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Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Clínica complementar ao diagnóstico I CARACTERÍSTICAS DO OSSO Diminuição de radiopacidade: osso mais escuro. Acontece de 2 formas: Diminuição de radiopacidade focal (Osteólise) Diminuição de radiopacidade generalizada (Osteopenia) OBS: Osteopenia pode acontecer por exemplo em animais com dieta desbalanceada, onde há falta de cálcio e o organismo “rouba” cálcio dos ossos, todos os ossos diminuem a radiopacidade Aumento de radiopacidade: osso mais claro Esclerose: é basicamente de uma forma mais focal Reações periosteais (Periósteo): Toda vez que acontece qualquer tipo de trauma no osso, por exemplo, acontecem as reações periostais, podendo ser regular (suave), laminar, irregular ou sunburst (raios solares) Calo ósseo – reação regular ALTERAÇÕES TRAUMÁTICAS – FRATURAS Classificação: 1. Ferimento externo comunicante: Aberta (exposta) ou Fechada – quando a fratura é fechada não há necessidade de mencionar no laudo, geralmente não vem descrito no laudo começa a classificar a partir das próximas classificações 2. Extensão da lesão: - Completa: destaca o osso de ambas as partes - Incompleta – “trincado”, rachado - Por avulsão – também conhecida por fratura por arrancamento OBS: no RX dá para saber se há fratura exposta quando há conteúdo gasoso, rasgou a musculatura: Fraturas abertas geram contaminação (osteomielite) que prejudica na reconsolidação óssea deverá entrar com antibióticos geralmente Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Clínica complementar ao diagnóstico I Fratura por avulsão: Quando acontece arrancamento do tendão, ligamento ou musculatura. Pode acontecer em jovens, adultos. Mas é mais comum acontecer nos animais jovens, já que não ossificou totalmente os ossos Articulação femuro tíbio patelar Claro que, não enxergamos os ligamentos no RX, mas conhecemos a anatomia do animal e assim sabemos que algo se insere ali 3. Quanto a direção da fratura: - Simples: um foco de fratura - Segmentar: quando há 2 focos de fratura - Cominutiva: quando há mais de 3 focos de fratura 4. Quanto a borda da fratura: - Transversa: borda mais “reta” - Oblíqua: forma biseis na borda da fratura (diagonal) - Em espiral: conseguimos enxergar a medula do osso na borda da fratura OBS: as vezes pode parecer mais de 1 classificação a fratura, mas classificamos com o que ela mais se parece 5. Quanto á localização da fratura Diafisária – podendo ser proximal, medial ou distal Epifisária* (existe uma classificação específica que será falado mais pra frente) Condilar, intercondilar ou supracondilar 6. Quanto á posição dos fragmentos Manutenção do eixo – existem fraturas que o eixo é preservado, nessas não precisamos classificar nada, mas quando há desvio devemos descrever Desvio dos fragmentos OBS: “Proximalmente” termo que usamos para osso – proximalmente aos condillos Obs: O osso mais fino sempre é caudal e lateral Quando falamos em medial (toda fratura que está mais localizada “dentro” do corpo) e quando falamos lateral (toda fratura que está localizada mais para “fora” do corpo) Exemplos: A- Fratura completa, simples, transversa Localização: tíbia (dá para ver patela), terço médio da diáfise da tíbia Fluxograma de classificação de fraturas: Completa → Simples, Segmentar ou Cominutiva Transversa (“reta”), Oblíqua (diagonal) ou Espiral (diagonal,enxergamos canal medular) Incompleta Aberta Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Clínica complementar ao diagnóstico I B- Fratura completa, simples, oblíqua Localização: terço médio da diáfise da tíbia C- Fratura completa, simples, em espiral Localização: terço médio da diáfise do fêmur OBS: os desvios sempre vamos falar sobre o desvio do fragmento distal FRATURAS EPIFISÁRIAS Somente em animais jovens São classificadas de acordo com o grau de envolvimento da epífise, fise e metáfise Esse tipo de fratura epifisária também é chamada de Salter Harris Probabilidade de deformidade no crescimento (fechamento precoce) – quando por exemplo a Salter Harris acomete fêmur direito, logo o fêmur direito será mais curto do que o esquerdo. Mas se acometer 2 ossos que crescem juntos, por exemplo rádio e ulna, e a fratura acontecer em 1 deles apenas será bem prejudicial, o osso não acometido começará a entortar Tíbia e fíbula CR CD L M Rádio e ulna Crânio caudal e Médio lateral Rádio e ulna Médio lateral e crânio caudal CD CR L M Fêmur Médio lateral e crânio caudal Fêmur Médio lateral CD CR Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Clínica complementar ao diagnóstico I A- Normal, temos epífise, disco de crescimento e metáfise B- Tipo I: quando temos a fratura no disco de crescimento que também é chamado de fise. Temos que lembrar que o disco de crescimento é cartilagem, logo não enxergamos no RX, mas quando há fratura no disco de crescimento a epífise e metáfise se desalinham C- Tipo II: quando temos fratura no disco e metáfise D- Tipo III: quando temos fratura no disco e na epífise E- Tipo IV: quando temos fratura no disco, epífise e metáfise (tudo) F- Tipo V: quando há compressão do disco de crescimento CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Acontece quando vemos o calo ósseo e não vemos mais a linha de fratura Etapas: Fratura → hemorragia (hematoma) → organização em tecido conjuntivo → processo de ossificação → calo ósseo Lembrando que conseguimos enxergar no RX a partir da etapa de processo de ossificação, etapas anteriores a essa não enxergamos no RX Assim, mesmo sem saber o histórico do animal se vemos consolidação óssea já deduzimos que ele passou por uma fratura O ideal é realizar uma projeção antes da cirurgia ortopédica e uma depois para verificar como ficou a cirurgia. Além de realizar acompanhamentos (2,4 e 6 semanas) A fratura é um trauma com muita dor, o posicionamento radiográfico deve ser cuidado, colocar tala se possível antes do exame para gerar um pouco de conforto ao animal, fazer uma analgesia, tranquilização ou sedação e sempre ter bom senso!