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DIVERTICULOSE, POLIPOSE, CA DE CÓLON E APENDICITE APENDICITE AGUDA Considerações anatômicas: O apêndice se localiza na confluência das tênias no ceco o Ponto de McBurney – fossa ilíaca direita o Pode ter variações na sua localização É um resquício embrionário sem função definida em humanos Representa um “intestino pequeno”, com as mesmas camadas, secreções, colonização bacteriana, mas em alça fechada Sempre pensar em apendicite em um abdome agudo inflamatório. Fisiopatologia: Obstrução por fecalito, hiperplasia linfoide, neoplasia, áscaris distensão apendicular e proliferação bacteriana (inflamação) 12 horas diminuição do suprimento arterial (necrose da parede do apêndice) 48 horas Perfuração: o Abscesso (mais comum) o Peritonite difusa As bactérias mais envolvidas são B. fragiles e E. coli Clínica: Dor vaga mesogástrica (visceral) que evolui para dor localizada em fossa ilíaca direita – Sinal de Blumberg Anorexia Náusea e vômitos Febre baixa Quando complica: o Plastrão/abscesso – pode ser palpável o Peritonite difusa Sinais clássicos: Sinal de Blumberg: descompressão brusca dolorosa Sinal de Rovsing: dor na fossa ilíaca direita após compressão da fossa ilíaca esquerda Sinal de Dunphy: dor na fossa ilíaca direita que piora com a tosse Sinal do Obturador: dor hipogástrica com a rotação interna da coxa direita flexionada Sinal do Psoas: dor à extensão da coxa direita com paciente em decúbito esquerdo Diagnóstico: Clínico (história clássica em homem) Na dúvida (idoso, criança, mulheres, obesos, gestantes) o Imagem: TC (padrão ouro) ou USG/RNM para criança e gestante Tratamento: Simples (< 48 horas e sem complicações): ATB profilático + Apendicectomia (aberta ou vídeo) Suspeita de complicação (> 48 horas ou massa): o Peritonite difusa: ATB (7-10 dias) + cirurgia de urgência o Sem peritonite difusa: imagem Sem complicação = apendicite simples Fleimão: ATB (7-10 dias) + colonoscopia após 4-6 semanas +/- apendicectomia após 6 a 8 semanas Abscesso: ATB (7-10 dias) + drenagem percutânea guiada por imagem + colonoscopia após 4-6 semanas +/- cirurgia após 6 a 8 semanas DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON Fisiopatologia: Menor quantidade de fibras bolo fecal menor maior pressão intraluminal pulsão e zona frágil da parede colônica (onde ficam as artérias) herniação da mucosa e submucosa através da muscular Características: Mais comum no sigmoide (fossa ilíaca esquerda) Acomete idosos Maioria assintomática Diagnóstico: Colonoscopia Clister/enema opaco Complicações: Inflamação – diverticulite DIVERTICULOSE, POLIPOSE, CA DE CÓLON E APENDICITE o Mais comum no sigmoide (cólon esquerdo) o Causa: obstrução por fecalito o Complicação mais comum Sangramento: o Mais comum em cólon direito o Causa: trauma da arteríola tracionada Diverticulite aguda: Obstrução (fecalito) acúmulo de secreção e proliferação bacteriana microperfuração e abscesso pericólico Clínica: o Dor localizada na fossa ilíaca esquerda (insidiosa) o Diarreia ou constipação o Febre o “Apendicite à esquerda no idoso” Diagnóstico: o Clínico o TC o Evitar colono e clister no momento da inflamação Colonoscopia após 4 a 6 semanas – diagnóstico diferencial com neoplasia Complicações: o Abscesso: mais comum o Peritonite difusa: mais grave o Fístula: mais comum é colovesical - Doença de Crohn e CA de cólon também podem causar o Obstrução intestinal: mais comum de delgado Classificação de Hinchey: o Estágio 0: diverticulite não complicada o Estágio I: abscesso pericólico Ia: fleimão Ib: abscesso pericólico o Estágio II: abscesso pélvico o Estágio III: peritonite purulenta o Estágio IV: peritonite fecal Tratamento: o Não complicada: suporte + ATB (7-10 dias) e cirurgia eletiva se imunodeprimido, fístula, incapaz de excluir CA o Complicada (abscesso ≥ 4cm, peritonite, obstrução refratária): Abscesso ≥ 4cm: ATB + drenagem, (4-6 semanas) + cirurgia eletiva (6-8 semanas) Peritonite/obstrução refratária: ATB + cirurgia de urgência (Hartmann) Para estágio III (peritonite purulenta) pode ser feita lavagem laparoscópica Cirurgia eletiva: sigmoidectomia com anastomose primária terminoterminal Cirurgia de urgência: sigmoidectomia com colostomia terminal e fechamento do coto retal (cirurgia à Hartmann) Hemorragia digestiva: Diante de um quadro de hemorragia digestiva a primeira medida é ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA HD alta EDA HD baixa afastar HD alta e hemorroida o Sangramento leve a moderado colonoscopia (diagnóstico e terapêutico) lesão não visualizada que continua sangrando angiografia Antes da angiografia pode ser feita cintilografia (0,1ml/min) – mais sensível, não trata, imprecisa o Sangramento maciço angiografia (0,5-1ml/min) – diagnóstico e tratamento o Se nada resolver: Colectomia PÓLIPOS INTESTINAIS Adenoma: pólipo benigno Adenocarcinoma: pólipo maligno Adenoma viloso, > 2cm, displasia grave: maior risco de Câncer DIVERTICULOSE, POLIPOSE, CA DE CÓLON E APENDICITE Não neoplásicos: Hiperplásicos Hamartomatosos: célula com rearranjo diferente do habitual, mas células normais Inflamatórios Neoplásicos: Adenoma Adenocarcinoma Pólipo = polipectomia Síndromes de Polipose intestinal: Polipose Adenomatosa Familiar (PAF): o Presença do gene APC mutante o Pólipos adenomatosos em todo TGI (>100) o Tratamento: protocolectomia profilática o Variantes: Gardner: dentes extra- numerários, osteoma e lipoma Turcot: tumores do SNC (meduloblastoma) Peutz-Jeghers: o Pólipos hamartomatosos o Manchas melanóticas (pele e mucosas) o Mais delgado – intussuscepção, melena e anemia Cowden: o Pólipos hamartomatosos em todo TGI o Ceratose palmoplantar o Nódulos verrucosos (triquilemomas) – tumor de mucosa de baixa malignidade CÂNCER COLORRETAL – Adenocarcinoma Tipos: Esporádico: mais comum o Fatores de risco: Idade História familiar em parentes de 1° grau DII – DC ou RCU Dieta Hábitos de vida Hereditário associado a pólipos: o Polipose adenomatosa familiar e suas variantes Hereditário não-polipose: Síndrome de Lynch o Três ou mais familiares o Câncer < 50 anos o 2 gerações consecutivas o Não associada à polipose hereditária o A síndrome pode levar ao desenvolvimento de outras neoplasias (ex: ovário, pâncreas) Clínica: Cólon direito: anemia ferropriva e massa palpável Cólon esquerdo: alteração do hábito intestinal Reto: hematoquezia (mais comum), tenesmo Diagnóstico: Colonoscopia (tumor sincrônico – estar em dois locais, por isso precisa da colonoscopia) + biópsia CEA = acompanhamento Rastreamento: Preferencialmente colonoscopia de 10/10 anos A partir dos 50 anos (40 anos se história familiar ou 10 anos antes do diagnóstico do familiar) Lynch: a partir dos 20-25 anos (2/2 anos) e a partir de 35 anos anual PAF: a partir dos 10-12 anos anual Tratamento: Cólon: o Colectomia + Linfadenectomia regional o QT adjuvante – se N positivo Reto: o Até T2 (até muscular própria) e N0 no reto baixo: excisão local endoscópica o Padrão: QT + RT neoadjuvante + cirurgia + QT adjuvante o Cirurgia: > 5cm da margem anal: RAB = ressecção abdominal baixa + excisão do mesorreto com anastomose colorretal < 5cm da margem anal: Miles = ressecação abdomino perineal + excisão do mesorreto com colostomia definitiva
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