Buscar

Restrição interna nos bancos - prática ilegal e abusiva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

jusbrasil.com.br
10 de Março de 2022
Restrição interna nos bancos
Ardil ilegal e passível de ação por danos morais
Publicado por Adao Rocha há 7 anos  57,8K visualizações
A Constituição Federal de 1988 instituiu um parâmetro novo nas relações
de consumo do Brasil: o Código de Defesa do Consumidor que estabeleceu,
ao mesmo tempo e entre inúmeras outras coisas, os direitos e obrigações do
tomador de serviços financeiros e das instituições de crédito e
financiamento.
Vejamos o que diz Constituição de 1988 em seu artigo 5º:X - são invioláveis
a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
Paralelamente, no Código de Defesa do Consumidor (artigo 43) lê-se:
§ 4º - Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os
serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados
entidades de caráter público.
Mas ao mesmo tempo em que a legislação protege os abusos contra o
consumidor, ela também define suas responsabilidades, permitindo a
inclusão do nome dos devedores inadimplentes em cadastros restritivos
como SERASA e SPC, impedindo-o de tomar novos empréstimos, enquanto
não saldar as dívidas existentes.
https://adaorochas.jusbrasil.com.br/
https://adaorochas.jusbrasil.com.br/
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
Enquanto seus débitos não forem quitados, ele permanece no cadastro de
devedores, ficando com o “nome sujo”.
O dinheiro perdido pelo banco (o valor que deixou de ser pago pelo
consumidor inadimplente), na verdade não se torna um prejuízo definitivo:
as perdas são repassadas para os novos tomadores de empréstimos, sendo
então embutidas nas taxas de contratação futuras que estes irão pagar.
Na prática, o agente financeiro nada perde – quem paga a conta é o
consumidor que futuramente contratar um empréstimo... A punição que o
consumidor inadimplente teria, por Lei, seria ficar 5 anos com o nome
negativado nos serviços de proteção ao crédito oficiais, o que
corresponderia à restrição à liberdade de um criminoso em uma cela – ele
teria sua liberdade restringida, a título de punição social.
Mas nos últimos anos os bancos têm aparecido com um novo ardil para
recuperarem esses ativos (que na verdade nunca foram perdidos, conforme
explicado e que portanto não lhes pertencem): a restrição cadastral interna.
Mas o que é essa tal restrição interna?
Vejamos um exemplo:
Um consumidor ultrapassa o limite de seu cheque especial, de R$
10.000,00, em R$ 1.000,00 e não consegue saldar os R$ 11.000,00
devidos.
Seu nome é inscrito nos órgão de proteção ao crédito e seu nome recebe
restrições.
Após inúmeras tentativas, ele percebe que sua dívida tornou-se impagável,
pois, dois anos depois, ela estava em R$ 44.880,00, devido à incidência de
juros e taxa de comissão de permanência.
Com o intuito de usar-se da condição de restrição do cliente e sua vontade
de “limpar seu nome”, o banco oferece ao consumidor inadimplente um
desconto enorme sobre o montante devido com juros (absolutamente
ilegais e abusivos), para que quite a divida e saia do cadastro de devedores.
Digamos que o banco lhe ofereça um desconto de 90%, cobrando apenas
R$ 4.488,00 pela dívida original de R$ 11.000,00 (já paga pelos outros
consumidores nas contratações de crédito posteriores).
O consumidor então, depois de quitar essa dívida pelo valor oferecido pelo
banco, percebe que seu nome sai dos serviços de proteção ao crédito e
pensa que o banco vai novamente conceder-lhe a conta corrente e os
produtos que tinha antes da dívida, mas percebe que nada disso lhe será
concedido, pois seu nome ficou com uma “restrição cadastral interna”.
Desse modo, o banco “aparentemente” cumpriu a Lei, retirando o nome do
consumidor do cadastro de maus pagadores. Mas verdade nada fez,
perceba:
Com a fusão dos bancos e o aparecimento dos conglomerados bancários,
um cliente que tinha conta, por exemplo, no ABN AMRO BANK, e caísse
nesse ardil, ficaria com uma restrição interna nele (em sua base de dados),
nada obtendo desse banco.
Mas ao mesmo tempo seu nome iria receber restrições em outras
instituições controladas pelo banco que adquiriu o ABN AMRO BANK, o
SANTANDER, que comprou esse banco, e também BANESPA -
SUDAMERIS - AMERICA DO SUL e BANCO REAL, pois seu nome iria
permanecer nas bases de dados de todos eles. Caso procurasse qualquer
agência dos bancos mencionados, passaria o constrangimento de ser
recusado, muito embora tivesse aceitado ao acordo proposto pelo banco de
origem...
O mesmo se daria com um cliente do Bradesco, por exemplo, que não
poderia movimentar uma conta no próprio Bradesco, e seria recusado
igualmente nos bancos BILBAO VIZCAYA - BMC - BOAVISTA -
MERCANTIL FINASA – BANCO IBI (C&A) – BCN – CREDIREAL -
BANEB - BEA – BANCO BOAVISTA e BANCO CONTINENTAL, conforme a
época em que esse acordo tivesse sido feito.
A restrição interna não leva em conta dados dos órgãos de proteção ao
crédito oficiais e, na prática, pune o consumidor indefinidamente (e não
mais por 5 anos), como determina a Lei. Seria como instituir-se prisão
https://pt.wikipedia.org/wiki/BEA
perpétua para todos os delitos cometidos pelos cidadãos, tanto para o
assassino contumaz quanto para o faminto que furtasse, pela primeira vez
em sua vida, uma fruta em um supermercado.
Instituições financeiras funcionam sujeitas a normas governamentais, por
serem concessionárias de serviço público e deveriam vender seus produtos
financeiros (conta corrente, seguros, empréstimos etc.) dentro de
determinadas regras, previstas em Lei.
O Código de Defesa do Consumidor, nos artigo 39 diz:
É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:II - recusar
atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de
suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com
os usos e costumes;IX - recusar a venda de bens ou a prestação de
serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante
pronto pagamento, ressalvados os casos de interdição regulados
em leis especiais;
E no artigo 51:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Neste caso, primeiro a dívida é ampliada até tornar-se impagável, para daí
fazer-se uma proposta de quitação que na verdade não quita nada (pois a
restrição permanecerá ativa). E o empréstimo original, por sua vez, é pago
duas vezes (uma vez ao ser incorporado à taxa de contratações futuras e
uma segunda vez pelo proclamado “acordo”).
Dessa forma, ao consumidor restam apenas duas opções: ou quita a dívida
com os juros abusivos embutidos nela ou permanece para sempre na lista
de maus pagadores da instituição.
Além dessas prerrogativas legais, a Resolução BACEN 1.682/90, (é o
BACEN o órgão que regulamenta as instituições financeiras de forma
específica), determina que “a abertura, movimentação de conta e
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602881/artigo-39-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
fornecimento de talonários de cheques ao correntista SÓ PODEM SER
VEDADOS quando este figurar no cadastro de emitentes de cheques sem
fundos”
Desse modo, a tal “restrição cadastral interna” fere a Lei, na medida em que
recusa a abertura, movimentação da conta e demais serviços bancários a
quem esteja nessa tal lista interna(e não no CCF, como determina a Lei).
Os bancos criam uma regra própria, ignorando a Lei e escolhendo, a seu bel
prazer, quem será ou não seu cliente, parecendo esquecerem de que são
“concessões de serviços públicos” e nada mais... O cliente é adjetivado
unilateralmente, então, e por critérios que fogem ao controle da sociedade,
como “indigno de confiança”. Quê poder imenso os bancos concederam a si
mesmos!
De fato, a “restrição cadastral interna”, ao mesmo tempo que desobedece a
legislação em vigor, implementa discriminação e restringe o acesso aos
serviços bancários mesmo daqueles que “cumpriram o acordo firmado” e
proposto pelo próprio agente financeiro, configurando “prática abusiva e
desproporcional”, como é condenado pelo CDC.
Sem contar que o consumidor, após cair nesse ardil, nada pode fazer para
reverter esse quadro, ficando totalmente à mercê da vontade do banco, que
se nega a fornecer o serviço público do qual é concessionário, em flagrante
quebra de obrigação contratual entre ele o seu órgão regulador, o BACEN.
Desse modo, os bancos criam seus próprios órgãos internos de restrição ao
crédito e ignoram os oficiais...
Vejamos o que diz a Lei:
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
SEÇÃO II - DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
Art. 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Como colocado no início do presente artigo, o artigo 5º da Constituição
Federal, a Lei maior do país, em seu artigo X diz:
“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação”
Assim, fica evidente que a “restrição cadastral interna” viola a moral e
imagem pública da pessoa”, mesmo tendo essa aceitado a acordo para
adimplemento de seus débitos, sem contar, ao mesmo tempo, em “listagens
internas” o aparecimento de clientes com dívidas que prescreveram e não
são mais passíveis de cobrança por qualquer meio... Vejamos o que diz
sobre esse particular o CDC em seu artigo 5º:
§ 5º - Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas,
pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou
dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
E, como diz a Lei, todos se encontrem nas tais “listas cadastrais internas”
fazem juz a indenização.
Que a sociedade brasileira como um todo tome conhecimento de seu direito
e que essas Ações por Danos Morais se multipliquem por todo o país,
porque apenas assim, feridos em seu bem moral maior, o dinheiro, os
agentes financeiros inescrupulosos vejam ver erradicada essa prática, por
inviável economicamente, e tomem por força da aplicação da Lei os
caminhos da decência e legalidade.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607989/artigo-5-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
Autor: José Mario Araujo da Silva
Disponível em: https://adaorochas.jusbrasil.com.br/artigos/229698814/restricao-interna-nos-bancos
Informações relacionadas
Raiani Cristina Stati
Modelos • ano passado
Direito do consumidor. Restrição interna. Caixa Econômica
Federal.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL
FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE NOME , brasileira, estado civil, profisão,
portadora do RG nºXXXXX e do CPF nº XXXXX, com e-mail XXXXXXXX,…
Danilo Verri Bispo
Artigos • há 8 meses
Lista Negra dos Bancos - O que é e como consultar.
Se você está com dificuldade em obter crédito nas instituições financeiras
mesmo estando com o “nome limpo” na praça saiba que seu nome pode
estar na lista negra do Banco Central do Brasil (Bacen). A…
Diego Carvalho
Notícias • há 3 anos
Tenho dívidas há mais de cinco anos. O banco ainda pode
me cobrar?
Pergunta do leitor: “Tenho dívidas há mais de cinco anos. O banco ainda
pode me cobrar? E se eu tivesse dinheiro investido no Tesouro Direto, o
banco poderia penhorar meus investimentos?”. O Código…
https://raianistati.jusbrasil.com.br/
https://raianistati.jusbrasil.com.br/
https://raianistati.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/1131759045/direito-do-consumidor-restricao-interna-caixa-economica-federal
https://daniloverri.jusbrasil.com.br/
https://daniloverri.jusbrasil.com.br/
https://daniloverri.jusbrasil.com.br/artigos/1247918311/lista-negra-dos-bancos-o-que-e-e-como-consultar
https://carvalhoadvocaciajuridica.jusbrasil.com.br/
https://carvalhoadvocaciajuridica.jusbrasil.com.br/
https://carvalhoadvocaciajuridica.jusbrasil.com.br/noticias/637222151/tenho-dividas-ha-mais-de-cinco-anos-o-banco-ainda-pode-me-cobrar

Continue navegando