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APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 1 APG 23 –Depois de 9 meses você vê o resultado 1) DESCREVER O CICLO MENSTRUAL → A duração do ciclo reprodutivo feminino normalmente varia de 24 a 36 dias. Para essa discussão, assume-se uma duração de 28 dias e divide-se o ciclo em quatro fases: a fase menstrual, a fase pré-ovulatória, a ovulação e a fase pós- ovulatória. ❖ FASE MENSTRUAL → A fase menstrual, perdura aproximadamente os 5 primeiros dias do ciclo. → Por convenção, o primeiro dia da menstruação é o dia 1 de um novo ciclo. → EVENTOS NOS OVÁRIOS: Sob influência do FSH, vários folículos primordiais se desenvolvem em folículos primários e, então, em folículos secundários. Este processo de desenvolvimento pode levar vários meses para ocorrer. Portanto, um folículo que começa a se desenvolver no início de um dado ciclo menstrual pode não alcançar a maturidade e ovular até vários ciclos menstruais mais tarde. → EVENTOS NO ÚTERO: O fluxo menstrual do útero consiste em 50 a 150 mℓ de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais do endométrio descamado. Esta eliminação ocorre porque os níveis decrescentes de progesterona e estrogênios estimulam a liberação de prostaglandinas que fazem com que as arteríolas espirais do útero se contraiam. Como resultado, as células que elas irrigam são privadas de oxigênio e começam a morrer. Por fim, todo o estrato funcional descama. Nesta altura, o endométrio está muito fino, com cerca de 2 a 5 mm, porque apenas o estrato basal permanece. O fluxo menstrual passa da cavidade uterina pelo colo do útero e vagina até o meio externo. ❖ FASE PRÉ-OVULATÓRIA → A fase pré-ovulatória é o período entre o fim da menstruação e a ovulação. A fase pré-ovulatória do ciclo tem comprimento mais variável do que as outras fases e representa a maior parte das diferenças na duração do ciclo. Tem a duração de 6 a 13 dias em um ciclo de 28 dias. → Durante a fase pré-ovulatória, um grupo de folículos nos ovários começa a passar pela maturação final. → Um folículo supera os outros e torna-se o dominante, enquanto os outros degeneram. Ao mesmo tempo, ocorre a reparação do endométrio no útero. Os estrogênios são os hormônios ovarianos dominantes durante a fase pré- ovulatória. ❖ OVULAÇÃO → A ovulação consiste na ruptura do folículo maduro e liberação de um oócito secundário na cavidade pélvica. Geralmente ocorre no 14º dia em um ciclo de 28 dias. → Durante a ovulação, o oócito secundário permanece cercado por sua zona pelúcida e coroa radiada. → Os níveis elevados de estrogênios durante a última parte da fase pré-ovulatória exercem um efeito de feedback positivo sobre as células que secretam LH e hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) e induzem à ovulação. Sendo assim, é provocada por um pulso de LH. → Os sinais e sintomas da ovulação incluem elevação da temperatura corporal basal, muco cervical claro e elástico, alterações no colo do útero e dor abdominal. ❖ FASE PÓS-OVULATÓRIA → A fase pós-ovulatória do ciclo reprodutivo feminino é o período entre a ovulação e o início da menstruação seguinte. Em duração, é a parte mais constante do ciclo reprodutivo feminino. Tem a duração de 14 dias em um ciclo de 28 dias, do 15º ao 28º dia. → Durante a fase pós-ovulatória, são secretados progesterona e estrogênios em grandes quantidades pelo corpo lúteo do ovário e o endométrio uterino se espessa em prontidão para a implantação. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 2 2) ENTENDER O PROCESSO DE FECUNDAÇÃO E IMPLANTAÇÃO ❖ FECUNDAÇÃO = 1ª semana → Processo pelo qual os gametas masculino e feminino se fundem, na ampola da tuba uterina, a porção mais larga e próximo ao ovário. Os espermatozoides duram 48 horas e ovos ovócitos que não foram fecundados degeneram após 24 horas. *NÃO OCORRE NO ÚTERO → O movimento dos espermatozoides do colo do útero para a tuba uterina ocorre pelas contrações musculares do útero e da tuba uterina, e muito pouco por sua própria propulsão. → Os espermatozoides não são capazes de fertilizar o ovócito imediatamente após a chegada ao sistema genital feminino. Eles devem sofrer capacitação e reação acrossômica para adquirirem essa capacidade: ✓ Capacitação: é um período de condicionamento no sistema genital feminino que dura aproximadamente 7 horas. Sem ocorrer a capacitação o espermatozoide não consegue fertilizar o ovócito. A maior parte desse condicionamento acontece na tuba uterina e envolve as interações epiteliais entre os espermatozoides e a superfície mucosa da tuba. Há a remoção da capa glicoproteica, os espermatozoides ficam mais ativos. ✓ Reação acrossômica: ocorre após a ligação à zona pelúcida, é induzida por proteínas da mesma. Essa reação culmina na liberação das enzimas necessárias para a penetração da zona pelúcida, incluindo substâncias semelhantes à acrosina e à tripsina. → As fases da fertilização incluem: ▪ Fase 1: penetração da coroa radiada; ▪ Fase 2: penetração da zona pelúcida; ▪ Fase 3: fusão entre as membranas do ovócito e do espermatozoide. FASE 1 - PENETRAÇÃO DA COROA RADIADA → Dos 200 a 300 milhões de espermatozoides normalmente depositados no sistema genital feminino, apenas 300 a 500 alcançam o local da fertilização, e somente UM deles fertilizam o ovócito. → Nesta fase inicial o acrossomo (ponta da cabeça do espermatozoide) libera HIALURONIDRASES que dissolvem o ácido hialurônico da coroa radiada e o espermatozoide adentra e encontra a zona pelúcida. → O flagelo também é essencial nessa fase. FASE 2 - PENETRAÇÃO DA ZONA PELÚCIDA → A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas que cerca o ovócito, facilita e mantém a ligação do espermatozoide e induz a reação acrossômica. → A liberação das enzimas acrossômicas: ACROSINA, principalmente, possibilita que os espermatozoides penetrem a zona pelúcida, entrando em contato com a membrana plasmática do ovócito. → Após a penetração do espermatozoide na zona pelúcida, ocorrem alterações nas propriedades da zona pelúcida, tornando-a impermeável a outros espermatozoides, sendo essa a reação zonal/reação cortical = bloqueia a polispermia. FASE 3 - FUSÃO ENTRE AS MEMBRANAS DO OVÓCITO E DO ESPERMATOZOIDE → O espermatozoide adere-se ao ovócito e, posteriormente, a membrana remanescente do espermatozoide funde-se à membrana plasmática do ovócito. A cabeça e a cauda do espermatozoide penetram no citoplasma do ovócito, mas a membrana plasmática fica retida na superfície. → Após a entrada do espermatozoide, o ovócito completa sua segunda divisão meiótica, formando o segundo corpo polar e o chamado óvulo. → No óvulo, os cromossomos estão dispostos em um núcleo denominado de pró-núcleo feminino. O núcleo do espermatozoide expande-se, formando o pró-núcleo masculino, e a cauda degenera-se. → O pró-núcleo feminino entra em contato íntimo com o pró- núcleo masculino e forma o ZIGOTO = 46 cromossomos. A partir desse momento, inicia-se o desenvolvimento embrionário. A, O oócito secundário circundado por vários espermatozoides, dois dos quais penetram a corona radiata. (São mostrados apenas 4 dos 23 pares de cromossomos.) B, A corona radiata não é mostrada. Um espermatozoide entrou no oócito, e ocorreu a segunda divisão meiótica, formando O oócito maduro. O núcleo do oócito é agora chamado de pronúcleo feminino. C, A cabeça do espermatozoide aumentou de volume para formar o pronúcleo masculino. Essa célula, agora chamada de oótide, contém os pronúcleos masculino e feminino. D, Fusão dos pronúcleos. E, Formação do zigoto, ele contém 46 cromossomos, o número diploide. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2ºPeríodo 3 CLIVAGEM → Após a fecundação, ocorrem divisões celulares mitóticas rápidas do zigoto chamadas de clivagem. → A primeira divisão do zigoto começa aproximadamente 24 h após a fertilização e é completada aproximadamente 6 h mais tarde. → Cada divisão subsequente leva um pouco menos tempo. No segundo dia após a fertilização, a segunda clivagem é concluída e existem 4 células. → No final do terceiro dia, existem 16 células. → As células progressivamente menores produzidas pela clivagem são chamadas blastômeros. → Clivagens sucessivas por fim produzem uma esfera sólida de células chamada de mórula. → A mórula ainda está circundada pela zona pelúcida e tem aproximadamente o mesmo tamanho do zigoto original. FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO → A mórula alcança o útero cerca de quatro dias após a fecundação e o fluido da cavidade uterina passa através da zona pelúcida para formar um espaço repleto de líquido, a cavidade blastocística, no interior da mórula. À medida que o fluido aumenta na cavidade, a zona pelúcida desaparece e os blastômeros são separados em duas partes: ✓ Trofoblasto: Camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta. ✓ Embrioblasto: Grupo de blastômeros localizados centralmente que dará origem ao embrião. → Durante esse estágio o embrião é chamado de blastocisto. Cerca de 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial por ação de enzimas proteolíticas (metaloproteinases) e a implantação sempre ocorre do lado onde o embrioblasto está localizado. Logo, o trofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas: ✓ Citotrofoblasto: Camada interna de células ✓ Sinciciotrofoblasto: Camada externa de células. → No final da primeira semana o blastocisto está superficialmente implantado na camada endometrial na parte póstero- superior do útero. → O sinciciotrofoblasto é altamente invasivo e se adere a partir do polo embrionário, liberando enzimas que possibilita a implantação do blastocisto no endométrio do útero. → Esse é responsável pela produção do hormônio hCG que mantém a atividade hormonal no corpo lúteo durante a gravidez e forma a base para os testes de gravidez. ❖ IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO → Ela ocorre durante a segunda semana, em um período restrito, entre o 6º e o 10º dia após a ovulação. → À medida que esse evento vai acontecendo, o trofoblasto vai imergindo no estroma endometrial e se diferencia em duas camadas: ✓ Citotrofoblasto: uma camada interna de células mononucleadas mitoticamente ativa. ✓ Sinciciotrofoblasto: uma zona multinucleada mais externa, sem limites celulares nítidos, pois as células se fundem e perdem suas membranas celulares. → As células do citotrofoblasto se dividem, formando novas células, que migram para a massa crescente e erosiva que invade o tecido conjuntivo endometrial: o sinciciotrofoblasto. → A implantação é um mecanismo molecular que ocorre de forma sincronizada. → O blastocisto se aprofunda vagarosamente no endométrio, deslocando as células endometriais na parte central do sítio de implantação, que sofrem apoptose e servem de fonte de nutrição para esse blastocisto. As demais células endometriais, com suas microvilosidades, moléculas celulares de adesão, citocinas, prostaglandinas, genes homeobox, fatores de crescimento e metaloproteinases de matriz, tornam o endométrio receptivo. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 4 3) COMPREENDER A CONTAGEM DAS SEMANAS GESTACIONAIS E OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO → Existem diferentes termos utilizados para definir a idade fetal. São eles: → Idade gestacional: Definida como o tempo decorrido desde o primeiro dia da última menstruação (DUM), momento que, na verdade, precede a concepção. ✓ Também pode ser denominada idade menstrual. ✓ É a forma utilizada pelos obstetras. ✓ Como a menstruação (normalmente) precede a ovulação e, por consequência, a fecundação em duas semanas (14 dias), essa idade se refere à diferença entre a data do parto e 14 dias antes da fecundação. ✓ Pode ser utilizada para prever a data do parto através da regra de Naegele: ▪ Data do parto = (DUM − 3 meses) + 7 dias ✓ Definir corretamente a idade gestacional é de extrema importância, pois assim é possível acompanhar a evolução e o crescimento do feto, fazendo intervenções nos momentos adequados, quando for necessário. ✓ IMPORTANTE: Só é possível realizar esse cálculo se: ▪ O ciclo for de 28 dias; ▪ A ovulação ocorreu geralmente no 14º dia do ciclo; ▪ O ciclo foi normal, ou seja, não ocorreu imediatamente após a parada de contracepção oral ou após gravidez anterior. → Idade embrionária: É o período decorrido desde a fecundação. ✓ Também pode ser denominada idade pós-fecundação. ✓ Alguns embriologistas descrevem o desenvolvimento fetal em termos de idade ovulacional, o período, em dias ou semanas, decorrido desde a ovulação. → A idade embrionária e a ovulacional são praticamente idênticas. → Caso a mulher não recorde a DUM ou o ciclo seja irregular, a ultrassonografia (USG) na primeira metade da gestação permite datar a idade gestacional. ❖ 1 A 4 SEMANAS = PERÍODO EMBRIONÁRIO → As camadas germinativas primárias e a notocorda se desenvolvem. → Ocorre a neurulação. → Desenvolvem-se as vesículas primárias do encéfalo, os somitos e o celoma intraembrionário. → Começa a formação dos vasos sanguíneos e o sangue se forma no saco vitelino, no alantoide e no cório. → O coração se forma e começa a se contrair. → As vilosidades coriônicas se desenvolvem e começa a formação da placenta. O embrião se dobra. → O intestino primitivo, os arcos faríngeos e os brotos de membros se desenvolvem. Os olhos e as orelhas começam a se desenvolver, a cauda se forma e os sistemas do corpo começam a se formar. ❖ 5 A 8 SEMANAS = PERÍODO EMBRIONÁRIO → Os membros se tornam distintos e surgem os dígitos e artelhos. → O coração passa a ter quatro câmaras. → Os olhos são bem afastados e as pálpebras são fundidas. O nariz se desenvolve e é achatado. O rosto é mais semelhante ao humano. → Começa a formação dos ossos. → As células do sangue começam a se formar no fígado. → Os genitais externos começam a se diferenciar. → A cauda desaparece. Formam-se os grandes vasos sanguíneos. ❖ 9 A 12 SEMANAS = PERÍODO FETAL → A cabeça constitui aproximadamente metade do comprimento do corpo do feto, e o comprimento fetal quase duplica. O APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 5 encéfalo continua se ampliando. O rosto é largo, com os olhos totalmente desenvolvidos, fechados e bem separados. O nariz desenvolve uma ponte. As orelhas externas se desenvolvem e têm implantação baixa. → A formação dos ossos continua. Os membros superiores quase alcançam seu comprimento relativo final, mas os membros inferiores não são tão bem desenvolvidos. → A pulsação do coração pode ser detectada. → O sexo é distinguível pelos genitais externos. → A urina secretada pelo feto é adicionada ao líquido amniótico. → A medula óssea vermelha, o timo e o baço participam da formação das células sanguíneas. O feto começa a se movimentar, mas seus movimentos ainda não podem ser sentidos pela gestante. ❖ 13 A 16 SEMANAS = PERÍODO FETAL → A cabeça é relativamente menor do que o restante do corpo. Os olhos se movem medialmente até as posições finais, e as orelhas se deslocam às posições finais nas laterais da cabeça. → Os membros inferiores se alongam. O feto parece ainda mais semelhante a um ser humano. → Ocorre um rápido desenvolvimento dos sistemas do corpo. ❖ 17 A 20 SEMANAS = PERÍODO FETAL → A cabeça é mais proporcional ao restante do corpo. As sobrancelhas e os cabelos são visíveis. Ocrescimento desacelera, mas os membros inferiores continuam se alongando. → O verniz caseoso (secreções graxas de glândulas oleaginosas e células epiteliais mortas) e o lanugem (pelo fetal fino) recobrem o feto. A gordura marrom se forma é o local de produção de calor. Os movimentos fetais geralmente são sentidos pela mãe (“chutes”). ❖ 21 A 25 SEMANAS = PERÍODO FETAL → A cabeça se torna ainda mais proporcional ao restante do corpo. O ganho de peso é substancial, e a pele é rosa e enrugada. Os fetos de 24 semanas e mais velhos costumam sobreviver caso nasçam prematuramente. ❖ 26 A 29 SEMANAS = PERÍODO FETAL → A cabeça e o corpo são mais proporcionais e os olhos estão abertos. As unhas dos pés são visíveis. A gordura corporal corresponde a 3,5% da massa corporal total e uma gordura subcutânea adicional suaviza algumas rugas. → Os testículos começam a descer em direção ao escroto da 28ª à 32ª semana. → A medula óssea vermelha é o principal local de produção de células sanguíneas. → Muitos fetos nascidos prematuramente durante este período sobrevivem se receberem cuidados intensivos, porque os pulmões podem fornecer a ventilação adequada e a parte central do sistema nervoso é desenvolvida o suficiente para controlar a respiração e a temperatura corporal. ❖ 30 A 34 SEMANAS = PERÍODO FETAL → A pele é rosa e lisa. O feto assume a posição de cabeça para baixo. A gordura corporal corresponde a 8% da massa corporal total. ❖ 35 A 38 SEMANAS = PERÍODO FETAL → Por volta de 38 semanas, a circunferência do abdome fetal é maior do que a da cabeça. A pele geralmente é rosa-azulada, e o crescimento desacelera conforme o nascimento se aproxima. A gordura corporal corresponde a 16% da massa corporal total. Os testículos geralmente estão no escroto em fetos do sexo masculino a termo. → Mesmo depois do parto, o recém-nascido não está completamente desenvolvido; é necessário mais 1 ano, especialmente para o desenvolvimento completo do sistema nervoso. 4) ESTUDAR OS MECANISMOS FISIOLÓGICOS DO PARTO → O início do trabalho de parto é determinado por complexas interações de vários hormônios placentários e fetais. → Como a progesterona inibe as contrações uterinas, o trabalho de parto não pode ocorrer até que os efeitos da progesterona sejam diminuídos. → Perto do final da gestação, os níveis de estrogênios no sangue da mãe sobem acentuadamente, produzindo alterações que superam os efeitos inibidores da progesterona. → O aumento nos estrogênios resulta da secreção crescente do hormônio liberador da corticotropina pela placenta, que estimula a adenohipófise do feto a secretar ACTH. Por sua vez, o ACTH estimula a glândula suprarrenal fetal a secretar cortisol e desidroepiandrosterona (DHEA), o principal androgênio suprarrenal. → A placenta então converte o DHEA em um estrogênio. → Os níveis elevados de estrogênios fazem com que o número de receptores para a ocitocina nas fibras do músculo uterino aumente, e fazem com que as fibras do músculo uterino formem junções comunicantes entre si. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 6 → A ocitocina liberada pela neurohipófise estimula as contrações uterinas, auxiliada pela relaxina liberada pela placenta que aumenta a flexibilidade da sínfise púbica e ajuda a dilatar o colo do útero. → O estrogênio estimula também a placenta a liberar prostaglandinas, as quais induzem a produção de enzimas que digerem as fibras colágenas no colo do útero, fazendo com que ele amoleça. → O controle das contrações durante o trabalho de parto ocorre por meio de um ciclo de feedback positivo. → As contrações do miométrio uterino forçam a cabeça ou o corpo do recém-nascido contra o colo do útero, alongando-o. Os receptores de estiramento do colo do útero enviam impulsos nervosos às células neurossecretoras do hipotálamo, levando-as a liberar ocitocina nos capilares sanguíneos da neurohipófise. → A ocitocina então é transportada até o útero, onde ela estimula o miométrio a se contrair com mais força. Conforme as contrações se intensificam, o corpo do recém-nascido distende ainda mais o colo do útero, e os impulsos nervosos resultantes estimulam a secreção adicional de ocitocina. Após o parto, o ciclo de feedback positivo é quebrado, porque a distensão do colo do útero repentinamente diminui. → O trabalho de parto verdadeiro começa quando as contrações uterinas ocorrem em intervalos regulares, geralmente provocando dor. → Conforme o intervalo entre as contrações se encurta, as contrações se intensificam. → Além disso, em algumas mulheres é a dor localizada nas costas que se intensifica com a deambulação. → O indicador mais confiável de trabalho de parto verdadeiro é a dilatação do colo do útero e a “saída do tampão”, uma descarga de muco contendo sangue do interior do canal do colo do útero. É dividido em 3 fases: ✓ FASE DE DILATAÇÃO: O período de tempo que vai do início do trabalho de parto até a dilatação completa do colo do útero é a fase de dilatação. Esta fase, que normalmente dura de 6h a 12 h, apresenta contrações regulares do útero, geralmente uma ruptura do âmnio e a dilatação completa (10 cm) do colo do útero. Se o âmnio não se romper espontaneamente, ele é rompido intencionalmente. ✓ FASE DE EXPULSÃO: O período de tempo (10 min a várias horas) que vai da dilatação cervical completa até o nascimento do recém-nascido consiste na fase de expulsão. ✓ FASE PLACENTÁRIA: O período de tempo (5 a 30 min ou mais) após o parto até que a placenta seja expelida pelas potentes contrações uterinas é a fase placentária. Essas contrações também contraem os vasos sanguíneos que foram dilacerados durante o parto, reduzindo a probabilidade de hemorragia. → No trabalho de parto falso, a dor é sentida no abdome em intervalos irregulares, mas não se intensifica e a deambulação não a altera de modo significativo. Não há “saída de tampão” nem dilatação cervical. REFERÊNCIAS • TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. • MOORE, Keith L. et al. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
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