Buscar

Tumores benignos do fígado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

TUMORES BENIGNOS DO FÍGADO
LAYANE SILVA 
NEOPLASIAS BENIGNAS SÓLIDAS
em alguns casos, pode-se realizar investigação de marcadores tumorais séricos (AFP,
CEA) e de um tumor primário no caso de suspeita de metástase.
pode ser necessária ressecção para diagnóstico definitivo, além de técnicas
laparoscópicas para avaliação, biópsia ou ressecção.
Estima-se que estejam presentes em 10-20% da população em países desenvolvidos, tem
sido encontrados com maior frequência pelo uso crescente de exames radiológicos por
imagem (TC, USG e RM).
Os tumores benignos podem ser divididos quanto a sua origem (epitelial ou não epitelial),
com destaque para: adenoma hepatocelular, hiperplasia nodular focal e hemangioma.
uso de estrógenos aumenta em 25 vezes o risco de desenvolver adenoma
hepatocelular, bem como doenças de depósito de glicogênio, gravidez, barbitúricos e
clomifeno, supõe-se que os estrogênios causam diretamente a transformação de
hepatócitos via receptores de esteróides.
Proliferação benigna relativamente rara dos hepatócitos no contexto de um fígado
normal, mais próximo da displasia, predomina em mulheres jovens (20-40 anos), está
associado ao uso de hormônios esteroides por longo prazo (anticoncepcionais orais -
ACO), a relação homem-mulher é 11:1, em geral são únicos no lobo direito hepático e
podem, na história natural da doença, torna-se uma neoplasia hepatocelular (risco de
transformação maligna).
ADENOMA HEPÁTICO
TUMORES BENIGNOS DO FÍGADO
ORIGEM EPITELIAL ORIGEM NÃO EPITELIAL
HEPATÓCITOS CÉLULAS BILIARES MESENQUIMAL OUTROS
Adenoma
hepatocelular
Adenoma múltiplo
Hiperplasia
nodular focal
Hiperplasia nodular
regenerativa
Adenoma do ducto biliar
Hamartoma biliar 
(complexo de von Meyenburg)
Hemangioma
Angiolipoma
Lipoma
Mielolipoma
Pseudotumor
inflamatório
Tumores de células
adiposas
Adenomatoses
A associação entre gravidez e adenomas hepáticos pode estar relacionada ao aumento
dos níveis endógenos dos hormônios esteróides.
uso de hormônio anabólico masculino pode predispor ao desenvolvimento de AH.
lesões múltiplas tem sido relatadas em 12-30%, não associadas ao uso de ACO e sem
predominância em mulheres jovens.
AH é composto de cordões de hepatócitos benignos contendo grande quantidade de
glicogênio e gordura, não há ductos biliares e arquitetura normal do fígado está ausente
nessas lesões, pode haver hemorragia e necrose.
I. RECURSOS PATOLÓGICOS
a classificação patológica
molecular pode ser
dividida em: mutado com
β‑catenina, com HNF1A
mutado, inflamatório e não
especificado.
há assinaturas genéticas
com risco mais elevado de
transformação maligna é
observado no AH com
ativação de β‑catenina.
mulheres em idade fértil
que possuem adenoma
hepatocelular podem ter
sangramento espontâneo.
MACROSCOPICAMENTE: há
vasos proeminentes (mais
roxos) e não há cápsula
fibrosa, o que provoca maior
risco de sagrar livremente.
MICROSCOPICAMENTE:
observa-se hepatócitos
"normais", vacúolos de lipídeos
(acúmulos de gordura que
aparecem como manchas
brancas) e grandes placas
celulares.
Grupo 1: adenoma esteatótico e que quase nunca maligniza e tem risco de sangrar.
Grupo 2: grupo que mais tem chance de malignizar e virar CHC, mais comum entre os
homens, em função da ação da B-catenina.
A homogeneidade na etiopatogenia foi contestada por um grande estudo francês que
provou que os adenomas constituem uma linha monoclonal de tumores, com mutações
recorrentes, o que possibilitou a classificação em 4 grupos de adenomas de acordo com
genótipo e fenótipo. Estes subtipos são usados para classificar o adenoma hepático, pois,
o adenoma hepático difere entre os pacientes (pluralidade macroscópica).
II. SUBTIPOS DE BORDEAUX
Grupo 3: inflamatório e tem risco de sangrar (50% dos adenomas).
Grupo 4: sem classificação.
O adenoma hepatocelular raramente ocorre em homens, mas se ocorre é preocupante.
SUBTIPOS DE BORDEAUX
há sintomas em 50-75% dos casos.
Ruptura espontânea: mais comum quando há tamanho > 3,5 cm, manifestação de
dor abdominal, uso crônico de ACO e o subtipo inflamatório.
Risco de sangramento: 27,2%
Taxa de malignização: 4,2% (maior se o paciente for homem).
Em geral, assintomático mas pode causar dor abdominal vaga no QSD e dispepsia em
função da compressão anatômica pelo tamanho, pode estar relacionada com hemorragia
no tumor ou com sintomas locais compressivos - além de irritação peritoneal, quando o
adenoma se rompe, visto que todo adenoma pode romper espontaneamente. Observa-
se exame físico normal (pode haver massa palpável se for muito grande) e marcadores
tumorais normais, podem ocorrer graves manifestações (ruptura em peritônio livre e
sangramento) - a imagem tende a ser característica e evita necessidade de diagnóstico
tecidual. Geralmente, a história natural inicia com uma mulher em idade fértil que usa
ACO e de repente está com irritação peritoneal súbita, causada pelo sangramento de um
adenoma hepático.
III. QUADRO CLÍNICO
ULTRASSONOGRAFIA: podem haver imagens iso, hipo ou hiperecogênicas, em geral, é
inespecífica por isso não deve ser usada em caso de suspeita de adenoma.
IV. DIAGNÓSTICO
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOME: devido à hemorragia intratumoral,
necrose e componente lipídico do AH tendem a ser heterogêneos, se TC com contraste, o
AH apresenta melhora periférica com progressão centrípeta.
LAYANE SILVA 
Fase sem contraste: isodenso, não há visualização.
Fase arterial: há captação do contraste, observa-se uma lesão com realce
heterogêneo, pode ter uma fina cápsula, pode ter realce homogêneo, se houver
sangramento.
Fase portal: ainda há contraste.
Fase tardia: ou pós-contraste, tem pouco contraste.
Ocorre um wash-out, porém mais lento, diferentemente do HNF, pois o contraste se
mantém na fase portal, mostrando uma densidade.
T2: no círculo vermelho, identifica-se uma bola que indica um nódulo hepático e há
contraste.
T1 hipointenso: não há contraste.
Fase arterial: o nódulo continua corado.
Fase portal: o nódulo continua corado, porém mais claro.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: há características radiológicas específicas como massa
heterogênea bem demarcada contendo gordura ou hemorragia.
Ressecção pode ser necessária para assegurar diagnóstico em casos difíceis.
massas sintomáticas devem ser ressecadas da mesma forma.
se AH assintomático decorrente de contraceptivos orais podem ser observadas após
interrupção do uso de pílulas, embora possa haver progressão e ruptura.
comportamento do AH durante a gravidez é imprevisível, por isso é recomendada
ressecção antes da gravidez programada.
Pacientes com hemorragia aguda necessitam de cuidados emergenciais, como
embolização da artéria hepática é um manobra temporária útil para estabilização e
recuperação, posteriormente, necessita de laparotomia e ressecção do nódulo.
- Ressecção: recomendada por causa da baixa mortalidade em mãos experientes e dos
riscos da observação, podem ser realizadas com margens limitadas, grandes lesões
provavelmente devem ser ressecadas devido ao risco de ruptura e o transplante de
fígado é necessário para formas agressivas.
V. MANEJO CLÍNICO-CIRÚRGICO
- Homem: independentemente do tamanho, deve-se realizar ressecção cirúrgica pela
presença da B-catenina que aumenta o risco de malignização.
- Mulher: muitas vezes pode ser tratado com a suspensão do ACO, se for < 5 cm deve-se
acompanhar anualmente, mas se for > 5 cm ou tiver dúvida diagnóstica deve-se biopsiar.
Todo adenoma precisa ser biopsiado? NÃO!
A biópsia tem risco de sangramento, possibilidade de material insuficiente, além de
risco de disseminação neoplásica (metástase).
Hiperplasia nodular focal (HNF) é o 2o tumor benigno do fígado mais comum, predomina
em mulheres jovens (prevalência com razão 8:1), ocorre principalmente entre 20-50 anos,
compreende um nódulo de hepatócitos benignos, com prevalência de 0,9-6%, cuja
fisiopatologia inclui uma resposta hiperplásica à hiperperfusão do parênquima hepático,
ou seja, a artéria anômala que nutre o parênquima hepático gera uma hiperplasia
adjacente, promovendo a formação de um nódulo(HNF).
HIPERPLASIA NODULAR FOCAL
Uma artéria anômala causa hiperplasia no parênquima hepático e cicatriz estrelada!
a associação da HNF com telangiectasia hemorrágica hereditária (doença de Osler-
Weber-Rendu) e hemangiomas hepáticos reforça a hipótese de que a HNF é uma
anomalia vascular congênita.
os hormônios femininos e agentes contraceptivos orais têm sido implicados no
desenvolvimento e crescimento da HNF.
HNF é caracterizada por mácula fibrosa central com septos irradiados,
microscopicamente, há cordões de hepatócitos de aparência benigna e segmentados por
múltiplos septos fibrosos originários da mácula central, não há vascularidade hepática
típica, mas há um epitélio biliar atípico disseminado por toda a lesão, em geral, há uma
grande artéria que se estende em pequenos ramos dispostos em um padrão radial - a
etiologia pode estar relacionada ao desenvolvimento de uma malformação vascular.
I. RECURSOS PATOLÓGICOS
em geral, é encontrado por
achado incidental na
laparotomia ou estudos de
imagem.
achado característico é a
cicatriz estrelada central,
contendo uma artéria
grande com múltiplos
ramos irradiando através
dos septos fibrosos para a
periferia, que dividem a
massa em múltiplos
pequenos nódulos ou
cordões de hepatócitos
com aparência normal;
MACROSCOPICAMENTE:
lesão estrelada central,
cordões nodulares e vasos
anômalos centrais que nutrem
o parênquima hepático
adjacente
MICROSCOPICAMENTE:
árteria central anômala, septos
fibrosos e arquitetura nodular
nem organizada
o mais comum deles, o tipo telangiectático, se apresenta com múltiplos HNF, além
da falta de uma cicatriz central, a massa é caracterizada pela ausência de arquitetura
nodular e pela presença de placas únicas e bastante regulares de hepatócitos
separadas por sinusóides alimentadas diretamente por artérias anômalas - o risco de
sangramento parece ser semelhante ao risco observado em pacientes com adenoma
hepático.
uma forma mista hiperplásica e adenomatosa pode ser difícil de distinguir da HA
devido aos seus sutis achados vasculares e ductulares biliares.
uma terceira variante histológica composta por FNH com atipia citológica semelhante
a displasia do tipo de células grandes foi proposta.
As formas não clássicas de HNF não possuem a arquitetura nodular típica ou
malformações vasculares, mas sempre contêm proliferação ductular biliar - quase
sempre carecem da característica cicatriz central
II. CLÍNICA
quando não há mácula central, o diagnóstico radiológico torna‑se difícil para se
diferenciar um adenoma celular hepático (ACH) de um nódulo maligno, especialmente
CHC fibrolamelar.
se o diagnóstico for impreciso, pode ser necessária a confirmação histológica através
da ressecção para diagnóstico definitivo.
pacientes com HNF sintomática persistente ou com massa crescente devem ser
considerados para ressecção.
quando a a lesão é hipoecogênica não é possível visualizar o septo fibroso, o que leva
o médico a pedir o contraste ou o Doppler, posteriormente, quando colocado o
contraste a especificidade aumenta consideravelmente, chegando a 90% e a
sensibilidade fica em torno de 83%.
Podem ser identificadas anormalidades leves da função hepática e níveis de AFP sérica
normais, em geral, há hipervascularização na fase arterial na TC ou RM com cicatriz
central que não melhora, a marcação desaparece com o tempo e a lesão torna‑se
isointensa com o parênquima hepático nas fases portal e diferida.
ULTRASSONOGRÁFICO: a HNF é variavelmente hiper, hipo ou isoecóica e a US é capaz
de identificar a cicatriz central em apenas 20% dos casos, pois a cicatriz estrelada central
não está formada ainda, uma vez que o vaso anômalo ainda não foi capaz de gerar uma
hiperplasia adjacente.
Legenda: imagem axial de RM ponderada
em T1 do fígado mostrando hiperplasia
nodular focal no segmento lateral
esquerdo do fígado. Imagem adquirida 3
horas após administração intravenosa de
(contraste hepatobiliar específico)
gadobenato de dimeglumina (Gd-BOPTA).
A intensidade do sinal luminoso da lesão é
devida ao acúmulo do agente de contraste
em maior extensão dentro da lesão do que
no parênquima hepático adjacente, e não
ao aumento da vascularização.
III. DIAGNÓSTICO
todo HNF em dúvida e com lesão > 3 cm deve-se biopsiar.
o HNF pode ser biopsiado, pois a fisiopatologia decorre de um vaso anômalo que
esteve na região e causou hiperplasia, mas isso não quer dizer que ele esteja
preenchido por sangue.
A maioria dos tumores na HNF são benignos e de natureza indolente, assim, o
tratamento depende de um diagnóstico correto e dos sintomas, sendo que a observação
cuidadosa dos pacientes com HNF sintomática por meio de exames de imagem em série
é razoável porque os sintomas melhoram em muitos casos.
CONDUTA: se a paciente chega com USG mostrando um nódulo, deve pedir uma
ressonância, se esta mostrar certeza de um HNF o paciente vai direto para
acompanhamento, já se ela deixar dúvidas e a lesão for < 3cm deve-se fazer USG com
contraste, e se a dúvida permanecer deve-se fazer biópsia.
IV. MANEJO CLÍNICO-CIRÚRGICO
Legenda: imagem hiperecogênica (branca) pois há fibrose que não deixa o som passar,
sendo observada a cicatriz central ou lesão estrelada central.
Fase sem contraste: massa isodensa ou hipodensa;
Fase arterial: realce precoce
Fase portal;
wash out rápido é típico de câncer pois a hiperplasia (hipercelularidade) da lesão
neoplásica faz o contraste acumular e sair rápido.
Fase de equilíbrio: aumento do realce da cicatriz central.
TOMOGRAFIA DE ABDOME: deve ser obtida com contraste, pois a densidade do achado
é semelhante à do parênquima hepático.
A tomografia sem contrate não tem eficácia, pois a densidade do achado é semelhante à
do parênquima hepático.
Vaso anômalo que causa hiperplasia adjacente e leva o vaso corar rapidamente.
Acontece após a fase arterial, nessa transição podemos perceber que o contraste sumiu
rapidamente, aspecto chamado de wash-out rápido (lavar). Esta é uma característica
típica de câncer, por isso que quem tem HNF tem que fazer o diagnóstico diferencial de
CHC (Carcinoma hepato celular).
em 85% das lesões é possível a identificação da cicatriz central, que se apresenta com
maior sinal do que o restante da lesão nas imagens ponderadas em T2.
Fase arterial: só cora a parte hiperplasiada.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: a HNF clássica apresenta-se como lesão ligeiramente
hipointensa em T1 e com discreta hiperintensidade em T2 - como é um vaso anômalo
tem um hipersinal em T2, onde fica mais escuro.
LAYANE SILVA 
História natural da HNF: estabilidade, falta de complicações e as lesões geralmente
não mudam com o tempo, embora ocasionalmente se tornem menores.
- Pacientes assintomáticos: tratamento conservador (não operam), não requer follow-up
(acompanhamento) e não se recomenda parar ACO - visto que se tiver receptores de
estrogênio o uso do estrogênio acaba aumentando a lesão, mas como no HNF não há
esses receptores o uso continuado de ACO não interfere na progressão na doença.
- Pacientes sintomáticos: devem ser encaminhados para ressecção cirúrgica.
Muitas vezes o radiologista não consegue diferenciar uma hiperplasia nodular focal de
um hepatocarcinoma, por isso, usa-se o contraste hepato-específico ou primovish, que é
capaz de corar apenas células benigna (que consegue captá-lo, diferente das malignas),
ou seja, se a lesão captar contraste comprova o HNF e exclui a possiblidade de
hepatocarcinoma.
Tumor benigno mais comum do fígado, ocorre em até 20% da população geral, tem
origem nas células endoteliais vasculares, ou seja, pode ser considerado uma alteração
HEMANGIOMA
se o acometimento for no lóbulo hepático 2 e 3 pode crescer e comprimir o fundo o
gástrico.
diferentemente das outras lesões, o HNF raramente rompe e sangra - geralmente
isso só ocorre no subtipo HNF telangectásico.
a maioria dos relatos constatou que sintomas ou sinais diretamente atribuíveis à HNF
são pouco frequentes. 
2/3 a 3/4 dos pacientes são identificados incidentalmente.
pacientes sintomáticos devem ser meticulosamente investigados quantoà
possibilidade de outra doença com o objetivo de esclarecer os sintomas.
Geralmente, é assintomático, mas pode incluir dores abdominais imprecisas/vagas,
dispepsia (por compressão do estômago), massa palpável (todo nódulo pode ser
palpável) e causa irritação peritoneal quando rompe, além de vários sintomas
inespecíficos, por isso, deve-se investigar outras possíveis causas.
LAYANE SILVA 
hemangiomas hepáticos são comuns em crianças, compreendem 12% dos tumores
hepáticos na infância, são multifocais e podem comprometer outros órgãos, se
volumosos podem causar ICC secundária ao shunt arteriovenoso, quando
sintomáticos e não tratados tem alta mortalidade, mas em geral tem resolução
espontânea, e podem ser tratados com embolização terapêutica.
vascular com alto risco de sangramento, ocorre mais em mulheres (proporção 3:1) com
média de 45 anos, possuem relação com exposição a estrógenos (aumentam durante a
gravidez ou com terapia de estrogênio), podem ser capilares pequenos ou volumosos
cavernosos, estes estão associados à HNF e são considerados malformações vasculares
congênitas, seu crescimento é por ectasia (em vez de neoplasia).
Os hemangiomas hepáticos geralmente são solitários, mas múltiplas lesões podem estar
presentes, possuem origem mesenquimal nas células endoteliais vasculares, e são
denominados hematomas congênitos.
Legenda: grande hemangioma cavernoso mostrando o deslocamento das veias hepáticas
esquerda e média e compressão da veia porta esquerda.
sua involução ou trombose pode resultar em massas fibróticas densas difíceis de
diferenciar de tumores malignos.
Não existem relatos de transformação maligna!
rápida expansão ou trombose aguda pode ocasionalmente causar sintomas.
ruptura espontânea dos hemangiomas do fígado é muito rara.
paciente assintomático com diagnóstico confirmado pode ficar em observação.
paciente sintomático devem ser submetidos a uma avaliação global, e são elegíveis
para ressecção caso nenhuma outra causa seja encontrada.
Sintomas mais comuns: dor ou plenitude no quadrante superior direito.
Sintomas menos comuns: náusea, anorexia e saciedade precoce - podem se
desenvolver com grandes hemangiomas devido à compressão de órgãos adjacentes.
Sintomas raros: raramente, a dor abdominal aguda pode resultar de trombose ou
sangramento da lesão que resulta em alongamento e inflamação da cápsula hepática.
Quando sintomático, há dor localizada em hipocôndrio direito (HCD) e dorso, plenitude
gástrica (realacionada com o tamanho do hemangioma, que pode provocar compressão
gástrica) e náuseas.
A história natural do hemangioma hepático é geralmente benigna, e parece que a maior
parte permanece estável por muito tempo, com baixo risco de ruptura ou hemorragia.
FEBRE: está ligada a capacidade de sangrar, ou seja, ocorre trombose, necrose e,
consequentemente, ocorre acúmulo de fatores pró e anticoagulantes.
IRRITAÇÃO PERITONEAL: acontece, pois, o hemangioma é recoberto por uma fina
cápsula, e como ele está em constante crescimento, essa cápsula pode acabar rompendo
e causando irritação peritoneal pelo contato do sangue com o peritônio.
DOR ABDOMINAL: a dor por trombose aguda pode estar associada a febre e testes
bioquímicos hepáticos anormais.
SÍNDROME COLESTÁTICA: está ligada a compressão de vias biliares intra-hepáticas.
CIVD (coagulação intravascular disseminada): quando acontece na população pediátrica é
chamada de Síndrome de Kasabach-Merritt, que é uma complicação rara, porém bem
conhecida dos hemangiomas gigante, caracterizada pela combinação de tumor vascular
(trombocitopenia) e coagulopatia de consumo - pode também ser caracterizada como
uma relação de sangramento e trombose (definição de CIVD em adulto).
I. RECURSOS PATOLÓGICOS
geralmente são solitários,
mas múltiplas lesões
podem estar presentes em
até 40% dos pacientes.
embora possam ser
encontrados nos 2lobos
do fígado, eles são mais
frequentes no lobo direito.
a maioria é pequena (<5
cm), enquanto o tamanho
varia de alguns milímetros
a mais de 20 cm.
hemangiomas > 10 cm são
definidos como gigante.
MACROSCOPICAMENTE:
lesões únicas ou múltiplas no
lobo direito, podem ser
pequenas (< 5 cm) ou gigantes
(> 10 cm).
MICROSCOPICAMENTE:
endotélio ectasiado, septos
fibrosos finos que separam os
compartimentos vasculares e
podem conter trombos,
espaço vascular cavernoso de
tamanhos variados revestidos
por 1 camada de endotélio
plano e preenchidos com
sangue.
Legenda: manchas avermelhadas compreende o espaço vascular cavernoso.
Legenda: lesões bem circunscritas (1) no lobo direito hepático, de cor azul-avermelhada
escura (2) e geralmente são circundadas por uma cápsula fina (3);
Geralmente, são assintomáticas e encontrados incidentalmente em exames de imagem,
quando são grandes nódulos compressivos podem causar leves sintomas abdominais
superiores, que demandam investigação em relação a outra doença, em cerca de 1/2 dos
casos há outra causa para os sintomas.
II. CLÍNICA
Nódulo: conteúdo sólido; Cisto: conteúdo líquido.
um dos principais oncomarcadores é a alfafetoproteína (proteína sintetizada no
fígado), cuja alteração de valor levanta suspeitas.
PROVAS DE FUNÇÃO HEPÁTICA: podem alterar, pois se o tumor for muito grande vai
comprimir via biliar, alterar enzimas canaliculares (bilirrubina, fosfatase alcalina, albumina
e GGT), TGO e TGP e, consequentemente, alterar a função hepática.
ONCOMARCADORES: utlizados para diferenciar hemangioma e hepatocarcinoma, assim,
junto a avaliação clínica, características macroscópicas da lesão e exames de imagem
pode ajudar a definir o diagnóstico.
III. DIAGNÓSTICO
Hemangioma não faz biópsia, pois é um conglomerado vascular, e tem alta chance de
sangrar.
exames de eritrócitos marcados por isótopos radioativos são testes precisos, mas
raramente serão necessários se TC e RM de alta definição estiverem disponíveis.
IMAGEM: a TC e a RM em geral são suficientes se for observado um típico padrão de
preenchimento nodular periférico.
O temo ecogenicidade é usado na ultrassonografia, densidade é usada na tomografia e
ponderação é usada na ressonância.
Quando usar ultrassonografia com
contraste?
USG com e sem contraste: Nanultrassom é
possível ver uma fina cápsula com uma lesão
hiperecogênica no meio, assim, há uma
lesão homogênea com um halo
hiperecogênico lobulado e
hipoecogenicidade central, pois como o
hemangioma é um conglomerado de vasos,
portanto, dentro é composto por sangue e
fora está sua cápsula (portadora de maior
ecogenicidade) - além disso, há fibrose,
calcificação ou hemorragia (a depender do
grau e tamanho do hemangioma).
Ultrassom com contraste é usado quando tem sangue dentro da cápsula e o médico não
consegue identificar o hemangioma, há uma imagem semelhante a um cisto, mostrando
um preenchimento globuliforme centrípeto (da periferia para o centro).
LAYANE SILVA 
Tomografia computadorizada de abdome: permite visualizar a reação entre vasos
(artérias e veias).
Nódulos macrorregenerativos ou hiperplasia regenerativa nodular: são nódulos
simples ou múltiplos, bem delimitados, corados pela bile, abaulados e que ocorrem
primariamente em pacientes com doença crônica do fígado, têm potencial maligno e
podem ser difíceis de distinguir do CHC, é um processo benigno micronodular difuso
(geralmente < 2 cm) associado a doenças linfoproliferativas, doenças vasculares do
colágeno e uso de esteroides ou quimioterapia, que não tem potencial maligno e não
está associada à cirrose.
a alteração gordurosa focal no fígado pode ser confundida com um processo
neoplásico e está se tornando mais comum pelo aperfeiçoamento dos exames de
imagem e pelo aumento da incidência de esteatose hepática.
Outros tumores: mixomas, schwannomas, linfangiomas e teratomas.
Harmatoma biliar: são dilatações císticas dos ductos biliares de 1-15 mm, composta
por tecido fibroso, que mimetizam metástases hepáticas, não há necessidade de
cirurgia, apenas acompanhamento.
fígado já está em falência. Ademais, a patogênese do HNR ainda não está bem
estabelecida, no entanto, a resposta hiperproliferativaadaptativa dos hepatócitos à
alteração da perfusão venosa portal hepática é considerada o principal mecanismo. O
HNR também está altamente associado a doenças subjacentes, incluindo distúrbios
autoimunes, inflamatórios e neoplásicos. Além disso, o HNR tem sido frequentemente
relatado em pacientes após quimioterapia com certos medicamentos e uso de
imunossupressores, como tiopurina, que podem causar danos às células endoteliais
venosas hepáticas.
HARMATOMAS MESENQUIMAIS: tumores solitários raros responsáveis por 5% dos
tumores hepáticos em crianças, são massas císticas volumosas encontradas no
hemifígado direito que se apresentam com distensão abdominal indolor progressiva.
TUMORES GORDUROSOS: raramente são encontrados, incluem os lipomas primários,
mielolipomas (que contêm tecido hematopoético), angiolipomas (que contêm vasos
sanguíneos) e angiomiolipomas (que contêm músculo liso).
TUMORES FIBROSOS BENIGNOS: podem se tornar volumosos e sintomáticos e exigir
ressecção, esses pseudotumores inflamatórios do fígado são massas localizadas
constituídas de células inflamatórias que podem simular uma neoplasia, tem causa
desconhecida, mas pode estar relacionada com vasos trombosados ou abscessos
precedentes.
CISTADENOMAS BILIARES INTRA-HEPÁTICOS: ou adenomas do ducto biliar, são
extremamente raros, mas podem causar sintomas biliares, em geral, hamartomas biliares
e hiperplasia biliar são comuns e observado como pequenas lesões de superfície branca
que podem simular pequenos tumores metastáticos na exploração abdominal
na TC sem contraste, a lesão é mais hipodensa, pois está mais escura em relação ao
fígado, a partir do momento em que se aplica o contraste, a lesão realça e é
preenchida (preenchimento globuliforme centrípeto).
na TC com contraste, os hemangiomas demonstram aumento nodular periférico na
fase inicial, seguido por um padrão centrípeto ou "preenchimento" durante a fase
tardia - assim, as lesões opacificam-se após um atraso de > 3 minutos e permanecem
isodensas ou hiperdensas nos exames tardios.
Ressonância magnética de abdome: melhor exame para ver parênquima e vasos, sua
especificidade e sensibilidade chegam até 90%, ela avalia a ponderação do hemangioma.
A: imagem de RM altamente ponderada em T2 mostra as massas (setas) como
intensidade de sinal muito alta.
BCD: imagens dinâmicas de RM com gradiente-eco ponderado em T1 antes (B),
durante a fase arterial de realce de quelato de gadolínio (C) e durante a fase portal de
realce (D) mostram realce periférico nodular inicial que começa a preencher os
hemangiomas (setas).
- Hipersinal em T2: hemangioma contornado em branco (representa o sangue), ou seja, a
lesão capta o sinal da RNM.
- Fase T1: hipointenso, ou seja, mais escuro em relação ao parênquima hepático.
- Fase intermediária: tem-se na fase arterial o vaso começando o preenchendo de forma
centrípeto globuliforme, (característico do hemangioma)
- Fase portal: tem-se o final desse preenchimento.
≤ 5 cm: nenhuma imagem adicional, mantém-se apenas a observação, visto que há
pouca chance de transformação maligna.
> 5 cm: RNM em 12 meses para identificar crescimento, e, se crescimento < 3
mm/ano não é necessário imagens adicionais.
Embolização vascular: entupimento de vasos de órgãos ou estruturas do corpo
humano para levar medicações ou interromper o fluxo de sangue em áreas doentes,
pode ser feita em vasos pequenos ou grandes, nestes é utilizada para diminuir o
tamanho e facilitar a ressecção.
indicada se houver ruptura, mudança de tamanho e desenvolvimento da síndrome de
Kasabach-Merrit
pode ser necessária para confirmação diagnóstica em raros casos
deve ser realizada com mínimo de morbimortalidade
realizada com mais frequência pela enucleação com controle do fluxo arterial.
Pacientes assintomáticos:
Pacientes sintomáticos: com sintomas como rompimento, torção, compressão,
coagulopatia (CIVD), síndrome kasabach-merritt na pediatria, síndrome colestática,
plenitude gástrica, é necessária a operação, assim, deve-se fazer a ressecção do
seguimento, retirada do hemangioma (enucleação) ou embolização pré-operatória
transcateter da artéria hepática.
Quanto à ressecção tem-se que:
IV. TRATAMENTO/MANEJO CLÍNICO CIRÚRGICO
ADENOMATOSE MÚLTIPLA: consiste em > 10 adenomas, ocorre em mulheres, há risco
de 10% de transformação maligna, pode-se fazer ressecção das lesões se > 5 cm e
observação das demais, é indicação para transplante hepático.
HIPERPLASIA NODULAR REGENERATIVA: nódulos e atrofia do parênquima, causa HDA,
ascite, hiperesplenismo (sintomas de doença crônica do parênquima hepático, ou seja,
associados à falência hepática), não há fibrose, não há necessidade de cirurgia, pois o
OUTROS TUMORES BENIGNOS

Outros materiais