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Atividade Vigilância Epidemiológica1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CURSO DE MEDICINA
MÓDULO FORMAÇÃO CIENTÍFICA II
TURMA 112 - 2021.1
DISCENTES: Ana Carolina Leal Melo, Bruna Leão Lemos Câmara,
Gabrielle Ribeiro Ferreira Dias, Letícia de Paula Carvalho Silva,
Pedro Henrique Passos Leão Madeira, Vinicius Longo Souza Lima,
Thiago Miranda Rosa Gonçalves.
PROFª: Graça Aragão
EPIDEMIOLOGIA
EXERCÍCIOS DE EPIDEMIOLOGIA – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
● SITUAÇÃO 1
Em 15 de março de 2018, na área de abrangência da ESF onde você atua, um
agente de saúde relatou um caso de febre alta, com cefaléia intensa, dores
musculares e articulares, manchas na pele disseminadas pelo corpo, na casa
de D. Raimunda, 65 anos, Travessa Nossa Senhora das Graças, nº 12. Trata-se
do filho, Pedro da Silva, de 27 anos, casado, pai de 2 filhos menores, que
iniciou os sintomas há 2 dias e não conseguiu comparecer ao emprego. O
agente de saúde solicita visita domiciliar para avaliar o caso e orientar a
família. A D. Raimunda refere que notou um sangramento vaginal e pede
orientação.
1.Identifique a (s) hipótese (s) diagnóstica (s) em cada situação. Justifique.
De acordo com os casos relatados, as hipóteses diagnósticas para Pedro
da Silva e D. Raimunda são, respectivamente, dengue e dengue hemorrágica. A
dengue é uma doença viral causada por um arbovírus transmitido pela picada do
mosquito Aedes aegypti. Entre seus principais sintomas, destacam-se a febre, dores
no corpo e manchas avermelhadas. Já a dengue hemorrágica é mais incidente em
pessoas que contraem a doença pela segunda vez e suas manifestações iniciais
são as mesmas da forma clássica. Entretanto, geralmente após o terceiro dia,
quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, que se
manifestam mais comumente como sangramento nasal, gengival, e nasal, podendo
haver também sangramento vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele
(petéquias e hematomas), além de outros.
2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da família
e/ou comunidade.
A abordagem adequada inclui:
- Orientação do profissional aos moradores sobre a necessidade e
importância de hidratação e prevenção de formação de criadouros
domiciliares do Aedes aegypti, a fim de evitar novas ocorrências na
família e nos arredores do bairro.
- Em relação a conduta semiológica, devem ser investigados e
registrados os sinais e sintomas na anamnese, exame físico e registro dos
sinais vitais, como pressão arterial, temperatura axilar, frequência de
pulso e sinais de choque, atentando para possíveis diagnósticos
diferenciais.
- Em relação aos exames laboratoriais, deve ser realizado o exame sorológico
para diagnóstico.
- Deve ser realizada a prova de laço (exame rápido que deve ser feito
obrigatoriamente em todos os casos de suspeita de dengue, já que permite
identificar a fragilidade dos vasos sanguíneos, comum da infecção pelo vírus
da dengue) para avaliar sangramento induzível.
- Os profissionais deverão preencher o cartão da dengue e notificar em Ficha
de Investigação Epidemiológica todo caso suspeito.
Caso a prova de laço seja negativa, o paciente Pedro da Silva deverá realizar
tratamento domiciliar sob prescrição de medicamentos para dor e febre,
orientando sobre os sinais de alarme e correto uso dos medicamentos. D.
Raimunda deverá ser encaminhada a uma unidade de atenção secundária em
saúde com suporte para observação, uma vez que apresenta sinal situação de risco
para evolução desfavorável por conta de sua faixa etária. Por conta disso, deverá
coletar sangue para realização de hemograma, contagem de plaquetas na urgência
e ficar em observação para manejo adequado.
3.Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso.
4.Elabore um fluxograma das ações de vigilância.
5. Cite as ações de prevenção primária para a (s) doença(s) em cada situação.
A prevenção primária é um conjunto de ações realizadas em prol de remover
causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes
do desenvolvimento de uma condição clínica, incluindo evitar o risco de exposição.
No caso em questão, nesse sentido, a prevenção primária visa reduzir a reprodução
do Aedes aegypti. Com isso, os moradores, junto ao Agente Comunitário de
Saneamento (ACS) e ao Agente Antiendêmico de Doenças (ACE), devem
desenvolver ações que visem eliminar os focos do mosquito, como por exemplo,
tapar baldes, ralos e caixas d'água, manter as calhas limpas e retirar a água
acumulada, colocar areia nos pratos de vasos de plantar, limpar os potes dos
animais domésticos, guardar garrafas viradas para baixo e não deixar acumular
água parada em pneus. Ademais, outras medidas de controle biológico podem ser
realizadas. O Ministério da Saúde, como por exemplo, pode promover o uso do
larvicida Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) (bactéria natural do solo, usada como
inseticida microbiano para controlar a propagação de doença) e desenvolver leis
para tornar o proprietário responsável por limpar o seu terreno e garantir a não
acumulação de água parada.
● SITUAÇÃO 2:
No dia 20 de julho de 2018, a agente de saúde D. Zezé, ao visitar a residência
do Sr. Hipólito Soares, 65 anos, portador de hipertensão arterial e diabetes
mellitus, observou lesões de pele hipocrômicas, espalhadas nos membros
superiores de D. Sebastiana, 60 anos, esposa de seu Hipólito, residentes na
Rua dos Prazeres, 350, centro. Residem com os mesmos 2 filhos
desempregados e uma filha separada do marido com 2 filhos menores.
1. Identifique a (s) hipótese (s) diagnóstica (s) em cada situação.
Justifique.
Uma hipótese diagnóstica seria a hanseníase, uma vez que um dos principais
sinais dessa doença é a presença de lesões hipopigmentadas – observadas no
caso da dona Sebastiana. Entretanto esse diagnóstico ainda não pode ser
conclusivo, uma vez que há insuficiência de informações clínicas
dermatoneurológicas completas.
2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da
família e/ou comunidade.
O tratamento para hanseníase é poliquimioterápico (envolve a ação em
conjunto de antimicrobianos) e deve ser iniciado de forma imediata após
diagnóstico, em prol de interromper a disseminação dos bacilos. Nesse contexto,
aborda-se que uma investigação epidemiológica é necessária e deve ser realizada.
Além disso, é importante monitorar os contatos familiares de D. Sebastiana, uma
vez que pessoas que vivem com pacientes com hanseníase têm maior risco de
contaminação do que a população em geral (a transmissão ocorre através de
gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e
em fases mais adiantadas da doença). Assim, Hipólito Soares, os seus 3 filhos e os
dois netos devem fazer exames dermatológicos.
3. Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso.
4. Elabore um fluxograma das ações de vigilância.
5. Cite as ações de prevenção primária para a(s) doença(s) em cada
situação.
Ações de prevenção primária cabíveis seriam a vacinação com a BGC e
medidas que promovam higiene básica para pessoas no grupo de risco, que
tiveram contato com portador da doença. Além disso, orientação e informação sobre
a doença auxiliam para um diagnóstico precoce, acompanhamento e
tratamento com melhores eficácias.
● SITUAÇÃO 3:
No dia 10 de agosto de 2018, o agente de saúde Manoel, ao visitar a Sra.
Madalena da Silva, na Rua dos Aflitos, 100, bairro coroado, constatou que o
filho Benedito, 21 anos, apresenta queixas de febre, astenia, inapetência
alimentar, cefaleia, dor no quadrante superior direito do abdômen, icterícia das
mucosas e da pele e colúria. O rapaz é solteiro, porém teve um filho com
Silvia, 19 anos, um garoto de 2 anos de idade. Todos residem com D.
Madalena, que apresenta queixa de um nódulo mamário e solicita orientação.
O agente de saúde observou que a companheira de Benedito, a Sílvia, estava
com alguns hematomas no rosto e corpo.
1. Identifique a (s) hipótese (s) diagnóstica (s) em cada situação.
Justifique.A suspeita é que o Benedito tenha hepatite,devido aos seus sintomas de
febre, astenia, inapetência alimentar, cefaleia, dor no quadrante superior direito do
abdômen, icterícia das mucosas e da pele e colúria;condizentes com a patologia. Já
na caso de D. Madalena, o nódulo mamário encontrado pode ser um sintoma
suspeito para câncer de mama, pois ela é mulher que provavelmente se encontra
na faixa etária com certo risco, sendo necessário o rastreio, que é muito importante
devido ao fato desse tipo de câncer ser o tipo mais comum entre as mulheres e
a detecção precoce pode ser essencial para o sucesso do tratamento. No caso
da Sra. Silvia, a presença de hematomas no corpo e rosto podem ser
provenientes de algum acidente doméstico ocorrido recentemente. Mas também não
se pode descartar a possibilidade desses sinais indicarem uma situação de
violência doméstica. Os profissionais precisam estar atentos em qualquer
possibilidade de violência.
2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da
família e/ou comunidade.
a) Benedito: primeiro deve-se encaminhar para assistência médica. Em
segundo lugar, deve-se alertar a comunidade e os familiares de forma
que os informem dos vetores de transmissão da doença e dos
possíveis vetores mecânicos. Em seguida, é necessário saber se um
diagnóstico foi confirmado por meio de exames específicos e
inespecíficos da patologia. Caso exista a confirmação, é necessário
que seja iniciada uma investigação epidemiológica para identificar a
fonte da contaminação e, assim, direcionar melhor as medidas de
controle.
b) Madalena: Nesse caso, é necessário encaminhá-la para o
atendimento médico que realizará a investigação através da
anamnese, pelo histórico familiar, antecedentes pessoais e pelo
Exame Clínico das Mamas. Em caso negativo, há indicação para
mamografia de rastreamento. Caso o resultado seja positivo, a lesão
palpável em mulheres acima de 30 anos, indica para a mamografia
diagnóstica. Assim, ocorre a classificação de BI-RADS e o
acompanhamento de acordo com essa classificação. Todas as
mulheres com achados clínicos suspeitos devem passar pela
investigação por Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), Punção
por Agulha Grossa (PAG) ou Biópsia Cirúrgica.
c) Silvia: Silvia: Inicialmente, deve-se investigar a possibilidade de
violência doméstica. A abordagem correta indicada são os 12 passos
para abordagem de vítimas de violência, segundo o manual de
violência Intrafamiliar que são:
1) Ambiente que faça a mulher se sentir acolhida e apoiada.
2) E estabelecer um vínculo de confiança individual e institucional
para avaliar o histórico de violência, riscos, motivação para romper a
relação, limites e possibilidades pessoais, bem como seus recursos
sociais e familiares.
3) Informar sobre as diferentes formas de lidar com o problema e
garantindo-lhe o direito de escolha, fortalecendo sua autoestima e
autonomia.
4) Estabelecer passos concretos e realistas, construindo mapa dos
recursos, alternativas e ações.
5) Apoiar em casos de desejo do registro policial e informar sobre o
exame de corpo de delito.
6) Sugerir encaminhamento aos órgãos competentes, como:
Delegacia Policial, de preferência Delegacia de Proteção à Mulher e
Instituto ou Departamento Médico-Legal. Orientar a mulher quanto ao
seu direito e importância de guardar uma cópia do Boletim de
Ocorrência.
7) Reforçar a rede de apoio ao estimular a construção de vínculos
com as fontes de assistência, acompanhamento e proteção.
8) Encaminhar ao atendimento clínico ou serviço de referência, de
acordo com a gravidade das lesões.
9) Encaminhá-la para serviços jurídicos como: – Defensoria Pública,
Fórum local ou ONGs de apoio jurídico.
10) Encaminhamento para o atendimento de casal ou família, caso
haja a manutenção da relação ou filhos.
11) Encaminhamento para atendimento psicológico individual.
12) Manter visitas domiciliares periódicas.
3. Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso.
4. Elabore um fluxograma das ações de vigilância.
a) Benedito
b) Madalena
c) Silvia
5. Cite as ações de prevenção primária para a (s) doença(s) em cada
situação.
Em relação a hepatite é fundamental a adoção de alguns hábitos, como: lavar
as mãos após ir ao banheiro e antes de comer, lavar os alimentos antes do
consumo, cozinhar bem os alimentos antes do consumo, evitar comer frutos
do mar que estejam mal cozidos ou crus, ter cuidado no manuseio de instrumentos
cortantes. Além de, adotar instrumentos pessoais de beleza, tais como pinças,
tesouras e alicates de unhas. Adiciona-se ainda o uso do preservativo nas relações
sexuais e o não compartilhamento de perfurocortantes, como agulhas e seringas.
Já com relação a prevenção primária do câncer de mama, as estratégias
de podem ter como alvo a população em geral ou a população de indivíduos de alto
risco para câncer de mama (portadoras de mutação dos genes específicos para
câncer de mama, história familiar de câncer de mama, submissão a radiação
torácica antes dos 25 anos de idade, entre outros). Outro critério de
classificação dessas estratégias baseia-se nas medidas a serem adotadas, ou
seja, medidas comportamentais, medicamentosas e cirúrgicas. As medidas
comportamentais incluem: dieta, atividade física, adequação do peso corporal ao
biótipo, controle da ingesta alcoólica, uso cauteloso da terapia hormonal.
As medidas medicamentosas contemplam o uso de moduladores seletivos de
receptores estrogênicos (SERMS). As medidas cirúrgicas contemplam
mastectomia profilática (adenomastectomia) e a ooforectomia.
Por fim, quanto ao caso da violência doméstica, é fundamental a promoção
de organização de grupos de mulheres com a finalidade de trabalhar as
questões de gênero, poder, violência, fortalecimento da autonomia e formas
alternativas de resolução de conflitos, facilitar o acesso a uma rede de apoio
social (trabalho, moradia, etc.), buscando incluir a mulher e elevar sua condição
de cidadania e promover grupos de homens com a finalidade de propiciar a
discussão sobre a violência, relações de gênero, fortalecimento da autoestima e
formas alternativas de resolução de conflitos.
● SITUAÇÃO 4:
Em 21 de setembro de 2018, o Sr. Antônio de Souza, 45 anos, pai de Felipe (10
anos) e Gabriel (12 anos), solicitou ao agente de saúde Sr. Paulo a marcação
de consulta para seus 2 filhos que vêm apresentando queixas de febre
vespertina, tosse, perda de peso, irritabilidade, sudorese noturna há
aproximadamente 15 dias. A mãe, Adriana Silveira, 30 anos, encontra-se
bastante preocupada com a situação dos filhos e relata ter ouvido história de
casos semelhantes na sua área. Refere também preocupação com seu marido
que apresenta queixas urinárias.
1. Identifique a hipótese diagnóstica em cada situação. Justifique.
Nesta situação, a principal hipótese é de Tuberculose Pulmonar no caso dos
2 filhos (Felipe e Gabriel) e Tuberculose Genitourinaria no caso do Sr. Antonio.
A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa. Seu agente etiológico é um
microrganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também denominado de
bacilo de Koch (BAAR).
Em relação às manifestações clínicas mais comuns, percebe-se como a
situação destacada apresenta os sintomas clássicos do início da infecção. Ou seja,
sintomas inespecíficos, como febre diurna, sudorese noturna, perda ponderal,
anorexia, mal-estar e fraqueza. Com a progressão da doença, os pacientes
desenvolvem tosse, com hemoptise maciça ocasional. Para uma melhor
investigação, em uma consulta, seria necessário que o médico questionasse
aspectos referentes à tosse dos pacientes Felipe e Gabriel.
Sobre os exames a serem pedidos nessa situação, a Radiografia de tórax
seria imprescindível para determinar o diagnóstico. Os achados mais frequentes
são: opacidades parenquimatosas, linfonodomegalia, atelectasia, padrão miliar,
derrame pleural. A pesquisa de BAAR no escarro também tem importância no
diagnóstico clínicos. Segundo as Diretrizes para Tuberculoseda Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, ela tem valor preditivo positivo de mais de
95%, porém baixa sensibilidade, de 40%-60%. No Brasil, o método padrão é a
coloração por Ziehl-Neelsen.
Em relação ao Sr. Antonio, deve-se pensar em Tuberculose Extrapulmonar, já
que pela proximidade com seus filhos e a comunidade, pode ter sido infectado e
como apresenta queixas urinárias, podemos pensar que seja uma Tuberculose
Genitourinária. É importante saber que este tipo de tuberculose geralmente evolui
insidiosamente, sem o surgimento de sintomas. Porém, quando a doença atinge os
cálices renais ou as vias urinárias, os sintomas podem aparecer. Os sintomas são
semelhantes a Cistite, o que pode confundir bastante o diagnóstico, sendo
necessário a compreensão epidemiológica de toda a situação para realizar um
diagnóstico correto. Nesse sentido, a busca pelo bacilo de Koch na Urina é a forma
padronizada de obter o diagnóstico de tuberculose genitourinária, sendo necessário
solicitar este exame para o Sr. Antonio. Ademais, existem alguns outros exames
que podem ser solicitados nesses casos de tuberculose, como urografia excretora,
pielografia ascendente e a cistoscopia.
2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da família
e/ou comunidade.
A abordagem adequada vai diferir em cada situação, sendo diferente para os
filhos (hipótese diagnóstica de TB pulmonar), o Sr. Antônio (hipótese diagnóstica de
TB genitourinária) e o restante da comunidade que provavelmente se encontra em
área endêmica da patologia.
A abordagem ideal envolve a inclusão dos membros da família em um
esquema de tratamento o mais rápido possível visando a morte da maior
quantidade de bacilos dentro do menor tempo possível.
O esquema de tratamento se divide em duas fases: intensiva e manutenção.
O esquema básico de tratamento para adolescentes e adultos de todas as
manifestações clínicas, com exceção da ostearticular e meningoencefálica segue o
seguinte padrão:
1. Fase intensiva (2 meses)
- RHZE (150/ 75/ 400/ 275 mg)
- 20 a 35 kg = 2 comprimidos
- 36 a 50 kg = 3 comprimidos
- 51 a 70 kg = 4 comprimidos
- Acima de 70 kg = 5 comprimidos
2. Fase de manutenção (4 meses)
- RH (300/ 150 ou 150/ 75 mg)
- 20 a 35 kg = 1 comp 300/ 150 mg ou 2 comp 150 / 75 mg • 36 a 50 kg = 1
comp 300/ 150 mg + 1 comp 150/ 75 mg ou 3 comp 150/ 75 mg
- 51 a 70 kg = 2 comp 300/150 mg ou 4 comp 150/75 mg
- Acima de 70 kg = 2 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75 mg ou 5 comp
150/75 mg
O tratamento dura ao todo 6 meses, podendo a doença reincidir e emergindo
a necessidade de reiniciá-lo. Caso a TB não apresente evolução clínica satisfatória,
o tratamento de fase de manutenção pode ser prolongado de 4 para 7 meses.
O acompanhamento clínico deve ser realizado mensalmente com o objetivo
de identificar reclamações, sinais, sintomas que possam indicar a evolução e/ou
regressão da doença, dentre outras práticas, como a medição de peso para ajuste
da dose.
Além disso, é recomendado que a mãe dos adolescentes faça a baciloscopia
ou um exame radiológico a fim de confirmar um possível diagnóstico por TB em
função de seu contato contínuo com elementos transmissores e seja estabelecido
uma busca ativa por indivíduos sintomáticos e assintomáticos dentro da
comunidade em que a família vive, vide o relato da mãe afirmando que há casos
semelhantes no local em que habita. Além disso, deve ser feita uma busca por
todos os contatos dessa família a fim de controlar melhor a transmissão da doença
sendo aqui realizado tanto a baciloscopia como o RX de tórax para identificação da
presença do bacilo.
3. Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso.
4. Elabore um fluxograma das ações de vigilância.
5. Cite as ações de prevenção primária para a (s) doença(s) em cada
situação.
A principal forma de prevenção primária, atualmente, é a vacinação com a
vacina BCG. dessa forma, essa vacina deve ser administrada ao nascer ou até os
quatro anos, onze meses e 29 dias de idade. Essa vacina (BCG) não pode ser
administrada em indivíduos que tenham 5 ou mais anos de idade. Também, é
relevante destacar que a BCG é contraindicada em casos de crianças em
tratamento com imunossupressores, assim como, não deve ser administrada para
crianças com neoplasias malignas e para crianças em tratamento com
corticoesteróides em doses altas por mais de duas semanas. Ademais, outra forma,
que também pode se enquadrar como prevenção secundária, é o diagnóstico e
tratamento de casos, uma vez que, possibilita a quebra da cadeia de transmissão,
visando impedir o contágio de pessoas saudáveis.
Outrossim, também deve ser considerada uma importante forma de
prevenção primária o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Entre
eles, cabe citar o uso da máscara N95, que deve ser utilizada por todos indivíduos
que têm contato com o paciente infectado, como família e equipe médica, esse uso
deve ser feito mesmo após cessar o contato com o paciente, uma vez que os
bacilos podem permanecer no ambiente de 5 a 12 horas. Assim, verifica-se a
importância desse método de prevenção aliado aos outros métodos.
Destarte, cabe salientar que, administrativamente, é de extrema importância
a realização de ações em educação na saúde de forma continuada, sobre a
enfermidade da tuberculose, isso deve ser feito com o intuito de promover a adoção
de protocolos de biossegurança, como o uso de EPIs. Além disso, outras
ações administrativas devem ser feitas, como garantir um ambiente adequado para
o enfermo e proporcionar um número adequado de locais para isolamento
respiratório em unidades hospitalares. Outro meio de prevenção primária seria
orientar o paciente a cobrir o rosto ao tossir ou espirrar, seja com um lenço
ou com o antebraço.
● SITUAÇÃO 5:
O CURTUME CARIOCA
O Curtume Carioca é bastante conhecido entre os moradores da Penha, no
município do Rio de Janeiro. Esta empresa, que atua há muitos anos no local,
trabalha com a curtição de couro, transformando o couro cru em curtido. A
maioria das fases de produção do curtume se caracteriza pelo uso de
produtos químicos que, em contato com o couro, provoca um cheiro
característico. Os vários agentes químicos usados nesse processo e em
alguns outros intermediários ocasionam sérios riscos à saúde dos
trabalhadores. Além disso, as comunidades vizinhas são também atingidas
pela emissão de substâncias tóxicas no ar.
Em outubro de 2018 a população da área começou a sentir problemas como
coriza, mal estar, náuseas e dor de cabeça. Posteriormente, problemas mais
sérios do aparelho respiratório também surgiram.
A partir de um levantamento dos moradores atendidos no Centro Municipal de
Saúde da área, a Associação de Moradores da Penha obteve maior clareza
quanto aos efeitos do curtume na saúde dos moradores, e solicitou orientação
aos profissionais de saúde da unidade básica.
ANALISE A SITUAÇÃO E DESCREVA A CONDUTA ADEQUADA DA
VIGILÂNCIA.
No processo de produção do curtume é gerada uma poeira composta por
fibras e grãos, encontrados em dimensões perigosas para o ambiente e para a
saúde humana. Os trabalhadores deste local, por exemplo, estão expostos a
diversos produtos químicos com potencial de desenvolvimento de câncer.
Além disso, durante o processamento do curtimento do couro ocorrem
emissões de compostos voláteis no ar que causam odores, tais como amônia, gás
sulfídrico e solventes orgânicos que, muitas vezes, ultrapassam as barreiras físicas
do ambiente das indústrias de curtume. Desse modo, quando os resíduos do
curtume não são tratados podem atingir rapidamente o lençol freático e até mesmo
os rios e reservatórios que abastecem as cidades. Há, com isso, riscos de
contaminação de vegetais e animais e potencial de surgimento de doenças.
Somado a isso, há um outro problema, o qual vem das águas residuais
geradas durante o processamento do couro, uma vez que as fábricas de curtume
produzem grandes quantidades de efluentes líquidos ao transformar as peles em
couro eessa água é usada para hidratar as peles que sofreram conservação por
salga e, também, é utilizada para limpar sua superfície, retirando sangue e gordura.
Nesse processo junta-se à água produtos que podem contaminar os efluentes
líquidos, como bactericidas, sais, tensoativos e enzimas.
Desse modo, é necessário que haja uma conduta adequada da Vigilância
Sanitária, a qual deve conter os seguintes pontos:
a) Verificar as diferentes formas de tratamento de resíduos e esgoto,
considerando as diversas etapas do processo de tratamento, rastreamento dos
insumos utilizados, responsabilidade dos técnicos, capacidade instalada, áreas
finais de tratamento de resíduos e esgoto, instituições receptoras, tipos de
tratamento, laboratórios, tecnologias e métodos utilizados.
b) Verificar aspectos da construção, existência de restrições de acesso, status
de conservação, licenças ambientais, estrutura física e funcional dos ambientes.
c) Verificar a existência de manuais de normas e procedimentos, equipamentos
de refrigeração, armazenamento de amostras, os tipos de revestimento de paredes,
pisos e tetos, condições de ventilação e climatização dos departamentos;
Instalações hidráulicas e de combate a incêndio; sistemas de abastecimento de
água e reservatórios, procedimentos de limpeza; gestão e regulamentação de
esgoto e resíduos E destinação final do lodo acumulado no processo de tratamento
de esgoto líquido.
d) Inspecionar a acessibilidade; as condições adequadas de armazenamento de
produtos químicos; a presença e as condições de uso dos equipamentos de
proteção individual (EPIs).

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