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- DST não-viral mais comum transmitida no mundo, curável - Mais elevada que Chlamydia + Sífilis + Gonorréia - Até 70% das mulheres e dos homens com o protozoário são assintomáticos (IST) - Aumenta a chance de infecção pelo HIV Morfologia - É uma célula polimorfa - São elipsoides ou ovais e algumas vezes esféricos em espécimes vivos - Em preparações coradas, ele é tipicamente elipsóide, piriforme ou oval - Tem a capacidade de formar pseudópodes --> usados para capturar os nutrientes e se fixar em partículas sólidas - Não há a formação de cistos - T. vaginalis apresenta somente o estágio de trofozoíto - As condições físico-químicas afetam o aspecto das tricomonas - OBS: forma tende a se tomar mais uniforme entre os flagelados que crescem nos meios de cultura do que entre aqueles observados na secreção vaginal e na urina - Possui quatro flagelos anteriores e um recorrente (aderido ao corpo celular) - Axóstilo (forma de fita), costa (faixa) e pelta (colarinho) - Blefaroplasto está situado antes do axóstilo, sobre o qual se inserem os flagelos, e coordena os seus movimentos - Desprovido de mitocôndrias e apresenta grânulos densos paraxostilares denominados hidrogenossomos Biologia - Habita o trato geniturinário do homem e da mulher, onde produz a infecção e não sobrevive fora do sistema urogenital - A multiplicação ocorre por divisão binária longitudinal, e a divisão nuclear é do tipo criptopleuromitótica, sendo o cariótipo constituído por seis cromossomos - Anaeróbio facultativo - Fontes de energia: glicose, frutose, maltose, glicogênio e amido, não utiliza a sacarose e a manose - Ciclo de Krebs é incompleto - Protozoário não contém citocromo - Capaz de manter reserva de glicogênio e sintetizar alguns aminoácidos Transmissão - O protozoário não sobrevive fora do corpo humano, a menos que seja protegido contra a dessecação - OBS: transmissão não sexual é incomum e pode ser aceita para explicar a tricomoníase em crianças incluindo os recém-nascidos, como também em virgens - O homem é o vetor (sobrevive por mais de 1 semana no prepúcio) —> pela ejaculação os tricomonas são levados à vagina pelo esperma - As mães podem contaminar suas filhas durante o parto (neonatal) - No homem o parasito vai se alojar na uretra, vesículas seminais ou na próstata Patogênese - O estabelecimento de T. vaginalis no sítio de infecção inicia com o aumento do pH, visto que o pH normal da vagina é ácido (3,8-4,5) e o organismo desenvolve-se em pFl maior que 5,0 - Um contato inicial entre T. vaginalis e leucócitos resulta em formação de pseudópodes e fagocitose das células imunes nos vacúolos fagocíticos do parasito - A citoaderência e a citotoxicidade dependem de fatores de virulência como adesinas cisteína proteases, lipofosfoglicano e o cell-detaching factor Patologia - Promove a transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV) - É causa de baixo peso de bebês tem como de nascimento prematuro; predispõe mulheres à doença inflamatória pélvica atípica, câncer cervical e infertilidade - Transmissão do HIV: infecção por T. vaginalis tipicamente faz surgir uma agressiva resposta imune celular local com inflamação do epitélio vaginal e exocérvice em mulheres e da uretra em homens --> resposta inflamatória induz uma grande infiltração de leucócitos, incluindo células-alvo do HIV como linfócitos TCD4 e macrófagos, aos quais o HIV pode se ligar e ganhar acesso --> além disso, ela frequentemente causa pontos hemorrágicos na mucosa, aumentando a Trichomonas Vaginalis Agnes Jennine M41 H porta de entrada para o vírus em indivíduos HIV negativos - Semelhantemente, em uma pessoa infectada pelo HIV, os pontos hemorrágicos e a inflamação podem aumentar os níveis de vírus nos fluídos corporais e o número de linfócitos e macrófagos infectados pelo HIV presentes na região genital --> expandindo a porta de saída do HIV --> há uma probabilidade oito vezes maior de exposição e transmissão de parceiro sexual não infectado - OBS: T. Vaginalis tem a capacidade de degradar o inibidor de protease leucocitária secretória, um produto conhecido por bloquear o ataque do HIV às células, podendo esse fenômeno também promover a transmissão do vírus - Em indivíduos HIV-negativos (aumenta porta de entrada): - Em indivíduos infectados (expansão da porta de saída): - Pontos hemorrágicos + Inflamação: o Aumento dos níveis de vírus nos fluídos corporais o Aumento dos Macrófagos + linfócitos infectados, região genital - Probabilidade, em ambos os casos, até 8 vezes maior de exposição e transmissão do parceiro sexual não- infectado - Outros mecanismos (indivíduos com tricomonose) - Da carga viral na secreção uretral - Aumento da secreção de citocinas (IL - 1, 6, 8 e 10) que aumentam a susceptibilidade ao HIV - Aumento da T. vaginalis degrada inibidor de protease leucocitária secretória que bloqueia ataque do HIV às células - Assintomáticos (sexualmente ativos) propagam infecção --> +/- 24% das infecções (HIV) são atribuídos a tricomonose Resistência ao parasito - Alterações do meio vaginal que favorecem a infecção: o Modificações da flora bacteriana vaginal o Diminuição da acidez local (pH=3,8-4,5) - T. vaginalis (pH maior 5,0) o Diminuição do glicogênio nas células do epitélio o Acentuada descamação epitelial - OBS: pode ser encontrado em mulheres com pH vaginal entre 4 e 8, porém incide com maior frequência entre pH 6 e 6,5. Sinais e sintomas - Infecção aguda na mulher: o Corrimento vaginal variável (claro a muco- purulento); quando típico: bolhoso, fluido, abundante, de coloração amarelo-esverdeada e odor fétido – 20% das vezes o Dor no baixo abdome o Disúria o Complicações: Neoplasia cervical intraepitelial, ruptura prematura de membranas, parto prematuro e recém-nascidos de baixo peso. - Infecção aguda no homem o Uretrite (corrimento uretral, disúria e >5 leucócitos/campo no esfregaço corado pelo Gram e observado em grande aumento) o Complicações: prostatite, epididimite e infertilidade - Infecção crônica o Sintomas/sinais mais brandos, como prurido, dispauremia e corrimento escasso o Indivíduo principal fonte de transmissão Diagnóstico - O diagnóstico da tricomoníase não pode ser baseado somente na apresentação clínica, pois a infecção poderia ser confundida com outras DSTs - A investigação laboratorial é necessária e essencial para o diagnóstico - Se a clínica fosse utilizada isoladamente: até 88% das mulheres infectadas não seriam diagnosticadas e 29% das não infectadas seriam falsamente indicadas como tendo infecção - Exame a fresco: - Mulher – secreção vaginal e uretral o Na coleta as mulheres não deverão realizar a higiene vaginal durante 18 a 24 horas anterior a coleta do material e nem uso de medicamento ( geléias e cremes ); O material é usualmente coletado na vagina com swab de algodão com o auxílio de um espéculo não lubrificado; Material mais abundante nos primeiros dias APÓS a menstruação. - Homem – secreção uretral ou prostática o Coleta pela manhã sem urinar e sem uso de medicamentos; O material é colhido com uma alça de platina ou com swab de algodão (Stuart ou sol. salina ); esperma, urina no primeiro jato da manhã, esfregaços uretrais - Cultura - Imunofluorescência + ELISA + Imunocromatográfico (OSOM) Tratamento - Metronidazol - Tinidazol - Secnidazol - Recomendações: 1. Abstinência sexual até desaparecimento dos sintomas 2. Abstinência alcoólica até 24 horas após término do tratamento 3. Tratamento dos parceiros sexuais, presencial (solicitar exames de outras ISTs) Agnes Jennine M41
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