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PROCESSO PENAL – JUIRSDIÇÃO E COMPETÊNCIA: Jurisdição → faculdade do poder judiciário de dizer o Direito no caso concreto. Jurisdição é uma – uma só, a sua diversidade se dá apenas em questão da ratione materiae = causas penais e causas cíveis. Princípios: Juiz natural – todos processados e julgados por autoridade competente. Devido processo legal Investidura – autoridade competente é aquela que teve uma investidura regular no cargo. Se tiver vício – processo nulo. Indeclinabilidade – juiz não pode deixar de julgar/apreciar – não pode deixar de dizer o direito. Indelegabilidade – proíbe a delegação de competência. Exceção: carta precatória. Irrecusabilidade – as partes não podem recusar o juiz, exceto por motivo de impedimento, suspeição e incompetência. Relatividade – sentença de acordo com o pedido, não pode ser extra ou ultra petita. Inércia – juiz não pode agir de ofício, direito de provocar é do MP nas ações públicas e da vitima ou representante nas ações privadas. Características: Jurisdição eficiente possui: - órgão adequado: juiz imparcial regularmente investido no cargo. - contraditório: com garantia de igualdade entre as partes. -procedimento: que assegure a justa solução da lide. Classificação: (quanto) Graduação: - inferior (1ª instância) - superior (2ª instância ou +) Matéria: - penal, civil, eleitoral ou militar. Organismo: - estadual ou federal. Objeto: - contenciosa → litigiosa - voluntária → homologa acordo entre as partes. Função: comum (residual) ou especial. Competência: - plena: juiz decide todos os casos. - limitada: juiz decide certos casos. Ex. cidades com várias varas. COMPETÊNCIA: divisão do trabalho entre os órgãos jurisdicionais. Limita a jurisdição. Competência material: - natureza da infração: ratione materiae. - qualidade da pessoa: ratione personae. Ex. fora de prerrogativa de função. - território: lugar da infração ou residência/domicílio do réu. Competência funcional: atos processuais - fases do processo: distribuir as competências entre dois ou mais juízes – atuar nas fases do processo. Ex. nos crimes dolosos contra a vida há um juiz para instrução e outro para julgamento (júri). - objeto do juízo: ex. tribunal do júri, juiz togado/profissional (resolve questões de direito) e juízes de fato/populares (jurados respondem aos quesitos.) - grau de jurisdição: competência originária (inicial) ou competência em razão de recurso (duplo grau de jurisdição). PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA: Quando a competência for relativa, pois se absoluta é inderrogável. Necessária ou obrigatória → nos casos de conexão e continência, desclassificação para juízo inferior (permanece o anterior) ou exceção da verdade. Voluntária → de forma tácita quando preclui o direito de foro. Na ação privada o querelante escolhe entre foro do domicílio ou residência do réu mesmo que se conheça o local da infração. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA: auxilio entre juízes e tribunais, transferência das atribuições jurisdicionais. *Delegação externa: atos praticados em juízos diferentes: ex. cartas precatórias, instrutórias, inquirir testemunha, perícia, etc. *Delegação interna: juiz cede competência para outro praticar atos no processo. Ex: juiz substituto e titular. TIPOS DE COMPETÊNCIA: Art. 69, I – O LUGAR DA INFRAÇÃO: é REGRA – mais indicado para ser foro do processo. É relativa. Onde se consuma a infração. Se for tentativa, local onde praticou o ultimo ato executório – causa nulidade relativa. Situações: 1 – se a execução iniciou no Brasil e consumou fora: competência no lugar no Brasil onde se praticou ultimo ato de execução. 2 – se o ultimo ato foi praticado fora do Brasil: competente o juízo do lugar onde embora parcialmente o crime produziu o devia produzir o resultado. 3 – se divisa ou limite entre os territórios é incerto: determina o juízo competente pela prevenção. 4 – crime continuado ou permanente em território de 2 ou mais jurisdições: competência firmada pela prevenção. 5 – crimes integralmente cometidos fora do Brasil: capital do estado onde residiu por ultimo o acusado, se nunca morou no Brasil, a capital do Brasil. Art. 69, II – O DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU: 1ª hipótese: não se conhecendo o lugar do crime – subsidiário. Se tiver várias residências: prevenção; Se residência dor incerta ou desconhecida: juiz que 1º tomar conhecimento do fato/ação. 2ª hipótese: ação privada exclusiva – mesmo que conheça o lugar da infração o querelante pode optar pelo domicilio ou residência do réu. OBS.: local conhecido + limites territoriais desconhecidos: prevenção. Limites conhecidos + local do crime desconhecido: prevenção Local do crime completamente desconhecido: domicílio do réu. Art. 69, III – A NATUREZA DA INFRAÇÃO; Se é justiça especial (militar/eleitoral) ou comum (federal/estadual). Não fixa o juízo, mas sim o juiz; Regulada pela lei de organização Ex.: Tribunal do Júri – crimes contra a vida, consumados ou tentados. Desclassificação da infração para outro juiz – remete aos autos, EXCETO se o juiz que estiver desclassificando for mais graduado, prorroga a competência – não remete. EX: crime de roubo qualificado – desclassifica para homicídio = remete, pois juiz do roubo não é competente para julgar homicídio. Crime de homicídio desclassificado para roubo qualificado, não remete, pois o 1º juiz é mais graduado que o 2º, prorroga a competência. Desclassificação pelo júri prorroga a competência. Art. 69, IV – A DISTRIBUIÇÃO Fixa o juiz da vara, e não o juízo; Quando na mesma circunscrição houver 2 ou mais juízes competentes – ex. 6 juízes criminais, várias varas. O primeiro a que for distribuído a denuncia ou queixa, será competente. Art. 69, V – A CONEXÃO OU CONTINÊNCIA São Critérios de modificação de competência. Conexão: nexo/ligação – um crime ligado a outro INTERSUBJETIVA: 3 hipóteses 1ª SIMULTÂNEA – 2 ou mais infrações praticadas ao mesmo tempo, várias pessoas reunidas. EX. TORCEDORES DEPREDAM ESTÁDIO. 2ª CONCURSAL – várias pessoas em curso, tempo e lugar diferentes. Ex. há várias pessoas em várias infrações – quadrilha pratica vários delitos. 3ª RECIPROCICA – várias pessoas praticam crimes, umas contra as outras. Ex: dois grupos de pessoas num baile. OBJETIVA: lógica ou conseqüencial Pratica infrações para garantir a impunidade, vantagem de crime anterior. INSTRUMENTAL: a prova de um crime influencia na prova de outro crime – unidade de processo. Ex. falsificação e estelionato. Ocultação de cadáver e homicídio. CONTINÊNCIA: um crime dentro do outro. Concurso de pessoas → várias pessoas praticam único crime. Concurso formal de crimes – uma conduta dois ou mais crimes Erro de execução – acidente ou erro no uso dos meios de execução atinge quem queria e outra. Aberratio criminis – fora do erro na execução além do resultado pretendido conhece outro. Art. 69, VI – A PREVENÇÃO Quando há + de 2 juízes competentes ou com jurisdição cumulativa, e um deles se antecipa na prática de algum ato do processo ou medida a ele relativa, mesmo antes do oferecimento da denuncia ou queixa, fica prevento este juiz. Ex.: prisão preventiva, fiança, busca e apreensão mesmo sem efeito, inquéritos do mesmo fato foram distribuídos a dois juízes competentes. NÃO APLICA NOS CASOS DE HABEAS CORPUS, PRISÃO TEMPORÁRIA, EM FLAGRANTE, INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. Art. 69, VII – A PRERROGATIVA DE FUNÇÃO NÃO É PESSOAL MAS SIM PELA FUNÇÃO QUE OCUPA. É REFERENTE AO CARGO E NÃO À PESSOA QUE O OCUPA. STF → art. 102, I, b e c da CF - PR e vice, ministros de estado, AGU, CN: DF e SE, ministros dos tribunais superiores, PGR, comandantes, marinha, exército, aeronáutica. STJ → art. 105, I, a da CF - governadores, membros dos tribunais, tribunais de contas estaduais e municipais, MPU. TJ → 105 da CF - prefeitos, deputados estaduais, juízes MP: promotores. Adma da Silva Lima Estudante de Direito Conc. Da Barra-ES.
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