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Marshall McLuhan
1. Biografia
Nascido em 21 de julho de 1911, em Edmonton, Canadá, filho de uma ex-atriz e de um vendedor, Marshall
McLuhan entrou para a Universidade de Manitoba em 1932. Apesar de ter a intenção de se formar em engenharia
ele acabou se matriculando em Literatura Inglesa. Foi professor nas Universidades de Wisconsin, St. Louis e
Cambridge onde completou sua pós-graduação, em 1942.
Indicado pelo reitor da Universidade de Toronto para a criação do novo "Centre for Culture and Technology", para o
estudo das conseqüências psicológicas e sociais da tecnologia e da mídia, dirigiu o centro até 1979.
Após vários artigos publicados em periódicos acadêmicos, ele lançou o livro "The Mechanical Bride" onde analisa
as pressões sociais e psicológicas geradas pela imprensa, rádio, filmes e propaganda. É o começo de sua tão
controversa teoria.
Ex-professor de Literatura e radicado nos Estados Unidos nos anos 60 era um entusiasta da tecnologia em franca
expansão de seu tempo. Foi justamente sua experiência como professor na Universidade de Wisconsin que
determinou os caminhos de seu trabalho como teórico. "Eu me confrontei com jovens americanos e era incapaz
de entendê-los, então senti uma necessidade urgente de estudar sua cultura". Ele recebeu diversos prêmios
durante a carreira, até sua morte em 1980.
 
2. Principais idéias
Um dos principais teóricos da comunicação de massa de seu tempo, McLuhan e suas idéias são "...recebidas
por clientelas cada vez mais numerosas e entusiásticas. Seus adeptos não são apenas estudantes. Empresários,
chefes executivos, professores, artistas, antropólogos, arquitetos, educadores, moralistas cristãos, em suma,
representantes de todas as camadas intelectuais e empresariais aceitam os diagnósticos, os prognósticos e as
predições de McLuhan." (Benedicto Silva, Da Galáxia de Gutenberg à Aldeia Global, pg. 1.).
McLuhan não é um criador de idéias e sim alguém que busca o que se passou na evolução do homem em seu
esforço em desenvolver-se e criar o seu mundo, criando tecnologias que lhe aprimoraram os sentidos e o poder de
formar culturas.
A obra de McLuhan tem incrível penetração e tal originalidade na descoberta dessa explicação que ele encontra
escondida em pressentimentos, ocasionais sugestões e raros e acidentais rasgos de luz e consciência.
McLuhan faz explorações. Seu trabalho está destinado ao pragmático propósito de tentar entender nossa base
tecnológica e suas conseqüências psicológicas e sociais. "Nunca apresentei minhas explorações como verdades
irrefutáveis, sou apenas um generalista."
 
2.1 A História da Humanidade
McLuhan descreve a História dividindo-a em quatro estágios: o da cultura acústica ou oral, da cultural manuscrita,
da cultura tipográfica e das comunicações eletrônicas.
Segundo ele a sociedade partiu de um estado primitivo, tribalizado, onde há um inter-relacionamento entre os
sentidos, passou para a cultura tipográfica onde os sentidos convergem para a visão, destribalizando o homem e
evoluiu para os meios eletrônicos que reintegram os sentidos numa retribalização da humanidade.
Para McLuhan, essa influência dos meios sobre os sentidos teve efeito determinante na Evolução pois qualquer
tecnologia sempre tenderá a criar seu respectivo meio ambiente como a impressão por tipos móveis criou o
público, o que resultou numa forma mcluhiana de escrever a História.
No livro "Mutações em Educação", McLuhan defende que existe uma tendência em se dividir a escola em centros
especializados transformando a instituição em centro de integração e aproximando-se a teoria de retribalização,
dado que não existiam escolas na aldeia tribal.
Toda mídia, do alfabeto fonético ao computador são extensões do homem e isso causa uma profunda e duradoura
mudança nele e transforma seu ambiente. Como uma extensão é uma intensificação, amplificação de um orgão,
sentido ou função, o sistema nervoso central institui uma proteção entorpecendo a área afetada, isolando e
anestesiando essa consciência do que está acontecendo. McLuhan chama isso de auto-hipnose.
 
2.2 O Meio é a Mensagem
Segundo o conceito mcluhaniano, como o meio conduz a mensagem, ele próprio é a mensagem. A TV condiciona
não pelo que informa e sim por como informa. A mudança de percepção ocorre devido ao meio (máquina) e não ao
seu conteúdo.
Como cada tecnologia tende a criar seu habitat, a cada nova forma de comunicação a humanidade se modifica
criando uma nova realidade. Esse ciclo repete-se indefinidamente devido, principalmente, à influência dos meios
na sociedade e na relação desses com o ser humano pois, para McLuhan, os meios são extensões deste, dando
ao homem novas formas de perceber e modificar o mundo a sua volta.
A prensa de Gutenberg modificou a História, independente do que ela produziu, mas simplesmente por produzir.
Foi este invento que, segundo o teórico, possibilitou o nacionalismo e o industrialismo. O surgimento dessas
correntes culmina após o surgimento da prensa com tipos móveis porque só depois dessa invenção é que a
produção em massa de textos em diversas línguas foi possível. A prensa foi a primeira mecanização de um
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produção em massa de textos em diversas línguas foi possível. A prensa foi a primeira mecanização de um
processo, criando uma seqüência analítica de um processo passo-a-passo.
 
2.3 Meios "Quentes" e Meios "Frios"
O rádio é um meio "quente" pois prolonga nossa audição com alta definição, exigindo pouco esforço para a
captação da mensagem. Já a televisão, de baixa definição, é um meio "frio" porque envolve ativamente o
destinatário. Ou seja, basicamente o meio "quente" exclui enquanto o meio "frio" inclui. O meio "quente" requer
pouca participação – ou complemento – da audiência.
Os termos "quente" e "frio" foram retirados do Jazz. O Jazz bamboleante e improvisado dos anos 30 e início dos
40 é o que se classifica como Jazz "quente". Já no final dos anos 40 e nos anos 50 esse estilo musical
desenvolveu uma forma mais lenta, tortuosa e sutil fazendo com que o ouvinte tivesse que "sentir" o ritmo básico,
o que se convencionou chamar de Jazz "frio".
Sidney Finkelstein utiliza-se de sonetos de Shakespeare para explicar a terminologia de McLuhan:
• Soneto "quente" – abre um vasto cenário que nos afeta diretamente.
"Não os meus próprios temores, mas a alma profética.
Do vasto mundo que sonha com coisas futuras."
• Soneto "frio" – gera a necessidade de uma leitura em dois níveis devido aos significados ambíguos de
certas palavras como "cara" que significa passível de ser amado ao mesmo tempo que evoca o sentido de preço
elevado.
"Adeus! És cara demais para minhas posses
E é bem provável que saibas o quanto vales"
O soneto é uma representação irônica de uma mulher que abandonou o amante vendendo-se por um preço mais
alto.
 
2.4 Aldeia Global
McLuhan usou o termo Global Village como metáfora para a sociedade contemporânea. A era dos meios
eletrônicos aproxima as comunidades de todo o mundo. Diz ele que "dispomos de um mundo de humanidade. Os
brancos estão preocupados com as revoltas nos guetos e com o clamor dos negros contra a sua condenação ao
desemprego, às favelas e à discriminação,... a tecnologia está nos forçando à irmandade. O mundo está se
transformando em uma aldeia, dotado de relações de parentesco que caracterizavam as aldeias tribais primitivas".
Apesar da discordância geral, Marx e McLuhan concordam num ponto: a sociedade primitiva tribal tinha algumas
qualidades que desapareceram com o desenvolvimento humano e tendem a reaparecer no futuro sobre uma nova
forma.
 
3. McLuhan por outros teóricos
As idéias de McLuhan despertam o amor e a ira de outros teóricos. Para os primeiros o autor é o "Papa da
comunicação", um vidente do futuro da comunicação de massa que em seus textos nos revela aquilo que nossa
ignorância não permite ver, pois "as pessoas, em geral, não têm imaginação para prever ou perceber as mutações
em seu campo de ação". Ele nos diz como dimensionaro que antes era imensurável.
Já pelos críticos ele é nomeado o "Dr. Spock da cultura Pop", "mágico metafísico possuído por um senso de
loucura espacial". Para estes, suas idéias beiram a demência e o perigo ao extrapolar as repercussões da
revolução eletrônica além do aceito.
Tom Wolfe, crítico social: "Suponha que ele seja o que parece: o mais importante pensador desde Newton,
Darwin, Freud, Einstein e Pavlov. E se ele estiver certo?"
Wayne Baerwaldt : "Marshall McLuhan ... tratou de questões sobre o fenômeno audio-tátil, visual e transcendente,
as quais sugeriram que a política cultural para o Canadá deve, por natureza, ser minuciosamente examinada. O
sentido e a sensibilidade da cultura viva do Canadá foram observados como fragmentos de informação carregados
de significado em constante fluxo e um estado de reavaliação devido a fragmentos onipresentes e persistentes da
mídia, informando à população ocidental sobre uma América cada vez mais enfática. Em uma entrevista de 1967
com Hunter Davies, do London Sunday Times, McLuhan afirmou: "Quando uma nova mídia sobrepõe-se a uma
velha mídia, a velha mídia transforma-se em arte. Quando o romance era recente, foi tratado com desdém. Ao dar
caminho para a TV, o romance transformou-se em arte. Quando os filmes deram caminho para a TV, os filmes
transformaram-se em arte. O romance agora está morto. TV a cores é a nova mídia. Então, preto e branco será
uma forma de arte. Será prestigiada." Bem, o romance não está morto, e os autores canadenses ainda geram
meio milhão de dólares em vendas, todo ano, só no Canadá. Entretanto, a política cultural do governo ainda paga
uma enorme dívida à previsão de McLuhan, valorizando em demasia o novo, o experimental, o visionário."
Benedicto Silva, diretor do Instituto de Documentação da Fundação Getúlio Vargas e redator da edição brasileira
de O Correio da Unesco: "Como um filósofo da História, McLuhan postula o princípio do determinismo da
tecnologia informacional. Segundo esse princípio, o que afeta, molda, altera, fratura o ambiente social é a
tecnologia da comunicação. Os efeitos dos instrumentos, veículos e métodos de comunicação manifestam-se,
como força determinante, não só nas relações políticas e econômicas da sociedade, senão também até na
maneira por que a mente do indivíduo elabora e organiza sua própria experiência."
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maneira por que a mente do indivíduo elabora e organiza sua própria experiência."
Sidey Finkelstein, autor de McLuhan: A Filosofia da Insensatez : "Sua teoria de que está ocorrendo uma
revolução bem na frente do nosso nariz sem que nos apercebamos dela, isto é, a "revolução dos meios de
comunicação" do rádio, televisão, da eletrônica e da automatização, bem como sua maneira nova de escrever
conhecida como "mcluhanismo", tornaram-no nestes últimos anos uma das personalidades mais citadas na vida
cultural americana. Dificilmente se encontrará uma publicação que trate de belas-artes ou de comunicação de
massa que não mencione regularmente seu nome ou que não faça citação de alguma declaração sua. Ele
introduziu novos modos de dizer que se tornaram populares, tais como "o meio é a mensagem", assim como sua
conceituação de todos os meios de comunicação em "quente" e "frio". Uma revista em quadrinhos mostra uma
loja com um cartaz na janela dizendo, "Aqui se fala mcluhanismo"’.
 
4. Conclusão
Marshall McLuhan foi, para a realidade da comunicação de massa nos Estados Unidos das décadas de 50, 60 e
70, uma justificativa plausível para os exageros da mídia. Sua teoria de que os meios exerceriam influência sobre
a audiência apenas pelo modo como transmite a mensagem eximiu esta de qualquer responsabilidade social.
Acusado de ignorar dados históricos apesar de se utilizar desses para formular suas teorias, McLuhan parece
muitas vezes em seus escritos estar num meio de um devaneio ao proferir algumas afirmações como: "a música
separou-se da palavra falada."
Porém McLuhan não foi o único a cometer o erro de superestimar a tecnologia já que a euforia do avanço
tecnológico de certa forma "impediu" uma crítica mais contundente do caminho que começava a ser traçado para
a comunicação de massa. O mundo estava envolvido demais com a busca do desenvolvimento da tecnologia para
parar e analisar a situação e considerar acerca das implicações de suas atitudes para o futuro.
Inocentando a mídia da grave acusação de estar manipulando seu fiel público, M.M. apenas deu mais espaço
para que a indústria cultural e do entretenimento se desenvolvesse para chegar ao que é o hoje, ou seja, um poder
imenso no mundo.
 
5. Bibliografia do autor
- The Mechanical Bride: Folklore of Industrial Man. 1951.
- Explorations in Communications, com Edmund Carpenter. 1960.
- The Gutenberg Galaxy: The making of typographic man. 1962.
- Understanding Media: The extensions os man. 1964.
- The Medium is The Massage: Na inventory of effects, com Quintin Fiore e Jerome Angel. 1967.
- War and Peace in the Global Village, com Quintin Fiore e Jerome Angel. 1968.
- Counterblast, com Harley Parker. 1969.
- The Interior Landscape: The literary Criticism of Marshall MacLuhan. 1969.
- From Clichê to Archetype, com Wilfred Watson. 1970.
- Culture is our Bussiness. 1971.
- City as Classroom: Understanding Language and Media, com Eric McLuhan e Kathryn Hutchon. 1977.
- Laws of the Media: The New Science, com Eric McLuhan. 1978.
5. Bibliografia sobre o autor e suas idéias e leituras relacionadas
- Cohen, S and Young, J., editors. The Manufacture of News: Deviance, Social Problems and the
Media. London: Constable, 1981.
- Crosby, Harry and George R. Bond, editors. The McLuhan Explosion: A Casebook on Marshall
McLuhan and Understanding Media. New York: American Book Company, 1968
- DeFleur, M. and Dennis, E. Understanding Mass Communications. Boston: Houghton-Mifflin, 1981
Duffy, Dennis. Marshall McLuhan. Toronto: McClelland and Stewart, 1969.
- Finkelstein, Sidney. Sense and Nonsense of McLuhan. New York: International Publishers, 1968.
- Fiske, J. and Hartley, J. Reading Television. London: Metuen, 1978.
- Kroker, Arthur. Technology and The Canadian Mind. Innis/McLuhan/Grant. Montreal: New World
Perspective, 1984
- Marchand Philip. Marshall McLuhan: The Medium and the Messenger. Toronto: Random House of
Canada Limited, 1989.
- Molinaro, Matie. Corinne McLuhan and William Toye, editors. Letters of Marshall McLuhan. Toronto:
Oxford University Press, 1987.
- Ong, Walter J. Orality and Literacy. London: Fontana, 1982.
- O'Sullivan, T. Hartley, J., Saunders, D., Fiske, J. Key Concepts in Communication. London: Metuen,
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http://docs.google.com/View?id=df3xn… 3/4
 
1983.
- Rosenthal, Raymond, editor. McLuhan: Pro and Con. Baltimore: Penguine, 1968.
- Stearn, Gerald Emanuel, editor. McLuhan: Hat and Cool. New York: Dial, 1967.
- Theal, Donald F. The Medium Is The Rear View Mirror: Understanding McLuhan. Montreal: McGill-
Queen's University Press, 1971.
- Williams, R. Televisiom: Technology and Cultural Form. London: Fontana, 1974.
- Williams, R. Keywords. London: Fontana, 1976.
 
Baseado em "Teoria da Comunicação, Curso Comunicação Social, Habilitação em Jornalismo, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes,
Universidade Federal do Paraná - Profa. Rosa Maria"
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