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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CURSO DE MEDICINA MÓDULO FORMAÇÃO CIENTÍFICA II TURMA 112 - 2021.1 DISCENTES: Ana Carolina Leal Melo, Bruna Leão Lemos Câmara, Gabrielle Ribeiro Ferreira Dias, Letícia de Paula Carvalho Silva, Pedro Henrique Passos Leão Madeira, Vinicius Longo Souza Lima, Thiago Miranda Rosa Gonçalves. PROFª: Graça Aragão EPIDEMIOLOGIA EXERCÍCIOS DE EPIDEMIOLOGIA – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ● SITUAÇÃO 1 Em 15 de março de 2018, na área de abrangência da ESF onde você atua, um agente de saúde relatou um caso de febre alta, com cefaléia intensa, dores musculares e articulares, manchas na pele disseminadas pelo corpo, na casa de D. Raimunda, 65 anos, Travessa Nossa Senhora das Graças, nº 12. Trata-se do filho, Pedro da Silva, de 27 anos, casado, pai de 2 filhos menores, que iniciou os sintomas há 2 dias e não conseguiu comparecer ao emprego. O agente de saúde solicita visita domiciliar para avaliar o caso e orientar a família. A D. Raimunda refere que notou um sangramento vaginal e pede orientação. 1.Identifique a (s) hipótese (s) diagnóstica (s) em cada situação. Justifique. De acordo com os casos relatados, as hipóteses diagnósticas para Pedro da Silva e D. Raimunda são, respectivamente, dengue e dengue hemorrágica. A dengue é uma doença viral causada por um arbovírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Entre seus principais sintomas, destacam-se a febre, dores no corpo e manchas avermelhadas. Já a dengue hemorrágica é mais incidente em pessoas que contraem a doença pela segunda vez e suas manifestações iniciais são as mesmas da forma clássica. Entretanto, geralmente após o terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, que se manifestam mais comumente como sangramento nasal, gengival, e nasal, podendo haver também sangramento vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas), além de outros. 2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da família e/ou comunidade. A abordagem adequada inclui: - Orientação do profissional aos moradores sobre a necessidade e importância de hidratação e prevenção de formação de criadouros domiciliares do Aedes aegypti, a fim de evitar novas ocorrências na família e nos arredores do bairro. - Em relação a conduta semiológica, devem ser investigados e registrados os sinais e sintomas na anamnese, exame físico e registro dos sinais vitais, como pressão arterial, temperatura axilar, frequência de pulso e sinais de choque, atentando para possíveis diagnósticos diferenciais. - Em relação aos exames laboratoriais, deve ser realizado o exame sorológico para diagnóstico. - Deve ser realizada a prova de laço (exame rápido que deve ser feito obrigatoriamente em todos os casos de suspeita de dengue, já que permite identificar a fragilidade dos vasos sanguíneos, comum da infecção pelo vírus da dengue) para avaliar sangramento induzível. - Os profissionais deverão preencher o cartão da dengue e notificar em Ficha de Investigação Epidemiológica todo caso suspeito. Caso a prova de laço seja negativa, o paciente Pedro da Silva deverá realizar tratamento domiciliar sob prescrição de medicamentos para dor e febre, orientando sobre os sinais de alarme e correto uso dos medicamentos. D. Raimunda deverá ser encaminhada a uma unidade de atenção secundária em saúde com suporte para observação, uma vez que apresenta sinal situação de risco para evolução desfavorável por conta de sua faixa etária. Por conta disso, deverá coletar sangue para realização de hemograma, contagem de plaquetas na urgência e ficar em observação para manejo adequado. 3.Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso. 4.Elabore um fluxograma das ações de vigilância. 5. Cite as ações de prevenção primária para a (s) doença(s) em cada situação. A prevenção primária é um conjunto de ações realizadas em prol de remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica, incluindo evitar o risco de exposição. No caso em questão, nesse sentido, a prevenção primária visa reduzir a reprodução do Aedes aegypti. Com isso, os moradores, junto ao Agente Comunitário de Saneamento (ACS) e ao Agente Antiendêmico de Doenças (ACE), devem desenvolver ações que visem eliminar os focos do mosquito, como por exemplo, tapar baldes, ralos e caixas d'água, manter as calhas limpas e retirar a água acumulada, colocar areia nos pratos de vasos de plantar, limpar os potes dos animais domésticos, guardar garrafas viradas para baixo e não deixar acumular água parada em pneus. Ademais, outras medidas de controle biológico podem ser realizadas. O Ministério da Saúde, como por exemplo, pode promover o uso do larvicida Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) (bactéria natural do solo, usada como inseticida microbiano para controlar a propagação de doença) e desenvolver leis para tornar o proprietário responsável por limpar o seu terreno e garantir a não acumulação de água parada. ● SITUAÇÃO 2: No dia 20 de julho de 2018, a agente de saúde D. Zezé, ao visitar a residência do Sr. Hipólito Soares, 65 anos, portador de hipertensão arterial e diabetes mellitus, observou lesões de pele hipocrômicas, espalhadas nos membros superiores de D. Sebastiana, 60 anos, esposa de seu Hipólito, residentes na Rua dos Prazeres, 350, centro. Residem com os mesmos 2 filhos desempregados e uma filha separada do marido com 2 filhos menores. 1. Identifique a (s) hipótese (s) diagnóstica (s) em cada situação. Justifique. Uma hipótese diagnóstica seria a hanseníase, uma vez que um dos principais sinais dessa doença é a presença de lesões hipopigmentadas – observadas no caso da dona Sebastiana. Entretanto esse diagnóstico ainda não pode ser conclusivo, uma vez que há insuficiência de informações clínicas dermatoneurológicas completas. 2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da família e/ou comunidade. O tratamento para hanseníase é poliquimioterápico (envolve a ação em conjunto de antimicrobianos) e deve ser iniciado de forma imediata após diagnóstico, em prol de interromper a disseminação dos bacilos. Nesse contexto, aborda-se que uma investigação epidemiológica é necessária e deve ser realizada. Além disso, é importante monitorar os contatos familiares de D. Sebastiana, uma vez que pessoas que vivem com pacientes com hanseníase têm maior risco de contaminação do que a população em geral (a transmissão ocorre através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais adiantadas da doença). Assim, Hipólito Soares, os seus 3 filhos e os dois netos devem fazer exames dermatológicos. 3. Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso. 4. Elabore um fluxograma das ações de vigilância. 5. Cite as ações de prevenção primária para a(s) doença(s) em cada situação. Ações de prevenção primária cabíveis seriam a vacinação com a BGC e medidas que promovam higiene básica para pessoas no grupo de risco, que tiveram contato com portador da doença. Além disso, orientação e informação sobre a doença auxiliam para um diagnóstico precoce, acompanhamento e tratamento com melhores eficácias. ● SITUAÇÃO 3: No dia 10 de agosto de 2018, o agente de saúde Manoel, ao visitar a Sra. Madalena da Silva, na Rua dos Aflitos, 100, bairro coroado, constatou que o filho Benedito, 21 anos, apresenta queixas de febre, astenia, inapetência alimentar, cefaleia, dor no quadrante superior direito do abdômen, icterícia das mucosas e da pele e colúria. O rapaz é solteiro, porém teve um filho com Silvia, 19 anos, um garoto de 2 anos de idade. Todos residem com D. Madalena, que apresenta queixa de um nódulo mamário e solicita orientação. O agente de saúde observou que a companheira de Benedito, a Sílvia, estava com alguns hematomas no rosto e corpo. 1. Identifique a (s) hipótese (s) diagnóstica (s) em cada situação. Justifique.A suspeita é que o Benedito tenha hepatite,devido aos seus sintomas de febre, astenia, inapetência alimentar, cefaleia, dor no quadrante superior direito do abdômen, icterícia das mucosas e da pele e colúria;condizentes com a patologia. Já na caso de D. Madalena, o nódulo mamário encontrado pode ser um sintoma suspeito para câncer de mama, pois ela é mulher que provavelmente se encontra na faixa etária com certo risco, sendo necessário o rastreio, que é muito importante devido ao fato desse tipo de câncer ser o tipo mais comum entre as mulheres e a detecção precoce pode ser essencial para o sucesso do tratamento. No caso da Sra. Silvia, a presença de hematomas no corpo e rosto podem ser provenientes de algum acidente doméstico ocorrido recentemente. Mas também não se pode descartar a possibilidade desses sinais indicarem uma situação de violência doméstica. Os profissionais precisam estar atentos em qualquer possibilidade de violência. 2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da família e/ou comunidade. a) Benedito: primeiro deve-se encaminhar para assistência médica. Em segundo lugar, deve-se alertar a comunidade e os familiares de forma que os informem dos vetores de transmissão da doença e dos possíveis vetores mecânicos. Em seguida, é necessário saber se um diagnóstico foi confirmado por meio de exames específicos e inespecíficos da patologia. Caso exista a confirmação, é necessário que seja iniciada uma investigação epidemiológica para identificar a fonte da contaminação e, assim, direcionar melhor as medidas de controle. b) Madalena: Nesse caso, é necessário encaminhá-la para o atendimento médico que realizará a investigação através da anamnese, pelo histórico familiar, antecedentes pessoais e pelo Exame Clínico das Mamas. Em caso negativo, há indicação para mamografia de rastreamento. Caso o resultado seja positivo, a lesão palpável em mulheres acima de 30 anos, indica para a mamografia diagnóstica. Assim, ocorre a classificação de BI-RADS e o acompanhamento de acordo com essa classificação. Todas as mulheres com achados clínicos suspeitos devem passar pela investigação por Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), Punção por Agulha Grossa (PAG) ou Biópsia Cirúrgica. c) Silvia: Silvia: Inicialmente, deve-se investigar a possibilidade de violência doméstica. A abordagem correta indicada são os 12 passos para abordagem de vítimas de violência, segundo o manual de violência Intrafamiliar que são: 1) Ambiente que faça a mulher se sentir acolhida e apoiada. 2) E estabelecer um vínculo de confiança individual e institucional para avaliar o histórico de violência, riscos, motivação para romper a relação, limites e possibilidades pessoais, bem como seus recursos sociais e familiares. 3) Informar sobre as diferentes formas de lidar com o problema e garantindo-lhe o direito de escolha, fortalecendo sua autoestima e autonomia. 4) Estabelecer passos concretos e realistas, construindo mapa dos recursos, alternativas e ações. 5) Apoiar em casos de desejo do registro policial e informar sobre o exame de corpo de delito. 6) Sugerir encaminhamento aos órgãos competentes, como: Delegacia Policial, de preferência Delegacia de Proteção à Mulher e Instituto ou Departamento Médico-Legal. Orientar a mulher quanto ao seu direito e importância de guardar uma cópia do Boletim de Ocorrência. 7) Reforçar a rede de apoio ao estimular a construção de vínculos com as fontes de assistência, acompanhamento e proteção. 8) Encaminhar ao atendimento clínico ou serviço de referência, de acordo com a gravidade das lesões. 9) Encaminhá-la para serviços jurídicos como: – Defensoria Pública, Fórum local ou ONGs de apoio jurídico. 10) Encaminhamento para o atendimento de casal ou família, caso haja a manutenção da relação ou filhos. 11) Encaminhamento para atendimento psicológico individual. 12) Manter visitas domiciliares periódicas. 3. Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso. 4. Elabore um fluxograma das ações de vigilância. a) Benedito b) Madalena c) Silvia 5. Cite as ações de prevenção primária para a (s) doença(s) em cada situação. Em relação a hepatite é fundamental a adoção de alguns hábitos, como: lavar as mãos após ir ao banheiro e antes de comer, lavar os alimentos antes do consumo, cozinhar bem os alimentos antes do consumo, evitar comer frutos do mar que estejam mal cozidos ou crus, ter cuidado no manuseio de instrumentos cortantes. Além de, adotar instrumentos pessoais de beleza, tais como pinças, tesouras e alicates de unhas. Adiciona-se ainda o uso do preservativo nas relações sexuais e o não compartilhamento de perfurocortantes, como agulhas e seringas. Já com relação a prevenção primária do câncer de mama, as estratégias de podem ter como alvo a população em geral ou a população de indivíduos de alto risco para câncer de mama (portadoras de mutação dos genes específicos para câncer de mama, história familiar de câncer de mama, submissão a radiação torácica antes dos 25 anos de idade, entre outros). Outro critério de classificação dessas estratégias baseia-se nas medidas a serem adotadas, ou seja, medidas comportamentais, medicamentosas e cirúrgicas. As medidas comportamentais incluem: dieta, atividade física, adequação do peso corporal ao biótipo, controle da ingesta alcoólica, uso cauteloso da terapia hormonal. As medidas medicamentosas contemplam o uso de moduladores seletivos de receptores estrogênicos (SERMS). As medidas cirúrgicas contemplam mastectomia profilática (adenomastectomia) e a ooforectomia. Por fim, quanto ao caso da violência doméstica, é fundamental a promoção de organização de grupos de mulheres com a finalidade de trabalhar as questões de gênero, poder, violência, fortalecimento da autonomia e formas alternativas de resolução de conflitos, facilitar o acesso a uma rede de apoio social (trabalho, moradia, etc.), buscando incluir a mulher e elevar sua condição de cidadania e promover grupos de homens com a finalidade de propiciar a discussão sobre a violência, relações de gênero, fortalecimento da autoestima e formas alternativas de resolução de conflitos. ● SITUAÇÃO 4: Em 21 de setembro de 2018, o Sr. Antônio de Souza, 45 anos, pai de Felipe (10 anos) e Gabriel (12 anos), solicitou ao agente de saúde Sr. Paulo a marcação de consulta para seus 2 filhos que vêm apresentando queixas de febre vespertina, tosse, perda de peso, irritabilidade, sudorese noturna há aproximadamente 15 dias. A mãe, Adriana Silveira, 30 anos, encontra-se bastante preocupada com a situação dos filhos e relata ter ouvido história de casos semelhantes na sua área. Refere também preocupação com seu marido que apresenta queixas urinárias. 1. Identifique a hipótese diagnóstica em cada situação. Justifique. Nesta situação, a principal hipótese é de Tuberculose Pulmonar no caso dos 2 filhos (Felipe e Gabriel) e Tuberculose Genitourinaria no caso do Sr. Antonio. A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa. Seu agente etiológico é um microrganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de Koch (BAAR). Em relação às manifestações clínicas mais comuns, percebe-se como a situação destacada apresenta os sintomas clássicos do início da infecção. Ou seja, sintomas inespecíficos, como febre diurna, sudorese noturna, perda ponderal, anorexia, mal-estar e fraqueza. Com a progressão da doença, os pacientes desenvolvem tosse, com hemoptise maciça ocasional. Para uma melhor investigação, em uma consulta, seria necessário que o médico questionasse aspectos referentes à tosse dos pacientes Felipe e Gabriel. Sobre os exames a serem pedidos nessa situação, a Radiografia de tórax seria imprescindível para determinar o diagnóstico. Os achados mais frequentes são: opacidades parenquimatosas, linfonodomegalia, atelectasia, padrão miliar, derrame pleural. A pesquisa de BAAR no escarro também tem importância no diagnóstico clínicos. Segundo as Diretrizes para Tuberculoseda Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, ela tem valor preditivo positivo de mais de 95%, porém baixa sensibilidade, de 40%-60%. No Brasil, o método padrão é a coloração por Ziehl-Neelsen. Em relação ao Sr. Antonio, deve-se pensar em Tuberculose Extrapulmonar, já que pela proximidade com seus filhos e a comunidade, pode ter sido infectado e como apresenta queixas urinárias, podemos pensar que seja uma Tuberculose Genitourinária. É importante saber que este tipo de tuberculose geralmente evolui insidiosamente, sem o surgimento de sintomas. Porém, quando a doença atinge os cálices renais ou as vias urinárias, os sintomas podem aparecer. Os sintomas são semelhantes a Cistite, o que pode confundir bastante o diagnóstico, sendo necessário a compreensão epidemiológica de toda a situação para realizar um diagnóstico correto. Nesse sentido, a busca pelo bacilo de Koch na Urina é a forma padronizada de obter o diagnóstico de tuberculose genitourinária, sendo necessário solicitar este exame para o Sr. Antonio. Ademais, existem alguns outros exames que podem ser solicitados nesses casos de tuberculose, como urografia excretora, pielografia ascendente e a cistoscopia. 2. Identifique e relate a abordagem adequada para cada componente da família e/ou comunidade. A abordagem adequada vai diferir em cada situação, sendo diferente para os filhos (hipótese diagnóstica de TB pulmonar), o Sr. Antônio (hipótese diagnóstica de TB genitourinária) e o restante da comunidade que provavelmente se encontra em área endêmica da patologia. A abordagem ideal envolve a inclusão dos membros da família em um esquema de tratamento o mais rápido possível visando a morte da maior quantidade de bacilos dentro do menor tempo possível. O esquema de tratamento se divide em duas fases: intensiva e manutenção. O esquema básico de tratamento para adolescentes e adultos de todas as manifestações clínicas, com exceção da ostearticular e meningoencefálica segue o seguinte padrão: 1. Fase intensiva (2 meses) - RHZE (150/ 75/ 400/ 275 mg) - 20 a 35 kg = 2 comprimidos - 36 a 50 kg = 3 comprimidos - 51 a 70 kg = 4 comprimidos - Acima de 70 kg = 5 comprimidos 2. Fase de manutenção (4 meses) - RH (300/ 150 ou 150/ 75 mg) - 20 a 35 kg = 1 comp 300/ 150 mg ou 2 comp 150 / 75 mg • 36 a 50 kg = 1 comp 300/ 150 mg + 1 comp 150/ 75 mg ou 3 comp 150/ 75 mg - 51 a 70 kg = 2 comp 300/150 mg ou 4 comp 150/75 mg - Acima de 70 kg = 2 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75 mg ou 5 comp 150/75 mg O tratamento dura ao todo 6 meses, podendo a doença reincidir e emergindo a necessidade de reiniciá-lo. Caso a TB não apresente evolução clínica satisfatória, o tratamento de fase de manutenção pode ser prolongado de 4 para 7 meses. O acompanhamento clínico deve ser realizado mensalmente com o objetivo de identificar reclamações, sinais, sintomas que possam indicar a evolução e/ou regressão da doença, dentre outras práticas, como a medição de peso para ajuste da dose. Além disso, é recomendado que a mãe dos adolescentes faça a baciloscopia ou um exame radiológico a fim de confirmar um possível diagnóstico por TB em função de seu contato contínuo com elementos transmissores e seja estabelecido uma busca ativa por indivíduos sintomáticos e assintomáticos dentro da comunidade em que a família vive, vide o relato da mãe afirmando que há casos semelhantes no local em que habita. Além disso, deve ser feita uma busca por todos os contatos dessa família a fim de controlar melhor a transmissão da doença sendo aqui realizado tanto a baciloscopia como o RX de tórax para identificação da presença do bacilo. 3. Preencha a ficha de notificação para cada doença, se for o caso. 4. Elabore um fluxograma das ações de vigilância. 5. Cite as ações de prevenção primária para a (s) doença(s) em cada situação. A principal forma de prevenção primária, atualmente, é a vacinação com a vacina BCG. dessa forma, essa vacina deve ser administrada ao nascer ou até os quatro anos, onze meses e 29 dias de idade. Essa vacina (BCG) não pode ser administrada em indivíduos que tenham 5 ou mais anos de idade. Também, é relevante destacar que a BCG é contraindicada em casos de crianças em tratamento com imunossupressores, assim como, não deve ser administrada para crianças com neoplasias malignas e para crianças em tratamento com corticoesteróides em doses altas por mais de duas semanas. Ademais, outra forma, que também pode se enquadrar como prevenção secundária, é o diagnóstico e tratamento de casos, uma vez que, possibilita a quebra da cadeia de transmissão, visando impedir o contágio de pessoas saudáveis. Outrossim, também deve ser considerada uma importante forma de prevenção primária o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Entre eles, cabe citar o uso da máscara N95, que deve ser utilizada por todos indivíduos que têm contato com o paciente infectado, como família e equipe médica, esse uso deve ser feito mesmo após cessar o contato com o paciente, uma vez que os bacilos podem permanecer no ambiente de 5 a 12 horas. Assim, verifica-se a importância desse método de prevenção aliado aos outros métodos. Destarte, cabe salientar que, administrativamente, é de extrema importância a realização de ações em educação na saúde de forma continuada, sobre a enfermidade da tuberculose, isso deve ser feito com o intuito de promover a adoção de protocolos de biossegurança, como o uso de EPIs. Além disso, outras ações administrativas devem ser feitas, como garantir um ambiente adequado para o enfermo e proporcionar um número adequado de locais para isolamento respiratório em unidades hospitalares. Outro meio de prevenção primária seria orientar o paciente a cobrir o rosto ao tossir ou espirrar, seja com um lenço ou com o antebraço. ● SITUAÇÃO 5: O CURTUME CARIOCA O Curtume Carioca é bastante conhecido entre os moradores da Penha, no município do Rio de Janeiro. Esta empresa, que atua há muitos anos no local, trabalha com a curtição de couro, transformando o couro cru em curtido. A maioria das fases de produção do curtume se caracteriza pelo uso de produtos químicos que, em contato com o couro, provoca um cheiro característico. Os vários agentes químicos usados nesse processo e em alguns outros intermediários ocasionam sérios riscos à saúde dos trabalhadores. Além disso, as comunidades vizinhas são também atingidas pela emissão de substâncias tóxicas no ar. Em outubro de 2018 a população da área começou a sentir problemas como coriza, mal estar, náuseas e dor de cabeça. Posteriormente, problemas mais sérios do aparelho respiratório também surgiram. A partir de um levantamento dos moradores atendidos no Centro Municipal de Saúde da área, a Associação de Moradores da Penha obteve maior clareza quanto aos efeitos do curtume na saúde dos moradores, e solicitou orientação aos profissionais de saúde da unidade básica. ANALISE A SITUAÇÃO E DESCREVA A CONDUTA ADEQUADA DA VIGILÂNCIA. No processo de produção do curtume é gerada uma poeira composta por fibras e grãos, encontrados em dimensões perigosas para o ambiente e para a saúde humana. Os trabalhadores deste local, por exemplo, estão expostos a diversos produtos químicos com potencial de desenvolvimento de câncer. Além disso, durante o processamento do curtimento do couro ocorrem emissões de compostos voláteis no ar que causam odores, tais como amônia, gás sulfídrico e solventes orgânicos que, muitas vezes, ultrapassam as barreiras físicas do ambiente das indústrias de curtume. Desse modo, quando os resíduos do curtume não são tratados podem atingir rapidamente o lençol freático e até mesmo os rios e reservatórios que abastecem as cidades. Há, com isso, riscos de contaminação de vegetais e animais e potencial de surgimento de doenças. Somado a isso, há um outro problema, o qual vem das águas residuais geradas durante o processamento do couro, uma vez que as fábricas de curtume produzem grandes quantidades de efluentes líquidos ao transformar as peles em couro eessa água é usada para hidratar as peles que sofreram conservação por salga e, também, é utilizada para limpar sua superfície, retirando sangue e gordura. Nesse processo junta-se à água produtos que podem contaminar os efluentes líquidos, como bactericidas, sais, tensoativos e enzimas. Desse modo, é necessário que haja uma conduta adequada da Vigilância Sanitária, a qual deve conter os seguintes pontos: a) Verificar as diferentes formas de tratamento de resíduos e esgoto, considerando as diversas etapas do processo de tratamento, rastreamento dos insumos utilizados, responsabilidade dos técnicos, capacidade instalada, áreas finais de tratamento de resíduos e esgoto, instituições receptoras, tipos de tratamento, laboratórios, tecnologias e métodos utilizados. b) Verificar aspectos da construção, existência de restrições de acesso, status de conservação, licenças ambientais, estrutura física e funcional dos ambientes. c) Verificar a existência de manuais de normas e procedimentos, equipamentos de refrigeração, armazenamento de amostras, os tipos de revestimento de paredes, pisos e tetos, condições de ventilação e climatização dos departamentos; Instalações hidráulicas e de combate a incêndio; sistemas de abastecimento de água e reservatórios, procedimentos de limpeza; gestão e regulamentação de esgoto e resíduos E destinação final do lodo acumulado no processo de tratamento de esgoto líquido. d) Inspecionar a acessibilidade; as condições adequadas de armazenamento de produtos químicos; a presença e as condições de uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs).
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