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12/03/2020 DOENÇAS CARDIOVASCULARES DOENÇAS ARTERIAIS ARTERIOSCLEROSE: · Significa endurecimento das artérias · Causada pelo espessamento da parede arterial e perda de sua elasticidade. Túnica intima- endotélio vascular Túnica media- músculo liso (contração fraca)- principal lugar de espessamento. Túnica adventícia- tecido conjuntivo Correndo: Taquipnéia, é reflexo da taquicardia, que as artérias esta aguentando uma pressão maior, a pressão vai estar alta mas dentro da normalidade, e isso acontece porque as artérias tem capacidade de dilatar. Se a artéria não dilatar, não vai conseguir manter a normalidade. · Há 3 padrões: · I. Arteriolosclerose- nível de arteríola. · II. Esclerose média de Monckeberg · III. Aterosclerose 1- ARTERIOLOSCLEROSE: O enrijecimento afeta as artérias e arteríolas e pode causar lesão isquemia distal. Possui duas variantes: hialina e hiperplásica. O maior problema nesse paciente é isquemia distal- é distal porque a arteríola é a fase terminal dos órgãos. Tem duas variantes: 1.1- Hialina- deposição de tecido 1.2- Hiperplásica 1.1- ARTERIOLOSCLEROSE HIALINA: espessamento hialino homogêneo com estreitamento da luz. Isto ocorre em resposta ao stress crônico causado pela hipertensão e diabetes mellitus- o espessamento, o enrijecimento da artéria, tem o acumulo de substancia hialina. Vai ter a deposição de uma substância rosa. · Isso acontece por conta de um stress crônico da artéria, como: hipertensão crônica e diabetes mellitus (perde ponta de dedo por conta da isquemia distal) Hipertensão: a parede da arteríola está aguentando uma pressão de sangue muito alta, a arteríola já é fininha e vai ser sobrecarregada, essa pressão do sangue, causa danos ao endotélio e leva o extravasamento de proteínas plasmáticas, para os espaços subendoteliais. As células da camada média em resposta a isso começam a secretar hialina, para recuperar o dano endotelial. Essa resposta é crônica porque o dano não aconteceu ontem, nem a formação de hialina. · Diabetes: a morte do endotélio pode estar associada a toxicidade da glicose nas células endoteliais- glicotoxicidade. E com a lesão dessas células a musculatura vai produzir hialina. · Hipertensão: extravasamento de proteínas plasmáticas pelas células endoteliais lesadas e aumento da sínteses de matriz pelas células musculares lisas por stress hemodinâmico da hipertensão. · Diabetes mellitus: glicotoxicidade para células endoteliais. · Consequência terminal: depósito de substância hialina na parede vascular distal. Processo agrava perfusão e filtração glomerular - dano renal importante- isso acontece porque ele é muito vascularizado e filtra tudo do corpo. · Microscopicamente: bem rosa, substancia amorfa- é hialina. 1.2- ARTERIOLOSCLEROSE HIPERPLÁSICA: consequência da hipertensão grave - dano agudo. Leva a um espessamento laminar (“lesões em casca de cebola”) - estreitamento da luz vascular. acontece principalmente em hipertensão grave que leva a um dano endotelial agudo- pode acontecer em paciente que tem um pico de hipertensão. · E a resposta do vaso vai ser o espessamento laminar, que vai parecer uma lesão em casca de cebola. As células musculares lisa começam a se multiplicar e formam um monte de camadas, formando uma camada espessa em torno da artéria. Isso pode levar a necrose, isso acontece quando não dá tempo de ter essa resposta. O rim é o que mais vai ser afetado. · Microscopia: aspecto de casca de cebola. A hiperplásica é mais grave, porque é aguda. Lâminas são compostas por células musculares lisas com membranas basais espessadas e duplicadas. Dependendo da gravidade da hipertensão aguda pode haver necrose da parede vascular, particularmente nos rins. 2- ESCLEROSE MÉDIA DE MONCKEBERG: · A respostas será de calcificação da túnica muscular das artérias. · Acontece em indivíduos de mais de 50 anos, então a calcificação deve acontecer por causa de lesão- distrófica. · Não invade a luz do vaso- não gera consequências clinicas significativas. · A artéria vai ter uma resposta menor a hipertensão. 3- ATEROSCLEROSE: · Principal doença vascular periférica, cerebral e coronariana. · Elevada morbidade e mortalidade - metade dos óbitos no mundo ocidental. · Associada a infarto do miocárdio, hipoperfusão associada a aterosclerose das artérias aorta e carótidas e AVC. FATORES DE RISCO: · Hipercolesterolemia; · Tabagismo; · Hipertensão; · Diabetes Mellitus - induz hipercolesterolemia. · Hereditários: mutações nos genes que decodificam os receptores de LDL- apolipoproteína, tem receptor nas artérias. Essas mutações aumentam os receptores de LDL nas artérias · Idade: 40 a 60 anos- uma vida de agressões · Gênero: estrógeno tem efeito ateroprotetor. Baixa incidência em mulheres pré menopausa (estrógeno tem efeito ateroprotetor. Baixa incidência em mulheres pré- menopausa .:. na menopausa não tem mais essa proteção). Todos esses fatores de alguma forma levam a lesões na camada intima- ateromas (placas de ateroma ou aterosclerótica). PORQUE A HIPERLIPIDEMIA É UM FATOR DE RISCO? · Especificamente hipercolesterolemia- o colesterol elevado é o que vai estar associado a aterosclerose. · LDL elevado: complexo apolipoproteico de entrega de colesterol para os tecidos periféricos- leva muito colesterol para os vasos. Obs: HDL mobiliza colesterol da periferia para o fígado para excreção biliar. HDL elevado - menor risco de aterosclerose. HDL elevado: leva colesterol para o fígado- tem menos aterosclerose. CARACTERÍSTICAS DA PLACA: · Lesão elevada - protruída para a luz do vaso- vai estar para a luz do vaso · Centro mole e grumoso de lipídeos- O centro dela é mole e grumoso- cheio de lipídio · Coberta por uma placa fibrosa. CONSEQUÊNCIAS DA PLACA: · Obstrução mecânica do fluxo sanguíneo: o paciente nesse ponto talvez não morra, pode sentir dor por esforço- angina. · Ruptura da placa - trombose vascular obstrutiva: quando rompe o tecido subendotelial é exposto dai vai ter agregação plaquetária, vai formar um trombo e obstruir o vaso- trombose. Se obstruir todo o vaso da isquemia/ infarto · Enfraquecimento das paredes vasculares - aneurismas. Aneurisma é uma dilatação do vaso e a placa de ateroma aumenta os riscos de ter aneurisma. PATOGENIA DA ATEROSCLEROSE: · A lesão ocorre em resposta crônica inflamatória e repartida da parede arterial frente à lesão endotelial. · Progressão da doença ocorre pela interação entre lipoproteínas, macrófagos e linfócitos T com as células endoteliais e musculares da parede arterial. · A seguir abordaremos as fases da doença. · A primeira coisa que tem que acontecer para formar uma placa de ateroma é a lesão do vaso, quando tem a lesão o organismo responde com inflamação. Nesse caso a lesão e a inflamação tem que ser crônica. · Nessa resposta inflamatória, terá as células inflamatórias crônicas que são os linfócitos e macrófagos. E vai ter uma resposta muscular (tentando reparar o dano) e vai ter lipoproteína trazendo colesterol (LDL). Os lipídios que vão chegar lá serão oxidados, por radicais livres (átomo que perdeu um elétron, não é uma molécula estável, dai ele rouba uma molécula nossa para ele, e uma das principais moléculas que da essa molécula é o lipídio- as espécies reativas de oxigênio adoram reagir com lipídio) .:. a gordura que esta na artéria vai ser oxidada (modificada) oque vai fazer o macrófago fagocitar mais, e isso vai gerar as células espumosas. Essas células espumosas produzem citocinas... que aumentam a inflamação. Se fizer um cateterismo da para ver a estria de ateroma- que é o começo da placa de ateroma. Dai com o tempo, as células musculares com a intenção de conter a inflamação começa a formar colágeno- contém a placa de ateroma, quanto mais colágeno mais estável estará essa placa. Porem a inflamação rompe o colágeno. Quando a placa estoura, espoem colágeno e atrai as plaquetas que vai ter agregação e formar o trombo. Se houver hiperlipidemia, LDL levará colesterol para a camada íntima. Os lípides que chegam este local, são modificados através da oxidação por radicaislivres (em abundância pelo stress). Lípides modificados se acumulam dentro de macrófagos e células musculares - células espumosas). Células espumosas produzem citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento que propagam a inflamação. Células musculares sintetizam colágeno - estabiliza a placa. Em contraste, células inflamatórias podem aumentar a degradação dos componentes da matriz - desestabilização da placa - ruptura. OQUE COMPÕEM A PLACA DE ATEROMA: · Células musculares lisas · Macrófagos · Célula T · Matriz extracelular: colágeno e fibras elásticas · Lipídios intra e extracelulares. · As placas podem ser estáveis ou instáveis: isto está associado à maiores ou menores chances de complicações: · Placas estáveis: tendem a ter cápsula fibrosa densa, acúmulo mínimo de lipídios e pouca inflamação. · Placas instáveis: possuem cápsulas mais finas, núcleo lipídico mais amplo e infiltrado inflamatório abundante EM RESUMO: é a associação dos 3 fatores que faz ter a placa de ateroma: · Para a ocorrência e crescimento da placa de ateroma são necessários: · Inflamação - dano endotelial; · LDL; · Colesterol. Porque tem placa na artéria do que na veia? Porque é a artéria que aguenta mais dano. CONSEQUÊNCIAS: · Principais alvos: · Grandes artérias elásticas: aorta, carótida (hipoperfusão cerebral- a pessoa apaga) e ilíaca- elas tem mais receptores de LDL. · Artérias musculares de grande e médio calibre: coronárias e poplítea. · O quadro se torna sintomático quando as artérias envolvidas irrigam o coração, cérebro, rins e extremidades inferiores. · Principais consequências: · Infarto do miocárdio; · Infarto cerebral (AVC); · Aneurisma de aorta; · Doença vascular periférica (grangrena de membros inferiores) EVOLUÇÃO CLÍNICA DA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA: · Primeiro tem a estenose: · Oclusão gradual da luz vascular · No miocárdio oclusões podem gerar dor por esforço (angina) · Sintomas dependem da porcentagem da oclusão e podem ser tão graves quanto os associados a ruptura da placa. · Cuidado!!! Muitos pacientes são assintomáticos. · Alteração aguda da placa: · Gera trombose vascular e obstrução aguda do vaso; · Infarto agudo do tecido irrigado por este vaso. · Existem 3 tipos de alterações agudas da placa: · Ruptura/ fissura expõem constituintes da placa trombogênicos · Erosão/ ulceração: expõe a membrana basal subendotelial - trombogênica · Hemorragia do ateroma: expansão abrupta do volume da placa – oclusão. Tem uma hemorragia dentro da placa. ANEURISMAS E DISSECÇÕES: ANEURISMAS: · São dilatações anormais nos vasos sanguíneos ou câmaras cardíacas; · Congênitas ou adquiridas; · Podem ser “verdadeiros" ou “falsos" (pseudoaneurisma). · Verdadeiro: envolve uma dilatação da parede vascular ou ventricular intacta. · Falso: envolve a ruptura da parede vascular ou ventricular com formação de uma hematoma extravascular que se comunica livremente com o espaço intravascular. DISSECÇÕES: · Ocorre quando o sangue penetra em um defeito da parede arterial, escavando e separando camadas. CLASSIFICAÇÃO DOS ANEURISMAS: · De acordo ao tamanho e forma: · Saculares: bolsas esféricas envolvendo apenas uma parede do vaso. Variam de 5 a 20 cm e costumam conter trombo. · Fusiformes: dilatações difusas e circunferências de um seguimento vascular longo. Ex: aneurisma da aorta abdominal e artérias ilíacas. PATOGENIA DOS ANEURISMAS: · Geralmente associados ao comprometimento da estrutura e função do tecido conjuntivo no interior da parede vascular. · Existem diversas síndromes que comprometem a síntese de colágeno e elastina (síndromes Ehlers-Danlos, Loeys-Dietz e de Marfin). Nestes casos, auneurismas são comuns e se rompem com certa facilidade. · Escorbuto é uma causa nutricional. · Inflamação pode aumentar a degradação de fibras de colágeno (aumento da produção de metaloproteinases). · Aterosclerose e compressão da parede associada a hipertensão podem gerar isquemia da túnica muscular e fragilidade da parede - CAUSAS MAIS COMUNS DE ANEURISMA ADQUIRIDO! · Sífilis: endocardite, especialmente de pequenos vasos do vasa vasorum da túnica adventícia aorta torácica - isquemia da túnica muscular - aneurisma ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL (AAA): · Geralmente secundário a aterosclerose; · Mais frequente em homens, fumantes, com mais de 50 anos. · Maioria dos pacientes é assintomático - achado ocasional. · Risco de ruptura proporcional ao tamanho do aneurisma. · Risco zero: aneurismas menores que 4 cm; · Risco de 11% ao ano: aneurismas entre 5 e 6 cm; · Risco de 25% ao ano: aneurismas maiores que 6 cm. · Aneurismas crescem 0,2 a 0,3 cm/ano. 20% deles cresce mais rápido. · Mortalidade da cirurgia associada a aneurismas não rompidos: 5% · Mortalidade da cirurgia de emergência associada a aneurismas rompidos: 50% · Sempre considerar que o paciente pode ter aterosclerose em outros leitos vasculares e, portanto elevado risco de doença coronariana e AVC. ANEURISMA DE AORTA TORÁCICA: · Geralmente associados à hipertensão ou síndromes que comprometem a síntese de colágeno e elastina. · Pacientes sifilíticos apresentam este tipo de aneurisma pois bactérias parecem ter predileção pelos pequenos vasos do vaso vasorum da aorta torácica. · Pacientes podem apresentar dificuldade respiratória, de deglutição e tosse por conta do efeito compressivo do aneurisma sobre pulmão, esôfago e nervos laringes recorrentes. DISSECÇÃO DA AORTA: · Sangue separa os planos laminares da túnica média, formando um canal cheio de sangue na parede aórtica. · Ocorre com mais frequência em dois grupos de pacientes: · Homens com 40 a 60 anos com histórico de hipertensão; · Pacientes mais jovens com síndromes que afetam a síntese de colágeno. · Pode ser iatrogênica e associada a cateterização coronária. · Pode estar associada a aterosclerose e sífilis. · Hipertensão é o fator de risco mais importante! · Em resumo: qualquer lesão na camada íntima pode levar a dissecção da parede. · Sintomas clínicos: dor lancinante de início súbito, começando na parte anterior do tórax e irradiando para o dorso entre as escápulas. Dor pode ser confundida com um infarto do miocárdio. · As dissecções podem ser do tipo A e B. · A: envolvem a aorta ascendente e, eventualmente a descendente também. · B: envolvem a aorta descendente apenas. · Tipo A: mais grave por conta da localização anatômica. Maior risco de morte associado à ruptura ou isquemia distal. · Tipo B: pode ser tratada de forma conservadora com anti-hipertensivos. 11
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