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Infecção do trato urinário

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RAFAELLA BONFIM TXXIX 
Infecção do trato urinário 
DEFINIÇÃO 
• É a colonização e multiplicação bacteriana na urina, acomete estruturas do aparelho urinário, da uretra ao parênquima 
renal 
AGENTE ETIOLÓGICO 
→ Bactérias – maioria proveniente do intestino; fungos – cândida é muito comum em pacientes diabético; vírus – 
imunodeprimidos, como paciente após transplante 
LOCALIZAÇÃO 
▪ JUV (junção uretro vesical) – é a estrutura que separa o trato superior do inferior 
o ITU alta: trajeto ureteral, pelve renal e parênquima renal 
→ Pielonefrites 
 É mais grave tendo em vista que o rim recebe muito sangue (20%), ou seja, cerca de 500 ML por minuto em cada rim, 
se uma bactéria dessa região cair no sangue é muito perigoso, podendo desencadear sintomas sistêmicos, como sepse 
e óbito 
 Obs: Ureter distal (perto da bexiga) é trato superior 
o ITU baixa: bexiga, colo vesical, uretra 
→ Cistites - geralmente não acometem o paciente de forma grave 
COMPLEXIDADE 
▪ ITU não complicada 
o Cistite 
• Comum em mulheres hígidas sem alteração do trato urinário, não gestante 
 Principal agente: escherichia coli (proveniente do intestino grosso) 
▪ ITU complicada 
• Tudo que não é considerada ITU não complicada, é considerada complicada 
• Localizações diferentes da bexiga em crianças, homens, grávidas, imunossuprimidos, pacientes com doenças graves 
• Espectro amplo de bactérias envolvidas (G+ e G-) 
EPIDEMIOLOGIA 
✓ Sexo feminino 
 É mais comum em mulheres por conta da uretra curta, intravaginal, cavidade vaginal acaba sendo um local de “pit stop” 
bacteriano, já o períneo é mais curto ficando mais próximo do anus - homem com itu necessita de investigação 
• Em homens é mais comum acometer o grupo de idosos e crianças, tendo em vista que: 
➢ Idosos: hiperplasia prostática (depois dos 45 anos a próstata acaba crescendo) 
➢ Baby: estenose da JUP (patologia congênita), válvula de uretra posterior e refluxo vesico ureteral – são situações que 
causam estenose ureteral 
✓ Gestante/adolescentes: alteração hormonal facilita a infecção bacteriana 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
AGENTES 
▪ Escherichia Colli (80%) – é o principal agente 
 Ele é peludo, logo acaba tendo uma maior adesão ao endotélio, possui 2 pelos: fimbria tipo 1(tropismo pelo trato 
urinário inferior – cistite) e tipo P (causa pielonefrite, tem tropismo pelo trato urinário superior) 
 Obs: em casos de HIV, imunossupressão, a fimbria tipo 1 também pode causar pielonefrite 
▪ Sthapylococcus saprophuticus (10%) 
▪ Proteus mirabilis (5%) – esse agente está associado ao cálculo coraliforme, logo, deve-se investigar esse cálculo no 
trato urinário alto 
o Via de infecção básica: via ascendente 
 Existe também a via hematogênica, porém, é menos comum 
MECANISMO DE DEFESA DO HOSPEDEIRO 
▪ Micção – a bactéria precisa de um tempo para aderir e se multiplicar, o fato de urinar bastante acaba impedindo essa 
dinâmica) 
 Se a mulher ingere bastante líquido, esvazia a bexiga com uma frequência maior, assim a bactéria não consegue se ficar 
na bexiga, sendo eliminada mais facilmente e não gera a infecção 
▪ pH da urina 
FATORES QUE PREDISPOEM A ITU 
▪ Relação sexual 
▪ Gestação 
▪ Menstruação excessiva 
▪ Diabetes descompensada – glicosúria é uma fonte de energia para a bactéria facilitando a proliferação 
▪ Sexo feminino 
▪ Idade – mulheres jovens 
FATORES DE RISCO EM MULHERES 
▪ Pré menopausa: atividade sexual; uso repetido de antibióticos; uso contínuo de espermicidas 
▪ Pós menopausa: alterações anatômicas, alterações funcionais, antecedentes de ITU, alterações estrogênicas (o 
estrógeno protege a uretra – selo uretral - fazendo com que seja mais difícil a proliferação bacteriana) 
▪ Cateteres vesical – sondagem vesical de demora (promovem colonização de bactérias) 
▪ Pacientes com lesão medular – bexiga neurogênica, cateterização crônica ou intermitente 
▪ Cateteres vesicais 
▪ Litíase renal 
▪ Manipulação trato geniturinário 
▪ Métodos contraceptivos 
▪ Hospitalização 
 
 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
FISIOPATOLOGIA 
▪ Bexiga 
➢ Histologia: epitélio de transição (tem de 5 a 7 camadas dívidas de forma não muito organizadas, seladas por cima, fortes 
em junções desmossomos para o ureter ser impermeável) 
➢ Células da superfície: guarda-chuva 
• Assim que a bactéria acessa a bexiga, ela se adere por meio da fimbria na célula guarda-chuva e após isso é 
internalizada. A célula internalizada foge dos sistema imune e se multiplica dentro do citoplasma da célula até que a 
célula se rompe 
• Biofilme: é o processo de proteção da bactéria dentro do citoplasma da célula para se proteger e se multiplicar, 
instalando a infecção 
• Tempo de ocorrência: 48 horas 
DEFINIÇÕES 
o Bacteriúria: bactéria no exame de urina 
o Bacteriúria assintomática: bactéria no exame de urina em pacientes sem sinais/sintomas de ITU – colonização (não tem 
multiplicação → não tem dano tecidual → não tem sintoma) 
 Comum em pacientes idosos – deve-se questionar a paciente se ela possui sintomas, porque se tratar mesmo sem 
sintomas há uma grande chance de causar resistência – NÃO SE TRATA BACTEIÚRIA ASSINTOMÁTICA 
 Exceções: gestante (imunossupressão); pacientes com manipulação do trato urinário; paciente pós operatório/ cirurgia 
de próstata) 
o Sintomática: infecção 
→ Qual a diferença entre colonização e infecção? 
Colonização o paciente está com uma bactéria em seu organismo, mas sem apresentar infecção ou qualquer outra doença 
(nesses casos não há necessidade de tratamento). Já a infecção é quando uma bactéria passa a causar dano à sua saúde 
o Piúria: leucócito na urina (leucocitúria) 
 Se tem leucócito + urocultura negativa = pensar em outra doença - oorpo estranho cálculo, câncer, tuberculose e 
infecções genitais 
 Corpo estranho na uretra: síndrome de munchausen 
QUADRO CLÍNICO ITU 
• Depende da localização no trato urinário 
o Cistite: polaciúria, disúria, prurido, hematúria terminal (ocorre no final da micção); não da febre pois não é sistêmica 
o Pielonefrite aguda: febre alta com calafrios, dor lombar e queda do estado geral; pode dar sintomas baixos, mas não 
é regra 
 Obs: não existe nenhuma classificação de severidade da infecção urinária baixa, não é correto classificar a gravidade 
por leucocitúria 
 
 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 
 
Qualquer infecção urinária cursa com: leucocitúria + hematúria + bacteriúria + nitrito positivo 
DIAGNÓSTICO CISTITE 
 
• Disúria (desconforto ao urinar) + polaciúria (necessidade de urinar com maior frequência) na ausência de irritação ou 
corrimento vaginal 
TRATAMENTO CISTITE 
• O tratamento depende de alguns fatores, tais como: 
✓ Apresentação da infecção 
✓ Hospedeiro 
✓ Agente 
 Fatores importantes para a antibioticoterapia 
 Suscetibilidade do agente – o AB vai matar a bactéria? 
 Concentração urinária na onde o agente está localizado 
 Posologia 
 Efeitos colaterais superam os riscos 
 Custos: é acessível para aquele paciente? 
 ITU BAIXA (cistite) não complicada 
IMPORTANTE LEMBRAR QUE: 
➢ Bacteriúria assintomática não é doença: microbiota normal; comum em idosos portadores de SVD, diabéticos 
➢ Bacteriúria ou piúria não estabelecem o diagnóstico de ITU: ITU → sinais e sintomas 
➢ Situações de risco: gestantes e procedimentos urológicos 
➢ Tratamento: não diminui a frequência de episódios sintomáticos e nem melhora outros resultados 
URINA TIPO I • Presença de piuria (≥10.000 leucócitos/mL ou ≥ 10 
leucócitos por campo); hematúria; bacteriúria e nitrato + 
UROCULTURA • Isolamento do agente etiológico ≥ 100.000 UFC/ml 
ANTIBIOGRAMA • Complementar se urocultura (+) ; fornece os antibióticos 
potencialmente uteis a serem prescritos a partir do 
padrão de sensibilidade do microrganismo 
HEMOCULTURA • Não tem valor em pacientes com cistite 
• Solicitada em casos de pielonefrite → pode indicar maior 
risco de sepse 
EXAMES DE IMAGEM Suspeita de algum tipo de complicaçãoà pielonefrite 
Tratamento ambulatorial: quinolona 3 
dias ou fosfomicina em dose única + 
orientações gerais 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
 
PIELONEFRITE AGUDA 
▪ Quadro clínico: sintomas gerais – quadros sistêmicos febre alta, queda do estado geral, sinal de Giordano +; sintomas 
urinários não são comuns; 
▪ Virulência: pili ou fímbria tipo P – entra pela uretra, não causa nada na bexiga e chega na pelve e parênquima renal 
EXAMES 
 Urina tipo 1: hematúria, leucocitúria, bacteriúria 
 Urocultura positiva – 80% E. coli 20% negativo 
 Imagem: casos específicos - tomografia computadorizada 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
→ Apendicite aguda 
→ Diverticulite 
→ Pancreatite 
ACHADOS RADIOLÓGICOS 
• TC com contraste: borramento da gordura perirrenal 
TRATAMENTO 
o ITU ALTA (PIELONEFRITE) não complicada 
→ Tratamento ambulatorial: quinolona 7- 10 dias 
→ Internação: se a paciente não melhorar mesmo tomando antibiótico; febre persistente após 3 dias de tratamento 
o ITU ALTA (PIELONEFRITE) complicada 
• Paciente com quadro de litíase: cálculo se desloca e impacta no ureter → urina não consegue passar e se acumula nesse 
ponto de obstrução para cima → começa a dilatar ureter e rins → pode começar uma infecção → pielonefrite obstrutiva 
= complicada 
→ Tratamento hospitalar: quinolona; cefalosporina 3ª geração parenteral 
→ Tratamento da complicação: + importante 
 Abcesso renal: coleção de pus no parênquima renal; complicação da PNA – comum em pacientes portadores de DM 
 
➢ Diagnóstico: tomografia computadorizada com contraste 
➢ Tratamento: depende do tamanho do abcesso, drenagem percutânea ou drenagem aberta

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