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Objetivos OBJETIVO 1: Compreender a fisiopatologia das principais neoplasias mieloides e linfoides e suas manifestações clínicas OBJETIVO 2: Conhecer o diagnóstico das leucemias OBJETIVO 3: Relacionar o aumento de leucócitos com as neoplasias (etiologia) Leucemias Características Gerais: • As leucemias são classificadas de acordo com o tipo de leucócitos que afetam • As leucemias podem ser linfoides quando atinfem células precursoras linfoides (NK, linfócitos T e B e plasmócitos) • E podem também ser mieloides quando atingem as derivadas de precursores mieloides (mastócitos, basófilos, neutrófilos, eosinófilos, monócitos) PODEM SER CLASSIFICADAS COMO: → Leucemias Agudas: rápido crescimento de células imaturas que não desempenham seu papel como deveriam e se multiplicam desaceleradamente → Leucemias crônicas: aumento anormal das células maduras. se produzem de uma forma mais lenta e podem manter algumas de suas funções OS PRINCIPAIS TIPOS DE LEUCEMIAS SÃO: → Leucemia Mieloide Aguda (LMA) → Leucemia Mieloide Crônica (LMC) → Leucemia Linfoide Aguda (LLA) → Leucemia Linfoide Crônica (LLC) Leucemia Mieloide crônica (LMC) • É uma doença clonal da célula progenitora hematopoiética • Há multiplicação excessiva de células precursoras da linhagem mieloide sanguínea • A transformação maligna ocorre nas células mais maduras Epidemiologia: Costuma acometer adultos mais velhos com cerca de 50 a 60 anos; ocorre em 14% de todas as leucemias Etiologia: É causada por uma mutação genética bem definida conhecida como cromossomo Philadelphia (Ph, que se trata de uma translocação entre os braços longos dos cromossomos 9 e 22, nas localizações q34 e p11. Essa fusão cromossomial dá origem a um gene híbrido chamado de CR-ABL que define a transcrição de uma proteína com alta atividade de tirosina quinase Essa atividade enzimática está relacionada com a regulação da proliferação celular, logo, quando há essa mutação genética, observa-se alteração da regulação de proliferação das células, fazendo com que elas se reproduzam desgovernadamente Leucemias Fatores de risco: o único conhecido é a exposição à radiação ionizante (raios X e gama), normalmente proveniente de procedimentos médicos. Quadro clínico: • Hiperplasia mieloide • Leucocitose • Neutrofilia • Basofilia • Esplenomegalia (80% dos casos) A doença é dividida em fases: • A fase crônica (3 a 5 anos) costuma ser pouco sintomática, mas pode haver fadiga, perda de peso, sudorese, febre e palidez • A fase acelerada tem-se duração de alguns meses, há aparecimento de mais sintomas como febre e sudorese noturnas, perda ponderal e dores ósseas • A crise blástica apresenta um quadro mais grave do que o observado quando a doença já tem início agudamente, é uma fase fatal (sobrevida de 3 a 6 meses sem tratamento) Leucemia Mieloide AGUDA (LMa) • São um grupo heterogêneo de doenças clonais, em que há proliferação anormal de progenitores da linhagem mieloide • as células que são produzidas excessivamente, além de se acumularem na medula óssea prejudicando a produção normal de outros tipos celulares, podem se infiltrar em tecidos de outros órgãos, acometendo-os. • As células alteradas são muito imaturas e são incapazes de realizarem sua função de defesa do organismo Epidemiologia: tipo de leucemia mais comum no adulto, correspondendo a 90% dos casos Etiologia: sua causa ainda não é conhecida, mas o principal fator de risco é a exposição a radiação ionizante (raio X e gama – procedimentos médicos) e derivados de benzeno (encontrados na gasolina e utilizados na indústria química) A LMA é resultado de inúmeras alterações genéticas acumulativas Quando as mutações afetam genes que codificam fatores de transcrição para a hematopoiese ocorre a LMA Quadro clínico: • Os sintomas são decorrentes da falência da medula óssea • Anemia (fadiga, palidez cutaneomucosa, fraqueza) • Leucopenia (redução do número de leucócitos – predisposição a infecções e quadros de febre • Sangramentos (hemorragias, petéquias, epistaxe) • Hepatomegalia, esplenomegalia, hipertrofia gengival e de dor óssea, tumores extramedulares (causados pela infiltração de células anormais nos tecidos) • Cefaleia e convulsões (quando há acometimento de SNC) Classificação: podem ser classificadas em M0 a M7 pela FAB (Franco-Américo-Britânica) criada em 1976. Ela leva em consideração a morfologia celular, a histoquímica e imunofenotipagem. Leucemia Linfoide Crônica (LLC) • Tem origem nas células linfoides maduras que passam a se multiplicar descontroladamente • Essas células em excesso se concentram na medula prejudicando a produção de outros tipos celulares normais, mas também podem se infiltrar em órgãos linfoides como baço e linfonodos Epidemiologia: é a mais comum dentre as doenças linfoproliferativas crônicas; corresponde a 30% das leucemias; costuma acometer pacientes acima de 65 anos; mais prevalente no sexo masculino Etiologia: apesar de ser desconhecida, pressupõem-se de uma predisposição genética. Além disso, sabe-se que a exposição a agentes químicos e derivados de petróleo como o benzeno são fatores de risco Quadro clínico: • A maioria assintomática Quando apresenta sintomas são: • Linfadenopatia generalizada (presença de linfonodos palpáveis de consistência fibrosa-elástica, moveis e indolores • Hepatomegalia (50%) e esplenomegalia não volumosa • Perda de peso • Cansaço decorrente de anemia • Infecções bacterianas como pneumonias • Quadros autoimunes associados • Petéquias e equimoses Leucemia Linfoide AGUDA (LLa) • Proliferações clonais de precursores linfoides anormais na medula óssea • Na LLA os linfoblastos da linhagem linfoide são jovens e param de funcionar corretamente a partir da sua multiplicação desregulada na medula óssea • A evolução da doença é rápida Epidemiologia: afeta principalmente crianças, sendo a doença maligna mais comum na infância Etiologia: desconhecida, no entanto fatores genéticos influenciam o desenvolvimento Quadro clínico: Observado em decorrência da supressão de medula óssea, pela infiltração de células leucêmicas • Anemia (palidez, fraqueza, cansaço) • Hemorragia na pele e mucosas • Febre e sudorese noturna (1/3 dos casos) • Artralgia e dores ósseas (devido ao infiltrado leucêmico) • Confusão mental, hemorragia e cefaleia (se há comprometimento de SNC) • Adenomegalia (49%) • Esplenomegalia (44%) Classificação: podem ser classificadas em 3 subtipos pela FAB (Franco-Américo-Britânica) criada em 1976. Ela leva em consideração a morfologia celular, a histoquímica e imunofenotipagem. Diagnóstico das leucemias: O diagnostico pode ser feito através de: • Hemograma • Aspirado de Medula Óssea: avalia mielograma (morfologia e produção de células sanguíneas pela medula óssea), citogenética (estudo dos cromossomos e a sua herança) e imunofenotipagem (permite estudar uma população de células, determinando suas características físicas e biológicas) • Biopsia de Medula Óssea: avalia quantidade de tecido hematopoiético, estuda o tecido conjuntivo, identifica comprometimentos neoplásicos que não podem ser avaliados no esfregaço Referências: • HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. A. H.; PETTIT, J. E. Fundamentos em hematologia. [Porto Alegre]: Artmed, 2008 • Robbins & Cotran - Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 8ª ed., Elsevier/Medicina Nacionais, Rio de Janeiro, 2010. ABBAS, A.K.; KUMAR, V.; MITCHELL, R.N. Fundamentos de Patologia - Robbins & Cotran - 8ª ed., Elsevier/Medicina Nacionais, Rio de Janeiro, 2012.
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