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1 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 GLOMERULOPATIAS Síndrome nefrítica | Síndrome nefrótica Introdução • Glomérulo Hipercelularidade mesangial → compressão sobre os capilares → perda da taxa de filtração. Membrana basal glomerular. Epitélio fenestrado → parte mais interna. Por fora → podócitos (estrutura que os IECA fazem com que haja a expressão da nefrina – proteína de ancoragem). Estrutura que evita a proteinúria, tanto que na síndrome nefrótica congênita as crianças nascem sem podócitos. Síndrome nefrótica congênita → podócitos muito rudimentares. Tríplice membrana → fundamental para reter proteínas, hemácias... barreira antiproteína. Em uma glomerulopatia, na presença de hematúria, proteinúria → dano dessa barreira. Microscopia de um glomérulo normal: Glomérulo todo perfurado, capilares glomerulares, mesângio (2-3 células), espaço urinário... dar esse aspecto mais “limpo”, sem células preenchendo a região do glomérulo, sem proliferação celular • A barreira é composta por epitélio fenestrado, membrana basal glomerular e podócitos (principal estrutura na proteção contra a proteinúria). • No centro há células mesangiais (sustentação do tufo glomerular). • Expansão mesangial → aumento do número de células com espessamento da membrana basal → perda de função renal e redução da TFG. • Membrana basal possui colágeno na composição: acometimento por determinadas doenças autoimunes. Ex. lúpus. Barreira glomerular: *Sentido da produção da urina: seta vermelha. • Quando a barreira glomerular está normal: o Só é permitida a passagem livre de moléculas < 18A (seletividade) 2 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 o Entre 18 e 50A ficam retidas na barreira elétrica por cargas elétricas (barreira negativa) que inibe por exemplo proteínas (carga positiva). ▪ Patologia: problema de carga elétrica. o Maiores que 50A não passam – restrição pelo tamanho. • Nas glomerulopatias, há alterações anatômicas no glomérulo (poros aumentados de tamanho – distruídos) e alterações na carga elétrica que muda de negativa para positiva. A proteinúria pode significar alteração na barreira ou de cargas, pois a albumina depende da carga elétrica para ficar dentro do vaso. o Ocorre uma perda da barreira mecânica e da barreira elétrica Até 18A → passagem livre das substâncias, como água, sódio, glicose. INULINA: marcador padrão ouro para determinar TFG. Toda inulina é filtrada pelo glomérulo, eliminada, passagem livre por ser < 18A. Já a albumina depende da barreira elétrica (entre 18 – 50). Quando perder a seletividade elétrica, tenho a presença de albumina, pela destruição, aumento dos poros, tamanho, carga elétrica..) Síndrome nefrótica → perde tudo isso, por destruição dos poros ou perda da carga elétrica negativa da membrana basal e as 3 camadas da barreira contra proteinúria. • Mioglobina, hemoglobina, albumina sérica não passam pois tem tamanho maior que 10 A. • Inulina (marcador da função renal, porque tudo que é injetado sai), glicose, sódio e água passam. GLOMERULONEFRITES (GN) • É a terceira causa de DRC. • O sistema imunológico e do complemento tem importante papel na predisposição das GN. • As infecções são um dos principais gatilhos para as GN → bacterianas, virais e parasitárias. o Hepatite B, hepatite C, endocardite bacteriana (processos infecciosos)... • Podem ser classificadas de acordo com a presença ou ausência de doença sistêmica em primárias (não há patologia causadora) e secundárias (patologia associada). • Sinais e sintomas mais comuns → HAS (sinal mais comum, retenção de sal e água), hematúria, proteinúria (quanto maior, maior a disfunção da barreira), cilindrúria, retenção de sódio (edema) e queda da TFG (mais em quadros nefríticos do que em nefróticos, pois uma grande quantidade de neutrófilos se infiltram no glomérulo, deixando ele congesto e reduzindo a TFG). Causas de DRC • HAS e DM são as principais causas de DRC, seguidas pela GN. 3 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 Classificação das GNs GN PRIMÁRIAS GN SECUNDÁRIAS LES GN crescêntica Vasculites *Nefropatia IgA Síndrome Goodpasture GN membranoproliferativa Púrpura de Henoch-Schönlein *GN por lesões mínimas (principal causa de síndrome nefrótica na criança) Paraproteinemias (MM, crioglobulinemia, amioloidose) *GESF (principal causa de síndrome nefrótica no adulto) Neoplasias GN membranosa Virais (HIV, hepatites B e C) Infecções (endocardite e esquistossomose) *Podem ter comportamento inicial igual (proteinúria, hematúria, HAS)... sem conseguir fazer distinção apenas pelos achados. Evolução • GN pode levar a DRC terminal. • Em 10 anos, há uma taxa de 25% de morte. • Maior risco → sexo feminino, baixa TFG e maior proteinúria. • Baixa TFG e maior proteinúria→ marcadores de pior prognóstico • Evolução de acordo com o tipo de patologia, a agressividade da evolução vai depender do tipo de glomerulopatia. • A apresentação das diversas glomerulopatias são muito semelhantes. Por isso, é importante a solicitação da biópsia renal para identificar a causa da GN → Altera o prognóstico. • Quanto mais hipertenso o paciente, pior é a evolução e maior a perda de função renal. O mesmo se aplica ao nível da proteinúria. • Piores condições socioeconômicas, pior a evolução da glomerulopatia. SÍNDROME NEFRÍTICA Conceitos • Nefrítica = Inflamação • Processo inflamatório agudo do glomérulo • Ocorre a redução da superfície de filtração glomerular – glomérulo congesto • Exemplo característico é a GN difusa aguda pós-infecciosa o Pós espretocóccica principalmente se for criança. • Caracterizada pela presença de: o Hipertensão (80%) o Edema (80%) → pode ser anasarca, difuso... periorbitário, região lombar e genitália. São tecidos de pouca resistência que facilmente identificamos o edema. o Hematúria micro (100%) ou macroscópica (50%) o Oligúria (25%) o Proteinúria ≤ 3,5 g/dL (aproximadamente 25%: ausência de proteinúria) 4 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 • Em alguns casos, células inflamatórias “entopem” o glomérulo. Ocorre um edema glomerular e provoca uma queda de superfície de filtração (queda da TFG). Ex. Pós-infecciosa: pós-estreptocócica. OBS: - Proteinúria menor que 3,5 g/dL → nefrítica - Proteinúria maior que 3,5 g/dL → nefrótica GN difusa aguda pós-infecciosa • Dividida em dois grupos: o Associada a processos infecciosos já resolvidos (período de latência): ▪ Ex. impetigo ou amigdalite estreptocócica já resolvidos. Alguns dias depois, ocorre a formação do complexo antígeno-anticorpo que se acumula no glomérulo e provoca edema glomerular. o Associada a processos infecciosos ativos: ▪ Ex: Infecções por estafilococos, HIV e hepatite B. Em processos ativos há processo de formação de complexos antígeno-anticorpo criando uma crioglobulinemia causando uma glomerulonefrite associada. É necessário tratar a causa para a resolução renal. 1. GN PÓS ESTREPTOCÓCICA • Streptococcus β-hemolítico do grupo A • Faringite ou piodermites • Pico de idade aos 7 anos • Meninos 2:1 • Sua incidência vem caindo → melhora da atenção básica • Inicia após 7 a 21 dias do quadro infeccioso (período de latência) Fisiopatologia • Complexos imunes (Ag+Ac formados in situ [dentro do glomérulo] ou não) depositam-se na MBG (membrana glomerular) • Ativação do sistema do complemento iniciando resposta inflamatória → a via ativada é a via alternativa do complemento → isso leva o paciente a ter sintomas, proteinúria, hematúria.. desregula • Infiltração de células inflamatórias (neutrófilos) no glomérulo • Ocorre redução da TFG pelo infiltrado celular Fig. 1 → Glomérulo normal com células mesangiais em quantidade normal. Fig. 2 → Glomérulo com infiltração de neutrófilos(células inflamatórias). Fig. 3 → Deposição de imunocomplexos na membrana basal glomerular e o neutrófilo acoplado na membrana basal. 5 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 Geralmente a via alternativa é a utilizada. Quando a via do complemento é ativada e consumido. Quadro clínico • Início súbito • Febre, mal-estar, dor abdominal, anorexia, cansaço e cefaleia • Edema, hipertensão e hematúria • Proteinúria (abaixo de 3,5g) • Congestão circulatória pelo edema → Retenção de água e sal → visualizada no raio X • IRA (insuficiência renal aguda) → pela diminuição da TFG Diagnóstico • EQU com dismorfismo eritrocitário (hemáces que passam pela membrana e tentam se moldar, passar por orifício menor), acantócitos e cilindros hemáticos • C3 (complemento) baixo em 90 – 95% dos casos • Fator reumatoide presente em 50% dos casos → pode dar positivo por prova cruzada • Elevação da ASLO (faringites - amigdalite) e anti-DNAse (piodermites - impetigo) → sobe 4 semanas após a infecção Tratamento • Hospitalização se necessária • Repouso no leito (relativo) • Restrição hídrica (se edema) → repor somente o necessário. o Perdas insensíveis + diurese (20 - 40 mL/kg/dia) • Restrição de sódio na dieta → o paciente está retendo sódio • Diuréticos: o Furosemida 1 – 4 mg/kg/dia • Se tiver HAS: o Nifedipina 0,25 a 0,5 mg/kg/2x dia ou o Anlodipina 0,05 a 0,2 mg/kg/dia (até 10 mg/dia) • O uso precoce de ATB não evita a GNDA, mas pode atenuar sua gravidade e está indicado para erradicar o agente e evitar contágios o Penicilina benzatina ou se for alérgico → Eritromicina. 6 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 • Evolução típica o Hematúria pode persistir por até 12 meses o Proteinúria pode persistir 3 a 6 meses o C3 normaliza em 4 a 8 semanas • Acompanhar por 5 anos • Biópsia renal deve ser feita se C3 seguir reduzido ou hematúria macroscópica recorrente (evolução atípica) – biopsiar para ver se há outra glomerulopatia sobreposta o GN pós estreptocócica costuma ser benigna e resolvida com medidas de suporte. Gráfico = Timeline. C3 caindo, depois tende a recuperar. ASO começa a subir depois de 1-2 semana do quadro instituído. Hematúria vai até umas 4 semanas. Hipertensão e edema. Diagnóstico diferencial • GN membranoproliferativa: C3 permanece baixo, além do período de 4-8 semanas que eu esperaria que recuperasse. • LES: > idade, C3 e C4 baixos • Púrpura de Henoch-Schönlein: rash cutâneo, púrpura palpável, principalmente em membros inferiores. Mais comum em adultos, junto com IgA • IgA: recorrência hematúrica o Normalmente crianças associadas a atividades físicas / infecções de vias aéreas altas. Infecção → aumento da IgA → em grande quantidade fica presa no glomérulo → inflamação → hematúria. ▪ Observar se tem relação com atividade física ou infecção de via aérea superior. • Alport: história familiar de deficiência auditiva o Em decorrência do colágeno. 2. NEFROPATIA POR IgA • Nefropatia de Berger (1968) • Doença autoimune das mucosas • É um problema na conformação da IgA (tamanho alterado – maior) e tende a formar depósitos nos glomérulos • Ocorre um aumento de produção e deposição de IgA no mesângio, que causa uma ação inflamatória que leva a uma hematúria macroscópica • GN primária mais comum do mundo → No Brasil prevalência de 10 – 15% • Alta chance de evoluir com doença renal crônica, mas tem tratamento → pulsoterapia com corticoide, corticoide com doses altas por 6 meses... • 10% < 15 anos → abaixo de 15 anos tem comportamento benigno • No adulto pode evoluir com perda de função renal progressiva • Hematúria macroscópica associada a infecções de via aérea superior (IVAS) ou exercícios - na criança. • Hematúria microscópica associada a proteinúria em baixa quantidade (1 – 2g em 24h) • IgA plasmática pode estar elevada em 20 a 50% dos casos – mas não é patognomônico (não afasta diagnóstico caso não estiver elevada) • Diagnóstico → depósito de IgA no mesângio por biópsia • A biópsia costuma ser normal no anatomopatológico, é necessária a imunofluorescência para determinar a deposição de IgA • IRC em 20 – 50% em adultos 3. PÚRPURA DE HENOCH-SCHÖNLEIN (PHS) • Vasculite sistêmica com depósito de IgA nos pequenos vasos • Púrpura, artralgias e dores abdominais • Enquanto a IgA acomete mais rins (não acomete pele), a PHS acomete mais pele 7 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 • Acometimento renal em 30% das crianças e 50% dos adultos Síndrome nefrítica, resumindo Na criança: pós infecciosa No adulto: IgA Proteinúria < 3,5g Hematúria, hipertensão SÍNDROME NEFRÓTICA Caracterizada por: • Proteinúria maciça (mais de 3,5 g de proteína por 1,73 m2 de superfície corporal em 24h ou acima de 50 mg/kg de peso em 24h) • Edema, geralmente anasarca • Hipoproteinemia que estimula a produção de triglicerídeos, colesterol no fígado o Dislipidemia → pois com a queda da albumina tem o estímulo hepático para a produção de lipoproteínas • Aumento da permeabilidade = a perda de proteína no vaso causa uma perda de força oncótica, gerando um extravasamento de líquido para o 3º espaço (edema) • Edema com paciente hipovolêmico pela perda de 3º espaço. Não usar diuréticos, só depois de conseguir repor o líquido para dentro do vaso. Etiologia da síndrome nefrótica primária • GESF (glomeruloesclerose segmentar focal): o Não é uma patologia, é um achado na biópsia o Etiologia mais comum nos adultos o Mais comum em pacientes nefróticos • Glomerulonefrite membranosa • Alterações glomerulares mínimas: o Alteração nos podócitos o Mais comum nas crianças o O comportamento da lesão mínima é diferente em crianças e adultos o Em crianças costuma ser benigna e adultos é mais agressiva • Glomerulonefrite membranoproliferativa • IgA →mais comum em pacientes não nefróticos Etiologia da síndrome nefrótica secundária • DM • LES • Amiloidose 8 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 • Criança → deficiência de podócito Tratar com nefrectomia. • Adulto → evolução pior, perda de função renal • Idoso → rastrear neoplasia, a síndrome nefrótica pode ser pré-neoplásica Sintomas • Edema: baixa resistência proteica • Edema com cacifo • Edema periorbitário • Edema sacral, abdominal e genital. • Urina com espuma (grande quantidade de proteína na urina) Complicações • Hipercoagulabilidade: o Trombose arterial e venosa o Perda de imunoglobulinas, fatores de coagulação e líquido intravascular → hemoconcentração, podendo causar trombose o Mecanismos: ▪ Aumento da síntese hepática de fibrinogênio ▪ Aumento da agregação plaquetária ▪ Aumento do fator VIII (Von Willebrand) ▪ Redução da fibrinólise ▪ Redução da antitrombina III – perda urinária • Infecções: o Perda de Ig na urina → a perda de proteína é não seletiva → albumina, proteínas gerais, imunoglobulinas... o Redução da atividade bactericida dos leucócitos o Perda urinária dos fatores do complemento que opsonizam (marcam) determinadas bactérias o Principais infecções ▪ Peritonite espontânea ▪ Infecções cutâneas ▪ Pneumonia Streptococcus pneumoniae → perda de Ig e C3b • Desnutrição → evolução a longo prazo • Insuficiência renal aguda *Não se usa antibiótico profilático nesses pacientes. Medidas terapêuticas • Hospitalizar o paciente • Dieta: o Normoproteica, hipolipidíca e hipossódica (2g) o Não prescrever hiperproteica, pois aumenta a proteinúria. • Tratamento da dislipidemia o Estatinas → sinvastatina 20 mg o Manter CT < 200 mg/dL, LDL < 130 mg/dL e TG < 150 mg/dL o Se hipertrigliceridemia/mista → Fibrato (genfibrozil 600 ou fenofibrato 200 mg/dia) 9 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 o A associação Estatinas com Fibrato → aumenta o risco de rabdomiólise e lesão hepática → precisadosar marcadores hepáticos e musculares → risco de rabdomiólise • Anticoagulação o Profilática → heparina não fracionada 5000 U SC a cada 8 – 12h o Plena → Warfarina/NOACS oral individualizada ▪ Indicada quando: • Albumina sérica < 2 g/dL • Proteinúria > 10 g/dia • Hipovolemia clínica • Acamados • Com trombose venosa prévia • Restrição de líquidos: o Indicado na fase aguda (diurese + perdas insensíveis) • Diuréticos: o Redução de 1 a 2 kg de peso → evitar perdas maiores pelo risco de trombose o Furosemida 1 mg/kg e após 20 – 60 mg EV a cada 6 – 12 horas o Espironolactona 25 – 100 mg/d VO o Hidroclorotiazida 25 – 50 mg/d VO • Uso de albumina: o Objetivo de aumentar a pressão oncótica e retornar o volume do 3º espaço para o meio intravascular: o Furosemida 0,5 mg/kg EV + albumina 0,5 g/kg EV diariamente → a albumina puxa para o vaso e o diurético tira esse acumulo do corpo o Indicada quando: ▪ Disfunção respiratória causada por derrame pleural/ascite volumosas ▪ Edema escrotal ou vulvar com ameaça a integridade tecidual ▪ Peritonite • Medidas físicas: o Repouso relativo no leito e uso de meias elásticas podem ser associados • Infecção: o Não utilizar ATB profilático • IECA/BRA: o Reduzem fibrose renal e reduzem a pressão hidrostática glomerular 1. GN POR LESÕES MÍNIMAS • Causa mais comum da síndrome nefrótica na criança • Faixa etária → 1 – 6 anos • Nos adultos (>50 anos) pode estar associado a neoplasias • 70% são do sexo masculino • Na microscopia ótica os glomérulos são normais • Na microscopia eletrônica os podócitos estão retraídos o Podócitos: principal barreira contra perda de proteínas • Crianças não devem ser biopsiadas → Nos adultos é mandatório. • Lesão do podócito 10 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 Membrana basal achatada, sem a protuberância dos podócito Só é vista na microscopia eletrônica 2. GESF (GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR FOCAL) • Principal causa de síndrome nefrótica no adulto • É uma descrição morfológica → não é uma doença • Esclerose (fibrose) de um segmento do glomérulo com focos mais ou menos intensos no rim • A mais frequente das GN • Genética (baixa expressão nefrina), idiopática e secundária (obesidade, HAS, agenesia renal unilateral, nefropatia do refluxo, pré-eclâmpsia, não recuperação de uma IRA, lítio e heroína) Pode ter várias localizações essas fibroses, determinados pelo patologista, mas a abordagem terapêutica não muda. Tenho um segmento do glomérulo em algumas partes do rim. Em azul as áreas de fibrose Existem ainda regiões com glomérulos normais e funcionantes→ por isso o nome dessa glomeruloesclerose é segmentar e focal. 3. GN MEMBRANOSA • A segunda mais frequente • Responsável por até 40% das síndromes nefróticas • Mais em homens brancos • 70 – 80% das vezes a apresentação clínica se dá por síndrome nefrótica • Alto índice de remissão (40 – 60% dos casos) • Em até 80% das vezes não se tem a etiologia • Patologias associadas → neoplasias de órgãos sólidos, doenças autoimunes e infecções crônicas (hepatite B causando glomerulonefrite membranosa). 11 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 • Spikes → depósito de imunocomplexos que se dissolvem na técnica do anatomopatológico • Membrana basal espessa por envolver os imunocomplexos. 4. GN MEMBRANOPROLIFERATIVA • Classificação conforme padrão da imunofluorescência (IF) → deposição de Ig + frações do complemento ou somente com frações do complemento • Uma das GN que mais evolui para IRC → sobrevida em 10 anos entre 50 e 60% • 70% dos casos abaixo dos 30 anos • Pode apresentar-se como síndrome nefrótica ou nefrítica • Queda C3 persistente → importante no Diagnóstico diferencial • Considerar pesquisar patologias infecciosas (HIV e hepatite B), endocardite, LES, linfoma e leucemia • Microscopia → duplicação da MBG • Membrana dupla, característica da GN membranoproliferativa. BIÓPSIA RENAL • Principalmente na síndrome nefrótica, dirigida por ecografia, punção com agulha com bisel, fragmento de 2,3 mm • Fragmento é enviado para anatomopatológico (AP), imunofluorescência e microscopia eletrônica • Normalmente se dá preferência para o rim direito, no seu polo inferior • Se faz com anestesia local e sedação • Tem que pegar glomérulos (córtex) • PAS dá coloração rosa no AP. • Na imunofluorescência se testa complementos e imunoglobulinas, que não se vê no AP • Microscopia eletrônica dá para ver imunocomplexos e espessamento de MB. 12 Laís Kist de Almeida ATM 2024/2 • Glomérulos apontados pelas setas • Imunofluorescência Microscopia eletrônica → membrana destruídas com depósitos que se inserem na membrana e ela prolifera. Vai proliferando e envolvendo o glomérulo. TRATAMENTO DA GLOMERULOPATIAS • Ultimamente se usa cada vez mais imunobiológicos para tratamento delas. • GESF → Prednisona • AGM → Prednisona • GNMI → Prednisona, ciclofosfamida (se risco de IR), ciclosporina (se recidiva); • GNMP → Prednisona, ciclofosfamida (se rapidamente progressiva), ciclosporina (se resistência à prednisona); • GNIgA → Prednisona, ciclofosfamida + corticoide + pulsoterapia (forma rapidamente progressiva).
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