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R ELATÓRIO 6 - Ó PTICA G EOMÉTRICA E L EI D E S NELL Relatório 6 - Óptica Geométrica e Lei de Snell Wagner de Oliveira Albuquerque¹ Natália Rodrigues de Melo² A natureza ondulatória da luz pode fazer com que ela difrate, dobrando-se efetivamente nos cantos [1]. A experiência comum, no entanto, nos leva a acreditar que na maioria dos casos a luz viaja em linhas retas, chamadas raios. Neste trabalho, descrevo o comportamento experimental dos raios de luz, quando estes atravessam meios com diferentes índices de refração, tendo como objetivo principal determinar a distância focal de espelhos esféricos e lentes delgadas e comprovar experimentalmente as leis da reflexão e da refração da óptica geométrica. I. I NTRODUÇÃO Os primeiros estudos sobre a óptica e os fenômenos da luz datam das civilizações antigas. Em geral, o estudo da óptica é dividido em duas partes, a saber, a óptica física e a óptica geométrica. A óptica geométrica, o estudo dos "raios", é a abordagem mais antiga da óptica. É uma precisa descrição da propagação das ondas entre meios com diferentes índices de refração. Já é sabido que quando um raio de luz passa de um meio com índice de refração para outro meio com índice de 𝑛 refração , este raio sofre um desvio . O 𝑛 1 ≠ 𝑛 θ comportamento matemático deste fenômeno foi primeiro descrito pelo astrônomo e matemático Willebrord Snell, e ficou conhecido como Lei de Snell ou Lei de Refração: (1) 𝑛 1 𝑠𝑒 𝑛 (θ 𝑖 ) = 𝑛 2 𝑠𝑒 𝑛 (θ 𝑟 ) Na equação acima, e são os índices de refração do 𝑛 1 𝑛 2 meio, enquanto é o ângulo de incidência e o ângulo de θ 𝑖 θ 𝑟 refração. Neste relatório, primeiro descrevo um estudo experimental da formação de imagens utilizando uma lente convergente e, em seguida, através da Lei de Snell e utilizando dados obtidos experimentalmente, obteremos o índice de refração de uma peça de acrílico utilizada no experimento. II. O BJETIVOS ● OBJETIVO GERAL: Determinar a distância focal de espelhos esféricos e lentes delgadas e comprovar experimentalmente as leis da reflexão e da refração da óptica geométrica. ● OBJETIVO ESPECÍFICO: Determinar o índice de refração de um objeto. III. M ETODOLOGIA O experimento foi executado no Laboratório de ensino do departamento de física da Universidade Federal Rural de R ELATÓRIO 6 - Ó PTICA G EOMÉTRICA E L EI D E S NELL Pernambuco(UFRPE). O trabalho experimental descrito neste relatório foi dividido em duas etapas. Na primeira parte utilizamos um banco óptico, uma lente convergente e um anteparo. Utilizamos como objeto uma folha de papel com um formato de seta cortado no meio. Posicionamos a folha à frente da lâmpada no banco óptico e colocamos na frente do objeto uma lente convergente. Com o experimento montado, medimos 5 configuração diferente da distância da imagem a lente , e da lente ao ( 𝑝 ' ) objeto . utilizamos como parâmetro para a medição a ( 𝑝 ) nitidez da imagem formada no anteparo. Na segunda parte do trabalho experimental utilizamos uma fonte de luz laser, uma escala angular graduada e uma peça semicircular de acrílico. O trabalho consiste em calcular o índice de refração do acrílico utilizando a Lei de Refração. Para isso, colocamos o objeto em cima da escala angular e medimos 10 ângulos diferentes de refração e reflexão, variando o ângulo de incidência obtivemos o resultado disposto na tabela 2. Figura 1: Esquema experimental alinhado para aferição dos ângulos de reflexão e refração IV. D ADOS C OLETADOS Nesta seção se encontram os dados coletados experimentalmente das distâncias da imagem a lente e ( 𝑝 ' ) da lente ao objeto e da variação do ângulo de reflexão e ( 𝑝 ) refração, quando variamos o ângulo do feixe incidente. T ABELA 1 A tabela 1 abaixo representa as medidas das distâncias da imagem à lente (p’) e da lente ao objeto (p) MEDIDA 𝑝 ( 𝑐𝑚 ) 𝑝 ' ( 𝑐𝑚 ) 1° 6 , 30 ± 0 , 05 47 , 60 ± 0 , 05 2° 6 , 10 ± 0 , 05 37 , 20 ± 0 , 05 3° 7 , 10 ± 0 , 05 19 , 50 ± 0 , 05 4° 7 , 50 ± 0 , 05 15 , 20 ± 0 , 05 5° 6 , 90 ± 0 , 05 26 , 00 ± 0 , 05 T ABELA 2 A tabela 2 abaixo representa os dados obtidos experimentalmente da variação do ângulo de incidência ( ), ângulo de reflexão e o ângulos de refração ( ) θ 𝑖 θ 𝑖 ' θ 𝑟 θ 𝑖 θ 𝑖 ' θ 𝑟 𝑠𝑒𝑛 (θ 𝑖 ' ) 𝑠𝑒𝑛 (θ 𝑟 ) 5° 5° 1° 0,0871 0,0174 10° 10° 6° 0,1736 0,1045 15° 15° 8° 0,2588 0,1391 20° 20° 11° 0,3420 0,1908 25° 25° 15° 0,4226 0,2588 30° 30° 17° 0,5 0,2923 35° 35° 21° 0,5735 0,3583 R ELATÓRIO 6 - Ó PTICA G EOMÉTRICA E L EI D E S NELL 40° 40° 24° 0,6427 0,4067 45° 45° 27° 0,7071 0,4539 50° 50° 29° 0,7660 0,4848 55° 55° 32° 0,8191 0,5299 60° 60° 34° 0,8660 0,5591 65° 65° 36° 0,9063 0,5877 70° 70° 38° 0,9396 0,6156 75° 75° 40° 0,9659 0,6427 80° 80° 42° 0,9848 0,6691 V. A NÁLISE E XPERIMENTAL Nesta seção utilizaremos a equação fundamental da ótica geométrica conhecida como Lei de Gauss para encontrar o foco da lente convergente utilizada na parte 1 do experimento. Abaixo podemos encontrar a equação teórica que descreve esta Lei: (2) 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑝 ' Na equação 2 acima, é o foco da lente, enquanto e 𝑓 𝑝 são as distâncias da lente ao objeto e da imagem a lente 𝑝 ' respectivamente. De acordo com a óptica geométrica é possível descrever uma imagem através de 3 raios de luz que são conhecidos como raios característicos, segundo esta regra, em uma lente convergente, o ponto onde a imagem é melhor definida é conhecido como ponto focal ou foco da lente. Na tabela 1 apresento dados obtidos experimentalmente de pontos de maior nitidez da imagem. Nesta parte do relatório me preocuparei em estimar o foco da lente utilizada utilizando os dados experimentais. Medida 1 : → 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑝 ' 1 𝑓 = 1 6 , 30 + 1 47 , 60 ⇒ 1 𝑓 = 6 , 30 + 47 , 60 6 , 30 𝑥 47 , 60 = 53 , 90 299 , 88 𝑓 = 5 , 5636 𝑐𝑚 Medida 2 : → 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑝 ' 1 𝑓 = 1 6 , 10 + 1 37 , 20 ⇒ 1 𝑓 = 6 , 10 + 37 , 20 6 , 10 𝑥 37 , 20 = 43 , 30 226 , 92 𝑓 = 5 , 2406 𝑐𝑚 Medida 3 : → 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑝 ' 1 𝑓 = 1 7 , 10 + 1 19 , 50 ⇒ 1 𝑓 = 7 , 10 + 19 , 20 7 , 10 𝑥 19 , 50 = 26 , 60 138 , 45 𝑓 = 5 , 2048 𝑐𝑚 R ELATÓRIO 6 - Ó PTICA G EOMÉTRICA E L EI D E S NELL Medida 4 : → 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑝 ' 1 𝑓 = 1 7 , 50 + 1 15 , 20 ⇒ 1 𝑓 = 7 , 50 + 15 , 20 7 , 50 𝑥 15 , 20 = 22 , 70 114 , 00 𝑓 = 5 , 0220 𝑐𝑚 Medida 5 : → 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑝 ' 1 𝑓 = 1 6 , 90 + 1 26 , 00 ⇒ 1 𝑓 = 6 , 90 + 26 , 00 6 , 90 𝑥 26 , 00 = 32 , 90 179 , 4 𝑓 = 5 , 4528 𝑐𝑚 O erro atrelado ao ponto focal, por ser uma medida indireta é dado pela distribuição de incerteza da soma, que segue a forma : σ 𝑓 = σ 𝑝 2 + σ 𝑝 ' 2 = 0 , 05 2 + 0 , 05 2 = 0 , 07 Logo, temosos seguintes valores para os focos : 𝑓 1 = 5 , 5636 ± 0 , 07 𝑐𝑚 𝑓 2 = 5 , 2406 ± 0 , 07 𝑐𝑚 𝑓 3 = 5 , 2048 ± 0 , 07 𝑐𝑚 𝑓 4 = 5 , 0220 ± 0 , 07 𝑐𝑚 𝑓 5 = 5 , 4528 ± 0 , 07 𝑐𝑚 Tirando uma média ponderada dos focos temos: 𝑓 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝑓 1 + 𝑓 2 + 𝑓 3 + 𝑓 4 + 𝑓 5 5 = 5 , 5636 + 5 , 2406 + 5 , 2048 + 5 , 0220 + 5 , 4528 5 ⇒ 𝑓 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 5 , 2968 𝑐𝑚 O desvio padrão é a média de todos os erros, que é dado por: 𝑆 = 𝑖 = 1 𝑛 ∑ 𝑋 𝐼 − 𝑋 𝑛 − 1 Dessa forma, ficamos com o seguinte valor para o foco da lente convergente utilizada no nosso experimento: 𝑓 = 5 , 29 ± 0 , 07 𝑐𝑚 G RÁFICO 1 O gráfico 1 acima representa o seno do ângulo de reflexão em função do seno do ângulo de refração. O R ELATÓRIO 6 - Ó PTICA G EOMÉTRICA E L EI D E S NELL comportamento teórico para este gráfico é dado pela Lei de Snell. Os pontos no gráfico são dados experimentais, enquanto a reta vermelha é um ajuste matemático que segue a Lei . 𝑦 = 1 , 4717 𝑥 + 0 , 0498 Lei de Snell: 𝑠𝑒𝑛 (θ 𝑖 ) = 𝑛 2 𝑛 1 𝑠𝑒𝑛 (θ 𝑟 ) No experimento discutido neste relatório, o meio de índice de refração pelo qual o feixe se propagou foi o ar que 𝑛 1 tem seu valor estabelecido como 1. Desta forma forma o coeficiente angular da reta de ajuste é uma boa aproximação para o índice de refração do objeto de acrílico utilizado no experimento, logo. 𝑛 2 = 1 , 4717 O valor teórico para o índice de refração do acrílico é [4]. 𝑛 = 1 , 49 O erro percentual do valor obtido experimentalmente se comparado com o valor teórico é dado por: 𝐸 % = 𝑛 − 𝑛 2 𝑛 2 𝑥 100 = 1 , 49 − 1 , 4717 1 , 4717 𝑥 100 = 1 , 2% VI. C ONCLUSÃO Os resultados apresentados neste relatório tiveram ótimas aproximações com os valores teóricos, obtivemos um erro de 1,2% para o índice de refração do acrílico, o que é um valor aceitável. Além disso, a análise feita experimentalmente seguiu o modelo teórico determinado pela Lei de Gauss. Concluo este relatório de forma proveitosa, pois foi atingido o que se esperava com os experimentos. [ 1 ] https://www.laserfocusworld.com/optics/article/165555 10/all-rays-lead-to-geometrical-optics , consultado em 24/4/2022. [ 2 ] https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/formacao-ima gens-nas-lentes-esfericas.htm, consultado em 21/4/2022 [ 3 ] Zemansky, Sears e Freedman, Young E. Física III Eletromagnetismo, Ed. Addisson Wesley 2009. [4] https://www.colegioweb.com.br/refracao-da-luz/indice- de-refracao.html , consultado em 02/05/2022 https://www.laserfocusworld.com/optics/article/16555510/all-rays-lead-to-geometrical-optics https://www.laserfocusworld.com/optics/article/16555510/all-rays-lead-to-geometrical-optics https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/formacao-ima https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/formacao-ima https://www.colegioweb.com.br/refracao-da-luz/indice- https://www.colegioweb.com.br/refracao-da-luz/indice-
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