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UnB - Universidade de Brasília Alunos: Paulo Henrique Alves dos Reis Matrícula:10/0118640 Vladimir França Nogueira Matrícula: 10/0127321 Turma: AA Química Experimental Estudo da velocidade das reações químicas Brasília Gama-2010 Resumo Cinética é o estudo das velocidades das reações químicas, usamos tal estudo para saber, por exemplo, o que ocorre nas etapas intermediárias de uma reação química, as concentrações dos reagentes e produtos e para esclarecer como as reações ocorrem em nível molecular. Neste experimento foi realizada a reação de Landolt, em que foram previamente preparadas três soluções, e acrescentado diferentes proporções das três soluções em variadas quantidades e temperatura da água foi observado à mudança na coloração da solução de incolor para azul. Introdução O estudo das velocidades das reações químicas é chamado de cinética química. Ao estudar a termodinâmica, levamos em conta apenas os estados inicial e final de um processo químico e ignoramos o que acontece entre eles. Na cinética química estamos interessados nas etapas intermediárias do processo- os detalhes das mudanças que os átomos e moléculas sofrem durante as reações. O estudo da determinação experimental das velocidades das reações e de como sua dependência da concentração é resumida de forma simples nas expressões conhecidas como leis de velocidade. As leis de velocidade têm dois usos principais, elas permitem predizer as concentrações dos reagentes e produtos de uma reação a qualquer instante. A maior parte das reações desacelera à medida que os reagentes são consumidos. Em outras palavras, a velocidade da reação diminui à medida que a reação progride. A velocidade de reação também pode mudar no intervalo de tempo em que a mudança de concentração está sendo medida. Para determinar a velocidade da reação em um determinado instante no decorrer de uma reação, teríamos de fazer duas medidas de concentração muito próximas no tempo. A melhor maneira de obter a velocidade em um determinado instante é traçar a tangente no ponto correspondente do Gráfico de concentração versus tempo. A inclinação da tangente é chamada de velocidade instantânea da reação. Uma reação química ocorre quando certas substâncias sofrem transformações em relação ao seu estado inicial, Cinética é o estudo das velocidades das reações e o estudo dos mecanismos das reações. Para que uma reação possa acontecer, as ligações entre átomos e moléculas devem ser rompidas e devem ser restabelecidas de outra maneira. Não existe uma velocidade geral para todas as reações químicas, cada uma acontece em sua velocidade específica. Algumas são lentas e outras são rápidas, como por exemplo: a oxidação (ferrugem) de um pedaço de ferro é um processo lento, pois levará algumas semanas para reagir com o oxigênio do ar. Já no caso de um palito de fósforo que acendemos, a reação de combustão do oxigênio ocorre em segundos gerando o fogo, sendo assim é uma reação rápida. A velocidade das reações químicas depende de uma série de fatores: a concentração das substâncias reagentes, a temperatura, a luz, a presença de catalisadores, superfície de contato. Esses fatores nos permitem alterar a velocidade natural de uma reação química. Efeito da Concentração de reagentes Quanto maior a concentração dos reagentes, mais rápida será a reação química. Essa propriedade está relacionada com o número de colisões entre as partículas. A velocidade de uma reação é diretamente proporcional à concentração dos reagentes. O aumento da concentração de uma substância presente no equilíbrio faz que o equilíbrio se desloque no sentido de consumir a substância adicionada, isto é, o equilíbrio se desloca para o lado contrário ao aumento. Já a diminuição de uma substância presente no equilíbrio faz que o equilíbrio se desloque no sentido de repor a substância retirada, isto é, o equilíbrio se desloca para o mesmo lado da diminuição. Observações: • Substância sólida não desloca um equilíbrio químico, pois a concentração de um sólido em termos de velocidade é considerada constante, porque a reação se dá na superfície do sólido. • Substância líquida em excesso não desloca o equilíbrio químico quando alterada a sua concentração, pois a concentração de um líquido em excesso em termos de velocidade é considerada constante, porque o líquido em excesso não é fator limitante da reação. • Pulverizando uma substância sólida, o equilíbrio desloca-se para o lado contrário a pulverização, pois aumenta a superfície de contato, aumenta o número de colisões efetivas e, conseqüentemente, aumenta a velocidade da reação. Efeito da Temperatura Uma lei de velocidade resume a relação entre as velocidades e as concentrações. Entretanto, as velocidades também dependem da temperatura. A observação qualitativa é que muitas reações acontecem mais rapidamente quando a temperatura aumenta. Um aumento de 10 graus Celsius na temperatura normal dobra, em geral, a velocidade de reação de espécies orgânicas em solução. Podemos acelerar uma reação lenta, submetendo os reagentes a uma temperatura mais elevada. Exemplo: se cozinharmos um alimento em panela de pressão ele cozinhará bem mais rápido, devido à elevação de temperatura em relação às panelas comuns. A dependência das velocidades de reação com a temperatura está na constante de velocidade e, isso fornece informações importantes sobre as origens das constantes de velocidade. Ao final do século XIX, o químico sueco Svante Arrhenius descobriu que o gráfico do logaritmo da constante de velocidade contra o inverso da temperatura absoluta é uma linha reta. ln k = intercepto + inclinação x 1/T Efeito da Luz Certas reações, as chamadas reações fotoquímicas, podem ser favorecidas e aceleradas pela incidência de luz. Trata-se de uma reação de fotólise, ou seja, da decomposição de uma substância pela ação da luz. Podemos retardar a velocidade de uma reação diminuindo a quantidade de luz. Exemplo: A fotossíntese, que é o processo pelo qual as plantas convertem a energia solar em energia química, é uma reação fotoquímica. Efeito dos Catalisadores Um catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de uma reação sem ser consumida. O nome vem das palavras gregas que significam “decompondo-se ao se aproximar”. Em muitos casos, só uma pequena quantidade de catalisador é necessária, porque ele age muitas e muitas vezes. Um catalisador acelera uma reação fornecendo um caminho alternativo- um mecanismo de reação diferente- entre reagentes e produtos. Esse novo caminho tem energia de ativação mais baixa do que o caminho original. À mesma temperatura, uma fração maior de moléculas de reagente pode cruzar a barreira mais baixa da trajetória catalisada e se transformar em produtos do que ocorreria na ausência do catalisador. Embora a reação ocorra mais rapidamente, o catalisador não afeta a composição de equilíbrio. Ambas as reações, direta e inversa, são aceleradas no caminho catalisado, o que deixa a constante de equilíbrio inalterada. Um catalisador homogêneo é um catalisador que está na mesma fase dos reagentes, um heterogêneo é aquele que está em uma fase diferente da dos reagentes. Efeito da Superfície de contato Quanto maior a superfície de contato dos reagentes, maior será a velocidade da reação. Exemplo: os antiácidos efervescentes quando triturados se dissolvem mais rápido em água do que em forma de comprimido inteiro, isto porque a superfície de contato fica maior para reagir com a água. Efeito da Pressão Um aumento de pressão em um sistema em reação implica uma diminuição em seu volume. Desse modo,haverá um numero maior de partículas reagentes por unidade de volume (aumento na concentração), o que possibilitará um maior número de colisões efetivas entre as partículas e conseqüentemente aumento na velocidade da reação. Efeito na Natureza dos reagentes Dependendo de quais substâncias reagem, o tempo de tais reações varia, ou, mais detalhadamente, a rapidez ou velocidade com que se formam ou rompem as ligações dependem da natureza dos reagentes. Reações ácidas, a formação de sais, as troca iônica são reações rápidas. Quando a formação de ligações covalentes toma lugar entre as moléculas e quando moléculas grandes são formadas, as reações tendem a ser muito lentas. A natureza e força das ligações em moléculas influencia grandemente a taxa de sua transformação em produtos. As reações que envolvem menor rearranjo de ligações ocorrem mais rapidamente que as que envolvem maior arranjo de ligações, como se evidencia nas diferentes velocidades de formação de polímeros, como o polietileno (mais rápido) e o poliéster (mais lento). Reação de Landolt Na reação de Landolt, uma solução de iodato de potássio é adicionada a uma solução acidificada de bissulfito de sódio contendo amido. Após certo tempo de reação, a mistura inicialmente incolor torna-se subitamente azul intensa. Essa clássica reação relógio consiste na oxidação lenta do íon iodeto a iodo, seguida da redução rápida do iodo novamente a iodeto. O experimento é cuidadosamente montado de modo a esgotar, depois de um período de tempo, o agente redutor, permitindo então que prevaleça a reação lenta de oxidação do iodeto a iodo. Na reação de Landolt, ocorre uma seqüência de reações: Primeira reação (lenta) IO3⁻(aq) + 3HSO3⁻ (aq) → I⁻ (aq) +3SO4²⁻ (aq) + 3H⁺(aq) Segunda reação (lenta) IO3⁻(aq) + 5I⁻ (aq) + 6H⁺(aq) →3I2(aq) + 3H2O(l) Terceira reação (rápida) I2(aq) + HSO3⁻ (aq) + H2O(l) →2I(aq) + SO4²⁻(aq) + 3H⁺(aq) Quando todo o bissulfito é consumido, iodo acumula no sistema e a mistura muda subitamente de cor devido à formação de um complexo azul. Na presença de iodeto, a interação do amido com o iodo leva a uma distribuição de complexos com as espécies I3⁻ e I5. Mas, isto não interfere no que os experimentos do tipo reação relógio pretendem demonstrar. Portanto, foi simplificada a representação da formação desses complexos do seguinte modo: I2(aq) + I⁻ (aq) + amido (aq) → amido-I3⁻ (aq) Esse tipo de experimento, bastante utilizado no Ensino Médio em diversos países, foi incluído, inclusive, no material organizado por Pimentel e colaboradores, dentro de um projeto que modificou todo o ensino de química na década de 60, conhecido como Chem- Study (Pimentel, 1969). Uma variante da reação de Landolt descrita por Skakhashiri e Direen (1982, p. 177-188) é bastante adequada para estudos de cinética. Nesse caso, o agente redutor (o íon tiossulfato) atua em apenas uma etapa. 2I⁻ (aq) + S2O8²⁻ (aq) →I2(aq) + 2SO4²⁻ (aq) lenta 2S2O3²⁻ (aq) + I2(aq) →S4O6²⁻ (aq) + 2I⁻ (aq) rápida Quando o tiossulfato é totalmente consumido, da mesma maneira que na reação clássica de Landolt, iodo acumula no sistema e ocorre a mudança de cor devido à formação do complexo com o amido. Skakhashiri (1992) propõe, também, outra seqüência similar, na qual o peroxidissulfato de potássio é substituído por água oxigenada a 10 volumes. Entretanto, reagentes como peroxidissulfato de potássio, tiossulfato e sulfito de sódio costumam não ser facilmente acessíveis. Procedimento Preparo de soluções • Solução I: 1 g de amido solúvel em 500 ml de água destilada fria mistura-se 1 g de amido solúvel com 20 ml de água destilada fria, adiciona-se essa mistura a 500 ml de água destilada fervendo, com agitação, deixa-se esfriar e decanta-se. • Solução II: 8 g de ácido sulfúrico concentrado, 20 ml de etanol e 2.32 g de sulfito de sódio, dissolvidos em 2 litros de água destilada. • Solução III: 8.6 g de iodato de potássio em 2 litros de água destilada. Parte A: Procedimento padrão Foi colocado no Erlenmeyer 100 ml de água destilada, 5 ml de solução 1 e 20 ml de solução 2 medidas na proveta e misturado bastante, depois com o auxílio do colega foi adicionado rapidamente 20 ml da solução 3 e com forte agitação e ao mesmo tempo disparado o cronômetro. Foi mantida a forte agitação até o momento da mudança de cor e parando o cronômetro neste mesmo tempo, os dados foram registrados na tabela. Parte B: Efeito da concentração dos reagentes O procedimento A foi repetido usando 50 ml de água destilada. Parte C: Efeito da temperatura O procedimento A foi repetido utilizando 100 ml de água gelada e depois com 100 ml de água quente. Resultados e Discussões Parte A Foi colocado 100 ml de água destilada, 5 ml de solução I e 20 ml de solução II, misturada bem e com agitação forte adicionado 20 ml da solução III, verificou-se a mudança de cor com 40 segundos e temperatura ambiente de 25⁰C. A solução de amido é empregada como indicador , quando a solução de amido é adicionada em solução de iodetos o iodeto reage com o amido formando um complexo de coloração azul escuro. Parte B Na parte B o experimento foi igual ao da parte A, porém a água destilada estava primeiramente a uma temperatura ambiente de 25⁰C, o tempo da reação até a mudança de cor foi de 12 segundos, neste caso, a redução no volume de água fez com que aumentasse a concentração da solução, com isso aumenta-se o número de choques, a probabilidade de colisão efetiva, aumentando a velocidade da reação que demorou menos tempo para mudar de cor. Depois o procedimento repetido alterando-se o volume de água para 150 ml, e temperatura ambiente de 25⁰C, neste caso o aumento do volume diminui a concentração da solução reduzindo à probabilidade de colisões efetivas e conseqüentemente a velocidade da reação, no experimento a solução mudou de cor com tempo de 1 minuto e 26 segundos. Parte C Na parte C o experimento foi igual ao da parte A, porém a água destilada estava primeiramente a uma temperatura de 19⁰C, o tempo da reação até a mudança de cor foi de 48 segundos, neste caso, a redução da temperatura fez com que a energia cinética interna fosse reduzida, e conseqüentemente, menor número de colisões entre as moléculas fazendo a solução demorar mais tempo para mudar de cor. Depois o procedimento A foi repetido, porém a água destilada foi aquecida a uma temperatura de 55⁰C, o tempo da reação até a mudança de cor foi de 30 segundos, neste caso provocamos o aumento da energia cinética interna da solução, aumentando a energia em movimento das moléculas, aumentamos a probabilidade de colisões entre as moléculas dos compostos fazendo com que a solução reagisse mais rápido. Conclusão A velocidade da reação pode variar sobre influência da temperatura, concentração e presença de catalisadores. A temperatura age para acelerar ou retardar as reações. Ao aumentarmos a temperatura da solução aumentamos a velocidade das reações, e ao diminuirmos a temperatura, diminuímos também a velocidade da reação, devido à redução da energia cinética interna. O aumento da concentração dos reagentes também causa aumento da velocidade de reação, no experimento verificou-se que o efeito da concentração foi o mais drástico. Referências Bibliográficas Atkins, Peter e Jones, Loretta. Princípios de Química. 3º edição. Porto Alegre, 2006. 968 p. Camello Chapecó, Aline. Velocidade das reações químicas. UCRC, Ebah eu compartilho, Janeiro de 2011. Disponível em: http://www.ebah.com.br/relatorio-de- velocidade-das-reacoes-doc-a43194.html. Data de acesso 12 de Jan. 2010. Nickson Santana Pinto, Bryan. Velocidade das reações químicas. CFETMG, Ebah eu compartilho, Janeiro de 2011. Disponível em: http://www.ebah.com.br/relatorio- velocidade-das-reacoes-quimicas-doc-a27642.html. Data de acesso 12 de Jan. 2010. Teófilo Francisco, Reinaldo. Reação relógio Iodeto/Iodo. Janeiro de 2011. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc16/v16_A10.pdf.Data de acesso 17 de Jan. 2010.
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