP): Oferece como seu principal serviço a atenção psicossocial no país para todas as pessoas com sofrimentos ou transtornos mentais. Incluindo os decorrentes de álcool ou drogas. A construção dessa rede foi fundamental para consolidação da ReformaPsiquiátrica, essa ação promove a constituição de um conjunto vivo e concreto de referências capazes de acolher a pessoas em sofrimento mental. A rede atua baseando nas seguintes diretrizes: Respeito aos direitos humanos, promoção da equidade, garantia do acesso da qualidade dos serviços, serviços de base territorial e comunitária, organização de serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, cuidado centrado nas necessidades das pessoas. Os objetivos são: Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral; Promover a vinculação das pessoas em sofrimento/transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de drogas, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção. Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento. Componentes da Rede de Atenção Psicossocial: Atenção Básica em Saúde. – UBS, Estratégia de Saúde da Família, Núcleo de Apoio à Saúde da família, equipes de atenção básica. Atenção Psicossocial Estratégica. Atenção de Urgência e Emergência. Atenção Residencial de Caráter Transitório. Atenção Hospitalar. Estratégias de Desinstitucionalização. Estratégias de Reabilitação Psicossocial. CAPS- constituídos por uma equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e atende pessoas com transtornos mentais graves e pessoas com necessidades decorrentes de álcool e drogas. Regime de tratamento: intensivo, semi-intensivo e não intensivo. URGENCIA E EMERGÊNCIA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
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