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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E CIÊNCIA POLÍTICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA
Professor: Renato Francisquini
Acadêmica: Marinês Garcia Hammes
Exercício 2:
	
	Thomas Hobbes entende que os indivíduos no Estado de Natureza viviam em constante guerra, ele aponta como as três causas principais da discórdia no Estado de Natureza: a competição, a desconfiança e a glória. Há a todo tempo desconfiança para com os demais indivíduos, estes agiam sempre com a razão para atingir seus objetivos. A liberdade neste estágio dos indivíduos era de possuir seu próprio poder, para a preservação da própria natureza, a vida. Vivendo com este constante medo os indivíduos firmaram um pacto através de um contrato, que estabeleceria as regras de convívio social e de subordinação política. Toda liberdade do indivíduo no Estado de natureza passa a ser do Estado Absoluto, governado por um rei escolhido pelos, agora então, cidadãos. A criação do Estado tem como um de seus objetivos acabar com a sensação de insegurança do Estado de Natureza. Caso isso não ocorra as pessoas voltam para o estágio anterior onde todos estão contra todos. No Estado Civil de Hobbes não existe propriedade, ser soberano indica que tudo é do Estado, quem decide o que fazer com um pedaço de terra é o rei, diante das leis instituídas.
	John Locke desenvolveu outra ideia sobre o que era o Estado de Natureza e a sua passagem para o Estado Civil. No Estado de Natureza os indivíduos são pacíficos, generosos e viviam comunidade. Entendia que este era um estágio pré-social e pré-político, a liberdade e a igualdade era já exercidas dentro de um Estado pacífico. Pra Lock, a propriedade privada já era obtida pelos indivíduos nem seu Estado natural, é o que justifica e origina o trabalho. O homem não é subordinado a ninguém, ele é seu próprio senhor, consequentemente está sujeito a ameaças e incertezas perante s demais. Faz-se necessário a realização de um contrato-social, onde a única função do Governo é a conservação da propriedade, sem poder violá-la. A fim de proteger os direitos naturais já existentes no Estado natural; a vida, liberdade, e os bens. O Governo é composto de um corpo político que estabelece leis, estabelecidas pelos cidadãos, tendo o objetivo de manter os direitos naturais. Este corpo político, quando exercem o poder além do que foi acordado tende a interferir na propriedade do indivíduo, configurando a tirania, condicionando a escravidão, e impondo, agora sim, um Estado de Guerra. O Estado Civil se dissolve, sendo o povo dispensado de qualquer obrigação diante do Estado, permitindo a mobilização dos cidadãos reagirem e se libertar seja da tirania ou de um domínio estrangeiro. Por fim, o Estado tem por principal objetivo e obrigação, assegurar a propriedade, impedindo assim o caos.
	Diante das características expostas acima fica evidente as diferentes ideias de Thomas Hobbes e John Locke a respeito dos objetivos para estabelecer um contrato e o que este Estado regulava quando em vigência. 
	Diante da reportagem, fica claro que o Brasil tomou uma atitude autoritária diante da execução das desapropriações, tendo como característica a soberania do Estado em Hobbes, onde a propriedade pertence ao Estado, e é ele quem decide para quê ela será destinada. Já a reação da relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Raquel Rolnik, pedindo que o país interrompa as desapropriações, caracteriza o Estado em Lock, explicitando que o a obrigação deste assegurar a propriedade a seus cidadãos. Quando um governante interfere nas propriedades dos indivíduos ele impõe o Estado de Guerra. 
	Portanto, o contrato-social em Hobbes é estabelecido para assegurar aos indivíduos o direito a vida, enquanto em Lock o objetivo primordial era a garantia da propriedade. Fica assim evidente que o governo Brasil tomou uma de característica hobbesiama.

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