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Vict�ria K. L. Card�so Eczemas Introdução Conceito geral: ● Grupo de dermatoses inflamatórias, pruriginosas, com características clínicas e histopatológicas comuns e bem definidas. ● Lesões elementares: eritema, edema, vesículas, infiltração, crostas, descamação, escamas e liquenificação. ○ Há prurido e ebulição. ● Classificações: agudo, subagudo (começa a ter crosta) e crônico (presença de liquenificação). Formas de eczema ou dermatites: ● Eczema ou dermatite de contato. ● Eczema ou dermatite de atópica. ● Eczema ou dermatite de numular. ● Eczema ou dermatite de estase. ● Eczema ou dermatite de disidrótico. Obs: eczema e dermatite podem ser usados como sinônimos. Epidemiologia: ● Mais comum: eczema de contato → ocorre em qualquer etapa da vida. ○ Seguido por: eczema atópico (inicia a partir do 3° ou 4° mês de vida) e seborreico. ● Acometem igualmente ambos os sexos e todas as raças. ● Faixa etária: independe → pode ocorrer em todas as faixas etárias. Histopatologia: ● Característica básica: natureza seroexsudativa. ● Fase aguda: acomete a epiderme e a derme papilar. ○ Na camada de Malpighi: há exocitose e edema intercelular, causando espongiose → afastamento das células da camada de Malpighi. ○ Próxima etapa: importante edema intracelular → degeneração reticular → destruição das pontes intercelulares → formação de vesículas intraepidérmicas, exteriorização das vesículas (vesículas clínicas) → rompimento → liberação de exsudato → formação de crostas. ■ No interior das vesículas, há linfócitos. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Na derme papilar: há vasodilatação e edema = eritema. ○ Fase crônica: espessamento de todas as camadas da epiderme → hiperceratose + hipergranulose + acantose irregular + poucos linfócitos + liquenificação. ○ Fase subaguda: concomitância entre achados das fases aguda e crônica. Eczemas de contato Geral: São 2 classificações → dermatite de contato por irritante primário (DCIP) e dermatite de contato alérgica (DCA). Dermatite de contato por irritante primário: ocorre devido a efeitos tóxicos e pró-inflamatórios de substâncias irritantes, que ativam a imunidade da pele, mesmo que inespecificamente → são 80% dos casos de dermatite de contato. ● A DCIP não causa queimadura e/ou necrose, pois produz apenas irritação cutânea. ● Mecanismo: as substâncias causam lesão nos queratinócitos, resultando em reação inflamatória na derme papilar. ○ Não precisa de sensibilização prévia e não há formação de células de memória. ● Características: eritema, descamação, vesículas, bolhas e prurido → ocorre algumas horas após contato com uma substância irritante forte, ou depois de semanas de contato continuado com substâncias fracas. ○ Após algum tempo, o prurido é substituído por dor ou queimação. ○ Geralmente, a reação ficará restrita ao local do contato. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Variáveis no processo: concentração da substância, tempo de exposição e espessura da camada córnea. ○ É mais provável a ocorrência na pele fina do dorso da mão do que na região palmar, por exemplo. Obs: outras dermatoses sempre serão agravadas por essas substâncias. ● Outros fatores que influenciam: atrito, umidade e exposição solar. ● 2 condições comuns de dermatite de contato: dermatite das mãos da dona de casa e dermatite de fraldas. ● Tratamento: interrupção do contato com o agente desencadeador. ○ O uso de corticóides depende da necessidade imposta pelo quadro clínico. Dermatite de fraldas: reação inflamatória aguda nas regiões cobertas pelas fraldas. ● Principal fator desencadeante: oclusão constante da pele pela fralda + hidratação e maceração da epiderme. ○ A epiderme úmida é mais suscetível aos danos da fricção, o que torna a pele mais permeável aos irritantes da urina e das fezes. ○ Essa inflamação resulta em maior facilidade de infecção secundária por Candida albicans, Proteus, Pseudomonas e B. faecalis. ● Características: eritema variável, brilho e pregueamento; com o agravamento há edema, pápulas, vesículas, erosões e ulcerações. ○ Fase tardia: eritema sem brilho e com descamação. ○ Dermatite de fraldas erosiva de Jacquet: nódulos, pápulas e ulcerações arredondadas → simulam o condiloma sifilítico. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Associação com Candida albicans: pele brilhante, descamação fina e esbranquiçado, principalmente em dobras, com lesões satélites papulosas e vesicopustulosas. ● Fatores de exacerbação: uso inapropriado de sabonete, antissépticos e loções higienizadoras. ● Tratamento: uso de emolientes espessos, que agem como barreiras contra urina e fezes. ○ Pode-se usar preparações com óxido de zinco (tem ação antiinflamatória). ○ Se candidíase associada: creme com nistatina ou cetoconazol. ○ Se infecção bacteriana: atb tópico. ○ Casos mais intensos: hidrocortisona a 1%. Obs: granuloma glúteo infantil → presença de nódulos assintomáticos, acastanhados ou violáceos, causado pelo abuso de corticóides → não precisa de tratamento específico, apenas suspensão de corticosteróides. Dermatite de contato alérgica: ● Aguda: prurido, eritema, vesículas, exsudação e crostas. ○ Subaguda: prurido, eritema, pápulas, escamas e crostas. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Crônica: prurido e liquenificação. ● Fisiopatologia: envolvimento primário do sistema imunológico, a partir da hipersensibilidade do tipo IV da classificação de Gell e Coombs. ○ Tempo: poucos dias para alergênios de alto poder sensibilizante e anos para outros antígenos ● Principais antígenos: ○ Metais: cromo (cimento) e níquel (adornos). ○ Antibióticos: neomicina, penicilina, furacin e cloranfenicol. ○ Cosméticos: eosina, hidroquinona, pirogalol, azocorantes, resorcina, fenol e formol. ○ Borracha e derivados: mercaptobenzotiazol e éter monobenzílico de hidroquinona. ○ Plásticos: polivinil, polietileno, acrílicos, nitrocelulose e poliamidos. ● Morfotopografia: forma da lesão, geralmente arredondada (morfologia), com o local acometido (topografia) → isso dá uma sugestão do alérgeno. ○ Ex: lesão no lóbulo da orelha pelo brinco (níquel), no pulso por relógio ou pulseira… ● Quadros generalizados: eritrodermia, que tende a ser mais exsudativa. ○ Pode ocorrer impetiginização secundária, que serve como porta de entrada para erisipela ou celulite. ● Recall dermatitis: ocorre em pacientes já sensibilizados que, após exposições repetidas a um agente, desencadeia a reativação de lesões em locais que já apresentaram o mesmo eczema → pode causar eritrodermia. ● Síndrome do babuíno: erupção medicamentosa simétrica exantemática intertriginosa e flexural → reação tipo IV, por absorção sistêmica em pacientes já sensibilizados. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Erupção eczematosa simétrica em axilas, cotovelos, pálpebras e lateral do pescoço, com lesões anogenitais eritematosas. ● Diagnóstico: mapeamento topográfico + seletividade a antígenos + seletividade utilitária + correlação antígeno-utilidade + teste de contato. ○ Teste de contato: ■ (-): negativo. ■ (+): discreto eritema com pápulas. ■ (++): eritema, pápulas e vesículas. ■ (+++): intenso eritema, pápulas e vesículas confluentes. ○ Angry back skin syndrome: (síndrome da pele excitada) múltipla positividade a diferentes grupos de testes, com vários falso-positivos. ● Diagnóstico diferencial: outros eczemas, dermatofitoses, psoríase, parapsoríase, eczema disidrótico e farmacodermias. ● Tratamento: afastar o agente causal + uso de emolientes + anti-histamínicos de primeira geração + priorizar o tratamento de infecções secundárias. ○ Fase aguda: banhos ou compressas com soluções antissépticas. ○ Fase subaguda: pasta d’água ou creme de corticóide tópico. ○ Fase crônica: corticosteróide em pomada ou sistêmicos. Dermatite atópica Quadro geral: é a principal manifestação cutânea da atopia, há tendência hereditária (herança poligênica) ao desenvolvimento de alergia, com manifestação por eczema, asma ou rinite alérgica. ● Fatores que influenciam: fatores ambientais e emocionais.● Epidemiologia: tríade de atopia → rinite alérgica, asma e eczema atópico. ● Etiopatogenia: interação de fatores constitucionais e ambientais,com imunidade humoral e celular. ○ Ocorrência de história familiar de atopia em até 70% dos casos. ○ Diminuição dos níveis de AMP-cíclico (AMPc) intracelulares nos macrófagos, basófilos e linfócitos. ■ Esses baixos níveis de AMPc aumentam a liberação de histamina, diminuem os linfócitos T supressores e aumentam a produção de IgE. ○ Também há anormalidades no metabolismo do ácido araquidônico com aumento nos @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so metabólitos, da via lipoxigenase e da ciclo-oxigenase, o que contribui na persistência da inflamação. ● Imunidade humoral: ○ Anticorpo - IgE, produzido por linfócitos B e reatividade alterada de pele e mucosas, com aumento da suscetibilidade a reações anafiláticas. ○ Pode haver aumento de IgG4 específico para ß-lactoglobulina e diminuição de IgA sérico, no início da vida de alguns pacientes. ● Imunidade celular: ○ Diminuição da resposta de hipersensibilidade retardada (inversamente proporcional aos níveis séricos de IgE), evidenciado por menor incidência de eczema de contato. ○ Diminuição no número de linfócitos T circulantes, principalmente os linfócitos T supressores (Ts), alterando a proporção CD4/CD8. ○ Aumento do número de null cells. ○ Diminuição da resposta in vitro dos linfócitos a antígenos microbianos e do número e atividade dos linfócitos natural killer. ○ Reação tipo IV, com infiltrado linfocitário dérmico das lesões eczematosas. ● Disfunção de outras células: ○ Diminuição da capacidade das células de Langerhans em estimular linfócitos. ○ Redução da quimiotaxia de neutrófilos e monócitos. ○ Aumento da liberação espontânea de histamina por basófilos e mastócitos. ○ Diminuição da citotoxicidade monocítica. ● Clínica: ○ Ocorre a partir do 3° mês de vida. ○ Há prurido intenso e está sempre presente, com lesões eritemato-crostosas. ○ As lesões tendem a ser mais exsudativas na primeira infância e liquenificadas nas idades mais avançadas. ○ Divisões das fases: infantil, pré-puberal e adolescentes-adultos, sem necessariamente seguir essa ordem. ○ Locais mais comuns: inicialmente nas regiões malares, disseminando-se para couro cabeludo, pescoço, fronte, punhos, face de extensão de membros e área de fralda. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Fatores de piora ou de desencadeamento: dentição, infecções, distúrbios emocionais, alterações ambientais (temperatura e umidade) e imunizações. ● Antígenos alimentares: ovo, castanha, leite, peixe, soja, galinha e aditivos alimentares. ● Testes de hipersensibilidade a alimentos: pouca utilidade prática. ● Ao término do 2° ano de vida: em menos da metade dos casos há resolução espontânea. ○ As lesões ficam menos exsudativas, mais papulosas e tendem a liquenificação. ○ Locais de maior comprometimento: dobras antecubitais e poplíteas, punhos, pálpebras, face pescoço. ○ Sinais de provável infecção secundária (bacteriana ou viral): surgimento de vesiculação aguda, localizada ou generalizada. ● Adolescência: as lesões se tornam papulo descamativas e com liquenificação, com surtos de agudização. ● No adulto: a distribuição usual e típica é nas regiões de dobras antecubitais, poplíteas, pescoço, pálpebras, mãos e punhos. ○ A doença tende a atenuar com a idade, sendo raro após os 30 anos. ● Doenças associadas a atopia: ○ Asma, rinite e sinusite. ○ Urticária e reações anafiláticas. ○ Ictiose vulgar. ○ Alopecia areata. ○ Eritrodermia esfoliativa. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Características de atopia: ○ Dupla prega de Dennie-Morgan → prega supranumerária infraorbitária. ○ Sinal de Hertoghe → rarefação do terço distal da sobrancelha, por coçadura. ○ Tubérculo de Kaminsky → protuberância centrolabial superior. ○ Hiperlinearidade palmar → mais relacionada com ictiose. ○ Ceratose pilar → frequente na face lateral dos braços e coxas. ○ Dermatite das mãos e ceratose punctata palmoplantar (mais frequente em negros). ○ Dermatite palpebral. ○ Ceratoconjuntivite (conjuntivite alérgica) → prurido ocular bilateral, cansaço, irritação ou sensação de corpo estranho, podendo chegar à ulceração ou perfuração da córnea. ○ Ceratocone → conificação da córnea (1% dos casos). ○ Catarata uni ou bilateral → 3ª década de vida. Obs: sugere-se que os atopicos sejam competitivos, sensíveis, facilmente depressivos, tensos, intolerantes e hiperativos. ● Diagnóstico: é basicamente clínico, muitas vezes corroborado por história pessoal ou familiar de atopia. ○ Presença de eosinofilia e aumento do IgE circulante. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Confirmação diagnóstica com a classificação de Hanifin e Rajka, com associação de no mínimo 3 critérios maiores e 3 menores. ● Diagnóstico diferencial: dermatite seborreica, dermatite de contato, eczema numular, escabiose, psoríase (principalmente palmoplantar), dermatite herpetiforme e doença de Darier. ● Tratamento: ○ Evitar coçar a lesão. ○ Boa hidratação com emoolientes. ○ Afastar os agravantes e alérgenos → sabões, lã, extremos de temperatura, baixa imunidade ambiente, exposição a antígenos inalantes, banhos demorados e quentes, roupas sintéticas e o uso de substâncias irritantes à pele. ○ Corte das unhas semanalmente. ○ ATB tópico no caso de infecções. Erupção atópica da gestação: ● Surgimento de dermatose pruriginosa antes do 3° trimestre gestacional, história pessoal ou familiar de atopia e pode haver recorrência nas próximas gestações. ● Clinica: eczema e prurido intenso e difuso, que intensifica no período noturno. ○ Locais: superfícies flexoras dos MMSS e MMII, face, região cervical e torácica. ○ Em uma pequena parcela de gestantes não há predomínio de eczema. Nesse caso, há lesões pruriginosas em tronco e extremidades. ● Laboratorialmente: aumento do IgE sérica total. ● Tratamento: uso de emolientes, corticoterapia tópica e anti-histamínicos de primeira geração. ○ Casos refratários: corticoterapia sistêmica e fototerapia com UVB. Obs: não há prejuízo ao feto. Síndrome de Leiner Quadro geral: erupção eritematosa ou eritematoescamosa generalizada nas primeiras semanas de vida. Sintomas associados: diarréia, perda de peso e infecções frequentes. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Causas da doença: ● Deficiência de biotina no leite materno. ● Defeito da opsonização consequente à alteração funcional de C5 ou em C3b. Tratamento: ● Reposição de biotina. ● Transfusão de plasma fresco. Diagnóstico diferencial: ● Eritrodermia ictiosiforme não bolhosa. ● Síndrome de Netherton. ● Síndrome de Omenn. ● Eritrodermia atópica e psoriásica. ● Deficiência de holocarboxilase responsiva à biotina. ● Acrodermatite enteropática. Eczema microbiano Quadro geral: ● Provocado por microrganismos ou seus produtos → funcionam como antígenos. Tipos: ● Eczema em torno da lesão do molusco contagioso. ● Eczema em feridas infectadas. Tratamento: ● Compressas de permanganato de potássio, quando há muita exsudação. ● Tratamento da infecção de base. Eczema asteatósico (craquelê) Quadro geral: ● Está associado à xerodermia (“secura”). ○ Ocorre mais frequentemente em idosos. ● Causa: diminuição do manto lipídico da superfície cutânea. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Sinais e sintomas: ● Pele xerótica. ● Fissuras, raramente hemorrágicas. ● Bordas levemente elevadas e eritematosas. ● Prurido → agrava o quadro. ● Pode haver eczema numular. Fatores de precipitação: ● Clima frio e seco → inverno. ● Uso de diuréticos ou de antilipêmicos. ● Hipotireoidismo. ● Deficiência de zinco. ● Excesso de banho ou de sabão. Distribuição preferencial: ● Pernas (preferência). ● Mãos e braços (posteriormente). Tratamento: ● Aumentar a umidade do ambiente. ● Evitar o contato com lã. ● Diminuir a frequência dos banhos e do uso de sabões. ● Uso de emolientes com uréia, vaselina, óleos, alfa-hidroxiácidos. ● Corticóides não fluorados. Eczema numular Quadro geral:● É representada por uma placa eritematosa circular ou oval, com bordas demarcadas. ● São raras em crianças, mas caso ocorram manifestam atopia. ● As lesões tendem a cronicidade. Lesão típica: ● 1 ou mais lesões em formato de moeda (numismática). ● Eritema com vesículas de parede fina. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Intenso prurido. ● Na fase aguda: apresenta componente exsudato crostoso. ● Evolução do quadro: estágio menos vesicular e mais descamativo, com clareamento central e extensão periférica, transformando em lesões anulares. ● Após de semanas ou meses, pode haver lesão contralateral e disseminação. Locais das lesões: ● Mãos. ● Antebraço. ● Tronco. ● MMII. Causa: desconhecida, apesar de a atopia poder ser um fator predisponente. Fatores de piora: ● Presença de estafilococos, por hipersensibilidade. ● Estresse emocional. Tratamento: ● Corticosteróide ou coalter 2-5%. ● ATB antiestafilocócicos tópicos. ● Banhos ou compressas. ● Corticosteróides tópicos. ● Casos mais exuberantes: ATB sistêmicos e corticosteróides sistêmicos. Dermatose plantar juvenil Quadro geral: ● Trata-se de uma dermatite xerótica fissurada da superfície plantar, com eritema e dor, sendo mais intensa na porção anterior dos pés, poupando os espaços interpododáctilos. ○ Tem formação simétrica. ● Praticamente só ocorre entre os 3 e 14 anos. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Ocorre pela maceração contínua, pelo uso de material sintético de baixa porosidade, muito comum na confecção de meias e calçados. Tratamento: ● A maioria dos casos melhoram espontaneamente. ● Pode haver persistência do quadro na adolescência. ● Uso de meias de algodão e calçados de couro. ● Casos graves: repouso. Disidrose Síndrome eczematosa das mãos e ou pés (disidrose) - quadro geral: ● Dermatite essencialmente restrita aos pés e as mãos. ● Quadro agudo: vesículas e bolhas. ● Quadro crônico: descamação e fissuras. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Casos intensos: acometimento da região perioniquial, que pode cursar com onicodistrofia. Epidemio: ● Predomínio entre os 20-40 anos. ● Acomete ambos os sexos igualmente. ● Acima de 80% dos pacientes são brancos. ● Mais comum em meses quentes. ● Se associa a hiperidrose e a fatores emocionais. Etiologia: ● Origem exógena: ○ Eczema de contato (dermatite por irritante primário e dermatite imunológica ou alérgica). ○ Alergênicos ingeridos (metais, níquel, cromo e cobalto) ou inalados. ○ Infecções (principalmente candidíase). ○ Fármacos (penicilina, piroxicam e imunoglobulina intravenosa). ● Origem endógena: ○ Psoríase. ○ Dermatite atópica. ○ Quadros de eczemas idiopáticos, como o numular e a dermatite plantar juvenil. Outras nomenclaturas: ● Disidrose idiopática. ● Eczema disidrótico. ● Disidrose. Fisiopatologia: ● As vesículas surgem na camada córnea e se tornam dolorosas à medida que aumentam. ● A migração até a superfície dura em torno de 3 semanas. ● Quando as vesículas secam descamam de forma fina, em casos menos intensos. ● Casos mais intensos: aparecimento de bolhas subpenetrantes. ● Quadro crônico: liquenificação com ceratose, acantose e paraceratose, seguindo com descamação intensa e fissuras dolorosas. Clínica: ● Acometimento geralmente simétrico e bilateral, mais nas mãos do que nos pés. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Fase aguda: vesiculas de conteúdo líquido, geralmente incolor, nas superfícies laterais e dorsais dos dedos, mais ou menos dolorosas, com presença de prurido. ● Caso infectadas: quadro mais intenso, com prurido e dor. ● Surtos: duram em torno de 3 semanas, o que leva a cronicidade, com liquenificação, espessamento da camada córnea (ceratose), crostas, descamação mais intensa e fissuras dolorosas. ● Quadro agudo com quadro crônico: presença de bolhas e fissuras contíguas. ● Complicação comum: infecção por sthapylococcus aureus → quadro de paroníquia, agudo ou crônico. ● Alterações ungueais: ocorrem irregularidades na superfície ungueal, eponíquio hipertrófico, de consistência fibrótica, abaulado, com hiperpigmentação e, em geral com cutícula ausente. ○ Formação de um espaço virtual entr dobra ungueal proximal e a lâmina ungueal. Tratamento: ● Lavagem das mãos apenas 2-3x ao dia. ● Evitar detergentes. ● Uso de luvas de vinil. ● Cremes de barreira. ● Fase aguda: ○ Compressas ou banhos de permanganato de potássio. ○ Solução de Burow (acetato de alumínio 10-20%). ○ Uso de água boricada 2% → 2-3x dia. ● Casos exuberantes: prednisona 40-60 mg ao dia. ● Casos refratários: imunossupressores → azatioprina e ciclosporina. ● PUVA-terapia: fototerapia com UVA. ● Fase crônica: ○ Cremes e pomadas. ○ Hidratantes. @p�sitivamed
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