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Anatomia e fisiologia do rim

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Anna lillian canuto bittencourt 
 
 
 
 
 
• A função renal primordial é a 
capacidade de depuração, mas não é a 
única; 
 - Os rins possuem participação 
metabólica, endócrina e controle do 
equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico. 
• O parênquima renal, ou seja, o tecido 
renal propriamente dito, é constituído por 
duas camadas distintas: 
 1. Córtex, uma área mais externa, onde 
estão presentes os glomérulos e, dessa 
forma, é responsável pela depuração do 
sangue que chega aos rins, dando início à 
formação do filtrado, precursor da urina; 
 2. Medula, uma área mais interna, 
formada por 10-18 pirâmides de 
Malpighi. 
• As saliências das pirâmides de Malpighi 
nos cálices renais são as famosas papilas 
renais, que possuem, nas suas porções 
mais distais, 10-25 aberturas para 
passagem de urina formada; 
 - Cada papila se abre para um cálice 
menor. 
• O rim pode ser dividido em lobos, cada 
um formado por uma pirâmide de 
Malpighi, associada ao tecido cortical 
adjacente; 
 
 
 
• Há uma cápsula renal envolvendo o 
contorno externo dos rins; 
• Ao redor da cápsula renal, há a presença 
de gordura perirrenal, denominada fáscia 
de Gerota; 
• A região central da borda côncava, por 
onde chegam os vasos e nervos que 
suprem o rim, é conhecida como hilo 
renal; 
• A urina formada no parênquima renal é 
despejada nos cálices menores e maiores 
e a pelve renal. 
 - 03 ou 04 cálices menores formam um 
cálice maior; 
 - 02 ou 03 cálices maiores formam a 
pelve renal. 
 
 
 
 
 
Anatomia e fisiologia do rim 
IDEIAS GERAIS 
Anna lillian canuto bittencourt 
 
• É a unidade funcional do rim; 
• É responsável pelos dois principais 
processos que envolvem a gênese da 
urina: 
 1. Produção do filtrado glomerular nos 
corpúsculos de Malpighi; 
 2. Complexo de processamento deste 
filtrado em seu sistema tubular. 
• O néfron é formado por: 
 - Corpúsculo de Malpighi, contendo o 
tufo glomerular; 
 - Sistema tubular, composto por túbulo 
contorcido proximal, alça de Henle, 
túbulo contorcido distal e túbulo coletor. 
• Elementos corticais – corpúsculo de 
Malpighi + túbulos contorcidos proximal 
+ túbulo contorcidos distal + parte inicial 
do túbulo coletor; 
• Elementos medulares – alça de Henle + 
maior parte dos túbulos coletores que 
mergulham na zona medular. 
 
 Corpúsculo de Malpighi 
• A artéria renal, ao entrar no parênquima 
através do hilo renal, se ramifica em 
direção à periferia; 
• No córtex, existem pequenos ramos 
denominadas arteríola aferente; 
• Essa arteríola aferente irá dar origem a 
uma série de alças capilares que se 
enovelam para formar o glomérulo; 
• Após se enovelarem, estas alças 
confluem para formar a arteríola eferente, 
que deixa o glomérulo; 
O NÉFRON 
Anna lillian canuto bittencourt 
• No glomérulo circula sangue arterial 
(com mais O2); 
• A pressão hidrostática do glomérulo 
está sob controle da artéria EFERENTE, 
pois ela possui uma maior quantidade de 
músculo liso, sendo que: 
 - Quanto mais contraída a arteríola 
eferente, maior a pressão glomerular e, 
consequentemente, maior volume do 
filtrado. 
• Os glomérulos são envolvidos pela 
cápsula de Bowman, que possui dois 
folhetos: 
 1°: Folheto visceral ou interno – 
aderido às alças glomerulares; 
 2°: Folheto parietal ou externo – 
“inflado”, delimitando externamente o 
corpúsculo, constituído de Epitélio 
Simples Pavimentoso apoiado em uma 
membrana basal, formando uma espécie 
de cálice. 
• Entre os folhetos está o espaço capsular, 
que recebe o filtrado glomerular; 
 
01. Folheto visceral ou interno: 
• Não existe uma camada celular contínua 
no folheto visceral, diferentemente do 
que acontece no folheto parietal; 
• É formado pelos podócitos, que são 
células especiais situadas junto às alças 
glomerulares; 
• Os podócitos emitem prolongamentos 
que “abraçam” as alças capilares de 
forma análoga aos tentáculos de um 
polvo; 
• Os prolongamentos, ao se cruzares, 
delimitam as fendas de filtração; 
• A membrana glomérulo-capilar 
constitui-se de: endotélio + membrana 
basal + fendas de filtração dos podócitos 
(epitélio visceral); 
 - Através da qual o plasma é filtrado, 
originando o fluido tubular. 
Anna lillian canuto bittencourt 
• Nos espaços entre as alças capilares 
glomerulares existe um tecido conjuntivo 
de sustentação denominado mesângio, 
que apresenta as células mesangiais. 
 
 
 Sistema tubular 
• O sistema tubular é composto por: 
 - Túbulo Contorcido Proximal; 
 - Alça de Henle; 
 - Túbulo Contorcido Distal; 
 - Túbulo Coletor. 
• O filtrado formado nas alças 
glomerulares, recebido pela cápsula de 
Bowman, agora vai percorrer o trajeto 
dos túbulos renais, sendo processado e 
entregue aos cálices renais como urina. 
 
 
 Aparelho justaglomerular 
• É formado por: 
 - Mácula Densa; 
 - Células Justaglomerulares. 
• As arteríolas aferentes, antes de se 
capilarizarem em glomérulos, 
apresentam uma modificação da camada 
média onde passam a exibir células 
especiais, denominadas células 
justaglomerulares; 
• O túbulo contorcido distal, em 
determinado ponto do seu trajeto, 
aproxima-se da arteríola aferente do 
mesmo néfron, exatamente ao nível das 
células justaglomerulares, formando a 
mácula densa; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O aparelho justaglomerular, formado 
pelas células justaglomerulares e a 
mácula densa, é fundamental para 
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permitir um “meio de comunicação” 
entre o fluido tubular e a arteríola 
aferente, importante para a regulação da 
filtração glomerular. 
 
 
• A artéria renal, antes de penetrar no 
parênquima, se divide em diversos 
ramos; 
• Os ramos invadem o tecido renal e logo 
dão origem às artérias interlobares, que 
seguem entre as pirâmides de Malpighi, 
pecorrendo o espaço entre os lobos 
renais; 
• Ao atingirem a base das pirâmides, 
exatamente na divisão entre córtex e a 
medula, as interlobares originam as 
artérias arciformes, que iniciam um 
trajeto paralelo à cápsula; 
 
 
 
 
 
 
• Das arciformes surgem as artérias 
interlobulares, que passam a pecorrer um 
trajeto perpendicular à cápsula do rim e 
em direção à ela; 
• É das interlobulares que se originam as 
arteríolas aferentes, que irão formas as 
alças capilares dos glomérulos; 
• As artérias eferentes saem do glomérulo 
e nutrem o parênquima do córtex renal 
com sangue arterial; 
• As artérias eferentes, ainda, originam os 
vasos retos, que são arteríolas 
secundárias que irão irrigar a medula 
renal. 
 
 
• A formação da urina se inicia com a 
formação do filtrado glomerular nos 
corpúsculos de Malpighi – Filtração 
Glomerular; 
• A função renal é proporcional à 
formação deste filtrado e pode ser 
quantificada pela Taxa de Filtração 
Glomerular (TFG); 
• É através da reabsorção tubular que os 
rins processam e elaboram a urina, 
eliminando a quantidade estritamente 
necessária de água, eletrólitos e demais 
substâncias; 
ASPECTOS FISIOLÓGICOS 
VASCULARIZAÇÃO RENAL 
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• O equilíbrio hidroeletrolítico é mantido, 
em grande parte, pelos ajustes da 
reabsorção tubular nos diversos 
segmentos do néfron; 
• As células epiteliais dos túbulos são 
encarregadas de selecionar a reabsorção 
de cada eletrólito ou substância; 
• Além da filtração e reabsorção, 
acontece ainda a secreção tubular, em 
que alguns eletrólitos, como K+ e H+, e 
certas substâncias, como o ácido úrico, 
passam diretamente dos capilares 
peritubulares para o lúmen do túbulo. 
 
 Corpúsculo de Malpighi 
 • O filtrado glomerular é formado pela 
ação da pressão hidrostática no interior 
das alças capilares; 
• Um rim sadio dispõe de mecanismos de 
defesa que mantêm a pressão constante 
nas alças glomerulares; 
 - Mecanismo de Autorregulação da 
Taxade Filtração Glomerular. 
• As variações pressóricas dentro das 
alças capilares glomerulares, tanto para 
mais quanto para menos, são sempre 
prejudiciais aos rins; 
 - Níveis pressóricos reduzidos: 
dificulta a formação da urina e leva a uma 
insuficiência renal; 
 - Níveis pressóricos aumentados: 
resultam em danos às alças capilares dos 
glomérulos. 
• Apesar das variações da pressão arterial 
sistêmica, o fluxo sanguíneo renal DEVE 
permanecer CONSTANTE; 
• A arteríola AFERENTE é o principal 
determinante de resistência vascular do 
órgão, então o fluxo sanguíneo renal se 
mantêm constante com a adaptação do 
tônus dessa arteríola; 
 - O aumento da PAS faz com que a 
arteríola aferente sofra vasoconstrição, 
para diminuir o fluxo sanguíneo renal que 
estaria aumentado com o aumento da 
PAS; 
 - A diminuição da PAS provoca 
vasodilatação na arteríola aferente, a fim 
de aumentar o fluxo sanguíneo renal que 
estaria diminuído com a diminuição da 
PAS. 
• O mecanismo deste reflexo vascular 
depende basicamente de “receptores de 
estiramento”, presente nos miócitos da 
arteríola aferente. 
 
01. Mecanismos de controle da Taxa de 
Filtração Glomerular (TFG): 
a) Vasoconstrição da arteríola eferente: 
 - A arteríola eferente contém mais 
células musculares do que a aferente; 
 - O baixo fluxo glomerular estimula a 
liberação de renina pelas células 
justaglomerulares, que irá estimular a 
transformação de angiotensinogênio em 
angiotensina I, que depois com a ECA irá 
ser transformado em Angiotensina II; 
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 - Em resposta à liberação local ou 
sistêmica de Angiotensina II, a arteríola 
eferente se contrai em condições de baixo 
fluxo renal, fazendo aumentar a pressão 
intraglomerular, evitando assim que TFG 
seja reduzida. 
 
b) Vasodilatação da arteríola aferente: 
 - O baixo fluxo glomerular estimula a 
liberação de substâncias vasodilatadoras 
da arteríola Aferente, como a PGE2, as 
cininas e o óxido nítrico; 
 - A dilatação da arteríola aferente 
aumenta o fluxo sanguíneo renal e a 
pressão intraglomerular. 
 
c) Feedback Tubuloglomerular: 
 - Ao comunicar o túbulo contorcido 
distal à arteríola Aferente, esta estrutura 
é capaz de ajustar a filtração glomerular 
de acordo com o fluxo de fluido tubular; 
 - O mecanismo depende da reabsorção 
de cloreto pelas células da mácula densa; 
 - Caso haja uma pequena redução inicial 
da TFG, menos NaCl chegará à mácula 
densa e, portanto, menos Cloreto será 
reabsorvido neste segmento tubular; 
 - A queda na reabsorção de cloreto é 
sentida pelas células justaglomerulares 
da arteríola Aferente, promovendo uma 
vasodilatação arteriolar que corrige o 
desvio inicial da TFG; 
 - No caso de um aumento inicial da 
TFG terá um efeito oposto, com mais 
NaCl chegando na mácula densa, mais 
cloreto reabsorvido, levando à 
vasoconstricção da arteríola Aferente. 
 
d) Retenção hidrossalina e natriurese: 
 - O baixo fluxo renal e a redução da 
reabsorção de Cloreto na mácula densa 
são importantes estímulos para a 
secreção de renina pelas células 
justaglomerulares; 
 - A Angiotensina II contribui, ainda, 
para a produção e liberação de 
aldosterona pelas suprarrenais; 
 - A aldosterona é responsável pela 
retenção de sódio e água pelos túbulos 
renais, causando uma retenção volêmica, 
restaurando o fluxo renal e a TFG; 
 - Porém, o alto fluxo renal, como numa 
hipervolemia, há uma desativação do 
sistema renina-angiotensina-aldosterona 
e a liberação do Peptídeo Natriurético 
Atrial (PNA), induzindo um efeito 
natriurético (excreção de grande 
concentração de sódio), que reduz a 
volemia e restaura a TFG normal. 
 
 T.C. Proximais 
 • Possuem a função de reabsorver a 
maior parte de fluido tubular, juntamente 
com seus eletrólitos e outras substâncias, 
como a glicose e os AA’s; 
• 65% do filtrado glomerular é 
reabsorvido no TCP; 
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• A taxa de reabsorção do TCP também 
permanece constante devido ao Balanço 
Glomerulotubular; 
 - Aumenta a TFG, aumenta a 
reabsorção tubular; 
 - Diminui a TFG, diminui a reabsorção 
tubuçar. 
• O balanço glomerulotubular pode ser 
modificado em função de alguns 
hormônios, como a Angiotensina II e as 
catecolaminas, que agem aumentando a 
proporção de sódio e água reabsorvidos 
no TCP. 
 
01. Reabsorção de sódio: 
• O principal eletrólito reabsorvido pelos 
túbulos renais é o sódio; 
• O sódio é reabsorvido de forma ativa, 
um processo que depende da enzima 
NaK-ATPse, presente na membrana 
basolateral das células tubulares; 
 - Esta enzima mantém o sódio 
intracelular em baixas concentrações, 
promovendo o gradiente necessário para 
que o sódio luminal se difunda para a 
célula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
02. Reabsorção de bicarbonato: 
 - Para que haja um equilíbrio 
hidroeletrolítico (cargas positivas = 
cargas negativas), a reabsorção de sódio 
precisa ser acompanhada de reabsorção 
de ânions; 
 - Na primeira porção do TCP, o 
principal ânion reabsorvido é o 
bicarbonato (HCO3-), enquanto na 
segunda porção passa a ser o cloreto; 
 - A reabsorção de HCO3- segue uma 
via indireta, pois a célula tubular não 
possui carreador específico para este 
ânion; 
 - Para penetrar na célula, o bicarbonato 
luminal precisa ser convertido em CO2 + 
H2O; 
 >> Utiliza-se o H+ secretado pelo 
túbulo e a enzima anidrase carbônica 
LUMINAL. 
 - Após ser reabsorvido, o CO2 + H2O 
é convertido em HCO3- com a enzima 
anidrase carbônica INTRACELULAR. 
 
03. Reabsorção de cloreto: 
 1°: O ânion formato, oriundo da 
dissociação do ácido fórmico no interior 
da célula tubular, é secretado para o 
lúmen em troca da reabsorção de cloreto; 
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 2°: O cloreto é então retirado da célula 
através do cotransportador K+/Cl- na 
membrana basolateral; 
 3°: O formato reage com íons H+ 
secretados pelo transportador Na+/H+, 
gerando ácido fórmico, que se difunde 
novamente para o interior da célula 
tubular. 
 
04. Reabsorção de água: 
 - A água é reabsorvida por osmose, 
mantendo a osmolaridade luminal 
intacta; 
 - As moléculas de H2O passam pelos 
espaços intercelulares e levam consigo 
outros eletrólitos. 
 
05. Secreção de substâncias: 
 - As substâncias ácidas, como o ácido 
úrico, as penicilinas e cefalosporinas, são 
secretadas pelo carreador aniônico; 
 - As substâncias básicas, como a 
creatinina e a cimetidina, são secretadas 
pelo carreador catiônico. 
 
 Alça de Henle 
• É responsável pela reabsorção de 25% 
do sódio filtrado; 
• É fundamental para o controle da 
osmolaridade urinária; 
• Mecanismo de Contracorrente: é 
responsável pela formação e manutenção 
de um interstício hiperosmolar e um 
fluido tubular hipo-osmolar; 
 - A porção descendente da Alça de 
Henle promove o aumento da tonicidade 
do fluido tubular por ser permeável à 
água mas impermeável aos solutos; 
 - Na porção ascendente, não há 
reabsorção de água, mas há saída de 
solutos, que penetram na célula tubular 
através do carreador Na-K-2Cl, 
impulsionados pelo gradiente de 
concentração. 
 
 T.C. Distal 
• É responsável pela reabsorção de 5% do 
líquido e sódio filtrados; 
• Há o carreador Na-Cl, havendo 
reabsorção deles, sendo que esse 
carreador é passível de inibição pelos 
diuréticos tiazídicos; 
• Além disso, possui: 
 - A mácula densa; 
 - Principal sítio de regulação da 
reabsorção tubular de Cálcio, sob ação do 
PTH. 
 
 Tubo coletor 
• É a última porção do sistema tubular; 
• É responsável pela reabsorção de 5% do 
líquido e sódio filtrados; 
• Pode ser dividido em: 
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 - TC cortical, que é o segmento do 
néfron responsivo à aldosterona, 
hormônio que controla a reabsorção 
distal de sódio e a secreção depotássio e 
H+; 
 - TC medular. 
• A reabsorção de sódio dependente de 
aldosterona ocorre por um processo 
diferente, sendo chamado de reabsorção 
de sódio eletrogênica; 
 - O sódio é reabsorvido sem nenhum 
ânion o acompanhando, gerando um 
potencial negativo intraluminal, o que 
gera uma atração dos cátions H+ e K+, 
estimulando a sua secreção. 
• As células do TC respondem à ação do 
hormônio antidiurético (ADH ou 
vasopressina); 
 - O ADH age aumentando a 
permeabilidade à água neste segmento, 
fazendo a célula tubular expressar mais 
canais luminais de H2O; 
 - Na presença de altos níveis de ADH, 
a água luminal é reabsorvida em direção 
ao interstício hiperosmolar, fazendo com 
que a urina saia concentrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDCURSO. Nefro: Introdução à nefrologia e 
doenças glomerulares. Vol. 1. 2019. 
REFERÊNCIAS

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