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Aula 08 - Direito Penal - Curso Estágio Ministério Público Estadual

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1 
 
 
 
 
 
 
CURSO: Ministério Público Estadual 
 
 
 
Estagiando Direito 
@estagiando_direito_ 
 
AULA 08 – 
Direito Penal 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 Olá, alunos. Na aula de hoje, trataremos sobre o instituto da Ilicitude e seus temas 
mais relevantes que podem ser cobrados em concurso. 
 
 Sem mais delongas, vamos à aula. 
 
Ilicitude 
 
 Pois bem. A ilicitude, trata-se da contrariedade entre o fato típico praticado por alguém 
e o ordenamento jurídico, capaz de lesionar ou expor a perigo de lesão bens jurídicos 
penalmente tutelados. Ademais, pode-se dividi-la em duas formas: 
 
 Ilicitude formal: Mera contradição entre o fato praticado pelo agente e o sistema jurídico 
em vigor. 
 
 Ilicitude material: Conteúdo material do injusto, a substância da ilicitude, que reside no 
caráter antissocial do realçado comportamento, com ofensas aos valores necessários à ordem 
e à paz no desenvolvimento da vida social. 
 
Causa de excludentes da ilicitude 
 
 Ademais, em tratando-se das causas existentes de exclusão da ilicitude, assim podem 
ser definidas: 
 
 1. Causa excludente da ilicitude: Uma vez praticado o fato ilícito, em razão da teoria 
da tipicidade, o comportamento humano previsto em lei como um crime ou contravenção penal, 
presumir-se-á o seu caráter ilícito. A presunção é relativa – iuris tantum – desde que o autor 
demonstre ter agido acobertado por uma exclusão da ilicitude. 
 
 Dessa forma, presente uma excludente de ilicitude, estará excluída a infração penal. 
Destarte, o crime e a contravenção penal deixarão de existir, pois o fato típico não é contrário 
ao Direito. E sim ao contrário, a ele se amoldará. 
 
 
3 
 
 1.1. Causas excludentes de ilicitude legais genéricas: Estado de necessidade, 
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito. Por serem os 
mais recorrentes em provas, trataremos mais adiante, neste material, sobre cada uma das 
supracitadas causas. 
 
 1.2. Causas de excludentes de ilicitude legais específicas: Prevista na parte especial 
do Código Penal, tem aplicação unicamente a determinados crimes, ou seja, somente àqueles 
delitos a que expressamente se referem, exemplos: Aborto necessário (artigo 128 do CP), 
Injúria e Difamação – causa de exclusão do crime – (artigo 142 do CP), furto de coisa comum 
(artigo 156, p. 2° do CP), violação de domicílio (artigo 150, p. 3° I e II), dentre outros. 
 
 2. Causa excludente de ilicitude supralegal: Trata-se do consentimento do 
ofendido – entendido como a anuência do titular do bem jurídico tutelado ao fato típico 
praticado por um agente – é atualmente aceito como causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
 
 2.1. Requisitos para aplicação do consentimento do ofendido: 
 1) Deve ser expresso, pouco importando sua forma, oral, escrito, solene ou não; 
 2) Não pode ter sido concedido em razão da coação ou ameaça, nem paga ou por 
promessa de recompensa; 
 3) É necessário ser moral e respeitar os bons costumes; 
 4) Deve ser manifestado previamente à consumação da infração penal. A anuência 
posterior à consumação do crime não afasta a ilicitude; 
 5) O ofendido deverá ser plenamente capaz de consentir, dessa forma, deve ter 
completado 18 (dezoito) anos de idade e não padecer de nenhuma anomalia suficiente para 
retirar sua capacidade de entendimento e autodeterminação. 
 
Estado de necessidade 
 
 O estado de necessidade é a causa de exclusão da ilicitude que irá depender de uma 
situação de perigo, caracterizada pelo conflito de interesses lícitos, ou seja, a colisão entre 
bens jurídicos pertencentes à pessoas diversas, que irá se solucionar com a autorização 
conferida pelo ordenamento jurídico para o sacrifício de um deles para a preservação do outro. 
Leia-se o artigo 24 do Código Penal: 
 
 
 
4 
 
Artigo 24 do Código Penal: Considera-se em estado de necessidade 
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua 
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de 
enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a 
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
 
 Dessa forma, não haverá crime quando o agente pratica o fato típico em estado de 
necessidade. 
 
 Teoria unitária – adotada pelo Código Penal –: Preconiza que o estado de 
necessidade é causa de exclusão de ilicitude, desde que o bem sacrificado seja de igual valor 
ou inferior ao bem jurídico preservado. Exigindo-se, apenas, a razoabilidade do agente. 
 
Requisitos 
 
 O artigo 24 do Código Penal e seu §1º, elencam os requisitos para a configuração do 
estado de necessidade como causa legal da exclusão da ilicitude. Quais sejam: 
 
1) Situação de necessidade e depende; 
1.1) Perigo atual; 
1.2) Perigo não provocado voluntariamente pelo agente; 
1.3) Ameaça a direito próprio ou alheio; 
1.4) Ausência do dever legal de enfrentar o perigo; 
2) Fato necessitado e depende; 
2.1) Inevitabilidade do perigo por outro modo; 
2.2) Proporcionalidade. 
 
 
 
 
5 
 
Causa de diminuição da pena 
 
 No § 2º do artigo 24 do Código Penal assim está definido: Embora seja razoável exigir-
se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Assim, é 
quando o agente, visando proteger bem jurídico próprio ou alheio, sacrifica outro bem jurídico 
de maior valor. Aqui, não há exclusão do crime, é mantida a tipicidade, mas é possível a 
diminuição da pena, dependendo das condições concretas em que o fato foi praticado. 
 
Estado de necessidade recíproco 
 
 É um instituto possível, e ocorre quando duas ou mais pessoas, estejam, 
simultaneamente, em estado de necessidade, umas contra as outras. Aqui, deve ser afastada 
a ilicitude do fato, sem a interferência do Estado que, ausente, permanecerá neutro nesse 
conflito. 
 
Legítima Defesa 
 
 Pois bem. Assim preconiza o artigo 25 do Código Penal: 
 
Artigo 25 do Código Penal: Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste 
artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança 
pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém 
durante a prática de crimes. 
 
 Assim, ele é uma causa de excludente da ilicitude que se extrai do artigo 23, II, do Código 
Penal, se conceituando em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou 
alheio, usando moderadamente os meios disponíveis. 
 
 
 
 
 
6 
 
Requisitos 
 
 Requisitos da legítima defesa: 
 
1) Agressão e deve ser; 
1.2) Injusta; 
1.3) Atual ou iminente; 
1.4) Contra direito próprio ou alheio; 
2) Reação e depende; 
2.2) Emprego dos meios necessários 
2.3) Uso moderado dos meios. 
 
 Explicando-as: 
 
 Agressão injusta: Ação ou omissão humana, contrária ao direito e ao ordenamento 
jurídico, não necessariamente típica. Se houver a agressão injusta, o agredido poderá revidar 
a agressão, não se exigindo a fuga do local. 
 
 Atual ou iminente: Deverá ser atual – agressão presente, já ne iniciou e ainda não se 
encerrou a lesão ao bem jurídico. Ou, iminente – é a agressão preste a ocorrer, ou seja, aquela 
que se torna atual em um futuro imediato –. 
 
 Agressão a direito próprio ou alheio: A agressão injusta, atual ou iminente, deverá 
ameaçar bem jurídico próprio ou de terceiros. 
 
 Reação com meios necessários: São aquele que o agente tem à sua disposição para 
repelir agressão injusta, atual ou iminente, ou a direito seu ou de outrem, quando é praticada. 
 
 Uso moderado dos meios necessários: É preciso que o indivíduo atue com 
proporcionalidade, istoé, deve ser utilizado o meio menos lesivo à disposição do agredido. A 
 
 
7 
 
atuação moderada é uma utilização sem excessos e que demonstre que houve emprego 
suficiente daquilo que se exige para cessar a agressão. 
 
Legítima defesa x Estado de necessidade 
 
 Na legítima defesa, o perigo provém de uma agressão ilícita do homem, e a reação irá 
se dirigir contra o seu autor. Por sua vez, no estado de necessidade, o perigo é originário da 
natureza, de seres irracionais ou mesmo de um ser humano, mas, para se defender, o agente 
sacrifica bem jurídico pertencente a quem não provocou a situação de perigo. 
 
Legitima defesa da honra no feminicídio 
 
 Em março de 2021, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a legítima 
defesa da honra no cenário do feminicídio. Para isso, ponderou prestigiar o princípio 
constitucional da dignidade da pessoa humana. Além disso, vedou a sua utilização no Tribunal 
do Júri, sob pena de anulação do julgamento. 
 
Estrito cumprimento do dever legal 
 
 Conforme preconiza o artigo 23, III, do Código Penal: 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de 
direito. 
 
 Cuida-se também, de causa de exclusão da ilicitude, e consiste na prática de um fato 
típico, em razão de cumprir o agente uma obrigação imposta por lei, de natureza penal ou não. 
Onde há o dever legal de agir. Para exemplificar: O policial que priva o fugitivo de sua liberdade, 
ao prendê-lo em flagrante. 
 
 
 
 
 
8 
 
Dever legal 
 
 Pois bem. É qualquer obrigação direta ou indiretamente resultante de lei, em sentido 
genérico, ou seja, preceito obrigatório e derivado da autoridade pública competente para emiti-
lo. Pode ser compreendido por intermédio de decretos, regulamentos, decisões judiciais – se 
limitando a aplicar ao caso concreto, a letra da lei, submetido ao exame do poder judiciário –, 
atos administrativos – desde que sejam de carácter geral e não específico –. 
 
Exercício regular de Direito 
 
 Ratificando o artigo 23, III, do Código Penal: 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de 
direito. 
 
 Trata-se também, de causa de exclusão da ilicitude, onde pode ser conceituada como o 
indivíduo que está autorizado a praticar um ato, reputado pela ordem jurídica como exercício 
de um direito, agirá licitamente. Exemplificando: as lesões advindas das práticas esportivas 
violentas (UFC, por exemplo), desde que os atletas cumpram as regras estabelecidas para a 
modalidade. 
 
Estrito cumprimento de dever legal x exercício regular de Direito 
 
 No estrito cumprimento do dever legal, o dever de agir originará na lei – direita ou 
indiretamente –. No exercício regular de Direito, o exercício se autoriza por intermédio de 
lei, regulamentos e, em algumas vezes, o costume. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Ofendículos 
 
 Aqui, são os meios defensivos utilizados, geralmente, para a proteção da propriedade 
ou de outros bens jurídicos, como a segurança familiar e a inviolabilidade do domicílio. São 
lícitas e podem ser: Arame farpado, cerca elétrica, cacos de vidro no muro, dentre outros. 
 
 Entretanto, eles devem ser VÍSIVEIS, pois irão visar a advertência, e não forma oculta 
para ofender a integridade física de terceiros. 
 
Questões 
 
01) (UNESPAR - 2019 - Prefeitura de Pinhais - PR - Guarda Municipal) Conforme dispõe o 
Código Penal quanto à legítima defesa, assinale a alternativa CORRETA: 
A) O agente pode utilizar de forma imoderada os meios necessários para repelir a agressão. 
B) A agressão a ser repelida pode ser justa ou injusta. 
C) A agressão a ser repelida pode ser atual, iminente ou pretérita. 
D) O direito a ser protegido pode ser próprio ou de outrem. 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
 
02) (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão) Joana caminhava pela rua, quando percebeu 
que um cachorro de grande porte se desvencilhou da coleira de seu dono e correu ferozmente 
em direção a uma criança que brincava na calçada. Com o objetivo de proteger a criança, 
Joana atirou uma pedra na cabeça do animal, que veio a falecer. Considerando os fatos acima, 
Joana agiu em: 
A) estado de necessidade, que afasta a culpabilidade de sua conduta; 
B) legítima defesa de terceiro, que afasta a tipicidade de sua conduta; 
C) estado de necessidade, que afasta a ilicitude de sua conduta; 
D) legítima defesa de terceiro, que afasta a ilicitude de sua conduta; 
E) estado de necessidade, que afasta a tipicidade de sua conduta. 
 
 
 
10 
 
03) (CESPE / CEBRASPE - 2003 - PC-RR - Agente Carcerário) Considerando as disposições 
legais pertinentes à ilicitude, à culpabilidade e à punibilidade, julgue o seguinte item. Age em 
estrito cumprimento do dever legal o policial que emprega força física para impedir fuga de 
presídio. 
A) Certo 
B) Errado 
 
04) (CESPE - 2008 - TCU - Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental - Prova 
1) Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. Arnaldo, lutador de boxe, agindo segundo as regras desse esporte, 
matou Ailton durante uma luta. Nesse caso, em razão da gravidade do fato, a violência 
esportiva não será causa de exclusão do crime. 
A) Certo 
B) Errado 
 
05) (VUNESP - 2021 - TJ-GO - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento) 
Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas, de acordo com os arts. 24, 
§1º e 25 do CP: 
Não pode alegar estado de necessidade quem ______ ; entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, ______, a direito 
______ . 
A) tinha o dever legal de enfrentar o perigo … atual … próprio ou de terceiro 
B) tem condições de enfrentar o perigo … atual ou iminente … próprio 
C) tinha o dever legal de enfrentar o perigo … atual ou iminente … seu ou de outrem 
D) expôs-se desnecessariamente ao risco … atual … seu ou de outrem 
 
Gabarito 
 
01) 02) 03) 04) 05) 
D C A B C

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