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- Trata-se de um nematodo de tamanho pequenino - A forma parasitária adulta é uma fêmea partenogenética, que vive na intimidade da mucosa duodenal e jejunal do ser humano -. Existem também formas de vida livre (no solo), com machos e fêmeas. - Verme dimorfobiótico Ovos - São elípticos, de parede fina e transparente, praticamente idênticos aos dos ancilostomídeos - Podem ser observados nas fezes de indivíduos com diarreia grave ou após utilização de laxantes Larvas - Rabditoides o Larvas LI ou L2 originadas da fêmea parasito atingem o meio externo o Encontradas de uma a 25 larvas por grama de fezes o Nas formas disseminadas são encontradas na bile, no escarro, na urina ou nos líquidos duodenal e pleural e liquor o Incolor ou castanho amarelado (lugol) o Formato alongado o Vestíbulo bucal curto o Esôfago rabdtóide com bulbo esofagiano (1/3) o Primórdio genital nítido - Filarióides o Só essas são infectantes o Existem dois tipos de larvas L3: a larva infectante derivada dos ciclos direto ou indireto, vistas no meio ambiente e capaz, portanto, de penetrar a pele ou mucosas; e a L3 autoinfectante (L3a) que evolui no interior do hospedeiro, ocasionando os casos de autoinfecção interna. o Filiforme o Cauda entalhada o Ausência de bainha (menos resistentes que as larvas filarioides dos ancilostomídeos) o Esôfago filarióide (1/2 do corpo) o Coloração: carmim acético Ciclos biológicos - Ambos são monoxênicos - As fêmeas parasitos podem produzir, simultaneamente, três tipos de ovos, dando origem a três tipos de larvas rabditoides: larvas rabditoides que se diferenciam em larvas filarioides infectantes, completando o ciclo direto; larvas rabditoides que originam as fêmeas de vida livre; e larvas rabditoides que evoluem para macho de vida livre, em que as duas últimas completam um ciclo indireto 1. Ciclo direto: as larvas rabditoides no solo ou sobre a pele da região perianal, após 24 a 72 horas, transformam- se em larvas filarioides infectantes 2. Ciclo indireto: larvas rabditoides produzem fêmeas ou machos de vida livre --> Ocorre somente um ciclo de vida livre, pois os ovos originados do acasalamento das formas adultas de vida livre uma vez que as larvas rabditoides originadas evoluem para larvas filarioides infectantes - Os ciclos direto e indireto se completam pela pene- tração ativa das larvas L3 na pele ou em mucosas oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro - Larvas secretam metaloproteases, que as auxiliam, tanto na penetração quanto na migração através dos tecidos - Ciclo continua pelas larvas que alcançam as circulações venosa e linfática e através desses vasos seguem para o coração e os pulmões - Chegam aos capilares pulmonares, onde se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar e, por meio de migração pela árvore brônquica, chegam à faringe - Podem ser expelidas pela expectoração ou deglutidas, chegando ao intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas que depositam poucos ovos por dia na mucosa intestinal --> larvas rabditoides maturam, alcançam a luz intestinal e são eliminadas com as fezes do paciente, constituindo a forma diagnostica visualizada em microscopia óptica - OBS: Período pré-patente é de 15-25 dias - OBS2: A fase dos ciclos que se passa no solo exige condições semelhantes às dos ancilostomídeos: o Solo arenoso o Umidade alta Strongyloides stercoralis Agnes Jennine M41 o 25° e 30°C o Ausência de luz solar direta Transmissão - Larvas filarioides infectantes (L3) penetram usual- mente através da pele ou, ocasionalmente, pelas mucosas, principalmente da boca e do esôfago - Nas pessoas que não usam calçados, a penetração ocorre pela pele dos pés - Autoinfecção Externa: Larvas rabditoides presentes na região perianal de indivíduos infectados transformam-se em larvas filarioides infectantes e aí penetram, completando o ciclo direto - Autoinfecção Interna: Larvas rabditoides, ainda na luz intestinal de indivíduos infectados, transformam-se em larvas filarioides, que penetram a mucosa intestinal (íleo ou cólon) o Em casos raros, nesse tipo de autoinfecção, podem ser encontradas fêmeas partenogenéticas nos pulmões o Essa modalidade pode ocorrer em indivíduos com estrongiloidose e constipação intestinal devido ao retardamento da eliminação do material fecal o A autoinfecção interna pode acelerar-se, provocando a elevação do número de parasitos no intestino e nos pulmões (localizações próprias das larvas), fenômeno conhecido como hiperinfecção; ou disseminar-se por vários órgãos do paciente, condição conhecida como forma disseminada - Hetero-infecção: parasito vem do solo ou de outro paciente - Situação mais graves é decorrente do uso de doses altas e prolongadas de corticóides --> no metabolismo dessas drogas formam-se compostos semelhantes aos hormônios de crescimento e muda dos helmintos: as ecdizonas, que fazem larvas L1 passarem a L2 sem sair do intestino - Ciclo se fecha com grande produção de fêmeas partenogenéticas e invasão larvária de todo o organismo, levando o paciente ao óbito Patologia - Indivíduos portadores de pequena quantidade de parasitos no intestino geralmente são assintomáticos - Formas graves, às vezes fatais, relacionam-se com fatores extrínsecos, principalmente pela carga parasitária adquirida e com fatores intrínsecos - Pulmonar o Intensidade variável, porém presente em todos os indivíduos infectados, caracterizada por tosse, com ou sem expectoração, febre, dispneia e crises asmatiformes decorrentes das larvas filarioides e, ocasionalmente, de fe ̂meas, que aí podem alcançar a maturidade, produzindo ovos e larvas rabditoides o A travessia das larvas do interior dos capilares para os alvéolos provoca hemorragia, infiltrado inflamatório constituído de linfócitos e eosinófilos, que podem ser limitados, ou em casos mais graves, provocar broncopneumonia, síndrome de Löeffler, edema pulmonar e insuficiência respiratória - Intestinal o As fêmeas, com a finalidade de se fixar ou se alimentar, localizam-se principalmente na mucosa do duodeno e jejuno, limitando-se à zona glandular, raramente ultrapassando a muscularis mucosae, onde são aprisionadas pelas células epitelioides e depois removidas pelos leucócitos polimorfonucleares o Enterite catarral: os parasitos são visualizados nas criptas glandulares e ocorre uma reação inflamatória leve, caracterizada pelo acúmulo de células que secretam mucina e, portanto, acompanhada por aumento de secreção mucoide, com caráter reversível o Enterite edematosa: os parasitos são visualizados em todas as túnicas da parede intestinal e ocorre reação inflamatória com edema de submucosa e desaparecimento do relevo mucoso, caracterizado por síndrome de má absorção intestinal; considerado de certa gravidade, porém de caráter reversível o Enterite ulcerosa: os parasitos em grande quantidade provocam inflamação com eosinofilia intensa; ulcerações, com invasão bacteriana, que durante a evolução serão substituídas por tecido fibrótico determinando rigidez da mucosa intestinal. Essa lesão é irreversível e considerada grave uma vez que a fibrose pode provocar alterações no peristaltismo, ocasionando íleo paralítico Agnes Jennine M41 - Disseminada o Em pacientes infectados e imunocomprometidos o Que favorecem a autoinfecção com grande produção de larvas rabditoides e filarioides no intestino, às quais alcançam a circulação e se disseminam para múltiplos órgãos o Além do intestino e dos pulmões, são encontradas nos rins, fígado, vesícula biliar, coração, cérebro, pâncreas, ovários, tireóide, adrenais, próstata,, glândulas mamárias, linfonodos. - OBS: Larvas infectantes - logo após a defecação; As larvas rabditóides morrem abaixo de 8°C Síndrome de Loeffler - “é SANTA” o Stroongyloides stercoraliso Ancylostoma duodenale o Toxocara canis o Ascaris lumbricoide - Ciclo pulmonar de LOOSS - Síndrome eosinofílica - Ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares: 1. Tosse seca (ou produtiva) 2. Broncoespasmo 3. Dispnéia 4. Sibilos 5. Desconforto retroesternal 6. Febre baixa 7. Imagens radiológicas de infiltrados intersticiais múltiplos e migratórios - O quadro clínico é brando e efêmero; eosinofilia (10- 30%), que costuma ceder ou diminuir após o término do ciclo pulmonar larvário Sintomatologia da estrongiloidíase - Eritema, prurido ou urticária - Dias depois: expectoração e ligeira febre - Em alguns casos, uma crise de asma - Desconforto abdominal - Cólicas - Surtos diarréicos - Anorexia, náuseas e vômitos - Enterite mucosa, edematosa e ulcerosa - 15 a 45% de eosinófilos - Nos casos graves aparecem: 1. Anemia 2. Emagrecimento 3. Desidratação 4. Irritabilidade 5. Astenia Diagnóstico - Clínico o Aproximadamente 50% dos casos não há sintomas o Tríade clássica de diarreia, dor abdominal e urticária é sugestiva. o A eosinofilia e os achados radiográficos e sorológicos podem auxiliar na suspeita diagnostica. o Recomenda-se o diagnóstico diferencial com ancilostomose, ascaridose, giardose, pneumonia, urticária, colecistite, pancreatite e eosinofilia pulmonar tropical, asma - Método de Rugai - Método de Baerman (falha em 70% - 1 amostra) - Coprocultura da Harada-Mori (3 a 7 dias p/ +, mas risco de infecção) - A pesquisa das formas evolutivas por exame direto ou após centrifugação, conforme o quadro clínico - Bronco pulmonar - exame de escarro e lavado broncopulmonar; duodenal - coletado por tubagem; urina; líquido pleural; vômito; líquido ascítico e liquor - Endoscopia digestiva Agnes Jennine M41 - Biópsia e análise histopatológica - Necropsia - Esfregações citológicos - Métodos indiretos (Auxiliam no diagnóstico, contribuindo para esclarecimento em casos de suspeita clínica) o Hemograma o Imagem o PCR o Métodos imunológicos: o ELISA direto e indireto o Western blot (WB) o Imunofluorescência Indireta Tratamento - Ivermectina - Albendazol - Tiabendazol - OBS: taxa de cura é de 70 a 90% Epidemiologia - O geo-helminto S. stercoralis infecta aproximadamente de 30 a 100 milhões de pessoas no mundo, podendo também infectar cães, gatos e macacos. OS FATORES QUE INFLUENCIAM O APARECIMENTO, A MANUTENCÃO E A PROPAGACÃO DA ESTRONGILOIDOSE SÃO: - Fezes de homens ou animais infectados contaminando o solo - Solo arenoso ou arenoargiloso, úmido, com ausência de luz solar direta - 25° e 30°C - Condições sanitárias inadequadas - Hábitos higiênicos inadequados - Contato com alimento contaminado por água de irrigação poluída com fezes - Não utilização de calçados Agnes Jennine M41
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