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18 Processos Fisiológicos do Corpo Humano - Sistema digestório part III

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Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 18 
1 
PROCESSOS 
FISIOLÓGICOS DO 
CORPO HUMANO 
FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO PART 
III 
SECREÇÃO PANCREÁTICA 
 As células acinares, juntamente com as células 
ductais fazem a produção da secreção pancreática alterando 
suas concentrações, de modo que as células acinares 
contribuem com uma forte presença de enzimas nessa 
secreção, enquanto as células ductais fazem a regulação de 
água e íons (principalmente o bicarbonato). 
 
 
 
As proteases, em forma de proenzima, 
necessitam serem ativadas no intestino, sendo uma 
das principais proenzimas que passa pelo processo 
de ativação o tripsinogênio, que ao entrar em 
contato com as enteropeptidases no intestino se 
converte em tripsina. E após formada as primeiras 
tripsinas, ocorre o processo de auto-catálise, onde 
as primeiras tripsinas ativadas irão agir ativando os 
demais tripsinogênios que chegam ao intestino, bem 
como a ativação do quimiotripsinogênio em 
quimiotripsina, da proelastase em elastase e da 
procarboxipeptidase em carboxipeptidase 
(enzima que atua na parte carboxila da molébula 
proteica, sendo exopeptidase, de modo a agir nas 
extremidades das cadeias proteicas). 
Dessa maneira, fica evidente as principais 
atuações das enzimas pancreáticas. O sistema 
parassimpático tem o papel neuronal de inibir a 
secreção pancreática, enquanto a ação colinérgica 
(da acetilcolina) e, portanto, simpática estimula a 
produção dessa secreção. Apesar dessa contribuição 
neuronal há presença de estímulos endócrinos 
nesses processos de regulação pelos hormônios, 
sendo alguns deles: 
• CCK (colecistoquinina) – é um 
hormônio que tem ações de inibição do 
esvaziamento gástrico, secreção ácida no 
estômago e causa a sensação de 
saciedade, e é o hormônio mais potente a 
desempenhar essas funções. É produzido 
pelas células I, que atuam após a chegada 
de alimentos proteicos e lipídicos no 
estômago, de modo a agir estimulando a 
secreção pancreática/enzimática no 
acinos pancreáticos; 
• Secretina – é o hormônio que inibe a 
secreção ácida no estômago, bem como o 
esvaziamento gástrico, sendo sua atuação 
menor que a da CCK. A secretina, é um 
hormônio intestinal produzido pelas 
células S do pâncreas, e tem por função 
estimular a produção de água com riqueza 
de bicarbonato, de modo a atuar nas 
células ductais. 
Essa regulação endócrina faz um papel 
estratégico onde um hormônio potencializa o outro 
mutuamente de maneira sinérgica. 
 
Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 18 
2 
Quanto mais ácido (HCl) vem do estômago mais é 
estimulada a produção de secretina para atua tamponando o 
H+ com a ação do HCO3- para que haja a criação de um pH 
adequado para a atuação das enzimas no intestino. 
Hormônios incretínicos (CCK, GLP-1 e GIP (peptídeo 
inibidor gástrico)) antecipam a produção de insulina ao se 
ter processamento alimentar para que a insulina esteja numa 
boa concentração após a glicemia aumentar, esses 
hormônios também inibem o glucagon. 
A glicose livre no intestino já faz com que esses 
hormônios incretínicos (hormônios intestinais em resposta 
a passagem da glicose no intestino) comecem a atuar no 
pâncreas para liberação de insulina. 
SECREÇÃO BILIAR 
 É a secreção produzida pelo fígado e atua no intestino 
delgado. E essa bile produzida, é armazenada e 
concentrada na vesícula biliar potencializando as 
propriedades da secreção biliar. A concentração pela 
reabsorção de água e alguns eletrólitos deixando mais 
concentrada as moléculas atuantes. 
 A composição da bile (única secreção digestória sem 
enzimas) é de fosfolipídios (principalmente a lectina), 
colesterol, água, íons (principalmente o íon bicarbonato), 
sais biliares e bilirrubina (que não tem função na digestão, 
mas tem uma grande valia no entendimento fisiológico). 
 A bile atua emulsificando, como um 
tensoativo/adstringente, formando micelas nos lipídios que 
estão concentrados em ambiente aquoso no intestino. Então 
a bile atua nessa massa de gordura concentrada para a 
formação de parcelas menores, diminuindo a tensão 
superficial que está alta favorecendo a atuação das lipases, 
aumentando a superfície de contato da gordura que 
estava concentrada. Isso pela atuação, principalmente, dos 
sais biliares e fosfolipídios que são moléculas anfipáticas. 
 
 
FUNÇÕES DA BILE 
 A bile emulsifica os lipídios (formando as 
micelas) facilitando a ação das lipases intestinais. 
Facilitando a solubilização e absorção dos produtos 
da digestão lipídica, de modo a contribuir com a 
nutrição. Assim, a concentração de fosfolipídios e 
sais biliares deve ser adequada para que a formação 
de micelas siga adequada, se não estiver pode 
favorecer a formação de cálculos biliares pela 
precipitação do colesterol. 
Situação clínica (colecistectomia) 
 O impacto da colecistectomia (retirada da 
vesícula biliar) vai provocar a ausência de uma 
estrutura que não mais armazenará e concentrará a 
bile, sendo assim, essa substância colocada 
continuamente na luz do duodeno, o que ocasiona 
nos pacientes nessa situação incômodos ao 
consumir alimentos gordurosos pois não vai haver 
um concentrado que emulsifique as gorduras, 
causando de maneira geral a esteatorréia (fezes ricas 
em gordura, mal cheirosas e esbranquiçadas). 
REGULAÇÃO ENDÓCRINA 
 A estimulação neuronal na secreção biliar é 
compreendida pela estimulação pelo sistema 
nervoso parassimpático e inibição pelo sistema 
nervoso simpático. 
 Enquanto a regulação endócrina há o 
estímulo colagogo (que é a liberação de bile). Sendo 
os principais hormônios atuantes envolvidos no 
processo: 
• CCK – por intermédio do estímulo 
colagogo por provocar a contração da 
vesícula e relaxar o esfíncter de Oddi o que 
permite a passagem da bile para o duodeno. 
• Secretina – que atua quando há o estímulo 
colerético (que é o estímulo de síntese da 
bile). 
RECIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA 
 Essa recirculação ocorre no hepatócito e é o 
reaproveitamento dos sais biliares, pois cerca de 
95% desses sais que estão no intestino são 
recapturados para o fígado. Essa recaptação gera o 
estímulo para a produção de mais sais biliares no 
fígado para repor o que foi perdido. 
 
Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 18 
3 
BILIRRUBINA 
 A bilirrubina circula no sangue ligada à albumina, pis 
ela não circula sozinha, e ao entrar no hepatócito, por meio 
da UDP-glicuroniltransferase, a bilirrubina é conjugada com 
o ácido glicurônico formando a bilirrubina direta que 
consegue compor a bile, sendo solúvel na bile. 
A bilirrubina tem um papel clínico muito importante na 
fisiologia e é um metabólito resultante da degradação do 
grupamento heme da hemoglobina que fica na hemácia. 
 
 As hemácias são degradadas no sistema retículo-
endotelial, que é composto por fígado, baço e medula óssea 
que fazem essa degradação do grupamento heme, levando 
ao produto que é a bilirrubina que é excretada ao passar pela 
bile e sofre algumas transformações no processo, pois no 
intestino há glicuronidases que clivam o ácido glicurônico 
da bilirrubina, deixando-a desconjugada, transformando a 
bilirrubina em urubilinogênio que segue duas rotas distintas, 
uma parte sendo absorvida (cerca de 25%) no plasma que 
pode ser filtrado nos rins formando outro metabólito que dá 
a cor amarelada à urina. Outra parte desse urobilinogênio se 
torna o estercobilinogênio no intestino e essa nova 
substância dará a cor amarronzada das fezes quando se 
transforma em estercobilina, de modo a eliminar um 
metabólito tóxico nas fezes e sem participar do processo 
digestório. 
 
Situação clínica (icterícia) 
 A icteríciaé caracterizada pelo processo em 
que a bilirrubina sem impregna na pele, por a 
bilirrubina ter afinidade com gordura armazenada 
nos adipócitos, essa situação indica que a bilirrubina 
está em excesso e provavelmente essa situação 
ocorre por problemas hepáticos (podendo ser pré ou 
pós-hepático). Alguns exames dosam os tipos de 
bilirrubina para investigar os problemas que podem 
vir a acometer o paciente. 
 A repercussão clínica no paciente se 
apresenta pelas fezes esbranquiçadas e a urina 
escura pelo excesso de bilirrubina. Uma dos 
tratamentos para amenizar a icterícia é por meio do 
banho de luz por haver reações fotossensíveis, uma 
vez que comprimentos de ondas acima do espectro 
azul cliva as moléculas de bilirrubina, que estão 
impregnadas na pele, em metabólitos menos tóxicos 
que são excretados.

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