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DEONTOLOGIA MÉDICA 1

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DENTOLOGIA MÉDICA 1
FUNDAMENTOS
A Deontologia Médica é um conjunto de deveres e obrigações que tem por princípio conduzir o médico dentro de uma orientação moral e jurídica, nas suas relações com os doentes e seus familiares, com os colegas e com a sociedade, e ao mesmo tempo tentar explicar uma forma de comportamento, tomando, como objeto de sua reflexão, a ética e a lei.
O Código de Ética Médica dos Conselhos de Medicina do Brasil, tem força legal e foi elaborado pelo Conselho Federal de Medicina, assim, compete aos Conselhos de Medicina o direito de disciplinar, fiscalizar e julgar os médicos
É compreensível a importância dessa codificação para os Conselhos, a fim de combater, reprimir e prevenir certas infrações dos médicos, por necessidade da defesa social e da proteção aos que exercem a profissão de maneira ética e legal
Portanto, o conjunto de regras que baliza o comportamento do profissional da Medicina constitui o Código de Ética Médica
O PENSAMENTO HIPOCRÁTICO
A base fundamental do seu sistema foi exatamente afastar da Medicina as interpretações teológicas e as fantasiosas encenações da magia. Para Hipócrates, a doença nada mais era que simplesmente um processo natural, recebendo, inclusive, influência dos fatores externos, como clima, ambiente, dieta e gênero de vida 
“O organismo tem seu próprio meio de recuperar-se; a saúde é o resultado da harmonia e simpatia mútua entre todos os humores; um homem saudável é aquele que possui um estado mental e físico em perfeito equilíbrio.”
Ele conduzia a Medicina dentro de um alto conteúdo ético. O diagnóstico deixava de ser uma inspiração divina para constituir um juízo sereno e um processo lógico, dependendo da observação cuidadosa dos sinais e sintomas. 
Era a morte da Medicina mágica e o nascimento da Medicina clínica.
DIREITO VERSUS MEDICINA
Deve o Direito inclinar-se ante a Medicina, ou deve-se admitir o contrário? 
Há momentos em que pensamos ser mais necessária a prevalência da Medicina sobre o Direito, devido aos espetaculares progressos científicos das ciências biológicas. Depois, porém, passamos a refletir e sentimos que muitos dos processos utilizados pelas ciências naturais precisam ser conduzidos por um sistema de normas que discipline a conduta do homem nas relações com os seus semelhantes
O médico, muitas vezes, é o único árbitro capaz de resolver uma situação desesperadora. Em contrapartida, o legislador não pode abrir mão das prerrogativas que consagram a ordem social como o maior de todos os valores
A complexidade desses problemas reside na falta de condições da Justiça para entrar no mistério do próprio médico - Pensou-se até na criação de um tribunal composto por médicos, pois, segundo seus defensores, é necessário ter exercido a Medicina para saber o que significa essa profissão, em termos emocionais, técnicos e circunstanciais. Refutando esses argumentos, os discordantes afirmam que, além de os tribunais civis serem competentes para qualquer julgamento, há uma vontade sistemática de um grande número de médicos em absolver sempre as faltas de seus colegas
O CONSENTIMENTO DO PACIENTE
Com o avanço cada dia mais eloquente dos direitos humanos, o ato médico só alcança sua verdadeira dimensão e o seu incontrastável destino com a obtenção do consentimento do paciente ou de seus responsáveis legais
 Em tese - todo procedimento profissional médico necessita de uma autorização prévia, atendendo ao princípio da autonomia ou da liberdade – Todo indivíduo tem por consagrado o direito de ser autor do seu próprio destino e de optar pelo rumo que quer dar a sua vida. 
Desse modo, a ausência desse requisito pode caracterizar infrações aos ditames da Ética Médica, a não ser em delicadas situações confirmadas por iminente perigo de vida.
Exige-se não só o consentimento puro e simples, mas o consentimento livre e esclarecido - Consentimento obtido de um indivíduo capaz civilmente e apto para entender e considerar razoavelmente uma proposta ou uma conduta, isenta de coação, influência ou indução
Não pode ser colhido através de uma simples assinatura ou de leitura apressada de formulários a caminho das salas de operação, Mas por meio de linguagem acessível ao seu nível de conhecimento e compreensão
É correto dizer ao doente não só os resultados normais, mas, todos os riscos que tal intervenção pode trazer, sem, contudo, a minuciosidade dos detalhes mais excepcionais 
É certo que o prognóstico mais grave pode ser perfeitamente analisado e omitido em cada caso, embora não seja correto privar a família desse conhecimento
Não há necessidade de que essas informações sejam tecnicamente detalhadas e minuciosas, mas que sejam corretas, honestas, compreensíveis e legitimamente aproximadas da verdade que se quer informar
Se o paciente não pode falar por si ou é incapaz de entender o ato que se vai executar, estará o médico obrigado a conseguir o consentimento de seus responsáveis legais – Consentimento Substituto
Vale lembrar que o primeiro consentimento (consentimento primário) não exclui a necessidade de consentimentos secundários ou continuados, por exemplo, um paciente que permite sua internação em um hospital não está com isso autorizando o uso de qualquer meio de tratamento ou de qualquer conduta.
Sempre que houver mudanças significativas nos procedimentos terapêuticos, deve-se obter o consentimento continuado (princípio da temporalidade) - Por tais razões, certos termos de responsabilidade exigidos no momento da internação por alguns hospitais, não têm nenhum valor ético ou legal, e, se tal documento foi exigido como condição imposta para a internação, urgência/emergência/desequilíbrio emocional, até que se prove o contrário, isso é uma forma indisfarçável de coação
Em qualquer momento da relação profissional, o paciente tem o direito de não mais consentir uma determinada prática ou conduta previamente consentida por escrito, revogando assim a permissão outorgada - princípio da revogabilidade - O consentimento não é um ato irretratável e permanente
Princípio da Beneficência
Há situações em que, mesmo existindo a permissão tácita ou expressa e consciente, não se justifica o ato permitido, pois a norma ética ou jurídica pode impor-se a essa vontade, e a autorização, mesmo escrita, não outorgaria esse consentimento. Nesses casos, quem legitima o ato médico é a sua indiscutível necessidade e não a simples permissão
O mesmo se diga quando o paciente nega autorização diante de uma imperiosa e inadiável necessidade do ato médico salvador, frente a um iminente perigo de vida. Nesse caso estaria justificado o tratamento arbitrário, em que não se argui a antijuridicidade do constrangimento ilegal nem se pode exigir um consentimento. Diz o bom senso que, em situações dessa ordem, nas quais o tratamento é indispensável e inadiável, estando o próprio interesse do doente em jogo, deve o médico realizar, com meios moderados, aquilo que aconselha sua consciência e o que é melhor para o paciente
Importante entender que mesmo o médico, tendo um termo escrito de consentimento do paciente, isto, por si só, não o exime de responsabilidade se provada a culpa e o dano em determinado ato profissional
Entender ainda que consentimento livre e esclarecido, operacionalizado no princípio da autonomia, não deve constituir-se em um fato de interesse do médico, mas antes de tudo em uma questão de respeito e garantia aos direitos de liberdade de cada homem e de cada mulher - Todos têm o direito de saber sua verdade e participar ativamente das decisões que dizem respeito à sua vida social e, portanto, as decisões médicas e sanitárias que afetam sua vida e sua saúde
O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA VIGENTE
O Código de Ética Médica dos Conselhos de Medicina do Brasil, atualmente em vigor, foi homologado pela Resolução CFM no 1.931/2009 e republicado no D.O.U. de 13 de outubro de 2009, Seção I, p. 173
Da maneira como foi produzido, não deve representar apenas um repositório de “ética codificada”, analisando o significado e a natureza da conduta médica, mas, antes e acima de tudo, um compromissodo médico em favor da sociedade e, em particular, do paciente
A ÉTICA, A GREVE E OS INSTITUTOS MÉDICO-LEGAIS
Autônomo?
Empregado?
OS NOVOS DIREITOS DO PACIENTE
A Associação de Hospitais Americanos (AHA) divulgou um pequeno manual intitulado A Carta de Direitos dos Pacientes, que estabelece, entre outros fatos: 
- Informação detalhada sobre o problema do doente 
- Direito de recusar tratamento dentro do limite da lei detalhes completos para facilitar certas tomadas de posição 
- Discrição absoluta sobre seu tratamento sigilo ou omissão dos registros médicos de sua doença, quando isso puder comprometer seus interesses mais diretos 
- Aceitação da continuidade terapêutica nos casos considerados incuráveis e de penoso sofrimento 
- Informações completas à família, nos casos mais dramáticos, em termos que possibilitem a compreensão, etc.
EXERCÍCIO LEGAL DA MEDICINA
A licença para o exercício da Medicina é um ato exclusivo do Estado. A profissão está regida por obrigações e deveres, disciplinados nas normas administrativas e universitárias. E o exercício ilegal, por sua vez, está submetido às infrações do Código Penal
A lei reguladora da profissão médica no Brasil é o Decreto no 20.931, de 11 de janeiro de 1932, ainda em vigência, que exige aos que se dedicam a essa atividade uma habilitação profissional e uma habilitação legal. A primeira é adquirida pelo adestramento através dos currículos das escolas médicas autorizadas ou reconhecidas; a habilitação legal, pela posse de um título idôneo e pelo registro desse título nas repartições competentes
São títulos idôneos os fornecidos por escolas autorizadas ou reconhecidas. Os médicos formados no estrangeiro terão seus títulos revalidados ao se habilitarem perante as faculdades brasileiras, independentemente de nacionalização e prestação de serviço militar
INTERDIÇÃO CAUTELAR
“Os médicos que cometerem faltas graves previstas neste Código e cuja continuidade do exercício profissional constitua risco de danos irreparáveis ao paciente ou à sociedade poderão ter o exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo específico.”
OS LIMITES DO ATO MÉDICO
Ato médico genérico - todo projeto orientado e tecnicamente reconhecido em favor da qualidade da vida e da saúde do ser humano e da coletividade
Ato médico específico - como sendo a utilização de estratégias e recursos para prevenir a doença, recuperar e manter a saúde do ser humano ou da coletividade, inseridos nas normas técnicas (lex artis) dos conhecimentos adquiridos nos cursos regulares de medicina e aceitos pelos órgãos competentes, estando quem o executa, supervisiona ou solicita profissional e legalmente habilitado. Este é o ato médico stricto sensu e somente o médico pode realizá-lo
LEI DO ATO MÉDICO
A lei do ato médico
LEI No 12.842, DE 10 DE JULHO DE 2013
EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA
Os não formados em Medicina não podem nem devem exercer a profissão médica 
Todavia, devem e podem exercer a medicina em algumas situações, consideradas inadiáveis e imprescindíveis, que o estado de necessidade aplaudiu e consagrou como lícitas 
Assim, o acadêmico de Medicina que, diante de um caso urgente e grave, assistir o paciente, impondo uma conduta ou uma terapêutica exigida, não estaria exercendo ilegalmente a Medicina
O que se procura punir, pela sanção penal, no exercício ilegal da Medicina, é que a saúde pública venha a ser ameaçada por pessoas não qualificadas e incompetentes. 
Para configurar-se o crime, basta apenas o perigo, não exigindo a lei que venha a consumar-se qualquer lesão ou malefícios, sendo necessária unicamente a possibilidade remota de dano
A Medicina é uma profissão que de forma alguma pode ser exercida sem as exigências legais de habilitação, o que deixa bem claro a Lei das Contravenções Penais, em seu artigo 47, quando sanciona o exercício profissional “sem preencher as condições a que por lei está subordinado seu exercício”. Esse fato não se constitui apenas em contravenção, mas também em crime

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