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AULAS DE BIOQUÍMICA.pdf Noções de átomos e moléculas 109 tipos diferentes de elementos químicos. Tudo o que existe é composto por moléculas. Uma molécula pode ser composta por: um, dois, três ou mais átomos com átomos do mesmo elemento químico ou com tipos diferentes Exemplo de uma molécula formada por um único tipo de elemento: Molécula de Hidrogênio: H2 Espécie de átomo número de átomos (ou elemento químico) Moléculas compostas por um tipo de elemento: H2 = gás hidrogênio O2 = gás oxigênio Moléculas compostas por dois tipos de elementos: H2O = água Noções de átomos e moléculas Noções de átomos e moléculas Na ligação iônica existe a transferência de um elétron de um átomo para outro. Desde que o átomo doador possua um elétron excedente e o átomo receptor um elétron a menos. Assim, ambos unidos podem existir sob forma estável com quantidade de elétrons bem distribuídas na sua última camada de valência. Noções de átomos e moléculas Através da ligação covalente, cada átomo passa a “usar” um elétron do outro átomo, assim como o seu próprio, completando a última camada de valência com oito elétrons, como nos gases nobres. Noções de átomos e moléculas CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS • São moléculas orgânicas mais abundantes na natureza • As plantas verdes utilizando a energia do sol através da fotossíntese produzem carboidratos. • A energia é armazenada em suas ligações químicas CARBOIDRATOS FOTOSSÍNTESE: 6 CO2 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2 Os carboidratos mais abundantes da dieta dos seres humanos são amido, sacarose, lactose e fibras não digeríveis (celulose). O principal produto da digestão é a glicose e em menores quantidades a frutose a galactose Funções e estrutura Fórmula geral (CH2O)n daí o nome “hidrato de carbono”, (porém devem ser aldeídos ou cetonas e conter grupos hidroxilas) • Funções: • Fornecimento de energia • Depósito de energia (glicogênio nos animais e amido nos vegetais) • Sustentação (celulose nos vegetais) • Componente de membrana (quando estão ligados a lipídios ou proteínas) • Mossacarídeos: • Podem ser classificados de acordo com o número de carbonos que eles contêm (3 a 7 carbonos) • • As hexoses são os monossacarídeos mais comuns e mais importantes. • Dissacarídeos: • Os monossacarídeos podem ser ligados por ligações glicosídicas • • sacarose = glicose e frutose • lactose = glicose e galactose • maltose = glicose + glicose • Oligossacarídeos • Oligossacarídeos contêm de 3 a 12 unidades de monossacarídeos • Indicações - Como prebióticos, equilibram a flora intestinal e nutrem seletivamente as bactérias benéficas; - Eliminam patógenos com E. coli, Clostridium sp. e Salmonella sp., além de contaminantes alimentares, reduzindo o risco de câncer de cólon; - Reduzem triglicerídeos; - Mantêm estável a glicemia; - Favorecem a absorção dos nutrientes, aumentando a biodisponibilidade dos minerais e vitaminas; - Melhoram o volume fecal e o trânsito intestinal; - Fortalecem o sistema imunológico. Polissacarídeos Polissacarídeos contêm mais que 12 unidades de monossacarídeos podendo chegar a centenas de unidades. Amido Nos vegetais o polímero de glicose utilizado como reserva é o amido, que tem estrutura similar à do glicogênio, porém muito menos ramificada. • Glicogênio • O glicogênio é um polissacarídeo altamente ramificado, com a vantagem de ocupar menor espaço. • Sintetizado principalmente pelo fígado e músculo quando o aporte de glicose é elevado. • O glicogênio hepático mantém a normoglicemia. • O glicogênio muscular é utilizado por esse tecido quando a atividade muscular é intensa. • Celulose • A celulose é formada por cadeias lineares de glicose. • Por possuir ligações ß-1, 4 não pode ser digerida pelo homem que não possui enzimas que hidrolisam esta ligação. PROTEÍNAS AMINOÁCIDO • Cada aminoácido contém ligado ao um carbono alfa: um grupo amina - NH2 um grupo carboxílico - COOH um átomo de hidrogênio - H uma cadeia lateral - R • O que difere um aminoácido de outro é sua cadeia lateral. • Existem 20 tipos de aminoácidos, diferindo apenas quanto a cadeia lateral. • Não essenciais • Alanina • Arginina • Asparagina • Aspartato • Cisteína • Glicina • Glutamato • Glutamina • Prolina • Serina • Tirosina • Essenciais • Fenilalanina • Histidina • Isoleucina • Leucina • Lisina • Metionina • Treonina • Triptofano • Valina Aminoácidos essenciais e não essenciais Conseguimos sintetizar 11 aminoácidos não essenciais Provenientes da dieta 9 aminoácidos essenciais PROTEÍNAS • Proteínas são constituídas a partir de um repertório de 20 aminoácidos • Funções das proteínas: • Aceleram reações químicas (enzimas) • Transporte e armazenamento (ex. Hemoglobina e transferrina) • Movimento (músculos) • Sustentação mecânica (colágeno) • Proteção imunitária (anticorpos) • Geração e transmissão de impulsos nervosos (receptores) • Controle do crescimento e da diferenciação (hormônios) Dois aminoácidos podem sofrer uma reação entre o grupo carboxílico de uma molécula e o grupo amina de outra. Nesta reação de condensação uma molécula de água é liberada LIGAÇÃO PEPTÍDICA • Dois aminoácidos unidos por uma ligação peptídica formam um dipeptídeo. • Até 19 aminoácidos peptídeo • Mais aminoácidos formam uma proteína. Tipos de proteínas • - Proteína fibrosa (insolúveis em água e resistente à digestão, ex. colágeno - principal componente do tecido de sustentação e conjuntivo). Constituídas por várias cadeias polipeptídicas paralelas que estão espiraladas e alongadas. • Colágeno tripla hélice, longas, finas, mas rígidas. Ligações cruzadas dão força resultante extra. • Queratina proteção à camada externa da pele, pêlos e unhas. • Proteínas globulares (polipeptídeos dobrados na forma de uma esfera e solúveis em água e realizam processos químicos no nosso corpo) • Propriedades das proteínas • Cada proteína tem uma forma normal chamada conformação nativa. • Este rearranjo é requerido para a proteína realizar sua função biológica. • A desorganização da estrutura de uma proteína é chamada de desnaturação. • Embora as ligações peptídicas não sejam quebradas, as estruturas secundárias e terciárias são perdidas, perdendo sua função biológica. • Pode-se desnaturar proteínas pelos seguintes fatores: • Calor (rompimento de ligações fracas) • Álcool e outros solventes orgânicos (alteração do meio aquoso) • Ácidos e bases (alteram a distribuição de cargas positivas e negativas) • Íons metálicos (ligam-se fortemente rompendo ligações fracas) • Agentes oxidantes e redutores (alteram ligações fracas como pontes dissulfeto) ENZIMAS • São proteínas que aceleram reações químicas em sistemas biológicos • Muitas reações necessárias à vida não aconteceriam em velocidades adequadas sem a ação das enzimas • Enzimas possuem alto grau de especificidade • A molécula que é alterada pela reação química catalisada pela enzima é chamada de substrato • O alto grau de especificidade está relacionado a um local da enzima chamado sítio ativo • Substrato Produto ENZIMA Exemplos: Óxido-redutases aceleram (catalisam) reações de óxido redução (Desidrogenase, Oxidase, Redutase, Peroxidase, Catalese, Oxigenase e Hidrolase) Transferase transferem grupos funcionais entre doadores e aceptores(Transaldolase, Transcetolase, Quinases, Fosfomutase, Acil, metil, glicosil e fosforitransferase) Hidrolase transferem um grupo funcional do doador para a água(Esterase, Glicosidades, Peptidases, Fosfatases, Tiolases, Fosfolipases, Amidases, Desaminases e Ribonucleases) Liases adicionam ou removem os elementos da água, amônio ou de dióxido de carbono(Descarboxilases, Aldolases, Hidratases, Desidratases, Sintases e Liases) Isomerases transferem grupos funcionais na molécula (Racemases, Epimerases, Isomerases e Mutases) Ligases aceleram reações de síntese (Sintetases e Carboxilases) • LOCALIZAÇÃO DENTRO DA CÉLULA muitas enzimas estão localizadas em organelas • REGULAÇÃO a atividade enzimática pode ser regulada dependendo da necessidade (podem ser ativadas, inativadas ou moduladas) • Fatores que afetam a velocidade da reação concentração do substrato, temperatura e pH) • ENZIMAS SIMPLES E CONJUGADAS • COFATORES moléculas não protéicas que ajudam a enzima e exercer sua atividade • Enzima inativa + cofator enzima ativa – Inorgânicos (íons metálicos Zn2+, Fe2+) – Orgânicos (coenzimas) moléculas pequenas freqüentemente derivadas de vitaminas (NAD+, FAD, coenzima A) • Coenzima age como segundo substrato ou ela precisa se ligar no sítio ativo • Várias coenzimas são derivadas das vitaminas B Vitamina B6 LIPÍDEOS • Funções • Componentes de membrana • Isolantes térmicos • Reservas de energia • Vitaminas • Hormônios • * Muitos lipídios são compostos anfipáticos (moléculas com porção polar e apolar) • Ácido graxo • São ácidos carboxílicos com: • longa cadeia carbônica • sem ramificações • podendo ser saturada ou conter uma ou mais insaturações • Ácidos graxos mais comuns contêm 14, 16 ou 18 átomos de carbono. • Ácido palmítico e o ácido esteárico são os mais abundantes • Grupo carboxila constitui a região polar • Cadeia carbônica a parte apolar • Propriedades físicas dos ácidos graxos dependem de seu comprimento e insaturações na cadeia de hidrocarboneto • Cadeias saturadas: flexíveis e distendidas, podendo associar-se umas com as outras através de interações hidrofóbicas • Cadeias insaturadas: possuem duplas ligações, com isso forma-se uma dobra rígida na cadeia, o que determina a formação de agregados menos compactos e menos estáveis. • A presença de insaturações influencia o ponto de fusão do ácido graxo. • À temperatura ambiente ácidos graxos saturados são sólidos, já os insaturados são líquidos. • A fluidez das membranas celulares é determinada pelo tipo de ácido graxo constituinte. • Os ácidos graxos no sangue são encontrados associados ao glicerol ou a esfingosina (formando triacilglicerol, glicerofosfolipídios ou esfingolipídios) • Triacilglicerois são formas de armazenamento de ácidos graxos, os glicerofosfolipídios e esfingolipídios juntamente com o colesterol fazem parte das membranas celulares. Triacilglicerol ou triglicerídeos • Os lipídios derivados de ácidos graxos mais abundantes na natureza são os triacilgliceróis, que são constituídos por 3 moléculas de ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol. • São moléculas muito hidrofóbicas. • As gorduras animais e os óleos vegetais são misturas de triacilgliceróis, que diferem na composição dos ácidos graxos e do ponto de fusão. • Gordura animal ricos em ácidos graxos saturados • Óleo vegetais insaturados • Óleo poliinsaturado com muitas insaturações. • American Heart Association recomenda substituir gorduras saturadas por óleo insaturados • Fosfolipídios • São lipídios que contêm fósforo na forma de radical fosfato. • Diferem dos triglicerídeos por ter um dos grupos hidroxila do glicerol esterificado com ácido fosfórico em vez de um ácido graxo. • Nos organismos superiores, as membranas celulares são constituídas basicamente por fosfolipídios (glicerofosfolipídios e esfingomielinas) • Colesterol • São lipídios que servem como precursor a hormônios, sais biliares e vitamina D • Possuem função estrutural importante nas membranas de células animais. • Determinante na determinante da fluidez das membranas. • Apesar de desempenhar funções essenciais, é muito conhecido por sua associação com doenças cardíacas • Lipoproteínas • Os lipídios insolúveis na água são transportados no sangue em agregados moleculares hidrossolúveis (anfipáticos e proteínas) formando lipoproteínas plasmáticas • O plasma sanguíneo contém cerca de 500mg de lipídios por 100mL. 44% deste total é colesterol, 32% é fosfolipídio e 24% triacilglierol. • Os ácidos graxos são mobilizados associados à albumina sérica. • A associação a moléculas polares viabiliza a distribuição aos tecidos dos lipídios provenientes da dieta e daqueles sintetizados endogenamente. • VLDL tem origem hepática e transportam triacilglicerois e colesterol para os outros tecidos • LDL originadas a partir do VLDL, principal fonte de colesterol para os tecidos • HDL removem colesterol dos tecidos para o fígado Bioenergética Transferência de Energia Produção de NADH e FADH2 e H+ Produção de ATP Produção da Ácido Lático Produção de Piruvato Bioenergética Bioenergética Produção de Transportadores de energia NADH e FADH2 e H+ Produção de ATP Bioenergética Transferência de Elétrons Liberação de energia Produção de ATP Produção de Água Bioenergética Utilização dos Macronutrientes na produção de ATP Produção de Acetil-CoA pelos ácidos graxos Produção de amônia, uréia e ácido úrico Bioenergética Estoques de Energia no corpo Metabolismo Hepático B-oxidação..doc β-oxidação. Existem 4 passos importantes na β-oxidação: Fatty acyl-CoA saturado pela acção fatty acyl desidrogenase é oxidada formando FADH2 e fatty acyl-CoA insaturado. Fatty acyl-CoA insaturado é hidratado pela Enol hydrase e forma-se β-Hidroxyalcyl-CoA. β-Hidroxyalcyl-CoA é oxidado pela hidroxyalcyl desidrogenase formando-se NADH e β-cetoacil-CoA. Tiolise β-cetoacil-CoA é clivado ao reagir com o grupo CoA. Esta reacção é catalizada pela tiolase, que leva à formação de acetil-CoA de um ácido gordo com menos 2C. O acetil-CoA vai para o ciclo de Krebs. O ciclo repete-se consoante a cadeia de carbonos por exemplo: 14 carbonos = 7 acetil-CoA. β-oxidação de números ímpares de ácidos gordos. Se o número de carbonos for par o produto da β-oxidação é o Acety-CoA, caso contrário é o succinyl CoA e entra no ciclo de Krebs. Cadeia Transportadora de Electrões.doc Cadeia Transportadora de Electrões O H+ dos equivalentes reduzidos formados no Ciclo de Krebs, têm protões e electrões. Os seus electrões vão ser dados a outros complexos proteicos da membrana interna: O NADH cede os seus electrões ao complexo I. O complexo I cede os electrões ao complexo II e do FADH (resultante da formação a partir do succinato). O complexo II cede os seus electrões ao ubiquinona (Coenzima Q) que os cede ao complexo III. O complexo III cede os seus electrões ao citocromo C, que por sua vez cede os electrões ao complexo IV. O complexo IV cede os seus electrões ao O2, formando H2O. A importância da passagem dos electrões de complexo em complexo é que essa passagem é acompanhada pelo bombardeamento de protões para o espaço intermembranar, que fica carregado positivamente, gerando um gradiente electroquímico. Este gradiente faz com que os protões tenham tendência em movimentar-se do local com mais protões para o local que tem menos protões, ou seja do espaço intermenbranar para a matriz através do complexo V (situado na membrana interna). A passagem dos protões no complexo V, gera energia decorrente do movimento rotacional das suas subunidades que permite a fosforilação do ADP em ATP. Ciclo de Krebs.doc Ciclo de Krebs O Piruvato (3C) sintetiza o Acetil-CoA (2C). A enzima que entra nesta reacção é a piruvato desidrogenase, ocorrendo uma descarboxilação oxidativa. Descarboxilação porque é libertada uma molécula de CO2, e oxidativa uma vez que NAD+ é reduzido NADH. No entanto, estas reacções não fazem parte do ciclo de Krebs. O Acetil-CoA (2C) vai-se juntar com o Oxalocetato (4C) e pela acção da enzima citrato sintetase vai formar o citrato (6C). O citrato é isomerado em isocitrato que por sua vez é descarboxilado oxidativamente em α-cetoglutarato (5C) pela enzima isocitric desidrogenase. O α-cetoglutamato é descarbolixado oxidativamente em succinil-CoA (4C) pela enzima α-cetoglutaric desidrogenase. O succinil-CoA é transformado em succinato pela succinil-CoA synthetase. O Succinato (4C) é transformado em Fumarato (4C) pela succinic desodregenase onde ocorre mais uma oxidação (FAD ( FADH). O Fumarato (4C) é hidratado em Malato (4C), sendo este oxidado em Oxalocetato (4C) que se vai juntar novamente ao Acetil-CoA (2C) para iniciar novo ciclo. Balanço: 2 moléculas de CO2. 3 moléculas de NADH; 1 molécula de FADH2; 1 molécula de GTP; Ocorrem duas descarboxilações (2 CO2); Ocorrem 4 oxidações (3 NADH + 1 FADH2). Ciclo de Ureia.doc O ciclo de Ureia O NH4+ é sintetizado pela enzima carbomyl phosphate synthetase I dando origem ao Fosfato Carbomilo. Esta reacção gasta energia: 2ATP ( 2ADP + Pi. O Fosfato Carbomilo entra no ciclo de ureia juntando-se à Ornitina formando, assim, a Citrulina dando a esta o segundo grupo amina. Assim, o segundo passo é o seguinte: Fosfato Carbomilo + Ornitina ( Citrulina. Estas reacções ocorrem dentro da mitocôndria. Contudo, a Citrulina sai da mitocôndria e passa para o citoplasma. No citoplasma, esta vai-se juntar com o Aspartato (resultante de uma reacção TGO (Glutamate + Oxalocetato ( Aspartato + α-cetoglutarato)) formando Argininosuccinato. Esta reacção gasta uma molécula de ATP. Assim, sendo o terceiro passo é o seguinte: Citrulina + Aspartato ( Argininosuccinato. O Argininossucinato dissocia-se em fumarato que vai para o ciclo de Krebs e em arginina que continua o ciclo. A arginina dissocia-se em Ornitina que vai para o novo ciclo de ureia e, também, em ureia que contem os dois grupos de amina. A ureia é excretada sob a forma de urina para limpar o organismo de amónia ou dos grupos de amina. Corpos Cetonicos.doc Corpos Cetónicos No fígado, uma porção de CoA pode transformar-se em corpos cetónicos. Certos tecidos como o sistema nervoso central são muito dependentes de um fornecimento constante de glicose. Têm de existir mecanismos que assegurem um fornecimento mínimo de glicose, utilizando outros substratos como os corpos cetónicos, para a oxidação com fornecimento de energia. Quando a glicose baixa (jejum), os ácidos gordos aumentam no sangue, provocando uma maior produção de corpos cetónicos. Fornecem aos tecidos um combustível. Quando há uma acumulação excessiva de corpos cetónicos nos pacientes com diabetes grave, cria-se uma situação patológica grave – cetose diabética. Cetogénese (formação de corpos cetónicos) Condições fisiológicas ( jejum, diabetes, exercício prolongado. Impacto bioquímico ( diminuição do glicogénio, excesso de β-oxidações Cetógenese ( fígado Corpos cetónicos ( acetoacetate Cetose ( acidose metabólica. Resumos Biologia Celular.pdf BIOQUÍMICA E BIOLOGIA CELULAR Apontamentos – Resumo da Matéria Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Ciências do Desporto 1ºANO 1ºSemestre 2010/2011 Mário Miguel Barata Pimenta Fernandes, 1ºE 1 A CÉLULA EUCARIÓTICA ANIMAL ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO E FUNÇÃO Célula Procariótica (Prokaryontic) Antes do núcleo • Sem núcleo – Tem nucleóide (O DNA não se encontra envolvido em nenhum invólucro); • Mais pequena que a célula eucariótica (1-10 µm); • Não tem presença de histonas - Proteínas de compactação do DNA; • Ausência de muitos organitos (p.e: citoesqueleto); • Seres unicelulares ou coloniais. 1 – Pilli 2 – Nucleóide 3 - Ribossomas 4 – Membrana plasmática 5 – Parede celular 6 - Cápsula 7 – Flagelos 8 – CromossomasATENÇÃO: Nucleóide Nucléolo 2 Célula eucariótica (eukaryontic) Depois do núcleo • Com núcleo –O DNA tem o seu próprio invólucro; • Maior que a célula procariótica (5-100 µm); • Presença de histonas - Proteínas de compactação do DNA; • Com citoesqueleto, associado à mudança de forma, dá estrutura e integra os processos de polimerização e despolimerização; • Podem ser animais ou vegetais; • Seres unicelulares ou pluricelulares. Actina (mais finos) – Microfilamentos associados às vilosidades. Citoesqueleto (filamentos) Intermédios Microtúbulos (mais espessos) – Associam-se ao fuso mitótico, na mitose. 3 FORMAÇÃO DE CÉLULAS EUCARIÓTICAS 4 Apesar de todas as diferenças, os mesmos mecanismos básicos moleculares governam a vida de ambos os tipos de células, indicando que todas as células existentes na actualidade descendem de um ancestral primordial único. Nesse, os blocos monoméricos de construção de macromoléculas demonstravam a sua polimerização espontânea sobre condições extremas. Apenas uma macromolécula capaz de dirigir a síntese de novas cópias de si mesma seria capaz de se reproduzir e, consequentemente, evoluir. Nos dias de hoje, apenas os ácidos nucleicos têm essa capacidade, já que servem de molde à sua própria síntese como resultado de emparelhamento de bases específico entre nucleótidos complementares, 5 As células eucarióticas são originárias de associações simbióticas entre seres procariontes, sendo que o seu genoma poderá ter resultado da fusão dos genomas eubacterial e archaebacterial. A hipótese das células eucarióticas envolvidas pela endossimbiose está particularmente bem suportada por estudos das mitocôndrias e dos cloroplastos: ♠ Mitocôndrias e cloroplastos contém os seus próprios sistemas genéticos, sendo eles distintos dos do genoma nuclear da célula; ♠ A sua associação endossimbiótica era altamente vantajosa para os seus parceiros; ♠ O genoma dos eucariontes, portanto, parece consistir em alguns genomas derivados da eubacteria e outros da archaebacteria, mais que reflectir o genoma de um ancestral eubacterial ou archaebacterial. 6 FORMAÇÃO DA CÉLULA EUCARIÓTICA AERÓBIA “Envaginamento” da membrana externa para o interior, criando um invólucro nuclear na célula, desenvolvendo até à célula eucariótica. 7 Os primeiros constituintes celulares que surgiram na célula procariótica ancestral foram a membrana plasmática, o citoplasma e o DNA. Com o decorrer do tempo, a célula procariótica sofreu uma deformação na membrana plasmática, surgindo o retículo endoplasmático, o núcleo e o seu invólucro. De seguida apareceram os organelos procarióticos aeróbios heterotróficos que evoluíram para mitocôndrias, formando a célula eucariótica heterotrófica. Finalmente, surgiram organelos fotossintéticos procarióticos que mais tarde seriam os cloroplastos formando, deste modo, a célula eucariótica fotossintética. 8 A transformação de uma metamorfose das células procarióticas foi a base da evolução das células eucarióticas. 9 CÉLULAS PROCARIÓTICAS VS CÉLULAS EUCARIÓTICAS 10 CÉLULA ANIMAL VS CÉLULA VEGETAL 11 CÉLULA VEGETAL Possuem: a. Parede Celular; b. Membrana Plasmática; c. Citoplasma; d. Plasmodesmo; e. Vacúolo (grande); f. Mitocôndrias; g. Citoesqueleto (Microtúbulos); h. Cloroplastos; i. Lisossomas; j. Complexo de Golgi; k. Núcleo a. Poro nuclear b. Invólucro nuclear c. DNA d. Nucléolo e. Cromatina; l. Retículo Endoplasmático Rugoso; m. Retículo Endoplasmático Liso; n. Ribossomas livres; o. (Flagelos) – raro; p. Peroxissomas. 12 PAREDE CELULAR 13 ◘ Estrutura rígida; ◘ Composta por polissacarídeos complexos – celulose; ◘ Localiza-se fora da membrana plasmática; ◘ Remove a capacidade de movimento; ◘ Confere protecção e suporte à célula; ◘ Protege contra a pressão osmótica; ◘ Presença de plasmodesmos para comunicação com células vizinhas. CLOROPLASTO 14 ◊ Organelo fotossintético; ◊ Reproduzem-se, dividindo-se em dois (divisão celular); ◊ Contém o seu própria DNA; ◊ Fundamental para a respiração celular; ◊ Transforma luz solar em energia química (açúcar); ◊ Transforma dióxido de carbono em oxigénio; ◊ Estão rodeados por uma dupla membrana, onde se encontram os pigmentos envolvidos na fotossíntese; ◊ Têm uma membrana interna tilacóide, local de transporte de electrões e generação quimiosmótica do ATP. VACÚOLO CENTRAL 15 ∞ Constituído por água, proteínas e açúcar; ∞ Armazena compostos orgânicos, proteínas, pigmentos ou gases; ∞ Regula o fluxo de água e iões; ∞ Digere partículas nutritivas (macromoléculas); ∞ Mantém a forma da célula pela pressão osmótica; ∞ De grandes dimensões nas células vegetais e de pequenas nas animais. ORGANIZAÇÃO CELULAR 16 A célula contém vários tipos de moléculas complexas, incluindo cromossomas. Os cromossomas consistem em macromoléculas de DNA e de algumas proteínas. ESTRUTURA E FUNÇÃO DOS ORGANELOS CELULARES A funcionalidade das células está dependente de, quando reage a um determinado estímulo, o sintetizar e moldar rapidamente, compatíveis com a sua função. Quando os núcleos se encontram na zona central do músculo, é porque se encontra em regeneração. Cápsula – Camada viscosa que se localiza externamente à parede celular dos seres procariontes, confere resistência à fagocitose por parte dos glóbulos brancos. 17 18 CITOESQUELETO √ Mantém a forma da célula – É o esqueleto da célula; √ Capaz de mudar a forma da célula; √ Organiza a distribuição celular; √ É composto por três filamentos: √ Actina ; √ Intermédios; √ Microtúbulos. 19 ESTRUTURA MOLECULAR DOS MICROTÚBULOS 20 Longos cilindros constituídos por tibulina, são uma estrutura mais rígida que a actina e encontram-se em constante polimerização e despolimerização. PROTEÍNAS MOTORAS DOS MICROTÚBULOS 21 As cinesinas mudam-se para a zona do pólo positivo do microtúbulo, enquanto as dineinas se movem no sentido contrário, na direcção do pólo negativo. As proteínas motoras existem em diversas formas, sendo cada uma delas concebida para transporte de diferentes “cargos”. PROTEÍNAS MOTORAS DO CITOESQUELETO 22 Complexo proteico cuja função é a mobilidade. Energia fornecida pelo ATP. Leva até aos receptores dos organelos e elementos do citoesqueleto. FILAMENTOS INTERMÉDIOS 23 As fibras são constituídas por proteínas insolúveis com alta resistência à tensão. Resistente a forças de tensão, ajuda na formação de desmossomas, sendo que compõe a lamina nuclear. FILAMENTOS DE ACTINA 24 Duas cadeias de polímeros de proteínas de actina. Flexível e estrutura dinâmicas, encontra-se dispersa mas altamente localizada perto do córtex para reforçar a superfície da célula. CENTROSSOMA E CENTRÍOLOS O centrossoma é um organelo perto do núcleo que serve como centro organizador de microtúbulos e regulador da progressão do ciclo celular. Composto por centríolos e microtúbulos. Os centríolos são pequenos organelos tubulares localizados nos centrossomas e têm um papel fundamental na divisão celular. São perpendiculares entre si. São responsáveis pela organização mitótica durante a mitose. Formam as bases dos cílios e flagelos. 25 NÚCLEO Θ Dupla membrana selectivamente permeável, que contém poros; Θ Nucleoplasma gelatinoso, que contém solutos essenciais; Θ A membrana externa é contínua com o retículo endoplasmático rugoso e é ligada aos ribossomas; Θ A membrana interna é ligada à lamina nuclear, que mantém a forma nuclear; Θ O complexo poroso regula o transporte de grandes moléculas para dentro e fora do núcleo > Factores de transcrição; Θ Controla a actividade celular; Θ Regula a transcrição dos genes. 26 O DNA humano tem, aproximadamente, 2 metros de largura, sendo “empacotado” pelas histonas até cerca de poucos nanómetros, formando a cromatina. Estrutura nuclear Distingue procariontes de eucariontes; Reposição de material genético; Replicação do DNA, transcrição e processamento do RNA; Invólucro nuclear permite a expressão do gene regulada por mecanismos de transcrição (nos procariontes, mRNA é traduzido enquanto ocorre a transcrição); Ao limitar o acesso de proteínas seleccionadas a material genético, o invólucro nuclear também promove oportunidades para o controlo da expressão do gene ao nível da transcrição (factores de transcrição). Poro nuclear – Transporte específico de RNA e proteínas. Nucléolo – Transcrição do rRNA. Há biossíntese de ribossomas e contém várias células. Cromatina – Complexo agregado de DNA e histonas. Porção de material genético compactado e que descreve o ser que o contém. 27 HETEROCROMATINA Encontra-se na periferia do núcleo e tem maior densidade > Como o DNA está muito empacotado, é difícil o seu desempacotamento, logo é difícil originar proteínas; O DNA não origina proteínas. EUCROMATINA Encontra-se mais no centro do núcleo e tem uma densidade mais baixa > O DNA está mais liberto, sendo o seu desempacotamento mais fácil e, consequentemente, mais fácil de originar proteínas; O DNA origina proteínas (Genes activos ou inactivos); Possui cromossomas. “Cross talk” – Comunicação entre organelos próximos. 28 29 30 LAMINA NUCLEAR A membrana interna do núcleo contém algumas proteínas integrais, como emerina e receptor de lamina B, que interagem com a lamina nuclear. Esta última também interage com a cromatina. 31 A função dos organelos não é unificante, isto é, não conseguem ser funcionais apenas por si só. Gene – Sequência de DNA transcrito em mRNA e proteína; Alélo – Diferente forma de um gene, que pode dar maior relevo aos diferentes fenótipos; Genoma – Complemento total de genes num organismo ou célula; Telómero - Porções das moléculas de DNA (sequências) repetidas que vão diminuindo à medida que as moléculas se vão replicando, com o avanço da vida. Protege os cromossomas da sua destruição e duplicação com erros. Não codifica qualquer proteína. Previne o cancro. CROMOSSOMAS Única e longa hélix de DNA aonde milhares de genes são codificadas. Locus – Região de uma cromossoma aonde um gene específico está localizado. Centrómero – Região de DNA que, tipicamente, se encontra perto do meio de um cromossoma, onde dois cromatídeos “irmãos” estão em contacto, através dele. Está envolvido na divisão celular, especialmente no fuso mitótico e no controlo da expressão do gene. 32 SISTEMA ENDOMEMBRANAR Membrana do invólucro nuclear, Retículo Endoplasmático e Complexo de Golgi. Está relacionado com os processos de digestão celular em que há uma relação funcional entre os seus constituintes e, particularmente, entre o Retículo Endoplasmático, o Complexo de Golgi e os lisossomas. 33 RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO Conjunto de cisternas achatadas, túbulos e vesículas esféricas, juntas pelo citoesqueleto, formando um sistema contínuo entre a membrana plasmática e o invólucro nuclear. Podemos dividi-lo em dois tipos: RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO (RER): o Maior organelo em maioria das células; o Síntese de proteínas – Metade das proteínas são originadas aqui; o Movimento/tráfico de proteínas – É a partir daqui que as proteínas são “distribuídas”; o Prova de proteínas – As proteínas são analisadas, sabendo se estão em condições de avançar ou não. 34 RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO (SER): Não possui ribossomas, daí o seu aspecto liso; Intervém na síntese de lípidos – fosfolípidos – e na elaboração de novas membranas lipídicas. Funções principais – Dependem do tipo exacto e do género de células onde reside: 1. Facilita o “empacotamento” da proteína – Empacotamento correcto das proteínas recém-formadas é possível pelos chaperons do Retículo Endoplasmático; 2. Transporte de proteínas sintetizadas em sacúolos chamadas cisternas; 3. Inserção de proteínas na membrana do Retículo Endoplasmático; 4. Formação e reordenação da fronteira disulfídica – Estabiliza as estruturas terciárias e quaternárias de muitas proteínas; 5. Criação de pontes de sulfito; 6. Facilita a organização proteica; 7. Correcção das proteínas danificadas. 35 Ponte de sulfito – Se está em falta, o núcleo recebe a informação e o RER vai alterá-la, para que fique com a forma necessária para ser funcional. Retículo sacroplasmático – Retículo que se encontra numa fibra muscular. Proteínas destinadas para secreção ou incorporação no RE, Complexo de Golgi, lisossomas ou membrana plasmática são alvos do Retículo Endoplasmático. As proteínas sintetizadas nos ribossomas da membrana são translocadas para o retículo, enquanto a sua translocação está a decorrer. Pelo contrário, proteínas destinadas a manterem-se no cytosol ou para serem incorporadas no núcleo, mitocôndrias, cloroplastos ou peroxissomas são sintetizados em ribossomas livres e “soltas” para o cytosol quando a translocação está completa. 36 37 TRAJECTÓRIA CO-TRANSLACIONAL DE PROTEÍNAS SECRETORAS PARA O RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO A partícula de reconhecimento do sinal vai ter ao encontro do sinal que se encontra na ribossoma, levando-o até ao seu receptor. Aí, deixa o sinal e parte para o seu ciclo, para servir de proteína reconhecedora do próximo sinal. Quanto ao ribossoma, agora presente no receptor SRP, vai passar pela membrana, é sintetizada pela peptidase, retirando a informação não importante, sendo que a proteína genérica se encontra no lúmen do RE. A partícula de chaperon “desliga-se” das proteínas internas, deslocando-se e ligando-se às novas proteínas. SRP - Signal Recognition Particle 38 39 RECONHECIMENTO DE PROTEÍNAS RESIDENTES NO RETÍCULO Proteínas destinadas a manterem-se no lúmen do Retículo Endoplasmático são marcadas por uma sequência (KDEL) no seu terminal carboxílico. Essas proteínas são exportadas do retículo para o Golgi, mas são reconhecidas pelo receptor na ERGIC ou Complexo de Golgi e, selectivamente, voltam para o Retículo Endoplasmático. 40 TRANSPORTE VESICULAR DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO ATÉ AO COMPLEXO DE GOLGI Proteínas e lípidos são levados desde o Retículo Endoplasmático até ao Complexo de Golgi em vesículas de transporte que surgem da membrana do Retículo Endoplasmático Transicional, fundem-se para formar as vesículas e túbulos do compartimento intermédio Retículo Endoplasmático-Complexo de Golgi (ERGIC) e são depois levadas até ao Golgi. Proteínas do retículo lumenal são levadas pelas vesículas e libertadas no lúmen do Golgi. Proteínas membranares mantém a mesma orientação tanto no Complexo de Golgi como no Retículo Endoplasmático. ERGIC – Endoplasmatic Reticulum-Golgi Intermediate Compartment – Permite o transporte entre o Retículo Endoplasmático e o Complexo de Golgi e ainda do Golgi às vesículas. 41 42 TRAJECTÓRIA PÓS-TRANSLACIONAL DE PROTEÍNAS PARA O RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO Proteínas destinadas para importação translacional para o Retículo Endoplasmático são sintetizadas em ribossomas livres e mantidas numa conformação não guardada pelos chaperons do citoplasma. As suas sequências de sinal são reconhecidas pelo complexo Sec62/63, que está associado com o translocador na membrana do Retículo Endoplasmático. A proteína Sec63 está também associada com a proteína chaperone (BiP), que actua como um “rocket” molecular que leva a proteína de translação até ao Retículo Endoplasmático. 43 44 ARMAZENAMENTO PROTEICO NO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO O chaperone molecular BiP junta-se à cadeia polipeptídica quando ambos atravessam a membrana do Retículo Endoplasmático e facilita o armazenamento proteico e associação dentro do Retículo Endoplasmático. 45 RESPOSTA DAS PROTEÍNAS NÃO ARMAZENADAS A proteína chaperone, BiP, participa no armazenamento de proteínas no lúmen do Retículo Endoplasmático. Numa célula não-stressada, há suficientes BiP’s disponíveis para largarem as proteínas recém-sintetizadas e manter diversos tipos de moléculas inactivas de sinal na membrana do retículo; O stress celular, como o calor, infecção viral ou insulto químico, interfere com o armazenamento proteico, logo as proteínas desenvolvidas acumulam no Retículo Endoplasmático, o BiP tem uma maior afinidade para proteínas desenvolvidas que para as moléculas de sinal da membrana do retículo, portanto as últimas são soltas para se tornarem activas e iniciarem a resposta/reacção da proteína desenvolvida. 46 47 TOPOLOGIA DO “CAMINHO” DE SECREÇÃO Os lúmens do Retículo Endoplasmático e do aparelho de Golgi são equivalentes ao exterior da célula. Consequentemente, essas porções de cadeias polipeptídicas que são translocadas para o Retículo Endoplasmático são expostas na superfície da célula seguindo transporte para a membrana plasmática. 48 COMPLEXO DE GOLGI Conjunto de cisternas achatadas(4 a 6) e de vesículas, que intervêm em fenómenos de secreção (ou produção) de proteínas e lisossomas. Localização junto ao Núcleo e ao Retículo Endoplasmático; Cada um apresenta duas faces distintas: cis – entrada e trans – saída; Síntese de hidratos de carbono; Estação modificadora, distribuidora e armazenadora de macromoléculas para segregação ou entrega a outros organelos. 49 Estrutura 3 elementos da membrana: i. Cisternas ou sacúolos (dictiossomas); ii. Vesículas; iii. Vacúolos. Funções principais Maturação da proteína pós-translacional; Armazenamento de proteínas para exportação; “Glicolisação” das proteínas; Segregação dos produtos secretados; Biogénese membranar; Maturação hormonal; Ordem dos lisossomas. O Complexo de Golgi é usualmente considerado o departamento de distribuição e envio para os produtos químicos da célula. Modifica proteínas e lípidos (gordos) que foram sintetizados no Retículo Endoplasmático e prepara-os para a exportação para fora da célula ou para transporte para outros locais na célula. 50 TRANSPORTE DE PROTEÍNAS DESDE O COMPLEXO DE GOLGI 51 LISOSSOMAS Estruturas esféricas que intervêm na decomposição de moléculas e estruturas celulares, que degradam e destroem nutrientes, organitos envelhecidos e bactérias, servindo como limpeza. Os lisossomas podem participar: o Endocitose (Incorporação de material na célula) – Degradação do material que entra nas células pelos lisossomas pouco maduros; o Fagocitose – Incorporam os fagoendossomas, degradando-os; o Autofagia – Incorporam os autofagossomas, degradando-os. 52 Funções dos lisossomas: Digestão da comida ou invasores celulares; Reciclagem das componentes celulares; Suicídio celular (Mau para as células, bom para nós); Não são encontradas em células vegetais. Artilharia enzimática dos lisossomas: Nucleases; Proteases; Glicosidases; Lipases; Fosfatases; Sulfatases; Fosfolipases. 53 54 VIAS DE DEGRADAÇÃO NOS LISOSSOMAS PEROXISSOMAS Local de utilização de oxigénio na célula; Vestígios de antigos organelos que “aguentavam” com todo o metabolismo do oxigénio nos ancestrais primitivos das células eucarióticas; Contêm enzimas (urate oxidase e catalase) que usam moléculas de oxigénio para desintoxicar substâncias orgânicas que produzem água oxigenada (H2O2). Quando há acumulação de água oxigenada, a catalase converte-o para água; Envolvido na β-oxidação (ácidos gordos – acetil CoA); Catabolismo de longas cadeias de ácidos gordos, purinas, prostagladinos e leucotrienos; Síntese de colesterol e de outros lípidos; Formação do ácido úrico; Desintoxição do álcool no fígado. 55 Forma variada, usualmente esférica e envolvida pela membrana. Organelos ricos em oxidase produzindo água oxigenada e catalase. Aparência semelhante a outros microcorpos, como lisossomas. São gerados por auto-replicação, enquanto estes últimos são sintetizados pelo Complexo de Golgi. Não têm DNA, portanto importam a totalidade das suas proteínas. Têm uma estrutura microtubular cristalina no seu interior – Nucleóide onde o ácido úrico oxidase está presente – uricase. Humanos não têm nem uricase nem nucleóide em peroxissomas do fígado. 56 RIBOSSOMAS Fundamentais para a síntese de proteínas / produção de proteínas; Existentes no retículo endoplasmático rugoso e no citoplasma (livres); Grânulos que contém proteínas e rRNA; Os livres sintetizam proteínas solúveis; Membranares sintetizam proteínas para serem incorporadas em membranas ou exportadas para fora da célula; O seu conjunto, envolvido na tradução do mesmo mRNA, é designado por polissomas. 57 MITOCÔNDRIAS Envolvidas em processos de obtenção de energia por parte da célula, são responsáveis pela respiração celular. Contêm genes que influenciam a morfologia do cérebro e o comportamento. O seu genoma tem uma molécula de DNA localizada na matriz da mitocôndria e os produtos resultantes da transcrição mitocôndrial ficam no seu organelo. 58 A mitocôndria utiliza oxigénio para degradar a glicose e o seu DNA está ligado ao processo de “morte celular” programada ou apoptose (suícidio celular – Mau para as células, bom para nós). Funções das mitocôndrias Central energética da célula; Reguladores osmóticos; Reguladores das homeostases cálcicas da célula; Activadores da apoptose; Possui DNA para a síntese proteica. 59 Numa célula existe DNA Nuclear e DNA Mitocôndrial, sendo que existe bem mais no núcleo. Porém, o último é essencial para a vida – É a partir deste que se realiza a síntese proteica (Duplicação do DNA > RNA > Transcrição de uma proteína > Proteína). MACRONUTRIENTES Proteínas Lípidos Hidratos de Carbono O oxigénio é utilizado com os macronutrientes para produzir energia, sendo que esta reacção se dá na mitocôndria. Endossomas – Vão-se ligar aos lisossomas Proteínas Secreção constitutiva Fora da célula Secreção regulada 60 Ao fazermos exercício, estimulamos genes a nível nuclear, logo a síntese proteica, para serem criadas mais proteínas e, consequentemente, massa muscular. À custa da estimulação num maratonista, há maior concentração de mitocôndrias, de modo a ser fornecido mais energia, através do oxigénio e de uma acção aeróbia. Esta maior concentração das mitocôndrias é devido à sua multiplicação por fissão. A existência de células eucarióticas aeróbias resulta da simbiose de fusão de mitocôndrias com células procarióticas anaeróbias. Mitocôndrias estas que possuem uma dupla membrana, aumentando assim a área de produção de energia. Mesmo tendo DNA Mitocôndrial, apenas são sintetizadas a partir do DNA Nuclear algumas proteínas. Portanto, não têm vida independente, não sendo assim possível fazer cultura das mesmas. 61 ESTRUTURAS DAS MEMBRANAS, FUNÇÕES E TRANSPORTES. ESTRUTURA E FUNÇÃO DO CITOESQUELETO. Membrana de dulpo folheto 62 Região polar (com carga) – Cabeça Região apolar (sem carga) - Cauda 63 Os fosfolípidos são cilíndricos e têm a mesma área circular na cabeça e na cauda. Eles intercalam com as várias proteínas que se encontram à “superfície” da membrana celular. MEMBRANA PLASMÁTICA 64 Ω Separa a célula do meio envolvente; Ω Bicamada lípidica anfipática – Cabeça hidrofílica e cauda hidrofóbica; Ω As diversas proteínas membranares aí presentes dão a cada membrana uma função e identidade específicas; Ω Forma compartimentos que permitem a especialização; Ω Regula o transporte; Ω Detecção de sinais; Ω Identidade celular; Ω Comunicações célula-célula; Ω Mantém a integridade celular. Constituída por: Ω Glicolípidos; Ω Proteínas; Ω Fosfolípidos; Ω Glicoproteínas; Ω Colestrol. Fluída, que confere permeabilidade a alguns elementos – Barreira selecitiva. Compactação de fosfolípidos. 65 Fosfolípido: i. Grupo de ácidos gordos – Normalmente dois; i. Saturados – Esqueleto de carbono com duas ligações ao hidrogénio por cada carbono; ii. Insaturados – Alguns não têm duas ligações ao hidrogénio, formando uma ligação dupla entre dois átomos de carbono. Molécula de glicerol; Grupo fosfato; Grupo polar. 66 Fosfatidil-…… (p.e: colina) Antes de se formar o fosfolípido, temos o ácido fosfatidílico. “Flip flop” – Passagem do folheto exterior (superior) ou interior (inferior). Muito raro de acontecer. - Apenas resulta da síntese de novos fosfolípidos – Dá-se no Retículo Endoplasmático e no folheto endoplasmático do retículo. A zona polar, cabeça dos fosfolípidos, permite que tenham afinidade com a água – hidrofílica – estando a cauda na zona apolar – hidrofóbica. Assim, temos uma membrana anfipática. 67 68 69 O colestrol: 1. Reduz a mobilidade dos fosfolípidos; 2. Diminui a permeabilidade da membrana; 3. Previne a cristalização a baixas temperaturas. As suas moléculas tinham maior facilidade em realizar o “flip-flop” que os fosfolípidos. Esfingomielina – Associado às membranas das células do sistema nervoso. A membrana plasmática é assimétrica. Grupos polares: Serina – Folheto interno; Linositol – Folheto interno; Etanolamina – 30% da membrana, essencialmente no folheto interno; Colina – 27% da membrana, essencialmente no folheto externo. 70 Também engloba esfingomielina, colestrol e glicolípidos O folheto externo expõe, através de sinais, a sua localização, algo que o folheto interno não faz. Fundamental para a intervenção do sistema imunitário. A síntese de novos fosfolípidos dá-se no Retículo Endoplasmático. A acumulação dá-se no folheto externo deste, permitindo o “flip-flop” (flipase) dos fosfolípidos no Retículo Endoplasmático. A fluidez da membrana depende de: a. Saturação das caudas dos ácidos gordos; b. Tamanho das caudas dos ácidos gordos; c. Concentração de colestrol. 71 Receptores da membrana “Lipid rafts” ou rafting lipídico – Conjunto de fosfolípidos e proteínas que se movimentam pela membrana, em grupo, para cumprir uma dada função. Membrana 50% da massa – Lípidos (Mais leves que as proteínas, logo há em maior quantidade) 50% da massa - Proteínas 72 Funções das proteínas integrais: i. Canais de transporte; ii. Reacções enzimáticas; iii. Receptores; iv. Identidade da célula; v. Ligação ao citoesqueleto e à matriz extracelular (ECM); vi. Moléculas de aderência – Adesão celular. Enzimas – Proteínas que catalisam reacções. Desnaturação proteica – Elevadas ou baixas temperaturas que não permitem às proteínas funcionarem, pois só trabalham a temperaturas muito restritas. 73 Filamentos de actina ligam-se a uma das membranas externas, conferindo suporte (efeito de âncora). Padrões de organização da membrana proteica: - α-helix – Hélice; - β-sheet – Folhada – Vários formam um canal (p.e: purina) Glicocálix – Receptor carbonatado da membrana • Proteínas membranares com pequena cauda de oligossacarídeos (açúcares) formam glicoproteínas; • Um ou mais longos polissacarídeos ligam-se a elas, formando proteoglicanos; • Juntos com glicolípidos formam o glicocálix; • O Glicocálix protege a superfície da célula e está envolvido no reconhecimento da célula e adesão. 74 75 Permeabilidades das bicamadas fosfolipídicas o Gases; o Moléculas hidrofóbicas; Passam pela membrana (Esta é permeável) o Moléculas polares pequenas; o Moléculas polares grandes; o Moléculas com cargas. Apenas com transporte. A membrana é impermeável A membrana regula os gradientes do fluido intracelular e extracelular. A regulação dá-se através das células da membrana. 76 Gradientes – Existe devido à selectividade da membrana e pela bomba de sódio e potássio por transporte activo. Extrema importância na regulação, por exemplo, na concentração de cálcio nos músculos (dentro da célula) – contracção – e fora dos músculos (fora da célula) – relaxamento. 77 SISTEMAS DE TRANSPORTE TRANSMEMBRANAR BASEADOS NO DISPÊNDIO DE ENERGIA Difusão simples Transporte passivo (A favor do gradiente) Difusão facilitada ou não mediado – Apenas para a DS Gradiente electroquímico Transporte activo (Contra o gradiente) - Com gasto de energia 78 Há necessidade de que certas substâncias atravessem a membrana plasmática para um bom funcionamento das células. 79 TRANSPORTE PASSIVO (OU NÃO MEDIADO) Movimento de substâncias onde não intervêm moléculas transportadoras, como a osmose e a difusão simples. A difusão facilitada é um tipo de transporte mediado – utiliza uma molécula transportadora - porém é passivo – não utiliza energia suplementar e dá-se no sentido do gradiente. 80 DIFUSÃO SIMPLES Processo de transporte em que, numa solução, o soluto se movimenta segundo o gradiente de concentração. Os solutos passam pela membrana plasmática sem qualquer problema e sem que seja necessário qualquer tipo de proteína transportadora ou gasto de energia. 81 OSMOSE Mecanismo que assenta nas concentrações de soluto de duas soluções separadas por uma membrana selectivamente permeável. A água transporta a membrana plasmática devido a fenómenos físicos derivados das concentrações de soluto. Bebidas Isotónicas – A sua concentração de iões é igual à do nosso corpo. MEIO: i. Hipertónico - A concentração de água tende a sair da célula; ii. Isotónico - A concentração de água dentro da célula é semelhante à concentração de água fora da célula; iii. Hipotónico - A concentração de água tende a entrar para a célula. 82 Nas células animais e vegetais, os mecanismos de transporte da água são semelhantes, porém a ausência de parede celular nos animais faz com que o seu comportamento seja diferente. 83 DIFUSÃO FACILITADA Processo que se realiza a favor do gradiente de concentração, que conta com a ajuda de uma proteína transportadora, sem requerer gasto de energia pela célula. Canal – Ocorre sempre no sentido do gradiente, forma poros abertos, de tamanho específico, de modo a tornar a membrana selectiva; Transportador – Muda de forma, podendo mediar transporte activo. Propriedades dos canais iónicos: I. Selectividade iónica; II. Canais iónicos estão protegidos – Estímulo específico que abre ou fecha o canal; III. Taxa de transporte; IV. Maior velocidade (tal como os transportadores), comparativamente à difusão passiva, pela membrana. 84 TRANSPORTE ACTIVO (OU MEDIADO) Ocorre com intervenção de proteínas específicas da membrana. Estão aqui incluídos o transporte activo e a bomba de sódio e potássio. 85 TRANSPORTE ACTIVO Processo realizado contra o gradiente de concentração, com participação de proteínas transportadoras localizadas na membrana plasmática, que envolve gasto de energia. As mudanças de forma nas proteínas transportadoras relacionam-se com a mobilização de energia celular, mas também de energia electroquímica. 86 Primário Uso de ATP; Constante, também devido à difusão facilitada que ocorre no sentido inverso, mesmo com menor taxa de velocidade – Ciclo > Membrana sempre em movimento. Bomba de Sódio e Potássio (Secundário) Não há gasto de energia – Não há gasto directo de ATP; À diferença de gradiente electroquímico criada pela expulsão (bombardear) de iões é usada para transportar outra molécula. 87 PROPRIEDADES DOS CANAIS IÓNICOS 88 SISTEMA DE TRANSPORTE NAS MEMBRANAS 89 90 TRANSPORTE DE GRANDES PARTÍCULAS 91 Especializações da membrana Áreas da membrana que têm uma função específica. São elas: • Cílios e flagelos (fornecem mutilidade aos espermatozóides) – Organitos com função locomotora; • Microvilosidades; • Estereocílios; • Junções intercelulares – União das células, havendo 5 tipos diferentes. Polimerização – Soma de moléculas para formar um filamento. 92 CÍLIOS Circulares, têm extensões celulares móveis nas superfícies externas de determinadas células. Movem substâncias pela superfície celular em apenas uma direcção – De fora para dentro. São comuns nas superfícies de alguns tecidos, como os que formam a linhagem interna de traqueia respiratória. 93 MICROVILOSIDADES 94 JUNÇÕES INTERCELULARES • Junções apertadas – Selos (“folha” epitelital) que unem as membranas de duas células. Servem para impedir a infiltração entre duas células (evitam permeabilidade). Proteínas que promovem estas junções: claudinas e ocludinas; • Junções de aderência – Reflectem a invasão de uma célula. Junta uma banda de actina de uma célula a uma banda semelhante na célula vizinha; • Junções de ancoragem (célula-célula) / Hemidesmossomas – Trabalho conjunto das células que promovem a força mecânica – Promovidas pela família das caderinas – Associadas às placas proteicas, que estão ligadas à actina para reforçar a estrutura; • Desmossomas/Enidesmossomas (Ligação das células aos capilares) – Junta os filamentos intermédios de uma célula aos da célula vizinha; • Junções comunicantes – Contactos e trocas de soluto e iões solúveis na água entre duas células. Canais selectivos ao sinal. Permite a passagem de sinais químicos ou eléctricos. Proteínas de ligação: conexinas; 95 96 JUNÇÕES APERTADAS 97 JUNÇÕES DE ANCORAGEM 98 JUNÇÕES COMUNICANTES 99 100 DIFERENTES TIPOS DE COMUNICAÇÃO DE CÉLULA PARA CÉLULA 101 TEORIA CELULAR (HOOKE, 1665) As células são as unidades estruturais; As células são as unidades funcionais – Conjunto de funções vitais para os organismos – trocam matéria e energia com o exterior, através de transportes activo e passivo, obtém energia através de processos como a respiração celular e produzem matéria orgânica; As células são as unidades reprodutoras; As células são as unidades hereditárias / genéticas. 102 NOÇÃO BÁSICA DE GENÉTICA Princípios gerais da genética: Estrutura do DNA; Replicação do DNA; Transcrição do DNA; Tradução; Síntese proteica. 103 ESTRUTURA MOLECULAR DO DNA DNA: Grupo fosfato + Base + Desoxiribose (Açúcar) Pirimidinas: Timina e Citosina Purinas: Adenina e Guanina RNA: Grupo fosfato + Base + Ribose (Açúcar) Pirimidinas: Uracilo e Citosina Purinas: Adenina e Guanina Cadeias anti-paralelas e de dupla hélice, de 5’ para 3’ numa e 3’ para 5’ noutra. 104 3 pontes de hidrogénio 3 pontes de hidrogénio 2 pontes de hidrogénio 2 pontes de hidrogénio Formação do mRNA a partir da cadeia original do DNA, esta de 5’ para 3’. A RNA polimerase transcreve a informação desta última, ou seja, da cadeia que servirá de molde para a síntese de uma cadeia de mRNA. A condensação elevada da cromatina vai levar a que haja uma maior dificuldade na replicação do DNA. 105 REPLICAÇÃO DO DNA 106 Duplicação da informação genética. Mesmo DNA. Desde que o DNA se replique na Interfase, a célula mantém duas cópias idênticas de cada cromossoma que entra na mitose. 107 Cadeia avançada – A replicação é feita continuamente; Cadeia atrasada – A replicação é feita descontinuamente, deixando buracos e havendo adição de pequenos fragmentos de DNA – fragmentos de Okazaki. Necessita de orientação, utilizando para tal efeito o Primer (sequência de algumas bases de RNA), sintetizados pelo DNA polimerase; DNA polimerase – Pode ter várias isoformas. Só adiciona nucleótidos complementares de 3’ para 5’ na cadeia-filha, sendo 5’ para 3’ a cadeia-mãe, pois apenas consegue “ler” neste último sentido, tendo que originar nova cadeia no primeiro. Esta adição da bases na cadeia avançada é contínua; DNA ligase – Liga os fragmentos de Okazaki e preenche os espaços – Exclusão dos Primers; DNA Helicase – Permite a separação das cadeias complementares, sendo que vai quebrar as pontes de hidrogénio; DNA Topoisomerase – “Distorce” a molécula, mantendo a possibilidade da multiplicação contínua a acontecer. Permite rotação livre da molécula de DNA durante o decurso da replicação. Primase – Enzima responsável pela síntese do Primer de RNA; Proteínas ligantes de cadeia única – Impedem que haja uma re-união das duas cadeias. 108 “FORCA DE REPLICAÇÃO” Replicação contínua (cadeia avançada) e descontínua (cadeia atrasada), permite que se realize em vários locais e em poucas horas – Diminuição substancial do tempo. A cadeia na direcção da replicação é a cadeia avançada, sendo na direcção oposta a cadeia atrasada, descontínua, copiando pequenos fragmentos (fragmentos de Okazaki) perto da forca de replicação. Iniciação de replicações contínuas e descontínuas depende da síntese do Primer pela DNA Primase. Os fragmentos de Okazaki da cadeia atrasada são continuamente ligados pela DNA Ligase. A remoção de Primers de RNA pelo DNA – pela polimerase I em procariontes, actuando como exonuclease de 5’ para 3’; nos eucariontes são exonuclease de 5’ para 3’ combinada como RNase H (uma enzima que degrada e remove o RNA), permitindo a reposição dos ribonucleótidos pelos desoxirribonucleótidos. 109 ACÇÃO DAS HELICASES E PROTEÍNAS LIGANTES DE CADEIA ÚNICA Helicases desunem as duas cadeias do DNA parental à frente da forca de replicação. As cadeias de DNA são então estabilizadas pelas proteínas ligantes de cadeia única, de modo a poderem servir como moldes para a nova síntese de DNA. 110 TOPOISOMERASES Assim que as duas cadeias de DNA original se desunem, o DNA à frente da forca de replicação é forçado a rodar na direcção oposta, causando moléculas circulares a se tornarem enroladas à sua volta. Este problema é resolvido pelas topoisomerases, que catalisam a quebra reversível e re-união das cadeias de DNA. As pausas transientes introduzidas por estas enzimas servem como rodadoras, que permite que as duas cadeias de DNA rodem livremente à volta de cada uma. 111 SÍNTESE DAS CADEIAS AVANÇADA E ATRASADA NA FORCA DE REPLICAÇÃO A cadeia avançada é sintetizada continuamente na direcção do movimento da forca de replicação. A cadeia atrasada é sintetizada em pequenas porções (fragmentos de Okazaki), ao contrário da direcção habitual da replicação. Os fragmentos de Okazaki são depois ligados pela acção da DNA ligase. 112 SÍNTESE DO PRIMER DE RNA 113 Curtos fragmentos de RNA servem como Primers, que podem ser ampliados pela DNA polimerase. REMOÇÃO DE PRIMERS DE RNA E JUNÇÃO DOS FRAGMENTOS DE OKAZAKI 114 Primers de RNA são removidos e a DNA polimerase preenche os espçaos entre os fragmentos de Okazaki com DNA. Os fragmentos de DNA resultantes podem ser juntos pelo DNA ligase. REPLICAÇÃO DO DNA – PASSOS IMPORTANTES As proteínas acessórias da DNA polimerase aumentam a actividade das polimerases e mantém-nas ligadas à cadeia original do DNA. A DNA polimerase actua como exonuclease de 3’ para 5’ na direcção oposta à síntese do DNA, excluindo os nucleótidos desemparelhados incorporados por erro – prova. Processo altamente regulado – ARS (Sequências autonomamente replicadas) e ORC (Complexo de reconhecimento da origem) > Co-adjuvantes da DNA polimerase. 115 Como as DNA polimerases apenas extendem Primers na direcção 5’ para 3’, eles estão indisponíveis de copiar extremos dos finais 5’ dos cromossomas. São necessários mecanismos especiais para replicar telómeros (Sequência repetida de nucleótidos terminando cromossomas). Telomerase sintetiza telómeros na ausência da cadeia original de DNA (transcriptase contrária que sintetiza DNA da cadeia original de RNA). Junta a sua própria cadeia de RNA nas estações terminais da molécula. 116 SÍNTESE E PROCESSAMENTO DO RNA Temos proteínas que funcionam como enzimas, aumentando a velocidade das reacções fundamentais para a vida. Replicação do DNA permite a manutenção do DNA genómico, visto como um conjunto de instruções genéticas que governam todas as actividades celulares. Estas instruções são implementadas via RNA e síntese proteica. Regulação da expressão genética permite que as células se adaptem às mudanças no seu ambiente. RNA polimerase – Catalisa a polimerização de ribonucleoside 5’-trifosfato da cadeia original de DNA. Não requer Primer para iniciar a síntese de RNA. Transcrição inicia-se no início dos genes. 117 FACTORES DE TRANSCRIÇÃO 118 Factores de transcrição – Proteínas que se ligam à região promotora exigida pela RNA polimerase II para iniciar a transcrição. Promotor – Sequência de iniciação da transcrição do gene – Aumenta a velocidade de transcrição do RNA; Auxilia a regular a transcrição do RNA. Sequência codificadora de RNA – Cadeia complementar à transcrição. Terminador – Final da transcrição do gene. 119 Os promotores de alguns genes transcritos pela RNA polimerase II contêm: Sequência similar a TATAA localizada 25-30 nucleotídeos (TATA box); Sequencia inicial; TATA-binding protein (TBP); Outra subunidades de proteínas; Complexo mediador. mRNA NOS PROCARIONTES A cadeia de RNA é traduzida para um polipeptídio – proteína. A sequência de uma proteína procariótica codificadora de genes é colinear com o mRNA traduzido, isto é, a transcrição do gene é a molécula que é traduzida no polipeptídio. 120 mRNA NOS EUCARIONTES - REMOÇÃO DE INTRÕES Sequências de base de mRNA que não têm interesse a nível de informação genética (intrões) que são excluídas das células, através do mecanismo de “splicing”. Os passos do pré-mRNA “splicing (remoção de intrões) são os seguintes: i. O intrão salta fora como snRNPs (pequenas partículas nucleares ribonucluoproteicas, complexos de snRNAs e proteínas) ligados para formar spliceossomas; ii. Os intrões são extraídos e os exões são ligados entre eles; iii. O mRNA maduro resultante deve então abandonar o núcleo e ser traduzido no citoplasma. 121 Remoção alternativa de intrões Combinações diferentes de exões diferentes podem originar proteínas diferentes > Forma como se dá a maturação do mRNA. 1º passo da expressão genética – Transcrição do DNA em RNA; mRNA – Serve como moléculas originais para a síntese proteica; tRNA e rRNA funcionam na tradução do mRNA. 122 MOLÉCULAS DE RNA 123 Há 4 tipos de moléculas de RNA, cada um codificado pelo seu próprio tipo de gene: RNA mensageiro – Codifica a sequência de aminoácido de um polipeptídio; RNA transferência – Transporta aminoácidos para os ribossomas durante a tradução; RNA ribossómico – Com proteínas ribossimais, dá origem a ribossomas, os organelos que traduzem o mRNA; RNA de pequeno núcleo (snRNA) – Com proteínas, forma complexos que são usados no processamento do RNA em eucariontes. TRADUÇÃO Consiste na leitura da mensagem do mRNA, da qual resulta a produção de uma sequência de aminoácidos que, em cadeia, constitui a proteína. Nesta etapa de síntese proteica intervêm: o mRNA, que veio do interior do núcleo, os ribossomas, o tRNA, enzimas e o ATP, que fornece energia necessária ao processo. O tRNA possui uma sequência de três nucleótidos – anticodão, que, ligando-se ao codão, permite adição do aminoácido específico que transporta à cadeia polipeptídica em formação. 124 PROLIFERAÇÃO CELULAR E REGULAÇÃO DO CICLO CELULAR Proliferação Células diferenciadas – Têm funções específicas, dependendo do tecido onde se encontram. Algumas delas não são capazes de realizar divisão celular (mitose). Estas são produzidas durante o desenvolvimento embriónico e retidas ao longo da vida do organismo. Células indiferenciadas (estaminais) – Ainda podem assumir as características de um tecido em especial, não tendo funções específicas de momento. Células endoteliais – Células que reforçam os vasos sanguíneos. 125 Célula indiferenciada Divisão celular – A célula-filha mantém indiferenciada 126 Volta a ser célula estaminal DIFERENCIAÇÃO CELULAR Células diferenciadasProcesso no qual células estaminais não específicas dão origem a células diferenciadas Células estaminais: Não especializadas; Capazes de se dividir e se renovarem em largos períodos; Podem assumir diversos tipos de células diferenciadas. Células totipotentes – Células da mórula – Células estaminais com maior capacidade de especialização. Podem originar qualquer tipo de tecido ou célula Células pluripotentes – Podem originar qualquer tipo de tecido do organismo, excepto a placenta. Células multipotentes – Capazes de formar células da mesma linhagem. Células unipotentes – Só pode originar um tipo de célula específico. 127 Embroblasto (embrionárias) – Células da massa interior Trofoblasto (placenta) – Células da massa exterior Célula satélite – Célula estaminal unipotente do músculo esquelético. Células hematopoiéticas – Células multipotentes do sistema imunológico. Leucemia – Cura através da cultura de células estaminais multipotentes do sistema imunológico. 128 CICLO CELULAR 129 O ciclo demora cerca de 24 horas. À fase correspondente às sub- fases G1, S e G2, damos o nome de interfase, sendo a fase que engloba a mitose e a citocinese a fase mitótica. A fase G1 corresponde a 40% do tempo gasto pelo ciclo, tendo a fase S 39% e a G2 19%. Por fim, a fase mitótica corresponde a apenas 2% do tempo total do ciclo. Esta engloba a mitose, constituída pela prófase, metáfase, anáfase e telófase, e a citocinese. 130 Fase quiscente (G0) – Célula em estado “zen” ou “stand by”, preparada para a ocorrência de algo que motive a sua entrada em ciclo celular. Necessita sempre de um estímulo. DIFERENTES CHECKPOINTS E SUA IMPORTÂNCIA NO CICLO CELULAR 131 132 COMPLEXO CINASE DEPENDENTE DE CICLINA E CICLINA (CdK) 133 Cinases dependentes de ciclinas – Actuam depois da mitose. Proteínas Fosforilar outra proteína - Doar um grupo fosfato, de modo a torná-la activa. Actuam nas fases G1, S e G2. Actividade M-CdK muito maior na mitose, bem como a concentração de M-ciclina, importante para que esta ocorra, sem ultrapassar o limiar. 134 MPF – Factor de promoção de maturação Cdk – Ciclina degradada Para que a cinase funcione, é preciso que a concentração de ciclina aumente. A diminuição de ciclinas leva a que o complexo deixe de ser activo. Existem diversos tipos, pois cada um deles tem uma função e timing específicos: G1: Ciclinas D + CdK 4 + CdK 6 ; Junta-se Ciclina-S e forma S-CdK G1 > S: Ciclina E + CdK 2 S: Ciclina A + CdK 2 ; Degrada-se Ciclina-S G2: Cdk 1 + Ciclina A ; Ciclina-M liga-se a CdK > Formam complexo M-CdK Mitose: Ciclina-M degrada-se MECANISMOS QUE REGULAM OS CdKs Associação com ciclinas; Associação com inibidores de CdK (CKI); Fosforilação inibidora de tereonina-14 e tirosina-15; Activação de fosforilação de tereonina à volta da posição 160. 135 ACÇÃO DAS KINASES E FOSFATASES PARA ACTIVAR OS CdKs 136 Kinase – Tipo de enzima que transfere grupos fosfato para moléculas-alvo específicas – Fosforilação. Fosfatase – Proteína/Enzima que retira um grupo fosfato do seu substrato. REGULAÇÃO DOS CdKs POR FEEDBACK POSITIVO 137 ACTIVAÇÃO DE CDKS E DEGRADAÇÃO DE CICLINAS NO PROTEOSOMA 138 139 Factores de transcrição > Síntese de ciclinas-D (CdK 4,6 > Ciclina-D) Angiogénese – Crescimento de novos capilares (em caso de hipoxia, onde há pouco oxigénio a chegar às células). Retinoblastoma – Proteína que bloqueia a transcrição do DNA. Os complexos ciclinas-cinases dependentes de ciclinas (CdKs) fosforilam as retinoblastomas, permitindo que o ciclo se torne activo, desbloqueando-o. 140 TIPOS DE DIVISÃO CELULAR Método pelo qual uma célula origina duas. Temos dois tipos de divisão celular: Mitose Crescimento do tecido muscular e substituição celular; O número de cromossomas é preservado. 141 142 Meiose Células para reprodução sexual; O número de cromossomas é reduzido para metade. 143 Quatro células haplóides CLASSES DE MICROTÚBULOS NO FUSO MITÓTICO 144 Microtúbulos polares – São nucleados a partir dos centrossomas e estendem-se em direcção ao fuso e sobrepõem-se na parte central. São responsáveis por interacções com proteínas. Microtúbulos cinetocorianos – Envolvidos na organização da placa equatorial e na segregação de cromatídeos. Microtúbulos astrais – São nucleados. Crescem em direcção ao cortex. Estão envolvidos no posicionamento global do fuso mitótico e na separação dos pólos durante a anáfase B. APC “DESTRÓI” AS COESINAS PARA SEPARAR OS CROMATÍDEOS 145 CICLO CELULAR 146 147 A introdução de anti-corpos, proteínas que se ligam aos organelos, permite que seja possível a citoscopia por fluorescência, através da luminosidade que transmitem. Mutações genéticas no organismo humano são muito usuais, porém o nosso organismo corrige-as. Se não houver destruição automática da célula geneticamente alterada, a sua multiplicação inicia-se e produz mais células “más”. 148 NOTAS Resumos Bioquimica.doc Bioquímica Mecanismos de Obtenção de energia Os hidratos de carbono, os lípidos e as proteínas que ingerimos vão sofrer alterações dando origem aos substratos que são usados nos mecanismos de obtenção de energia por parte das células. Existem diferentes mecanismos de obtenção de energia e, conforme as necessidades energéticas, uns mecanismos são mais apropriados que outros. Por exemplo: numa prova de velocidade, as necessidades energéticas são diferentes das necessárias numa prova de resistência, sendo que no primeiro caso é mais adequado um mecanismo rápido de produção de energia enquanto que no 2º caso é mais adequado um mecanismo não tão rápido mas que produz maior quantidade de energia. No entanto, nenhum sistema de energia ocorre isoladamente. Quando um sistema de energia, sendo o mais apropriado face às necessidades, estão em funcionamento todos os outros, embora numa taxa mais reduzida. ATP – adenina tri-fosfato; resulta da quebra de ligações fosfato. ACP – Adenina creatina-fosfato Duas características que diferem nos mecanismos de produção de energia são: Potência: velocidade de produção de energia Capacidade: quantidade de energia produzida por unidade de tempo Os sistemas de produção de energia muito potentes, de rápida produção, têm pouca capacidade, ou seja, geram pouca energia e vice-versa. Por outras palavras, apesar de produzirem rapidamente energia, produzem pouca quantidade. Existem três tipos de vias de produção de energia em forma de ATP: Via dos fosfatos de alta energia Respiração Celular (Glicólise Anaeróbia e Glicólise Aeróbia – ciclo de krebs e cadeia transportadora de electrões) Metabolismo dos lípidos Via dos fosfatos de alta energia Através da degradação do ATP, pela quebra de ligações fosfato ocorre libertação de energia. A fosfocreatina regenera ATP que pode voltar a produzir energia aquando da sua degradação. Para isso, a fosfocreatina tem que ser degradada pela creatina cinase (do citosol), doando ao ADP (resultante da degradação do ATP) um grupo fosfato, ressintetizando assim ATP e formando uma molécula de creatina. Associado à ressíntese de ATP, que implica a degradação de fosfocreatina, existe um mecanismo de ressíntese da mesma. Assim, a creatina (resultante da degradação da fosfocreatina) é fosforilada por uma creatina cinase mitocondrial (isoforma da creatina cinase citosolica) que lhe cede um grupo fosfato (proveniente da degradação de um ATP na mitocôndria) formando-se fosfocreatina e ADP. Respiração Celular Glicólise Anaeróbia A glicose proveniente essencialmente dos hidratos de carbono que ingerimos (pode também ser proveniente dos substratos usados na gliconeogénese) é degradada no citosol produzindo energia e compostos que podem ser armazenados. Se a sua degradação não for necessária, a glicose armazena-se no músculo esquelético e no fígado sob a forma de glicogéneo através da glicogénese. A via da glicólise é uma sequência de reacções enzimáticas que ocorrem no citoplasma através das quais uma molécula de glicose, com 6 carbonos, é transformada e clivada, originando duas moléculas de piruvato ou ácido pirúvico, com 3 carbonos cada uma, e é gerada pouca quantidade de ATP. O piruvato gerado na via glicolítica pode ser catabolisado aerobiamente no complexo
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