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Material de apoio - Direito administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
Matheus Carvalho 
 
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 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
- Enquanto disciplina jurídica: final do séc. 18 e 
início do séc. 19 com a Lei Francesa de 1800 
(organizou pela 1° vez a Administração 
Pública). 
 
- Cresce e ganha cientificidade com as 
construções jurisprudenciais do Cons. de 
Estado da França (Universidade de Paris- 1° a 
ter uma cátedra de direito administrativo). 
 
- No Brasil: Decreto Imperial n° 608/1851 
(direito administrativo passa a ser cátedra 
obrigatória nas faculdades de direito 
existentes). 
 
2. CONCEITO: 
 
- Enquanto ramo do Direito Público é um 
conjunto de normas jurídicas que atuam na 
disciplina da Administração Pública, regulando 
uma das funções desenvolvidas pelo Estado 
(função administrativa). 
 
3. OBJETO: 
 
- A própria Administração Pública, com normas 
contidas em textos legislativos dispersos. 
 
*ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA* 
 
4. FUNÇÕES: 
 
4.1. Função Executiva: aquela que não é 
judicial, nem legislativa (conceito por exclusão). 
 
4.2. Funções ou Atividades 
Administrativas: todas as funções públicas 
consistentes em desempenhar concreta 
(#legislativo: abstrato), direta (#judiciário, que 
age como desinteressado, indiretamente) e 
imediatamente (junto e perante o administrado 
# da função social do Estado) os seus fins. 
(HELY LOPES); 
 
 Serviços Públicos: por meio dos quais o 
Estado oferece utilidades, comodidades e 
prestações específicas nos administrados, 
visando suprir suas necessidades. 
 Polícia Administrativa: o Estado se dispõe a 
controlar as atividades individuais dos 
administrados. Ex. SUCOM. 
 Atividade de Fomento: o Estado incentiva as 
atividades em que atuam as entidades do 3° 
setor, através de recursos destinados ou 
incentivos fiscais. 
 Intervenção no Domínio Econômico: 
Diretamente (só excepcionalmente, em duas 
hipóteses: imperativo da segurança nacional e 
interesse público relevante); Indiretamente (o 
Estado atua como agente regulador da 
economia, fiscalizando as ações dos agentes 
econômicos); Monopólio (o Estado se reserva 
ao direito exclusivo de atuação em 
determinada área). 
 
5. CONCEITO GERAL: 
 
- Conjunto de pessoas ou entidades jurídicas, 
órgãos e agentes públicos (sentido subjetivo, 
formal ou orgânico) que, por lei, têm o dever-
poder de exercerem uma das funções do 
Estado, a função administrativa, que consiste 
em realizar concreta, direta e imediatamente os 
fins constitucionalmente atribuídos às 
entidades estatais, prestação de serviço 
público, poder de polícia administrativa, 
fomento e a intervenção no Domínio 
Econômico (sentido objetivo ou material). 
 
 OBS. As funções típicas de um poder, 
podem ser funções atípicas de outro poder, 
auxiliando o mesmo nas suas funções típicas. 
Entretanto, essas funções atípicas realizadas 
pelos poderes não têm reflexo imediato perante 
a sociedade. 
 
6. REGIME JURÍDICO 
 
- Confere Prerrogativas (Princípio da 
Supremacia do Interesse Público sobre o 
Particular) e Restrições (Perece. da 
Indisponibilidade do Interesse Público) - 
São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais 
decorrem os outros princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de 
“o Binômio do direito administrativo” 
(prerrogativas e sujeições). Maria Sylvia chama 
de “Bipolaridade do direito administrativo”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.1. Princípios Decorrentes desses 02 
Princípios (SUB-PRINCÍPIOS) Art. 37, 
caput, da CF/88: Princípios Constitucionais da 
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, 
Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE: A adm. Pública só pode 
atuar conforme a lei, todas as suas atividades 
estão subordinadas aos comandos legais. 
Diferentemente da Legalidade no âmbito dos 
particulares, onde o que não está proibido está 
permitido (art.5°, inc.II, CF), pela Legalidade 
Administrativa, o administrado só atuará com 
prévia autorização legal, sem a qual a 
Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A 
Administração Pública tem que agir 
objetivamente em prol da coletividade. Os atos 
de pessoalidade são vedados, a atividade da 
administrativa é da Administração e a ela são 
imputadas todas as condutas dos agentes 
públicos. Teoria do Servidor (ou agente público 
de fato). 
 
- As publicidades da adm. não poderão conter 
nomes de administradores ou gestores, serão 
meramente informativas, educativas ou de 
orientação social. 
 
 MORALIDADE: Maurice Hauriou, 1927: 
noção de adm. proba, a moralidade 
administrativa seria um conjunto de regras 
extraídas da boa e útil disciplina interna da 
adm., conjunto de valores que fixam um padrão 
de condutas que deve ser observado pela 
Administração no sentido de que ela atue com 
retidão de caráter, ética, honestidade, 
decência, lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da 
Administração estejam de acordo com a Lei, 
essas atuações têm que ser conduzidas com 
Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, inc.LXXIII da CF/88  Ação popular 
para controlar a moralidade administrativa dos 
agentes públicos. 
 
 PUBLICIDADE: Transparência no exercício 
da atividade administrativa. 
- Exceções: Assuntos que tratem da 
segurança nacional; certos interesses sociais, 
ou de foro íntimo (privacidade, intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA: Introduzido pela EC 19/98, 
antes já era princípio infraconstitucional. A 
atuação da Administração deve ser: 
 Rápida: Dinamismo, Celeridade, 
descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, Satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
 
6.2. Outros Princípios da Administração 
Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública: 
 
 Finalidade Pública Geral: impõe atuação 
que atuação administrativa seja sempre voltada 
à coletividade, ao interesse público, nunca para 
atender interesses particulares. 
 
 Finalidade Pública Específica: determinados 
atos devem atingir fins específicos. Se este ato 
é praticado para atingir outro fim que não seja 
o seu fim específico, estará ferindo o princípio 
da finalidade pública (Desvio específico de 
finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade 
ou Veracidade dos Atos Administrativos: 
 
 Até que se prove o contrário os atos da 
Administração são legais e legítimos 
(presunção relativa, juris tantum). Sua 
ilegalidade terá que ser provada, e até que se 
prove os atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (constitucional): 
 
 A Administração tem prerrogativa de 
controlar sua própria atuação para corrigir seus 
próprios atos. PODERÁ anular o ato que ela 
mesma praticou, quando o ato estiver eivado 
de ilegalidade  Súm. 346, STF :“A 
Administração Pública pode declarar a nulidade 
de seus próprios atos.” 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus 
próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais 
não se originam direitos) e revogar atos por 
motivos de conveniência e oportunidade.  
Súm.473, STF : ”A Administração pode anular 
 
 
 
 
 
 
 
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seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornem ilegais, porque deles não se 
originam direitos, ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de Invalidação e 
Revogação, o Poder Judiciário poderá ser 
provocado e deverá apreciar os atos de 
invalidação e os de revogação. No entanto, a 
apreciação judicial restringe-se a aspectos 
formais, não havendo controle de mérito, pois 
não se pode apreciar a conveniência e 
oportunidade da revogação. Daí o caráter de 
não definitividade do autocontrole daAdministração, que não faz coisa julgada. 
 
 Lei 9784/99, art.53  Processo 
Administrativo Federal: “A Administração DEVE 
ANULAR seus próprios atos, quando eivados 
de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS 
por motivos de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação: 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar as 
razões que a levaram a expedir determinado 
ato. Inc. IX e X, do Estatuto da Magistratura: As 
decisões administrativas no exercício de 
função atípica do judiciário devem ser 
fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou 
de direito que autorizou ou determinou a 
prático de um ato. Já a Motivação se trata da 
Exigência de explicitação, de enunciação dos 
motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A 
Exoneração ad nutum, que se refere àquela 
aplicável aos ocupantes de cargo em 
comissão, prescinde de motivação. Entretanto, 
se a Administração motivar ato que poderia 
não ser motivado, estará vinculada aos motivos 
que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, 
e se não forem respeitados, o ato poderá ser 
apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos 
Determinantes). Ex. agente destituído por 
improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou 
da Razoabilidade (STF) 
 
 Os meios adotados pela Administração, 
voltados a atingir determinados fins, devem se 
apresentar como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a 
realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios 
igualmente adequados, a Administração tem 
que optar pelo meio que menos restrinja o 
direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento 
da proporcionalidade ampla): a Administração 
deve promover ponderação entre vantagens e 
desvantagens entre meio e o fim, de modo que 
haja mais vantagens que desvantagens, sob 
pena de desproporcionalidade do ato. 
 
 
 
 *PODERES ADMINISTRATIVOS* 
 
7. CONCEITO: 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos 
dos quais se valem os sujeitos da 
Administração Pública como necessários ao 
desempenho de suas próprias atividades 
administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como 
meios para satisfação do interesse público, 
enquanto dever da administração, sem os 
quais a mesma não atuaria, eles são inerentes 
à Administração Pública, nascem com ela 
(Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados 
pelo Direito. 
 
8. PODER VINCULADO: competência 
vinculada expedir atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica 
confere à Administração para expedir atos de 
sua competência, cujos elementos e requisitos 
já vêm previamente estabelecidos por Lei. 
Confere à Administração uma competência 
para expedir Atos Vinculados ou Regrados, no 
âmbito dos quais a Administração não goza de 
nenhuma liberdade administrativa, devendo 
expedi-los sem ponderações. 
 
 
 
 
 
 
 
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- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a 
autonomia desse Poder, sob o argumento de 
que ele só impõe sujeições e limitações à 
Administração, que não terá liberdade na 
prática do ato. 
 
9. PODER DISCRICIONÁRIO: 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração 
Pública, na expedição de determinados atos, a 
possibilidade de se valer do juízo de 
conveniência e oportunidade na escolha do 
Objeto e na avaliação dos Motivos do ato 
praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com 
possibilidade de ponderações e escolhas na 
prática do ato. Pode deliberar a respeito do 
Motivo e do Objeto do ato, quando a Lei deixar 
alguns dos elementos para prática de um ato 
para que a Administração atue de forma mais 
livre, com possibilidade de tomada de mais de 
uma decisão. 
 
 Competência Sempre decorrente de lei, 
ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em Lei, 
será vinculada. 
Motivo e 
Objeto 
Elementos deixados à 
discricionariedade 
administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, 
dentre os vários motivos e objetos possíveis, o 
mais benéfico. Nunca poderá escolher 
qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade 
relativa, condicionada. 
 
- Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de 
mérito, não de forma ampla, mas dentro do 
contexto dos princípios constitucionais. 
10. PODER HIERÁRQUICO 
 
- Confere à Administração uma capacidade 
para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, 
delegar (quando conveniente) e avocar suas 
funções. Este Poder estabelece a relação 
Hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito e 
escalão da Administração e a divisão de 
competências. 
 
 Capacidade de Ordenar: organizar as 
funções administrativas, distribuindo-as e 
escalonando-as entre os órgãos e agentes 
públicos, estabelecendo uma relação de 
subordinação entre eles. As ordens emanadas 
pelos órgãos e agentes superiores devem ser 
cumpridas fielmente pelos seus inferiores, 
salvo se manifestamente ilegais (quebra do 
dever de obediência  infração disciplinar, 
punida pela Administração através de seu 
poder disciplinar). 
 
 Capacidade de Coordenar: coordenação, 
harmonização das funções, internamente, 
quando a cargo do mesmo órgão 
administrativo. 
 
 Capacidade de Controlar: controlar o 
próprio desempenho dos agentes público, 
fazendo também com que sejam observadas 
as Leis e Instruções necessárias ao 
cumprimento das funções. 
 
 Capacidade para Corrigir 
(AUTOTUTELA): Invalidar atos ilegais e 
revogar atos que não sejam mais convenientes 
e oportunos ao interesse público. 
 
 Capacidade para Delegar Atividade ou 
Função Administrativa (art.12, Lei do 
Processo Administrativo Disciplinar, lei 
9.784/99): Poderá haver quando for 
conveniente e não houver impedimento legal 
(delegar competência para julgamento de 
recurso administrativo; para edição de atos 
normativos; ou quando o ato deva ser praticado 
com competência exclusiva), mesmo entre 
órgãos de igual ou inferior escalão, mesmo que 
o órgão ou o agente delegado não sejam 
subordinados ao órgão ou agente delegante. A 
delegação é regra, sendo sua proibição uma 
excepcionalidade. Obs.O responsável pelo 
ato será o agente que recebeu a delegação 
(delegado). 
 
 Capacidade para Avocar (art.15, Lei 
9.784/99): É o chamamento da competência 
pela autoridade que não era, originariamente, 
competente para prática ato, tirando a 
competência da autoridade que assim o era. É 
excepcional, só será possível quando permitida 
por Lei. A autoridade avocante deverá ser 
 
 
 
 
 
 
 
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superior à autoridade avocada. Deve ser 
justificada e Temporária. O Poder Hierárquico 
está presente somente em âmbito interno 
(poder de organização interna). Entre os 
órgãos da Administração direta e dentro dos 
próprios órgãos da Administração Indireta. Não 
há poder hierárquico de órgão da 
Administração Direta sobre órgão da 
Administração Indireta, tampouco de uma 
entidade da Administração Indireta sobre outra 
entidade da Administração indireta, já que não 
há Poder Hierárquico no âmbito externo. 
OBSNão é controle de subordinação o que 
ocorre da Administração Direta sobre a 
Indireta. É um controle finalístico (incide 
sobre os fins e objetivos, nunca sobre os 
meios) para o qual foi criada a entidade da 
Administração indireta: Tutela Administrativa. 
No âmbito da União: supervisão Ministerial (as 
entidades da Administração indireta se 
vinculam a um ministério). 
 
11. PODER NORMATIVO (Gênero) Vale 
para todos os órgãos da Administração 
Pública. 
 
 Poder Regulamentar: Se atribui 
exclusivamente às chefias do Executivo para 
executarem fielmente a Lei (regulamento de 
execução), regular matéria não reservada à Lei 
(regulamentoautônomo) ou disciplinar 
internamente, em caráter geral e abstrato, as 
atividades cometidas ao Executivo 
(regulamento administrativo). 
 
12. PODER DE POLÍCIA 
 
- Conceito Amplo: toda e qualquer atividade 
desempenhada pelo Estado e dirigida a se 
restringir as liberdades individuais. Alcança os 
Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma 
Lei que venha a restringir uma liberdade seria 
decorrente do Poder de Polícia. 
 
- Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda 
atividade administrativa exercida pelas 
entidades, órgãos e agentes da Administração 
Pública para limitar e condicionar o exercício 
das liberdades individuais e o uso, gozo e 
disposição da propriedade, visando adequá-los 
e conformá-los aos interesses públicos e bem-
estar geral da coletividade. É um Poder de 
Polícia Administrativo. 
 
- É poder jurídico, mera atividade administrativa 
(Ex. interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou 
atividade exercida pelo particular, serão 
limitados pelo Poder de polícia da 
Administração que, entretanto, não poderá 
abolir os direitos do administrados, apenas 
limita-los de modo que não ponham a 
coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que 
ensejam a atuação do Estado. 
 
 Manifestação: É uma atividade 
administrativa manifestada através de atos com 
destinatários indeterminados, gerais ou 
abstratos, individuais ou concretos; de 
prevenção ou fiscalização. 
 
 Via de regra, o P. de Polícia é 
discricionário. No entanto, a Administração 
não pode ficar inerte, tem que exercê-lo, tem o 
dever de responder, decidir a respeito dos 
pedidos do administrado, se se mantiver inerte, 
essa inércia poderá ser apreciada pelo 
Judiciário. Exceções: As licenças são atos 
vinculados quando o particular cumpre todos 
os requisitos. 
 
 Atributos do P.de Polícia: 
 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições 
mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o 
Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade (não 
pode haver abusos no Poder de Polícia). 
 
 Delegação: O Poder de Polícia pressupõe 
prerrogativas a particulares. Portanto, se um 
particular detivesse o Poder de Polícia haveria 
um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí 
porque, a doutrina entende que esse Poder é 
indelegável aos particulares. Exceção: 
Capitães de navios e aeronaves; entidades da 
Administração indireta; agências reguladoras; 
concessionários, permissionários, delegatários, 
também o possuem, mas de forma mais 
restrita. Obs. Apenas quanto aos atos e 
atividades materiais que precedem (colocação 
de fotossensores) e que sucedem (a efetiva 
 
 
 
 
 
 
 
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demolição de uma casa) o Poder de Polícia 
podem ser delegados. 
 
 Sanções: Devem vim previstas 
expressamente em Lei. As sanções prevêem o 
resultado útil do Poder de Polícia. Ex. 
Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 
 Setores do Poder de Polícia: Ex. Polícia 
Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), 
INMETRO. 
 
 
*ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
13. Formas de Prestação da Atividade 
Administrativa: 
 
15.1- DESCONCENTRAÇÃO: Atividade 
distribuída dentro do próprio núcleo, da própria 
Pessoa Jurídica. Há Hierarquia, Subordinação. 
 
 Descentralização: 
 
 Por Outorga: O Poder Público transfere a 
titularidade mais a execução do serviço. Só 
pode ser feita através de lei e para as Pessoas 
Jurídicas de Direito Público da Administração 
Indireta. 
 
 Delegação: Transfere somente a execução 
do serviço, o Poder Público mantém a 
titularidade. Pode ser feita a qualquer um 
(Administração Direta, Indireta, particulares). 
Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal): quando for para Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado da Administração 
Indireta (Empresas Públicas, Sociedade de 
Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual): quando a delegação 
for para particulares (concessionárias, 
permissionárias, organizações sociais e todos 
que prestem atividade administrativa). 
 
15.2- ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Dec. 
Lei/67)  Núcleo da Administração. 
 
 Teoria do Mandato: O Estado transfere 
poderes a seus agentes através de um contrato 
de mandato. Não serve porque o Estado não 
pode manifestar vontade, portanto, não pode 
celebrar contrato de mandato. 
 
 Teoria da Representação: O Estado é 
tratado como incapaz, por isso precisaria de 
um representante. Não serve porque, no Brasil, 
o Estado é responsável por seus atos e de 
seus agentes, não é incapaz. 
 
 Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação 
(Hely Lopes): Utilizada no Brasil, o agente 
exerce o poder, manifesta a vontade do Estado 
em razão de um Poder Legal, decorre de uma 
previsão legal. 
 
15.2.1 - ÓRGÃO PÚBLICO: 
 
- Núcleo especializado de competências que 
servem para prestação de atividade 
administrativa. Não pode celebrar contrato. 
Não têm Personalidade Jurídica, por isso não 
tem aptidão para ser sujeito de direitos e 
obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que 
preenchida 02 condições (ir em busca de 
prerrogativas funcionais, sempre como sujeito 
ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de 
órgão público na Administração direta e na 
indireta (Lei 9784/99). 
 
 CLASSIFICAÇÃO: 
 
a) Quanto à Posição Estatal: 
 
A Independentes: goza de independência, 
está no ápice de cada um dos poderes. Ex. 
São as chefias de cada Poder: Presidência, 
Câmara Municipal. 
 
BAutônomos: Estão subordinados, 
diretamente ligados aos órgãos independentes. 
Ex. secretarias de Estado, Ministérios. 
 
C Superior: ainda tem poder de decisão, 
mas está subordinado aos órgãos autônomos e 
aos independentes. Ex. Procuradorias. 
 
DSubalterno: Não tem poder de decisão, só 
executa o que foi mandado pelo independente 
ou autônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado. 
 
b) Quanto à Posição Estrutural: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 ASimples: Não tem outros órgãos 
agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
 
B Compostos: tem outros órgãos agregados 
à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas 
ligadas. 
 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
 
A Singular: Composto por um único agente. 
Ex. presidência, governadoria. 
 
B Colegiado: Composto por vários agentes. 
 
15.3- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria: tem 
aptidão para ser sujeito de direitos e 
obrigações, é responsável pelos próprios atos 
e os de seus agentes. Não existe relação de 
hierarquia entre Administração Direta e 
Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia 
técnica, financeira (decide como vai aplicar o 
dinheiro), administrativa. Só não tem 
autonomia, nem capacidade legislativa. Obs. 
No máximo poderá regular, complementar, 
disciplinar o que está previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
 Interno: feito pela própria entidade da 
Administração Indireta. 
 
 Exterior: Poder Legislativo (CPI´s e TCU); 
Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da 
Ação Popular; Pelo Poder Executivo 
(supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos 
pelo Ministério, receitas e despesas 
fiscalizadas, finalidades predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS 
 
 Conceito: Pessoa Jurídica de Direito 
Público que serve para prestação de atividades 
típicas do Estado, com autonomia 
administrativa, técnica e financeira, mas sem 
capacidade legislativa. São criadas e extintas 
por lei ordinária específica. 
 
 Finalidade vinculada à finalidade para a 
qual a Lei a criou. Não são criadas para visar o 
Lucro. 
 
 Atos e Contratos: 
 
a) Auto-Executáveis: presunção de 
legitimidade, imperatividade, como qualquer 
outro ato administrativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo dir.público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para 
contratos regidos pelo direito privado. 
 
 Responsabilidade Civil : 
 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade 
de comprovação de culpa ou dolo). Será 
Objetiva: quando houver ação por parte do 
Estado; Subjetiva: quando em razão de 
omissão do Estado, e a responsabilidade do 
servidor também será subjetiva. 
b) Obs. Se a Autarquia não tiver patrimônio, o 
Estado responderá de forma objetiva, 
subsidiariamente pelo Dano. 
c) Exceção: No Casos das PPP´s, a 
Responsabilidade do Estado é Solidária. 
 
 Bens Autárquicos: São bens públicos, 
segue regime de bens públicos. 
 
a) Inalienabilidade Relativa: Todos os bens 
públicos são alienáveis de forma condicionada. 
Para haver alienação, há um procedimento a 
ser seguido: (Desafetação- Autorização 
Legislativa- Licitação). 
 
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o 
arresto (bens indeterminados), o seqüestro 
(bens determinados). 
 
c) Impossibilidade de Oneração: O Bem 
Público não pode ser objeto de Dir. Real de 
garantia (O Penhor e a Hipoteca são vedados). 
 
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva): Bens 
públicos são insuscetíveis de usucapião, nem 
do pró-labore, nem os bens dominicais. 
 
 Regime de Precatório (art.100, CF) 
 
a) Documento através do qual, o Tribunal 
reconhece débito com procedência transitada 
 
 
 
 
 
 
 
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em julgado. Os Precatórios constituídos até 01º 
de julho devem ser pagos no exercício 
financeiro seguinte, se existir disponibilidade 
orçamentária. Podem ser pagos em 
parcelamentos anuais (10 por ano). 
 
b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, 
cada autarquia tem uma fila própria. Obs. 
Alimentos: Obedecem ao Precatório, mas têm 
fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há um 
valor de 60 salários mínimos, no qual a pessoa 
estará fora do precatório. 
 
 Privilégios Processuais: 
 
a) Prazo para Recurso: prazo quádruplo, 60 
dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias. 
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, 
reexame necessário: Se o processo não for 
submetido ao duplo grau obrigatório, não 
haverá Coisa Julgada. 
 
 Regime Tributário: 
 
a) Imunidade Tributária recíproca Somente 
quanto aos Impostos. A Imunidade não é 
absoluta: Restringe-se às finalidades 
específicas de cada autarquia, previstas na sua 
lei de criação. As atividades complementares 
estão sujeitas aos impostos. 
b) Obs. Há cobrança dos outros tributos. 
c) Procedimento Financeiro: Lei 4320/64 (Lei 
de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei de 
Responsabilidade Fiscal). 
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime 
jurídico único): 
A Estatutário: Para titulares de cargo público 
(só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público). 
Preferencialmente, deve ser adotado o Regime 
Estatutário, de cargo público. 
 
B Celetista: Para titulares de emprego 
público. 
 
 CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, 
CRM, CRO). 
 
 Antigamente: Natureza de Autarquia. 
Porém, a Lei 9649/98, art.58: Conselho de 
Classe terá natureza de Pessoa Jurídica de 
Direito Privado. 
 
 STF, ADIN 1717: Como os Conselhos de 
Classe têm como função principal o Poder de 
Polícia, fiscalizando as atuações profissionais, 
não podem ser considerados PJ de 
Dir.Privado. Declarou inconstitucional o art.58 
da Lei 9649/98, determinando que os Cons.de 
Classe terão natureza de Autarquia. 
 
 Concurso Público: Doutrina Majoritária 
entende que o concurso público é obrigatório. 
 
 Foro Competente, Súm.66, STJ: Justiça 
Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 Anuidade: Natureza Tributária, 
contribuição. 
 
 Controle pelo Tribunais de Contas; Devem 
Obedecer a Lei 4320/64 (Lei de Finanças) 
 
 Exceção OAB: A contribuição da OAB 
não tem natureza tributária; Não sofre controle 
do Tribunal de Contas e não deve obediência à 
Lei de Finanças Nacional. 
 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL 
 
 Surgiram para conceituar as Universidades 
Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. 
Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá 
depois da expiração desse. São escolhidos por 
eleição. Não é cargo de livre nomeação, nem 
de livre exoneração. 
 OBS. Banco Central: É autarquia comum, 
mas seu Presidente é nomeado pelo 
Presidente após prévia aprovação do Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie) 
 
a) Finalidade: Regular, Fiscalizar, Disciplinar, 
Normatizar determinadas atividades. Não é 
atividade nova, antes era exercida diretamente 
pelo Estado. 
 
b) Capacidade Legislativa: Não a tem, não 
podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de 
complementar as leis, com normas técnicas 
específicas de sua atuação. 
 
c) Regime Especial: Têm mais autonomia, 
Liberdade normativa, liberdade econômica e 
financeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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d) Nomeação de Dirigentes: Presidente 
nomeia com prévia aprovação do Senado. É 
investidura ou nomeação especial, porque 
depende de prévia aprovação do Senado. 
 
e) Mandato com Prazo certo e determinado: 
A Lei de criação de cada Autarquia de regime 
especial irá determinar o prazo do mandato 
(máximo. de 04 anos). Obs. Já há Projeto de 
Lei querendo uniformizar o prazo: 04 anos para 
todas. 
 
f) Vedação (Quarentena): Quando o dirigente 
sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a 
depender da lei da autarquia especial) sem 
poder atuar na área de atuação da Agência 
Reguladora. 
 
g) Distinções: 
 
AProcedimento Licitatório: 
 
- Lei 9472/97: em contrariedade ao disposto na 
Lei 8666/93, cada agência teria seu próprio 
procedimento licitatório, previsto na sua lei de 
criação. Com modos específicos de Licitação 
(Pregão e Consulta). 
 
- STF, ADIN 1668: Se a Agência Reguladora é 
autarquia, terá que seguir a Lei 8666/93, 
deixando, entretanto, que elas tenham as 
modalidades específicas determinadas pela Lei 
9472/97, Pregão e Consulta. 
 
- O Pregão já tem a Lei 10520/02, que o 
estendeu a todos os Entes, não sendo mais 
modalidade específica das Agências 
Reguladoras. Atualmente, a Consulta, que 
ainda não tem Lei lhe regulando, é a 
modalidade específica das Agências 
Reguladoras. 
 
B Regime de Pessoal: 
 
- Lei 9886/00: Regime Celetista, com 
contratação temporária. A Doutrina já dizia que 
o Regime da CLT só deveria ser adotado em 
situações excepcionais, para funções 
subalternas ou para contratações temporárias. 
 
-ADIN 2310, STF: Declarou que não era 
hipótese para contratação temporária, que é 
excepcional, e que, portanto, não deveria 
adotar o Regime Celetista. Declarou a 
Inconstitucionalidade das 02 regras: Regime 
Celetista e Contratação Temporária. 
 
- MP 155/03 Lei 10871/04: Determinou o 
Regime Estatutário, com concurso público, 
para todas as Agências Reguladoras. Os que 
entraram por contratação temporária sairão 
depois de findo o tempo do contrato. 
 
h) Exemplos de Agências: 
 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA 
(bens públicos); ANCINE (fomento). 
 
B Autarquias: ADA (agência de 
desenvolvimento da Amazônia, substituiu a 
SUDAM), ADENE (agência de 
desenvolvimento do Nordeste, substituiu a 
SUDENE) e AEB (agencia espacial); 
 
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. 
Obs: CVM: deveria ser agência reguladora, 
mas é autarquia comum. 
 
 AGÊNCIA EXECUTIVA: 
 
a) São Autarquias ou Fundações Públicas que 
precisam ser modernizadas, e para isso fazem 
um planejamento para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão: Celebrado entra uma 
Autarquia ou Fundação Pública e o Poder 
Público. Serve para dar mais autonomia ou 
recurso público. Ex: Autarquia A  Contrato de 
gestão  Agencia Executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é temporário, 
findo o contrato de gestão, o ente que se 
tornou agência executivatemporariamente 
voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. 
de ag.executiva: INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para agências 
executivas): Art.24, par.único, Lei 8666/93: 
Dispensa de Licitação. Regra Geral: 
 
AValor de até 10% do Convite (até 
R$150.000, se obras ou serviços de 
engenharia; até R$80.000 para os outros 
serviços); 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Blicitação dispensada (R$15.000 ou 
R$8.000). 
 
e) Dispensa para as Agências Executivas: 
20% do Valor do Convite, ou seja, quando o 
valor da licitação for até R$30.000 ou 
R$16.000, a agência executiva estará 
dispensada de licitação. Essa dispensa vale 
também para: Sociedades de Economia Mista, 
Empresas Públicas e Consórcios Públicos. Só 
vale para as Autarquias e fundações públicas, 
quando qualificadas como agência executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder 
Público, fazendo parte da Administração. Obs.: 
Quando forem constituídas pela iniciativa 
privada, não serão Fundação Pública. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO 
PÚBLICO: 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Dir. Público. 
É uma espécie de autarquia e faz parte da 
Fazenda Pública. Tem todos os privilégios e 
obrigações de uma autarquia. Obs. Quando o 
concurso falar de Fundação Pública, será a de 
Direito Público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO 
PRIVADO (fundações governamentais) 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito 
Privado, derrogado parcialmente por algumas 
normas de dir.público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça 
Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo 
especial, porque não faz parte da Fazenda 
Pública. 
 
d) Tem sua Criação autorizada por Lei 
Ordinária; Lei Complementar deve determinar a 
finalidade das fundações públicas de 
dir.privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há 
essa divisão. Segundo ele, quando se fala em 
Fundação Pública, todas elas são de Direito 
Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas 
Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem 
prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica; sua criação autorizada por lei. 
 
b) Têm capital exclusivamente público: 
Pode ser capital de vários entes da federação. 
Entretanto, não poderá haver capital de uma 
Sociedade de Economia Mista investido na 
Empresa Pública, do contrário ela perderá esse 
status. 
 
c) Tem livre Constituição: Pode ser 
constituída por qualquer atividade empresarial. 
 
d) Têm Foro Privativo: Justiça Federal ou 
Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem 
prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica; Criação autorizada por lei. 
 
b) Têm Capital Misto: O Capital do Ente 
Público deve ser a maioria do capital votante. 
Devem ser constituídas, obrigatoriamente, 
como Sociedades Anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo: São julgadas na 
Justiça Estadual. 
 
d) FINALIDADES: 
 
A Prestar Serviço Público: Quando forem 
prestadoras de serviço público, haverá 
prevalência do Dir.Público sobre o Dir.Privado. 
 
B Explorar Atividade Econômica: Quando 
forem exploradoras de atividade econômica, 
haverá prevalência do regime de Dir.Privado, 
com alguma influencia do Dir.Público. obs: 
Art.173, CF (Hipóteses em que o Estado 
pode Explorar Atividade Econômica): 
 
1. Quando for necessário aos imperativos da 
Segurança Nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme 
o definido em lei. 
 
C Terão estatutos próprios definidos na lei 
que autorizou sua criação. 
 
e) REGIME JURÍDICO das EMPRESAS 
ESTATAIS: 
 
A 1ª Regra: LICITAÇÃO: 
 
01. Quando for Prestadora de Serviço 
Público: Obedecerá à Lei 8666/93. 
 
02. Quando Exploradora de Atividade 
Econômica: Podem ter estatuto próprio, que 
regerá o procedimento licitatório de cada 
Pessoa Jurídica. Entretanto, até hoje, não há 
estatuto. Assim, deverão obedecer à Lei 
8666/93. Dispensa e Inexigibilidade (Arts.24 
e 25 da Lei 8666/93). 
 
BFALÊNCIA: 
 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público  
não estavam sujeitas à falência; Se 
exploradoras de atividade econômica  
Estavam sujeitas à falência. 
 
02. Agora (Lei de Falências, 11101/05, 
art.2º): Empresas Públicas e Sociedades de 
Economia mista, sejam exploradoras de 
atividade econômica, sejam prestadoras de 
serviço público, não estão sujeitas à falência. 
 
03.Obs: A doutrina critica tal orientação, 
dizendo que as exploradoras de atividade 
econômica devem estar sujeitas à lei de 
falências, já que estão muito próximas do 
Dir.Privado. 
 
C  RESPONSABILIDADE CIVIL: 
 
01. Prestadoras de Serviço Público (Art.37, 
par.6º, CF): A responsabilidade será objetiva, 
de regra. E a responsabilidade do Estado será 
subsidiária e objetiva. 
 
02. Exploradoras de Atividade Econômica: A 
Responsabilidade civil delas será regida pelo 
Direito Civil, que determinará os casos em que 
a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E 
o Estado não responde subsidiariamente. 
 
D REGIME TRIBUTÁRIO: 
 
01. Regra Geral: As Empresas Públicas e as 
Sociedades de Economia Mista não têm 
imunidade tributária recíproca e privilégios não 
extensíveis à iniciativa privada. 
 
02. Exceção: Quando o bem e as atividades 
estiverem vinculadas à prestação do serviço 
público, terão imunidade tributária. 
 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos: 
Exerce atividade exclusiva e indelegável do 
Estado (serviço postal), por isso é tratado com 
Fazenda Pública. Goza de imunidade 
tributária recíproca; Tem privilégios 
processuais (prazos diferenciados); Os seus 
bens públicos são impenhoráveis, não 
oneráveis, impenhoráveis e imprescritíveis; 
Estão sujeitas ao regime de precatório.Obs. 
Isso não vale para as franquias privadas da 
Empresa. 
 
E REGIME DE BENS: 
 
01. Regra Geral: São penhoráveis. Mas são 
imprescritíveis, sempre. 
02. Obs. José dos Santos C. Filho entende que 
só os bens das Pessoas Jurídicas de 
Dir.Público são bens públicos, ou seja, os bens 
das entidades governamentais não são bens 
públicos. 
 
03. Maioria da Doutrina: Os bens públicos são 
todos aqueles pertencentes às Pessoas 
Jurídicas de Direito Público e os diretamente 
ligados à prestação do serviço público nas 
entidades governamentais, concessionárias, 
permissionárias e autorizatárias. Neste ultimo 
caso, os bens seguirão as regras dos bens 
públicos. 
 
F REGIME DE PESSOAL: 
 
01. Celetista: Titular de Emprego (Não é 
emprego público. Este e o cargo público são 
exclusivos das PJ´s de Dir.Público). 
Equiparam-se aos servidores em alguns 
aspectos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
- Exigência de concurso público; 
- Sujeitos às regras de vedação de 
acumulação; 
- Respondem por Improbidade (lei 8429/92) 
de cargo, emprego e função pública; 
- São funcionários Públicos para fins penais; 
- Estão sujeitos aos remédios 
constitucionais; 
- Teto Remuneratório: Estarão sujeitos ao teto 
do STF se a Empresa Pública ou a Sociedade 
Economia Mista receberem ajuda do Estado 
para o custeio; Se não receberem ajuda para 
custeio, não estão sujeitos ao teto. 
- Dispensa do empregado: Para maioria da 
doutrina, a dispensa do empregado só poderá 
ser realizada motivadamente, após processo 
administrativo disciplinar com contraditório. 
Porém, TST Súmula 390, orientação 
jurisprudencial  Não há necessidade de 
motivação para dispensa dos empregados, já 
que os mesmos não gozam de estabilidade. 
Também não há necessidade de processo 
administrativo. ENTES DE COOPERAÇÃO (Entes 
Paraestatais) 
 
 São entes paraestatais, Pessoas Jurídicas 
de Direito Privado que não fazem parte da 
Administração pública, mas que cooperam 
com o Estado na consecução de alguns fins 
públicos. 
 
 01º Setor (Estado); 
 02º Setor (Mercado); 
 03º Setor (ONG´s), alguns dos entes de 
cooperação são ONG´s; 
 04º Setor (Economia Informal). Não têm fins 
lucrativos e servem para ajudar o Estado na 
prestação de um serviço público ou no fomento 
de uma atividade. 
 
 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (Sistema 
“S”, SEBRAE, SENAT, SESC, SESI). 
 
a) Privilégios: Recebem recursos 
orçamentários. Têm capacidade tributária. São 
beneficiárias da Parafiscalidade. 
b) Sujeitas às regras de licitação da Lei 
8666/93 e à fiscalização do Tribunal de 
Contas. 
c) Obs: APEX e ABDI são agências com 
natureza de Serviço Social Autônomo. 
 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL 
 
a) Lei 9637/98: As Organizações Sociais 
servem para prestação de serviços públicos, 
serviços estes que estão listados nesta Lei. 
Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; 
desenvolvimento tecnológico. 
 
b) As Organizações Sociais surgiram como 
órgãos públicos extintos, que foram 
transformadas em Pessoas Jurídicas de Direito 
Privado denominadas Organização Social. 
 
c) Criação das Organizações Sociais: 
Celebração do Contrato de Gestão: É o 
vínculo jurídico das Organizações Sociais o 
Estado (“entidade fantasma” segundo Maria 
Sylvia, já que 01º celebra-se o contrato de 
gestão, para que depois as Organizações 
Sociais existam no mundo jurídico). 
 
d) A empresa não precisa existir no mundo 
jurídico, nem ter experiência prévia no ramo em 
que for atuar para que celebre o contrato de 
gestão. Ato Administrativo Discricionário do 
Ministério do Planejamento e Gestão, após a 
celebração do contrato de gestão, dá o status 
de Organização Social. 
 
e) Controle/ Licitação: Art.24, inc.24 da Lei 
8666/93: Dispensa a Administração de licitar 
com as Organizações Sociais quando o 
contrato a ser firmado for decorrente de 
contrato de gestão. 
 
Entretanto, as Organizações Sociais estão 
sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas 
ao controle do Tribunais de Contas, já que 
podem receber dotações orçamentárias, 
cessão de servidores públicos e receber bens 
públicos. Ex. Instituto de matemática pura e 
aplicada. 
 
 OSCIP - ORGANIZAÇÕES da SOCIEDADE 
CIVIL de INTERESSE PÚBLICO 
 
a) Lei 9790/99: Diferenças para as 
Organizações Sociais: 
 
A A Pessoa Jurídica precisa existir no mundo 
jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo 
menos 01 ano, para tornar-se uma OSCIP. 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
B O Vínculo jurídico com o Estado é o 
Termo de Parceria, que tem natureza de 
contrato administrativa, segundo parte da 
doutrina. 
 
C Regra Geral: Não há cessão de 
servidores, não há transferência de bens 
públicos, nem dotação orçamentária (não 
participa diretamente do orçamento, mas 
recebe recursos públicos via depósito 
bancário). 
 
D Estão sujeitas às regras de licitação e ao 
controle dos Tribunais de Contas. 
E O Conselho de Administração da OSCIP 
deve ser formado por particulares, 
diferentemente das Organizações Sociais, 
onde os Conselhos de Administração e Fiscal 
podem ser compostos por servidores públicos. 
 
F Obs: O que tem ocorrido é que a 
Administração contrata as OSCIP´s para, via 
de regra, burlar o concurso público, já que os 
empregados das OSCIP´s não necessitam de 
concurso. 
 
 ENTIDADES DE APOIO (pouco 
importantes). 
 
a) Constituição As entidades de apoio 
podem ser constituídas como Fundação, 
Associação ou Cooperativas, criadas por 
servidores públicos com a finalidade de melhor 
desenvolver suas atividades. 
 
b) Funcionam ao lado das Universidades 
Públicas e hospitais públicos. São fundações 
privadas que atuam com a estrutura e o 
dinheiro do Estado. Vínculo Jurídico: 
Convênio celebrado com a universidade. Ex. 
As entidades de apoio fazem convenio com a 
universidade pública para organizarem uma 
pós-graduação, da qual se poderá cobrar 
mensalidade. 
 
c) Lei 8958/94: Entidades de apoio que atuam 
junto às Universidades Públicas. Quanto às 
outras entidades ainda não há legislação. 
 
 
 
 
 
* ATOS ADMINISTRATIVOS * 
 
14. CONCEITO DE ATOS DA 
ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a 
Administração emite uma declaração de 
vontade para executar a lei aos casos 
concretos e fazer prevalecer o interesse 
público sobre os interesses particulares, no 
desempenho das suas atividades. 
 
15. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA 
ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
14.1 -Atos Jurídicos Regidos pelo 
Direito Privado: a Relação Jurídica é 
horizontal, há igualdade entre os contratantes 
(administração x particular), a administração 
não se vale da sua supremacia. 
 
14.2 -Atos Materiais = FATO 
ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, 
apenas realizam, executam uma atividade do 
Estado. (Ex. construção de uma estrada, 
pavimentação). 
 
14.3 - Atos Políticos ou de Governo: 
São de natureza jurídica, editados pelo Estado 
no exercício de função política de soberania. 
Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. 
 
14.4 - ATOS ADMINISTRATIVOS 
(espécie do gênero ‘Ato da Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do 
qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², 
exprime uma declaração unilateral de vontade, 
no exercício de suas Prerrogativas Públicas, 
consistentes em providências jurídicas 
complementares da Lei³, a título de lhe dar 
execução, sujeitas ao controle de legitimidade 
pelo Judiciário, no desempenho de atividades 
essencialmente administrativas da gestão dos 
interesses coletivos. 
 
01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, 
extinguir algo no mundo do Direito, no que se 
diferenciam do fato administrativo (realizações 
da administração sem declaração de vontade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as 
vezes (delegatários, concessionários, que 
atuam em nome do Estado e podem exprimir 
declaração de vontade em nome do mesmo, 
emitindo atos administrativos). 
 
03. Providências jurídicas complementares da 
Lei: atividade precípua da administração na 
sua função de executar a lei, de ofício, ao caso 
concreto. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos 
Administrativos: 
 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o 
ato administrativo presume-se editado de 
acordo com as normas e princípios gerais de 
Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato 
vigora enquanto não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao 
conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, 
corresponde à verdade de fato  Fé Pública. 
 
 Imperatividade: não é atributo de todo ato, 
e sim dos atos que encerram obrigações para 
os administrados. O administrado fica 
constituído em uma obrigação, ainda que 
contra sua vontade. Coercitividade dos atos 
administrativos, decorrentes da imperatividade: 
só poderá haver resistência judicial ao ato, 
enquanto isso não ocorrer, o particular estará a 
ele obrigado. Os atos negociais, que apenas 
permitem certas atividades ao administrado, 
não possuem esse atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a 
obrigação imposta ao administrado seja 
cumprida, sob pena de a administração se 
valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem 
que vir expresso em lei, salvo se não for 
possível outra solução no caso concreto. A 
administração se vale de meios direitos de 
coação para execução do ato. Ex. demolição 
de obra. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos 
Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta 
cinco elementos, com base na Lei de AçãoPopular 4717/65, art.2°, a falta de um dos 
requisitos torna o ato inválido (anulável, 
podendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso 
Antônio incluem mais dois elementos 
(conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de 
atribuições definidas por Lei, conferida aos 
órgãos e agentes públicos para, em nome do 
Estado, exprimir a declaração de vontade do 
mesmo através dos atos administrativos. 
Decorre sempre da Lei, é sempre Vinculada, 
portanto, mesmo quando o ato é discricionário, 
sem o qual o ato é inválido. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua Finalidade 
específica prevista em Lei, mesmo que atenda 
a uma outra finalidade benéfica ao interesse 
público, estará incorrendo em desvio de 
finalidade ou desvio de poder, e será Inválido. 
A Finalidade Específica de cada ato está 
sempre prevista em Lei, é sempre elemento 
vinculado, mesmo que ato seja discricionário. 
Ex. Ato de remoção, a finalidade específica é 
uma melhor prestação do serviço público. 
Obs Não pode existir ato administrativo 
Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do Ato 
Administrativo. É, em regra, escrito e no idioma 
nacional, a forma está prescrita em Lei, 
(requisito vinculado). Exceções à forma 
prescrita em Lei: quando a lei se omitir a 
respeito da forma, está será livre, poderá ser 
oral, através de gestos, placas (ex: sinais de 
trânsito). 
 
*Obs: diferencia-se de Formalidade  não é 
elemento de todo ato administrativo, é uma 
solenidade especial para prática de 
determinados dos atos que a exigem. O não 
cumprimento da formalidade torna o ato 
irregular, já o vício de forma gera nulidade. Ex. 
Regulamento (o Decreto é ato administrativo 
que serve como formalidade para eficácia do 
regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que 
autoriza ou determina a prática do ato por parte 
da Administração (Ex. Demissão  o motivo é 
a razão que levou a Administração a praticar o 
ato). O motivo será elemento Vinculado quando 
o Ato for Vinculado; Será Discricionário quando 
o Ato assim o for (ocorre quando a lei não 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
elenca o motivo, deixando que a administração 
o pondere). 
 
*Obs: Diferencia-se de Motivação (Princípio 
Constitucional, é a exigência da Administração 
em revelar, manifestar os motivos do ato) 
Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo 
revelado pela Administração para a prática do 
ato deve ser seguido estritamente, sob pena de 
invalidade do ato. Os motivos determinam e 
condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, 
disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe 
juridicamente). É a própria essência do ato, a 
própria administração vai escolher qual o seu 
objeto. É elemento discricionário, quando o ato 
for discricionário, ou vinculado, quando o ato 
assim o for. Ex. Remoção (o objeto é a própria 
remoção). 
 
****OBS. Corrente Minoritária (Diógenes 
Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 
Elementos: 
 
 Causa: Exigência de correlação, ou relação 
de pertinência lógica entre o motivo e o 
conteúdo do ato à luz de sua finalidade, 
sobretudo nos atos discricionários. Para Celso 
Antônio, a causa é pressuposto de Validade 
lógico. 
 
 Conteúdo (separado do objeto): Seria a 
própria disposição do ato, enquanto o objeto 
seria aquilo sobre o qual o conteúdo incide, 
coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o 
ato. O objeto seria o elemento extrínseco ao 
ato e o conteúdo seria o elemento intrínseco. 
 
 Classificação dos Atos Administrativos: 
 
 Quanto à Vontade para a Formação do 
Ato: 
 
a) Simples (01 vontade): É todo ato 
administrativo que decorre de uma única 
vontade, expressada por um único órgão ou 
agente público, a maioria dos atos é simples 
(ex: nomeação, exoneração). Pouco importa se 
o órgão é singular ou colegiado. 
 
b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja 
formação depende de mais 01 ou mais vontade 
emanada por mais de um órgão. Ex. Promoção 
por merecimento dos desembargadores dos 
TRF´s (o TRF forma uma lista tríplice  a 
encaminha para o Presidente  que escolherá 
01 dentre os 03 nomes). 
 
c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de 
uma única vontade, emanada de 01 único 
agente ou órgão público, mas que depende de 
uma vontade acessória de outro agente ou 
órgão para lhe dar eficácia e validade. 
 
O Ato composto depende de aprovação 
discricionária, prévia ou posterior. Ex. 
Nomeação de Min. do STF, após a aprovação 
do Senado (vontade acessória)  posterior 
nomeação pelo Presidente; Estado de Defesa, 
Intervenção Federal (aprovação posterior do 
Congresso); Estado de Sítio (aprovação prévia 
pelo Senado). 
 
 Quanto aos Destinatários do Ato: 
 
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos 
gerais). Têm como destinatários os indivíduos 
em geral, incertos e indeterminados. 
 
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou 
pessoas determinadas. Ex. nomeação, 
exoneração. 
 
 Quanto aos Efeitos do Ato: 
 
a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício 
do juízo discricionário por parte da 
administração. Quando seus efeitos se 
prestarem a criar, inovar, construir uma 
situação jurídica antes inexistente. Ex. 
Autorização, permissão. 
 
b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a 
reconhecer uma situação jurídica preexistente. 
Ex. Todos os atos vinculados. 
 
c) Enunciativos: Emitem um juízo de 
conhecimento ou opinião sobre uma situação 
de fato ou de direito conhecida pela 
Administração Pública. Não constituem, nem 
declaram, apenas emitem juízo de opinião. Ex. 
certidões, declarações. 
 
 Quanto ao Conteúdo do Ato: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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16 
a) Autorização: Ato administrativo 
discricionário, unilateral, precário, gratuito ou 
oneroso através do qual a Administração 
faculta a um terceiro interessado o exercício de 
uma atividade material ou uso em caráter 
privativo de um bem público, ou a prestação 
em caráter precaríssimo de um determinado 
serviço público. Ex: autorização para exercer 
atividade material  táxi, porte de armas; 
autorização de uso de bem público, quando 
predominar o interesse particular; Autorização 
de serviço público  Ex. Rádios comunitárias. 
 
b) Permissão: Discricionário, Precário (menos 
que a autorização), através do qual a 
Administração faculta ao particular interessado 
o uso privativo de um bem público, ou 
prestação de um serviço público também em 
razão de interesse público, que neste caso é 
predominante. Obs.: Lei 8987/95, art.40  
Tornou a Permissão para prestação de serviço 
público um Contrato Administrativo Bilateral, 
distinguindo-se da autorização para prestação 
de serviço público porque esta é ato 
administrativo unilateral e aquela leva em 
conta, sobretudo, o interesse particular. 
Autorização de uso público # da permissão de 
uso público: o interesse envolvido na 
autorização de uso público, que é bem mais 
precário, leva em conta o interesse particular; 
já a permissão de uso público leva em conta o 
interesse público predominantemente. 
 
c) Licença: Ato vinculado e definitivo, através 
do qual a administração reconhece um direito 
subjetivo do administrado, ora para exercer 
atividade material, ora para exercer atividade 
jurídica, condicionadas no seu exercício ao 
prévio reconhecimento por parte da 
administração (a Lei, ao tempo que reconhece 
um direito ao administrado, condiciona o seu 
exercício a esse prévio reconhecimento). 
 
Se houver recusa por parte da Administração 
em reconhecer o exercício da atividade, desde 
que o administrado tenha cumprido todas as 
exigências, este poderá interpor Mandado de 
Segurança. Dá-se através do Alvará de 
Licença (ato formal vinculado). 
 
d) Admissão: Não é ato de provimento. É Ato 
Vinculado, através doqual a Administração 
reconhece ao administrado o direito de usufruir 
um serviço público. Ex. matrícula em escola ou 
universidade pública. 
 
e) Aprovação: Controle exercido 
discricionariamente, através do juízo de 
conveniência e oportunidade, em face do qual 
a administração exerce atividade de controle 
prévio ou sucessivo de um outro ato pratica 
pela própria administração ou por particular. 
 
f) Homologação: Ato Vinculado, pelo qual a 
administração exerce o controle sobre um 
procedimento administrativo, reconhecendo-o a 
legalidade. É controle vinculado. O ato legítimo, 
válido, deve ser homologado. 
 
 Quanto à Forma: 
 
a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só são 
emanados pelos Chefes de Executivo (prefeito, 
presidente e governador) podem expedir 
decreto p/ formalizar determinado ato 
administrativo, tendo por destinatários pessoas 
incertas e indeterminadas. Ex. Decreto 
Expropriatório (formaliza, dá solenidade à 
desapropriação, sem o decreto a 
desapropriação é nula). 
 
Obs: Decreto Regulamentar: São 02 atos 
administrativos, de Competência Privativa dos 
Chefes do Executivo, que podem expedir atos 
gerais, abstratos ou individuais (nomeação de 
Min. do STF). Servirá sempre como 
formalidade para outro ato. Obs2: O Decreto 
Lei foi abolido do Brasil com a Constituição 
Federal de 1988 permanecendo apenas os 
Decretos Anteriores à Carta Magna que 
estejam em vigor. Obs3: Diferenciam-se do 
Decreto Legislativo, que é Lei “lato senso”. 
Obs4: Diferenciam-se da Resolução 
Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos 
internos às Casas Legislativas. Exceção: 
Possibilidade do Decreto Autônomo (art.84, 
VI da CF): para Extinguir Cargos Vagos e para 
Organização da Administração, desde que não 
crie novas despesas. 
 
b) PORTARIA (qualquer autoridade 
administrativa que não seja o Chefe do 
Executivo). Utilizada para qualquer ato que 
disponha sobre o próprio servidor e sua vida 
funcional. Ex. Instauração de Inquérito policial 
(quando não for instaurado por auto de prisão 
 
 
 
 
 
 
 
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17 
em flagrante); Instauração de Processo 
Administrativo Disciplinar, Sindicância. 
 
c) RESOLUÇÕES: Atos Administrativos 
formais que os órgãos colegiados para 
exprimirem as suas deliberações a respeito de 
determinada matéria. Ex. Agencias 
Reguladoras possuem órgãos colegiados que 
podem expedir resoluções. A Resolução 
formaliza o ato do órgão colegiado. Não pode 
ser expedida por órgão singular. Resoluções 
Administrativo-Normativas: São as Resoluções 
com efeitos gerais e abstratos. Obs: 
Diferenciam-se das Resoluções Legislativas, 
que são lei em sentido amplo, embora de efeito 
interno à câmara legislativa. 
 
d) ALVARÁ: Por meio do alvará edita-se uma 
autorização ou licença p/ facultar uma atividade 
ao particular, cujo exercício é limitado pelo 
Poder de Polícia. O Alvará é obrigatório na 
formalização da Licença e da Autorização. Ex. 
Alvará de Licença para construir (dir. subjetivo 
do particular, ato vinculado); Carteira da OAB. 
Obs: A maioria dos atos administrativos 
prescinde destas formalidades. Entretanto, 
quando forem necessárias estas formalidades, 
o ato será meramente irregular se não as 
respeitarem, podendo saná-lo. Obs2: 
diferenciam-se de Vício de Forma (elemento do 
ato) o qual gera invalidade do ato. Obs3: 
diferenciam-se de Vício de Formalidade, que 
gera mera irregularidade do ato (pode ser 
sanada). Ex. portaria p/ nomear ministro, 
quando deveria expedir decreto. 
 
e) ORDEM DE SERVIÇO: Ato Administrativo 
que certas autoridades públicas editam para 
determinarem a implementação ou realização 
de algum fato material (fato administrativo). Ex. 
Ordem de construção. 
 
f) INSTRUÇÕES (Ministros e Secretários): 
Tem caráter abstrato, são atos formais através 
dos quais a Administração expede normas 
gerais de orientação interna. Põem em 
execução os Decretos Executivos, para 
regulamentar os regulamentos do Poder 
Executivo. 
 
g) CIRCULARES (Natureza Concreta, 
Autoridades Superiores) As autoridades 
superiores emitem ordens uniformes. 
Dirigentes de órgãos públicos emitem-na aos 
funcionários do órgão para regulamentar 
internamente a execução dos serviços. 
 
 Extinção dos Atos Administrativos (para 
Celso Antônio): 
 
 Extinção de Atos não eficazes (sujeitos a 
termo inicial, condição suspensiva): 
 
a) Mera Retirada: Por questão de 
conveniência ou de invalidade, a Administração 
retira o ato que ainda não é eficaz. 
 
b) Recusa (# de Renúncia): O futuro 
beneficiado do ato recusa o ato. 
 
 Extinção dos Atos Eficazes (podem 
produzir efeitos a qualquer tempo): 
 
a) Cumprimento dos efeitos do ato 
 
b) Desaparecimento da pessoa ou do objeto 
da relação que o ato constituiu. 
 
c) Renúncia: Pedido de Exoneração. 
 
d) Retirada do Ato anterior por outro ato 
posterior: 
 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é 
superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato 
anteriormente editado que antes não existia. 
 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : 
Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). 
 
DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou 
supressão do ato administrativo válido e de 
seus efeitos, por razões de conveniência e 
oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria 
Administração, no âmbito de cada Poder da 
República. Não é possível a revogação judicial 
de um ato administrativo. Os outros Poderes 
poderão revogar seus próprios atos 
administrativos. Obs.: O Judiciário não poderá 
revogar ato administrativo no exercício de sua 
função típica, que é a função jurisdicional, já 
 
 
 
 
 
 
 
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18 
que não pode adentrar no mérito 
administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido 
poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato 
torna-se inconveniente à Administração. 
 
3. Fundamento: Existência de uma 
competência discricionária para rever a 
conveniência e oportunidade dos atos 
anteriormente editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): 
 - Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. 
Revoga-se uma autorização, nunca uma 
licença. 
 - Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos 
Consumados). 
 - Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem 
Emenda Constitucional pode revogá-los. Obs: 
STF: Não há Direito Adquiridos a Regime 
Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da 
Administração. A Administração pode revogar 
seus próprios atos, respeitado o dir. adquirido. 
 -Atos Meramente Enunciativos: Ex. 
Certidão Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo de 
Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de 
ser conveniente e oportuno. 
 
6. Efeitos da Revogação: Ex-Nunc. Impede a 
produção dos efeitos futuros do ato, 
permanecendo os efeitos pretéritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão 
de Ato Administrativo Inválido ou Viciado, por 
razões exclusivamente de Legalidade ou 
Legitimidade. 
 
2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder 
de Auto-tutela, Controle Interno) e o Judiciário 
(controle externo judicial, quando provocado 
por terceiros). Só o Judiciário pode Invalidar 
atos de todos os Poderes. 
 
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao 
Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato. 
 
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam 
pessoas indeterminadas, para atos restritivos 
dos Direitos dos administrados. Para os 
terceiros de Boa-fé e para os Atos ampliativos 
dos Direitos do administrado: A Invalidação 
terá efeito Ex-Nunc. 
 
6. Prazo Decadencial: A Administração Pública 
tem 05 anos para declarar a Invalidação do 
Ato. Passados os 05 anos, a Administração 
não poderá mais invalida-la  Convalidação 
Temporal. Obs. Ação Judicialp/ Anulação de 
Ato Administrativo: Prazo Prescricional de 05 
anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 9784/99, 
art.55): 
 
- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser reeditados, não são 
convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a finalidade, o motivo 
ou o objeto, o ato será nulo, não convalidável, 
não reeditável. 
• Podem ser Convertidos: Mudança de 
categoria de um ato, quando sai de uma 
categoria na qual o ato era nulo, para uma 
outra onde o ato seja válido, também tem efeito 
retroativo. Diferencia-se de convalidar (reeditar 
o mesmo ato sem o vício que o contamina, 
com efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão de atos nulos com 
vício de conteúdo e objeto. (Nomeação de 
servidor para cargo sem concurso público, 
pode ser convertido em nomeação para cargo 
de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos Anuláveis): 
 
• Podem ser convalidados, racionalmente 
reeditados. Obs. Doutrinadores defendem que, 
quando houver possibilidade de convalidação, 
a Administração está obrigada a Convalidar o 
ato, apesar de a Lei 9784/99 tratar a 
convalidação como faculdade da 
administração. 
• Quando houver vício na competência: desde 
que o ato seja ratificado pela autoridade 
competente, Confirmado, haverá a 
convalidação. 
• Quando houver vício na forma: reedita-se o 
ato com a forma prescrita em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
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19 
• OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS NÃO 
GERAM DIREITO ADQUIRIDO. 
 
 
*CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
1.0 Controle Político (mecanismo de freios e 
contra-pesos): 
 
- É controle previsto constitucionalmente, feito 
por um Poder sobre atos de outro Poder. 
 
- Ex: Sanção e veto do presidente; Rejeição do 
veto pelo Congresso; Impeachment do 
presidente. 
 
2.0 Controle ADMINISTRATIVO: 
 
- É controle sobre a função administrativa do 
Estado. 
 
1ª Fase: Verificação da Legalidade dos Atos. 
 
2ª Fase: Verificação das Políticas Públicas 
(ADPF No 45) 
 
EC 45/05  Criou os Conselhos Nacionais de 
Justiça e do Ministério Público, que é 
mecanismo de controle da atividade 
administrativa do Judiciário e do MP. 
 
a. CONTROLE Quanto ao ÓRGÃO 
CONTROLADOR: 
 
I) Controle Legislativo: Faz o controle 
administrativo através do Tribunal de Contas e 
através das CPI´s. 
 
II) Controle Judicial ou Judiciário: Todo ato 
administrativo pode ser revisto pelo Judiciário 
no que disser respeito à sua legalidade. Ex: 
Mandado de Segurança, Ação Civil Pública, 
Ação Popular, etc. 
 
 
III) Controle Administrativo: Realizado 
pela própria administração. Meios de Controle 
Administrativo: Ex. Recurso Administrativo 
Hierárquico, Direito de Petição, Supervisão 
Ministerial; Poder Hierárquico. 
 
 Controle Administrativo Hierárquico: 
Quando o superior fiscaliza os seus 
subordinados. Obs. Entre a Administração 
Direta e a Indireta não há relação de 
hierarquia. 
 
 Controle Finalístico: É o controle exercido 
pela Administração Direta sobre a Indireta, 
através da Supervisão Ministerial. Poderá 
controlar despesas e receitas, regras 
orçamentárias, cumprimento de finalidades, 
nomeação de dirigentes. 
 
b. CONTROLE quanto à EXTENSÃO: 
 
I) Interno: Controle realizado dentro da 
própria estrutura. 
 
II) Externo: Controle realizado por outros 
órgãos. 
 
c. CONTROLE quanto à NATUREZA: 
 
I) Legalidade: Pode ser exercido pela 
Administração, pelo Judiciário. 
 
II) Mérito: Só a própria Administração pode 
exercê-lo. 
 
-Obs. Princípio da Autotutela: quando esses 
dois controles forem exercidos pela própria 
Administração. 
 
d. CONTROLE quanto à OPORTUNIDADE: 
 
I) Controle Prévio: Ex. Análise jurídica para a 
publicação de edital de licitação. 
 
II) Controle Concomitante. 
 
III) Controle Posterior: Ex. 
Homologação do Processo; Controle pelo 
Tribunal de Contas. 
 
 
*AGENTES PÚBLICOS* 
 
01. AGENTES PÚBLICOS 
 
• Todo aquele que exerce função pública, 
quer seja temporária, quer sem remuneração 
(ex. integrantes do júri, mesário). É a 
 
 
 
 
 
 
 
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20 
expressão mais abrangente, compreendendo 
os Agentes Políticos, Servidores Estatais e 
Agentes Honoríficos. 
 
a) AGENTE POLÍTICO  Chefes do Executivo 
e seus auxiliares imediatos (Secretários e 
Ministros), Membros do Legislativo, Membros 
do Ministério Público (Procurador e Promotor 
de Justiça) e Poder Judiciário. Seguem Regime 
Estatutário ou o chamado Regime Legal. 
 
Obs. Há divergência se Ministério Público e 
Judiciário se enquadrariam nesse conceito. A 
corrente Majoritária ainda não admite 
(Marinella, discordando, os engloba). 
 
b) SERVIDOR ESTATAL  Todo aquele que 
atua no Estado, não sendo necessariamente 
‘Funcionário Público’. 
 
▪ Servidor Estatal  Servidor Público 
  Servidor de Entes Governamentais de 
Direito Privado 
 
 Servidores Públicos  Aquele que atua 
em Pessoa Jurídica de Direito Público  
Administração Direta 
  Administração Indireta  
Autarquias 
  Fundações Públicas 
 
 E.C. 19/98, CF/88  Acabou com o Regime 
Jurídico Único, o que veio a igualmente abolir a 
expressão ‘Funcionário Público’, uma vez que 
essa denominação referia-se ao servidor que, 
com exclusividade, podia exercer cargo 
publico. 
 
Após a EC 19/98, pode-se ser tanto titular de 
CARGO PÚBLICO (vínculo Estatutário), 
quanto de EMPREGO PÚBLICO (vínculo 
celetista). A lei que cria o cargo/emprego é que 
definirá o Regime a ser adotado. 
 
 Servidores de Entes Governamentais de 
Direito Privado  São aqueles integrantes 
das Empresas Públicas ou de Sociedade de 
Economia Mista. Só podem ter EMPREGOS 
PÚBLICOS (CLT), mas se equiparam aos 
servidores públicos nos seguintes aspectos: 
 
I) Estão sujeitos a CONCURSO PÚBLICO; 
 
II) Vale o Regime da NÃO CUMULAÇÃO de 
CARGO ou EMPREGO; 
 
III) Se a empresa pública 
ou Sociedade de Economia Mista NÃO receber 
dinheiro para custeio (verba governamental 
para sobreviver no dia-dia), NÃO se 
SUBMETE ao TETO REMUNERATÓRIO. No 
entanto, se depender do Estado para 
sobreviver, SUBMETE-SE ao TETO; 
 
IV) Submetem-se à Lei 
de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA; 
 
V) Sujeitam-se aos REMÉDIOS 
CONSTITUCIONAIS (MS, HD etc); 
 
VI) Equiparam-se a 
Servidores Públicos para EFEITOS PENAIS; 
 
VII) Não gozam de 
ESTABILIDADE, não sendo necessário 
Processo Administrativo, nem de motivação 
para ser despedido Súm. 390 e OJ 247 do 
TST 
 
c) AGENTES HONORÍFICOS É o Particular 
em Colaboração, que podem ser: 
 
 Voluntários (ex. Amigos da Escola); 
 Requisitados (ex. Mesários, Jurados do 
Júri e Serviço Militar Obrigatório); 
 Aqueles que exercem Atos Oficiais. 
 Serviço Notorial (Cartório de Registro 
Público, delegados de função, art. 236 da 
C.F/88). Obs. quem legisla sobre cartórios é 
o Estado federado. 
 
02. CARGO PÚBLICO 
 
  cargo em Comissão 
● Subdivide-se em  cargo Efetivo 
  cargo Vitalício 
 
a) CARGO EM COMISSÃO  É o chamado 
cargo de parente ou comissionado. 
 
É de livre nomeação e exoneração  
Exoneração AD NUTUM. Qualquer pessoa 
pode exercer cargo de confiança, desde que se 
reserve um limite mínimo que detenha cargo 
efetivo, pelo principio da continuidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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21 
 
Obs.  CARGO DE CONFIANÇA ≠ FUNÇÃO 
de CONFIANÇA  A Função é um plus que só 
pode ser exercido por cargo efetivo, que 
ganhara gratificação pela responsabilidade a 
maior (lei 8.112/90). 
 
b) CARGO EFETIVO  Nomeado por 
Concurso Público, em caráter definitivo, 
podendo vir a adquirir a estabilidade. O cargo é 
efetivo e não estável, já que essa última 
qualidade pertence ao servidor.Quando o servidor se torna estável, só poderá 
ser demitido via Processo Administrativo, 
processo Judicial transitado em julgado ou 
avaliação periódica. 
 
 
c) CARGO VITALÍCIO  só pode haver 
dispensa via processo judicial transitado em 
julgado (ex. Ministério Público, Juiz, Tribunal de 
Contas, esse ultimo sequer precisa de 
concurso publico para contratação). 
 
03. PROVIMENTO 
 
• Necessário para o preenchimento de um 
cargo (art.10, lei 8.112/90). 
 
 Originário  Nomeação 
• Provimento  Vertical  
Promoção 
 Derivado  Horizontal  Readaptação 
  Reingresso  Reintegração 
 Recondução 
  Reversão 
 
a) Provimento ORIGINÁRIO  Só ocorre por 
Nomeação, a qual depende de aprovação em 
concurso público. 
 
▪ NOMEAR  Designar, atribuir ao servidor. 
Resulta no provimento. 
 
▪ EMPOSSAR  Aceitar o cargo (assina os 
papéis). Quando se anui à posse, têm-se a 
investidura, que é a formação de relação 
jurídica com a Administração. 
 
Se nomeado, tem 30 dias para tomar posse. 
Empossado, terá 15 dias para entrar em 
exercício. 
 
Se o nomeado não tomar posse nos 30 dias, a 
nomeação torna-se sem efeito. Perde-se a 
vaga no concurso. Se tomar posse, mas não 
entrar em exercício nos 15 dias, ocorrerá 
desinvestidura mediante EXONERAÇÃO de 
OFÍCIO. 
 
ObsA desinvestidura também poderá ser 
pela modalidade de demissão, porém sem 
aplicabilidade no caso anterior, pois a 
demissão sempre será uma penalidade 
disciplinar. 
 
Obs.2No provimento Originário, admite-se as 
seguintes hipóteses de DESNECESSIDADE 
de CONCURSO PÚBLICO: 
 
 Cargo em COMISSÃO; 
 
 Hipóteses Constitucionais (Regra do 
Quinto Constitucional, Ministro do STF, 
Tribunal de Contas etc); 
 
 Contratação TEMPORÁRIA (via processo 
seletivo simplificado); 
 
 Agentes Comunitários de Saúde e de 
Combate a Endemias (via processo seletivo, 
art. 198, §4º, C.F/88); 
 
b) Provimento DERIVADO 
 
  Vertical  Promoção 
 ▪ Derivado  Horizontal  Readaptação 
  Reingresso  
Reintegração 
  
Recondução 
  
Reversão 
 
 Provimento VERTICAL  Ascensão na 
carreira; ascensão funcional. A única hipótese 
possível é a Promoção. 
 
 Provimento HORIZONTAL  Recolocação 
do Servidor com limitação física (surdez, 
problemas cardíacos etc). A única hipótese é a 
READAPTAÇÃO, na qual muda de cargo sem 
ascender na carreira (ex. professora, que por 
problemas de saúde, torna-se atendente de 
biblioteca). 
 
 
 
 
 
 
 
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22 
 
Obs.  Remoção não é provimento, pois é 
forma de deslocamento de um lugar para outro. 
A Lei 8.112/90, art.10º elenca rol taxativo 
quanto aos casos de provimento. 
 
 Provimento por REINGRESSO  Servidor 
retorna à Administração, isso só quando o 
mesmo gozar de estabilidade (art.41 da 
C.F/88). 
 
I) REINTEGRAÇÃO  Quando o afastamento 
se deu por conta de uma ilegalidade contra o 
servidor (ex. desligamento de estável sem 
processo administrativo). 
 
II) RECONDUÇÃO  São duas hipóteses: 
 
A  Quando o antigo ocupante do cargo for 
Reintegrado. 
B  Quando houver retorno do servidor 
estável ao cargo anteriormente ocupado, tendo 
em vista a sua inabilitação em estágio 
probatório de outro cargo (art.29, I da lei 
8.112/90). 
 
Obs. Quando ocorrer Excesso de Despesa 
com Pessoal (art.169 da C.F/88). Para tanto, 
observa-se os limites de gasto com pessoal 
impostos no art. 19 da LC 101/00 que 
estabelece os seguintes índices: 
 
  União  50% 
art. 19 da LC 101/00  Estado 60% 
  Município  60% 
 
Excedido o limite, começa-se a despedir na 
seguinte ordem: 
 
1º  Pelo menos 20% dos CARGOS em 
COMISSÃO; 
 
2º  Servidores NÃO ESTÁVEIS (em estágio 
probatório); 
 
3°  Servidores ESTÁVEIS (só poderão 
exonerá-los após todos os não estáveis e os 
20% dos cargos de confiança). Será por via 
EXONERAÇÃO (não é demissão, por não ser 
uma pena), sendo que a Administração só 
poderá se valer desse novo cargo (pois o 
anterior terá que ser extinto), ou cargo a ele 
análogo, depois de 04 anos de sua extinção. 
 
Obs. Se houver dispensa sem observância 
dessa ordem legal, o servidor é 
REINTEGRADO, ante a ilegalidade da conduta 
administrativa. Daí, se o servidor retorna ao 
cargo de origem, terá direito a todas as 
vantagens do período em que esteve afastado 
(subsídio/vencimento, tempo para fins de 
antiguidade etc). Dessa forma, o atual 
ocupante do cargo pertencente ao servidor, 
então, reintegrado deverá ser RECONDUZIDO 
a outro cargo vago. 
 
O reconduzido tem direito a voltar ao cargo de 
origem desde que VAGO. Se não estiver vago, 
reconduz para cargo equivalente vago. 
Novamente, se não houver vaga, ficará em 
DISPONIBILIDADE, recebendo 
proporcionalmente ao tempo de serviço1. Pelo 
instituto do REAPROVEITAMENTO, ele volta 
ao cargo porventura vago. 
 
III) REVERSÃO  Duas 
Hipóteses: 
 
A  Aposentadoria por Invalidez. Porém, 
cessada a incapacidade laborativa, retorna aos 
serviços. 
 
B  Retorno espontâneo de aposentado à 
Atividade (art.25 da lei 8.112/90). Nesse caso, 
o servidor se aposenta, mas depois decide 
voltar ao trabalho, antes de completar a idade 
da compulsória. Peticionará um requerimento 
de reversão à Administração Pública, que 
poderá, ou não, aceitá-lo. 
 
04. DESINVESTIDURA  Sempre que 
precisar de processo administrativo. 
 
  Demissão 
▪ Desinvestidura  Exoneração 
 Cassação 
 Destituição 
 
a) PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR  PAD 
 
1
 Com o advento da EC 20/98, todas as outras 
hipóteses constitucionais mudaram para 
‘tempo de contribuição’, excetuando a citada 
que ainda considera o ‘tempo de serviço’. 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
Matheus Carvalho 
 
23 
 
▪ Penalidades: 
 
 Advertência (infração leve) 
 Suspensão (infração média) 
 Demissão (falta grave) 
 Cassação (falta grave) 
 Destituição (falta grave ou infração média) 
 
Obs. A CASSAÇÃO se opera quando o 
servidor estiver aposentado ou em 
disponibilidade e praticar falta grave à época 
em que ainda ocupava seu cargo. 
 
Obs.2A DESTITUIÇÃO ocorrerá sempre que 
o servidor ocupante de Cargo ou Função em 
Comissão for apenado com suspensão ou 
demissão (em qualquer um desses casos). 
 SINDICÂNCIA 
 
 SUMÁRIO  ACUMULAÇÃO Ilegal de 
Cargos 
▪ Processo Administrativo Disciplinar 
  ORDINÁRIO  PAD propriamente dito 
 
 Provimento SUMÁRIO 
 
I) SINDICÂNCIA  Serve para investigação 
prévia. Porém, a lei 8.112/90 a reconheceu 
como mecanismo ou processo próprio para 
apuração de fatos, na hipótese de punição por 
infração LEVE, ou seja, por: Advertência ou 
Suspensão de até 30 dias. Tem prazo para 
conclusão de 30 dias prorrogáveis por mais 
30. 
 
Precisa de contraditório e ampla defesa. Se a 
infração mais grave for detectada, incumbirá a 
instauração de Processo Administrativo 
propriamente dito. 
 
  
ARQUIVA  ADVERTÊNCIA 
▪ SINDICÂNCIA  INFRAÇÃO LEVE  
SUSPENSÃO por até 30 dias 
  
PAD propriamente dito 
 
II) ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS  
Art. 133 do Regime Jurídico da União – RJU. 
Seu prazo é de 30 dias prorrogáveis por 
mais 15. Se verificada

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