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@brunapvilla Doenças do neurônio motor É um grupo de doenças que acomete o corpo celular do neurônio motor (corno anterior da medula), causando alterações puramente motoras. Tem como topografia da lesão o corno anterior da medula Esclerose lateral amiotrófica ➥ Doença neurodegenerativa caracterizada pela paralisia progressiva da musculatura voluntária. ➥ Idade média de início varia entre 55 e 65 anos ➥ Existem formas familiares 5-10% (ELA familiar) ➥ Existem formas relacionadas à neoplasia ➥ ELA: não causam déficit cognitivo. Pode estar associada a demência frontotemporal, que causa o déficit cognitivo Quadro clínico – Fraqueza muscular – ➥ Início insidioso, focal e assimétrico, progressiva ascendente ➥ Músculos distais (início) ou proximais dos membros ➥ Músculos bulbares à músculos que fazem movimentos dos nervos cranianos (disartria, disfagia, dificuldade para elevar o ombro/pescoço) ➥ Músculos respiratórios ➥ Músculos do tronco e cervicais à pescoço caído e não consegue ficar sentado ➥ Face ➥ Não há perda da movimentação ocular (movimentação extrínseca) ➥ Pode ocorrer paralisia dos músculos respiratórios (maior causa de óbito dos pacientes) à aspiração, pneumonias. Padrões específicos: ➥ Flail-arm ➥ Flail-leg ➥ Paralisia bulbar progressiva – Atrofia muscular – ➥ Frequentemente presente no início da doença ➥ Acompanha a fraqueza muscular ➥ Menos evidente nos casos com predomínio do 1º neurônio motor (atrofia por desuso) – Fasciculações – ➥ Músculos proximais e distais que estão fracos e que tem atrofia ➥ Raramente sem fraqueza muscular associada ➥ Podem preceder o início da fraqueza e atrofia muscular em meses ou anos ➥ Tendem a desaparecer com a progressão da doença à perda muscular = não tem mais fasciculações ➥ É patognomônico de 2 neuronio motor – Hipotonia – – Perda de reflexo – Atrofia muscular, perda de reflexo, hipotonia e fasciculações são características de síndromes do 2º neurônio motor. Na ELA, para diferenciar há a presença de sinais de neurônio motor superior – Sinais de neurônio motor superior – ➥ Espasticidade ➥ Hiperreflexidade ➥ Babinski ➥ Hoffman ➥ Clonus Na ELA quando ocorrer a destruição do corno anterior e destruição do corpo celular há degeneração do 2 neurônio e do 1º neurônio, o paciente começa a apresentar sinais de 1º neurônio. Na ELA pode ter predomínio de sinais de 1º ou de 2º neurônio, mas obrigatoriamente tem que ter os dois. @brunapvilla Formas clínicas da ELA ➥ Paralisia bulbar progressiva (tende a afetar a musculatura respiratória mais precocemente): a ELA começa de forma focal em uma mão, depois da outra, depois de uma perna e de outra e depois para a região bulbar. Mas pode ocorrer o inverso também (primeiro bulbar e depois braços e pernas) que é a paralisa bulbar progressiva. É mais grave e tem pior prognóstico ➥ Flail arms ➥ Flail legs ➥ Esclerose lateral primária: só sintomas e sinais de primeiro neurônio motor, nada de segundo. Progressão ➥ Progressão horizontal > radial – Começa no braço e vai para o outro e depois para as pernas. ➥ Progressão rostro-caudal > caudal-rostral Critérios diagnósticos ➥ ELA definida: quadro clínico típico (já desconsiderando o diagnóstico diferencial) e NMS (exame físico, babinski, Hoffman, clonus, hiperreflexia, espasticidade) + NMI (pela eletroneuromiografia dos 4 membros + região bulbar) – A eletroneuromiografia primeiro avalia nervo (choque) e depois musculo (desnervação) – A ELA tem um exame completamente normal, a eletroneuromiografia – A ELA não é uma neuropatia, a lesão está no corno anterior – Afecção de NMI: região bulbar + 02 regiões espinhais (as 03 são torácica, lombrossacra e cervical) estejam difusamente desnervadas. Lesão em mais de 3 segmentos pode indicar ELA Diagnóstico ➥ Eletroneuromiografia dos 4 membros + região bulbar ➥ RNM de coluna cervical + crânio – Para diagnóstico diferenciais, como radiculopatias ➥ Exames laboratoriais se necessário, de acordo com possíveis diagnósticos diferenciais Sinais de alarme ➥ Ausência de fasciculações (provavelmente não é ELA) ➥ Sintomas sensitivos ➥ Disfunção autonômica ➥ Alteração dos movimentos oculares ➥ Sintomas esfincterianos ➥ Alterações cognitivas com padrão de doença de Alzheimer ➥ Sinais de 2º neurônio motor com início simétrico (não é ELA) Prognóstico ➥ Não há cura para doença ➥ Sobrevida média de 3-5 anos ➥ Forma bulbar tem sobrevida ainda menor ➥ A doença pode atingir pacientes jovens de forma esporádica ➥ Progressão varia muito entre os indivíduos Tratamento Equipe multidisciplinar ➥ Neurologista ➥ Pneumologista (disfunção respiratória e avaliar o momento certo para incluir uma ventilação) ➥ Cirurgião gástrico (disfagia, fraqueza/atrofia na língua) ➥ Nutricionista ➥ Fisioterapeuta ➥ Fonoaudiologo ➥ Psicológo ➥ Terapeuta ocupacional – Tratamento medicamentoso – ➥ Riluzole 50mg 12/12h (é um anti-glutamérgico), aumenta a sobrevida em 3 meses em pacientes terminais que estão em ventilação mecânica na UTI. – Não há clareza em relação a eficácia @brunapvilla – Tratamento sintomático – ➥ Depressão ➥ Ansiedade ➥ Espasticidade (botox) ➥ Sialorréia (atropina na mucosa bucal) ➥ Insônia – Importante – ➥ Conversar com a família apenas quando o diagnóstico for definido de ELA, antes disso falar que é uma doença do neurônio motor que ainda vai ter que ser esclarecida. ➥ Empatia com o paciente ➥ Notícia difícil tanto para o paciente quanto para os familiares ➥ Não falar sobre a sobrevida! @brunapvilla Atrofia muscular espinhal ➥ Doença genética devido a mutação no gene SMN1 (neurônio motor de sobrevivência) ➥ Autossômica recessiva ➥ Atinge principalmente crianças (recém-nascidos), mas pode ocorrer na idade adulta ➥ Topografia: corno anterior, mas não há acometimento do primeiro neurônio motor Quadro clínico ➥ Fraqueza ➥ Atrofia muscular ➥ Fasciculações ➥ Hipotonia ➥ Hiporreflexia Faz uma síndrome de 2NM clássica (pra diferenciar da ELA) e faz a pesquisa do gene SNM1. ➥ Não tem início focal, tem início simétrico nos 4 membros e generalizado. ➥ Quadro de sintomas proximais e simétricos Tipos ➥ Tipo I ou AME infantil ou doença de Werdnig-Hoffmann – Sintomas até 6 meses de idade ➥ Tipo II ou AME intermediária ➥ Tipo III ou AME juvenil ou doença de Kugelbert-Welander ➥ Tipos IV ou AME adulta AME IV ou adulta ➥ <10% dos casos de AME ➥ Surge entre 30-60 anos ➥ Lentamente progressiva (só 20% dos casos ficam dependente de cadeira de rodas) ➥ Fraqueza muscular proximal ou generalizada, simétrica ➥ Raramente afeta os músculos bulbares ➥ Músculos respiratórios tipicamente poupados ➥ Fasciculações (síndrome do 2NM) Tratamento ➥ Não há (para adultos) ➥ Terapia gênica apenas para AME tipo I e tipo II @brunapvilla Atrofia momomélica (doença de neurônio motor focal) ou doença de Hirayama ➥ Faixa etária preferencial: 16-25 anos ➥ Proporção entre os sexos F:M = 1:2 Quadro clínico ➥ Apresenta uma fraqueza muscular nos miótomos de C7-T1 unilateral ➥ Fraqueza muscular predominante nas mãos e antebraço ➥ Pode envolver MMII, é raro ➥ Tem fraqueza, fasciculações, perda de reflexo fica restrito a mão e parte do antebraço ➥ SEM SINAIS DE 1º NEURÔNIO MOTOR ➥ 50% envolvimento do membro contralateral clinicamente (EMG frequentemente bilateral) ➥ Progressão rápida em 2-3 anos e depois estabiliza @brunapvilla Atrofia muscular progressiva ➥ 5-10% dos casos de DNM ➥ Principal diagnóstico diferencial com a ELA ➥ Tem início insidioso, focal, assimétrico, progressivo, mas NÃO TEM 1ºNM ➥ Acredita-se que possa ser uma expressão da ELA, pois são muito iguais, exceto que não tem o 1ºNM. ➥ 50% dos pacientes podem desenvolver sinais de 1ºNM em algum momentoe o paciente tem um quadro típico de ELA ➥ Idade de início mais precoce. ➥ Prognóstico parecido com a ELA Diagnóstico diferencial ➥ Síndrome de fasciculações begninas ➥ Poliomielite ➥ Síndrome pós-polio ➥ Radiculopatia compressiva ➥ Mononeuropatias ➥ Neuropatia motora multilocal ➥ Plexopatias ➥ Doenças da junção neuromuscular ➥ Distrofias musculares ➥ Doença de Kennedy
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