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Caro Aluno
 Seja bem vindo.
 Nesta nossa disciplina trataremos de assuntos como o conceito de Política, de Teorai Geral de Estado e de Ciência Política. Trataremos da Constituição, do Poder Constituinte, de Estado e Direito, da diferença entre Estado Totalitário, Estado Liberal e Estado Social, dos Elementos Constitutivos do Estado. Também será objeto de estudo o Estado Moderno, a Separação de Poderes, a Forma de Governo, o Sistema de Governo e a representação política. 
Para o estudo desta disciplina é muito importante que você realize a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida.  No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos.
b – Avaliações
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar a NP1 e NP2  de acordo com o Calendário Escolar do Curso.
Serão exigidos para as avaliações:
NP1 - Módulos I ao III.
NP2 - Módulos IV ao VII.
AVALIAÇÃO SUB - Módulos I ao VII.
AVALIAÇÃO EXAME - Módulos I ao VII.
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de autoavaliação, disponibilizados neste sistema de disciplinas on line.
Para sua orientação, informamos a seguir, os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito:
Inicialmente abordaremos os seguintes temas nos conteúdos de Ciência Política:
 
- Conceito de política. Noção de teoria geral do Estado. Política e direito constitucional
 
 
 
A origem do Estado
- Constituição e Poder Constituinte
- Estado e Direito
- Estado Totalitário, Estado Liberal, Estado Social
- Elementos essenciais do Estado. Povo e nação. Nacionalidade
- Soberania
- Território. Natureza e espécies de território. Fronteiras. O território e a CF de 88
- Estado moderno e democracia
- Separação de Poderes
- Democracia direta, semi-direta e representativa
- O sufrágio
- Formas de governo
- Parlamentarismo e Presidencialismo
- Representação política. Partidos políticos. Partidos políticos e a CF de 88
- O Estado Federal. A Federação brasileira
Para a prova do primeiro bimestre você deverá estudar os CINCO primeiros conteúdos e para a prova do segundo bimestre você deverá estudar do os CINCO últimos conteúdos.
Bibliografia sugerida:
Bastos, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 4ª ed. São Paulo: Saraiva.
Dallari , Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado.  25 ed. São Paulo. Saraiva.
Maluf, Sahid. Teoria Geral do Estado. 27a ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto.  São Paulo: Saraiva. 2007. 
MODULO I
O Estado é uma sociedade política e soberana, juridicamente organizada, que nasce por um ato de vontade humana, objetivando o bem comum do povo situado em seu território.
Na antiguidade, o Estado foi estudado por Aristóteles que, analisando as cidades-estados gregas, sob o ponto de vista político, destacou as formas de governos ideais. Já a Idade Média foi caracterizada, principalmente, pelos conflitos existentes entre o poder papal, detentor do poder total, e o poder real e entre esse e os senhores feudais. Nesta época, como o poder se encontrava descentralizado, ou seja, disperso nos Feudos, não era possível falar em Estado na sua acepção estrita.
A partir de Maquiavel (1464 – 1527), com seu livro “O Príncipe”, é que o Estado passou a ser estudado através do ponto de vista político, com a análise, principalmente, de sua organização e sua atuação.
A respeito, Nelson Saldanha (Pequeno Dicionário de Teoria da Direito e Filosofia Política, Sergio Antonio Fabris Editor, p.197) ensina que, segundo certos pensadores, o Estado teria surgido apenas no mundo moderno, mas, em seu sentido amplo, realmente “ele apareceu quando, nas culturas do Oriente Antigo, estruturou-se o poder de forma monárquica, fortalecendo o centro decisório-administrativo-militar sobre periferias urbanas e sociais”.
Acrescente-se que, para Miguel Reale, o Estado apresenta três faces: “O Estado apresenta uma face social, relativa à sua formação e ao seu desenvolvimento em razão de fatores sócio-econômicos; uma face jurídica, que é a que se relaciona com o Estado enquanto ordem jurídica; e uma face política, onde aparece o problema das finalidades do governo em razão dos diversos sistemas de cultura”.
Assim sendo, a Teoria Geral do Estado estuda o Estado em seu tríplice aspecto (social, jurídico e político) e a Ciência Política preocupa-se, principalmente, com o aspecto prático relativo ao exercício do poder. Portanto, enquanto “...a Teoria Geral do Estado preocupa-se em estudar o fenômeno político por excelência, qual seja, o Estado, como pessoa jurídica dotada de um poder soberano e de um ordenamento jurídico visando ao bem comum, a Ciência Política preocupa-se com os aspectos práticos do exercício do referido poder” (José Geraldo Brito Filomeno. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 4ª ed.: São Paulo: Forense Universitária, p. 18).
Entretanto, não há como dissociar o Estado da política. De fato, Max Weber, em uma Conferência publicada com o título “A Política como Vocação” conceitua Política como sendo “o conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado”.
Segundo Paulo Bonavides (Ciência Política, 10ª ed.:São Paulo, Malheiros, p. 38) “a Ciência Política, em sentido lato, tem como objeto o estudo dos acontecimentos, das instituições e das idéias políticas, tanto em sentido teórico (doutrina), como em sentido prático (arte), referido ao passado, ao presente e à possibilidade futuras”.
Por outro lado, cumpre observar que o Direito Constitucional estuda a organização de um Estado determinado, como fato histórico, singular e concreto. A Teoria Geral do Estado, por sua vez, é considerada como o complemento teórico do Direito Constitucional ou como sua parte geral.
Nesse contexto, Dalmo de Abreu Dallari demonstra que a Teoria Geral do Estado tem como objeto o “...estudo do Estado sob todos os aspectos, incluindo a origem, a organização e o funcionamento e as finalidades compreendendo-se no seu âmbito tudo o que se considere existindo Estado e influindo sobre ele” (Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 6).
Exercício 1:
Assinale a alternativa falsa:
A - O Estado é uma sociedade apolítica, juridicamente organizada, sendo que o bem comum do povo não constitui, necessariamente, o principal objetivo do Estado
B - Segundo Miguel Reale, o Estado apresenta três faces: jurídica, social e política
C - A face jurídica do Estado é a que se relaciona com o Estado enquanto ordem jurídica
D - A face social do Estado é a que se relaciona com sua formação e seu desenvolvimento em razão de fatores sócio-econômicos
E - A face política do Estado está relacionada com o problema das finalidades do governo em razão dos diversas sistemas de cultura. 
Comentários:
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Exercício 2:
Assinale a alternativa correta:
A - O objeto da Teoria Geral do Estado é a filosofia política
B - O Estado encontra-se dissociado da política
C - A Ciência Política estuda a organização política e os comportamentos políticos do Estado, assim considerado como um sujeito de direitos e obrigações ilimitados; 
D - A Ciência Política não é uma disciplina autônoma
E - A Teoria Geral do Estado é um dos ramos do Direito Público e a Ciência Política do Direito Privado
Comentários:
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Exercício 3:
Para alguns autores são elementos constitutivos do Estado:
I- população;
II- território;
III- soberania;
A - apenas o item I está correto
B - os itens I, II e III estão corretos
C - apenas os itens II e III estão corretos
D - Apenas o item III está correto
E - Os itesn I, II e III são falsosComentários:
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Exercício 4:
Assinale a alternativa incorreta: 
A - O Estado, em sua acepção ampla, foi estudado por Aristóteles já na Antiguidade; 
B - Na Idade Média o poder encontrava-se disperso nos feudos
C - Em sentido estrito, o Estado teria surgido apenas no mundo moderno, mas em sentido amplo, teria aparecido, quando, no Oriente antigo, estruturou-se o poder de forma monárquica
D - Em sua acepção estrita, o Estado surgiu apenas após a Primeira Guerra Mundial
E - Foi a partir de Maquiavel, em sua obra O príncipe, que o Estado passou a ser estudado sob um ponto de vista mais político
Segundo Dalmo de Abreu Dallari (Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 52) o estudo da origem do Estado leva a duas indagações: a primeira a respeito da época do seu surgimento e a segunda relativa aos motivos que levaram a seu surgimento.
1. Posições a respeito da época do surgimento do Estado
1.1) Primeira posição: alguns autores defendem que o Estado, assim como a própria sociedade, sempre existiu, ou seja, “... desde que o homem vive sobre a terra acha-se integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento de todo o grupo” (Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 52).
1.2) Segunda posição: há outros autores que sustentam que a sociedade humana já viveu sem o Estado durante um determinado período, sendo que este apenas surgiu no momento em que houve a necessidade de atender as necessidades ou as conveniências dos grupos sociais;
1.3) Terceira posição: esta teoria é defendida pelos autores que apenas “... admitem como Estado a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas”[1], relativas ao exercício da soberania.
Defensores: Karl Schmidt (a justificativa do Estado apareceu com o surgimento da soberania) e Balladore Pallieri que indica a data de nascimento do Estado no ano em que o mundo ocidental se apresenta organizado em Estados (1648, ano em que foi assinada a paz de Westfália).
2. Teorias relativas as causas que levaram ao surgimento do Estado:
2.1.Teoria da formação originária do Estado
O Estado surge de agrupamentos humanos que ainda não se encontravam integrados em qualquer Estado.
2.1.1. Teorias da formação natural ou espontânea do Estado
Os autores que defendem esta Teoria, apesar de divergirem entre si em relação às causas, sustentam que o Estado se formou naturalmente, independentemente de um ato voluntário.
a) origem familiar
Esta teoria sustenta que o Estado deriva do núcleo familiar, tendo surgido, portanto, de um casal originário;
b) origem patriarcal
O Estado surgiu de um núcleo familiar, sendo que autoridade suprema pertenceria ao ascendente varão mais velho (patriarca).
c) origem matriarcal
Sustentada pelos autores que defendem que o núcleo familiar tem a mãe como dirigente e autoridade suprema das primitivas famílias.
c) Origem em atos de força, violência ou conquista
Defendida Hobbes, que afirma que, em Estado de natureza, os homens, seriam inimigos uns dos outros, vivendo em constante guerra, a qual termina com a vitória dos mais fortes. Nesse contexto, o Estado teria surgido para organizar o grupo dominante e lhe dar condições, portanto, em manter o poder sobre os vencidos.
d) Origem em causas econômicas e patrimoniais ou econômicas
Sustentada, principalmente, por Marx e Engels. Para este último, o Estado não teria surgido junto com a sociedade, sendo apenas um produto da sociedade, quando ela chegasse a um determinado grau de desenvolvimento (impondo sua força sobre a classe que não possuísse poder econômico).
e) Origem no desenvolvimento interno da sociedade
Sustentada por Robert Lowie que defende que toda sociedade humana prescinde do Estado, enquanto aquela se mantém simples e pouco desenvolvida, sendo que o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade gera a necessidade do Estado.
2.1.2. Teorias da formação contratual do Estado
Os autores que sustentam esta Teoria, apesar de também divergirem quanto às causas, defendem a tese da criação contratualista do Estado.
2.2. Formação derivada do Estado
Os novos Estados se formam a partir de outros preexistentes, sendo este o processo mais comum atualmente.
2.2.1. Fracionamento e união de Estados
Desmembramento de parte do território de um Estado, para a constituição de um novo Estado que adquire ordenação jurídica própria, passando a agir com independência (ex. territórios coloniais localizados na África que se desmembraram, com a conquista da independência, para formar um novo Estado por formação derivada).
2.2.2) União de Estados
Quando dois ou mais Estados unem-se para compor um novo Estado. “Todos os componentes desaparecem como Estados, surgindo em seu lugar uma nova entidade, que absorve todas as características de Estado que pertenciam àqueles que se uniram para formá-lo.”[2]
 
 
[1] Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 53.
[2] Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 56.
Exercício 1:
Sobre o momento do surgimento do Estado, segundo Dalmo de Abreu Dallari, existem três correntes:
I- a que defende que desde que o homem vive sobre a terra acha-se integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento de todo o grupo;
II- a que sustenta que a sociedade humana já viveu sem o Estado durante um determinado período, sendo que este apenas surgiu no momento em que houve a necessidade de atender as necessidades ou as conveniências dos grupos sociais;
III- a defendida por aqueles que admitem como Estado apenas a sociedade política detentora de certas características muito bem definidas, relativas a soberania.
A - As afirmativas I, II e III estão corretas; 
B - apenas a afirmativa I está correta
C - as afirmativas II e III são verdadeiras; 
D - todas as afirmativas são falsas; 
E - somente a afirmativa II é verdadeira; 
Comentários:
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Exercício 2:
Considere as seguintes assertivas:
I) Os gregos se referiam a Estado através da palavra polis;
II) O Estado como sociedade política apenas surgiu no século XX;
III) A palavra Estado tem sua origem no latim status;
A - Todas as afirmativas são verdadeiras
B - todas as afimativas são falsas; 
C - as afirmativas I e III são verdadeiras; 
D - as afimativas II e III são verdadeiras; 
E - apenas a afirmativa I é verdadeira; 
Comentários:
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Exercício 3:
Considere as seguintes afirmativas:
I- Os autores que defendem a teoria da formação natural do Estado sustentam que sua formação se deu naturalmente, independentemente de um ato voluntário.
II- A teoria da origem familiar sustenta que o Estado deriva do núcleo familiar, tendo surgido, portanto, de um casal originário;
III- a Teoria da origem patriarcal defende que a autoridade suprema do Estado pertenceria ao ascendente varão mais velho (patriarca), ou a matriarca;
A - Todas as assertivas são falsas
B - Apenas a afirmativa I é verdadeira
C - Apenas a afirmativa I é falsa 
D - As afirmativas I e II são verdadeiras
E - Todas as assertivas são verdadeiras
Comentários:
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Exercício 4:
Considere as seguintes assertivas:
I- a teoria da origem do Estado em atos de força ou violência é defendida Hobbes, que afirma que, os homens, viviam em constante guerra, a qual termina com a vitória dos mais fortes, tendo o Estado surgido para organizar este grupo dominante e lhe dar condições, portanto, de manter o poder sobre os vencidos;
II- a teoria da origem do Estado em causas econômicas e patrimoniais ou econômicas é sustentada, principalmente, por Marx e Engels;
III- a Teoria da origem do Estado no desenvolvimento interno da sociedade defende que toda sociedade humana prescinde do Estado, enquantoaquela se mantém simples e pouco desenvolvida, sendo que o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade gera a necessidade do Estado.
A - Todas as assertivas são verdadeiras; 
B - apenas a afirmativa I é verdadeira 
C - apenas a afirmativa II é verdadeira; 
D - todas as afirmativas são falsas; 
E - todas as afirmativas são falsas; 
MODULO II
Segundo Celso Ribeiro Bastos (Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 4ª ed.: São Paulo: Saraiva, pp. 87-88.) o Poder constituinte “... pode ser considerado como uma forma especial de produção jurídica, cuja função precípua é criar a lei básica de uma sociedade (a Constituição)”.
O autor[1] explica que o poder constituinte é exercido apenas em situações muito excepcionais, a exemplo de grandes crises sociais, econômicas ou políticas, ou até mesmo pela formação originária de um Estado. Nestas hipóteses, a inexistência de uma Constituição (em caso de criação de um Estado novo) ou a imprestabilidade das normas constitucionais vigentes para manter a situação sob sua regulação, levam a necessidade de emergir este Poder constituinte.
1. TITULARIDADE E EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE
Nas democracias, o titular do poder constituinte é o povo que elege, através de eleições diretas, os seus representantes para que, em seu nome, elaborem uma nova Constituição. E o seu exercício se dá através da assembléia nacional constituinte, composta por representantes eleitos democraticamente pelo povo, para a elaboração do novo Texto Constitucional.
2. MODALIDADES DE PODER CONSTITUINTE
O Poder Constituinte se divide em:
A) PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
O poder constituinte originário cria uma nova ordem jurídica, seja através da primeira Constituição de um Estado, seja através de uma nova Constituição.
Com a promulgação de uma nova Constituição há uma ruptura com o ordenamento jurídico anterior e, em conseqüência, inicia-se uma nova ordem jurídica constitucional que não encontra limites no direito positivo anterior. Portanto, o poder constituinte originário é inicial, ilimitado, incondicionado e autônomo.
B) PODER CONSTITUINTE DERIVADO
O poder constituinte derivado ou reformador é aquele que altera a Constituição vigente, através do processo legislativo nela previsto. Segundo Celso Ribeiro Bastos (Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 4ª ed.: São Paulo: Saraiva, pp. 99), “ele é, no fundo, tido por constituinte em virtude de o produto da sua atividade, vale dizer, a emenda constitucional, passa a beneficiar-se da mesma força hierárquica da Constituição”.
O Poder constituinte derivado é limitado, subordinado e condicionado.
B.1) PODER CONSTITUINTE DERIVADO EMENDADOR.
As emendas constitucionais objetivam a alteração da Constituição vigente dependendo, portanto, de um processo legislativo especial previsto no próprio Texto Constitucional. Acrescente-se ainda que, as emendas constitucionais devem respeitar as limitações materiais (cláusulas pétreas) impostas pela Carta Magna.
No Brasil, em razão da rigidez da nossa Constituição, o processo legislativo a ser observado para a sua alteração, além de estar previamente previsto no Texto Constitucional, também deve ser mais dificultoso do que aquele exigido para a elaboração das leis.
O art. 60 da nossa Constituição Federal, portanto, prevê os seguintes limites para a elaboração de emendas constitucionais:
- Limites procedimentais em relação à iniciativa:
A proposta de emenda constitucional pode ser apresentada apenas pelo Presidente da República (art. 60, inciso II da CF); por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal (art. 60, inciso I da CF) ou por mais da metade das Assembléias Legislativas das Unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (art. 60, III da CF).
- Limites procedimentais em relação ao quorum:
A proposta de emenda deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros (art. 60, parágrafo 2º da CF).
- Limites materiais
O art. 60 § 4° da Constituição Federal veda a alteração das seguintes matérias da Constituição:
- Federação
- Voto direto, secreto, universal e periódico.
- Separação de poderes.
- Direitos e garantias individuais
- Limites circunstanciais
Consiste na proibição de alterar a Constituição Federal, através de emendas constitucionais, em certas circunstâncias excepcionais do país, quais sejam: na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º da Constituição Federal).
B2) PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR
O poder constituinte revisor é aquele que permite a revisão de dispositivos constitucionais, através de um procedimento mais flexível que aquele exigido para a aprovação de emendas constitucionais, de modo a adaptar o Texto Constitucional à novas necessidades.
A Constituição Federal, no art. 3º do ADCT previu, expressamente, a realização de uma revisão constitucional, após o decurso do prazo de cinco anos da sua promulgação, estabelecendo o quorum da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
C) PODER CONSTITUINTE DECORRENTE
O poder constituinte decorrente é o poder que os Estados-membros receberam da Constituição Federal para elaborarem e aprovarem suas próprias Constituições estaduais, desde que respeitadas as regras impostas pelo Texto Constitucional.
[1]Curso de direito constitucional. 20ª ed.: São Paulo: Saraiva, pp. 86-87.
Exercício 1:
O poder constituinte derivado:
I- é limitado materialmente pelo poder constituinte originário;
II- introduz alterações na Constituição através de emendas constitucionais;
III- não permite a revisão constitucional, mas apenas a alteração da Constituição Federal, através de emendas constitucionais.
A - Todas as afirmativas estão corretas
B - apenas a afirmativa I é verdadeira
C - as afirmativas I e II são verdadeiras
D - todas as afirmativas são falsas
E - apenas a afirmativa II é falsa
Comentários:
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Exercício 2:
Não constitui cláusula pétrea:
A - o voto facultativo
B - a Separação de Poderes
C - o mandado de segurança
D - a forma federativa de Estado
E - a pena de morte
Comentários:
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Exercício 3:
A respeito do poder constituinte assinale a alternativa verdadeira:
A - o poder constituinte originário é aquele que elabora apenas a primeira Constituição de um Estado
B - o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado
C - a nova Constituição deve obedecer aos limites impostos pelo direito positivo anterior
D - as emendas à Constituição constituem uma manifestação do poder constituinte originário
E - uma nova Constituição pode dar continuidade ao ordenamento jurídico anterior
Comentários:
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Exercício 4:
Quanto ao Poder Constituinte, assinale a alternativa correta: 
A - O poder Constituinte originário é aquele que elabora a Constituição de um Estado.
B - o Poder Constituinte decorrente é uma espécie de poder constituinte originário
C - O Poder Constituinte reformador é aquele que modifica a Constituição por meio de leis complementares. 
D - O Poder Constituinte originário é limitado, pois tem que obedecer a Constituição Federal.
E - o poder constituinte revisor é uma espécie de poder constituinte decorrente
MODULO III 
PARTE – I
Segundo Dalmo de Abreu Dallari (Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 120), a concepção de Estado como pessoa jurídica é atribuída aos contratualistas e constitui um avanço no amparo da coletividade dotada de interesses diversos das vontades de cada um de seus membros. Mas apesar da grande contribuição desta concepção foram necessários alguns séculos para se admitir a necessidade de proteção jurídica dos direitos fundamentais e comuns a toda a coletividade.
 
A partirdo século XIX, os publicistas alemães passaram a estudar essa questão que, de essencialmente política, forma aceitos como objeto da dogmática jurídica.
 Segundo Dalmo de Abreu Dallari (in ob. cit., p. 122) as teorias sobre o tema se dividem em:
 1) Ficcionistas: admitem a idéia de Estado como pessoa jurídica, mas como resultado de uma ficção ou de um artifício.
 Para SAVIGNY o Estado é uma pessoa jurídica, mas sua personalidade jurídica é concebida como mera ficção, sendo que, apenas os indivíduos poderiam ser considerados como sendo sujeitos de direito.
 A partir do século XX, HANS KELSEN também considera que o Estado como um produto da ficção, como personificação da ordem jurídica.
 2) Realistas: para estas teorias criadas por publicistas alemães, o Estado é visto como um organismo biológico, sendo comparado, inclusive, a uma pessoa grande.
 A respeito, em 1837, ALBRECHT afirmou: “Ainda nos veremos obrigados a representar o Estado como uma pessoa jurídica”[1].
 GERBER, por sua vez, reconheceu que “... a personalidade jurídica do Estado seja um meio de construção jurídica”[2],negando, todavia, que seja uma ficção jurídica. Sustenta, assim, que o Estado é um organismo moral, não- palpável (organicismo ético).
 GIERKE reconhece o Estado como uma pessoa capaz de atuar sua vontade, através de órgãos próprios (teoria do órgão).
 LABAND sustenta que o Estado é uma pessoa jurídica organizada, com vontade própria, tendo capacidade para participar de uma relação jurídica.
 A Teoria de JELLINEK acaba resultando num dos principais fundamentos do Direito Público. JELLINEK demonstra que, se o Estado é uma unidade coletiva, ou seja, uma associação, não pode ser considerado uma ficção,“... mas uma forma necessária de síntese de nossa consciência que, como todos os fatos desta, forma a base de nossas instituições”[3], não sendo, tais unidades coletivas, menos capazes de alcançar subjetividade jurídica que os indivíduos humanos.
 Ao analisar estas teorias ALEXANDRE GROPPLI demonstra que o Estado é chamado de pessoa jurídica, através de um processo de abstração que permite que sejam considerados os elementos reais, concretos, existentes no Estado, sem precisar compará-lo a uma pessoa física, explicando que a vontade não tem vida física.
 Os opositores das teorias que aceitam o Estado como pessoa jurídica são os NEGATIVISTAS:
 Nesse contexto, MAX SEYDEL nega a personalidade jurídica do Estado, sustentando que “... não existe vontade do Estado, mas vontade sobre o Estado, sendo este apenas objeto de direito daquela vontade superior”[4].
 Neste ponto DONATI sustenta que o governante é o portador da soberania e da subjetividade estatal, concluindo, assim, que a personalidade real do Estado é a personalidade destes governantes.
 DUGUIT, por sua vez, não aceita a teoria da personalidade jurídica do Estado, concebendo o Estado apenas “... como uma relação de subordinação entre os que mandam e os que são mandados, ou então, como uma cooperação de serviços públicos organizados e dirigidos pelos governantes”[5].
 Finalmente, DALMO DE ABREU DALLARI, demonstra a importância em aceitar a teoria da personalidade jurídica do Estado, como concebida pelos publicistas alemães, não havendo necessidade de se recorrer a uma ficção para “... encontrar o meio de que se vale o Estado para formar e externar sua vontade, pois os órgãos estatais são constituídos de pessoas físicas”[6]. Assim sendo, as pessoas físicas quando agem como órgão do Estado, exteriorizam a vontade deste órgão.
 Assim sendo, a aceitação do Estado como pessoa jurídica e, portanto, da existência desta vontade estatal, segundo Dallari, é necessária para evitar uma ação arbitrária do Estado em relação aos interesses coletivos.
[1] apud Dalmo de Abreu Dallari, in ob. cit., p. 123
[2]Dalmo de Abreu Dallari, in ob. cit., p. 123.
[3]apud Dalmo de Abreu Dallari, in ob. cit., p. 125.
[4]Dalmo de Abreu Dallari, in ob. cit., p. 125.
[5]Dalmo de Abreu Dallari, in ob. cit., p. 125.
[6]Dalmo de Abreu Dallari, in ob. cit., p. 125.
Exercício 1:
__________ não aceita a teoria da personalidade jurídica do Estado, concebendo o Estado apenas “... como uma relação de subordinação entre os que mandam e os que são mandados, ou então, como uma cooperação de serviços públicos organizados e dirigidos pelos governantes”. Esta Teoria é atribuída a :
A - Duguit
B - Savigny
C - Kelsen
D - Albrecht
E - Gerber
Comentários:
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Exercício 2:
Assinale a alternativa falsa:
A - a concepção de Estado como pessoa jurídica é atribuída aos contratualistas
B - a concepção de Estado como pessoa jurídica constitui um avanço no amparo da coletividade dotada de interesses diversos das vontades de cada um de seus membros
C - a Teoria Ficcionista admite a idéia de Estado como pessoa jurídica, mas como resultado de um organismo moral
D - Para Savigny, apesar do Estado ser admitido como uma pessoa jurídica, sua personalidade jurídica é concebida como mera ficção
E - a Teoria Realista nega, que o Estado seja uma ficção jurídica e sustenta, assim, que o Estado é um organismo moral, não-palpável (organicismo ético).
Comentários:
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Exercício 3:
Os Ficcionistas: admitem a idéia de Estado como pessoa jurídica, mas como resultado de uma ficção ou de um artifício. Assim sendo, assinale a alternativa que corresponde a um autor Ficcionista:
A - Albrecht
B - Gerber
C - Gierke
D - Laband
E - Savigny
PARTE – II
Sugestão: Estudar o Capítulo IX, “Estado liberal, Estado social e Estado totalitário” do Curso de teoria do estado e ciência política, do professor Celso Ribeiro Bastos.
 
 
Segundo Celso Ribeiro Bastos[1] os Estados podem ser classificados, conforme o seu grau de infiltração na vida social e individual em: Estado liberal, Estado social e Estado totalitário. 
 
 
1. Estado Liberal
 
No Estado liberal o ser humano é livre para atingir as opções fundamentais. 
 
Segundo Celso Ribeiro Bastos[2], “O Estado liberal, também chamado por alguns de Estado constitucional, é o que vai procurar com a maior eficiência até hoje conhecida o atingimento da liberdade no sentido do não-constrangimento pessoal. É o coroamento de toda luta do indivíduo contra a tirania do Estado. Tem dois fundamentos principais: a história política da Inglaterra e, do ponto de vista teórico, o Iluminismo francês do século XVIII”.
 
O Estado liberal pressupõe a mínima presença do Estado, razão pela qual não se reconhece nenhum benefício na intervenção estatal na regulação da economia. Esta “não intervenção” não se deu apenas no campo econômico, mas também na área religiosa, na moral e na política.
 
Segundo Celso Ribeiro Bastos[3] “Do Estado se espera muito pouco: basicamente que organize um exército para defender a sociedade contra o inimigo externo. Que assegure a boa convivência internamente mediante a Polícia e o Judiciário, incumbidos de aplicar as leis civis e as leis penais. Tudo o mais, saúde, educação, previdência, seguro social, será atingido pela própria atividade civil”.
 
A história, entretanto, comprovou que esta liberdade de contratação estabelecida entre o empregado e o empregador, não foi capaz de garantir o bem estar social dos trabalhadores, “(...) já que desnível de força socioeconômica era muito acentuado”[4].Tanto é assim que a Constituição mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 consagraram, pela primeira vez, os direitos econômicos e sociais dos trabalhadores.
 
Assim sendo, concluiu-se pela necessidade da presença estatal “(...) para suprir omissões, para coibir abusos e para empreender objetivos não atingíveis pela livre iniciativa”[5], o que leva ao surgimento do Estado Social.
 
Neste ponto, Ivo Dantas[6] ensina que o rompimento com o Estado liberal não implica na aceitação do Estado socialista. Assim sendo, “(...) um novo padrão ideológico é aceito, intermediário do Liberal e do Socialista, a que doutrinariamente se tem preferido denominar deEstado Social”.
 
Cumpre ressaltar, entretanto, que o liberalismo econômico desenvolveu-se durante toda a Revolução Industrial do século XVIII e XIX. Portanto, em que pese as suas falhas em diversos campos, contribuiu para a garantia das liberdades fundamentais, especialmente para a livre expressão do pensamento, para as liberdades de locomoção e associação e para o direito de propriedade.
 
2. Estado social
 
No Estado social, o Estado, num primeiro momento, passa a regular a economia através “(...) da edição de normas disciplinadoras da conduta de agente econômicos[7]” e, num segundo momento, passa a fazer parte da própria atividade econômica, seja através da criação de empresas com este fim, ou mediante a participação do capital em empresas privadas.
 
Paulo Bonavides[8] demonstra que o Estado social difere-se do Estado proletário que o socialismo marxista tenta criar, na medida em que “(...) ele conserva sua adesão à ordem capitalista, princípio cardeal a que não renuncia”. Assim, “ao invés da omissão do Estado ou de sua presença total na vida econômica e social, temos liberdade individual condicionada a ação do poder público objetivando satisfazer as necessidades da sociedade como um todo[9]”.
 
3. Estado Totalitário
 
É o modelo que se contrapõe ao Estado liberal. No Estado totalitário o governo é absoluto e o poder é ilimitado.
 
O Estado totalitário existiu não apenas na Antiguidade no período dos grandes Impérios, mas também nos séculos XVII e XVIII na Prússia (Frederico I) e na França (jacobinos).Entretanto, segundo Celso Ribeiro Bastos[10] esta modalidade de Estado surgiu no século XX, através das ideologias fascistas e comunistas.
 
Celso Ribeiro Bastos[11] ensina que “(...) há algumas constantes em todo o totalitarismo: a existência de dogmas cuja validade ninguém pode pôr em causa; a idéia messiânica de uma pessoa ou de uma classe social; a identificação do partido dominante com a sociedade e um terror organizado por parte do Estado”.
 
Assim sendo, neste modelo o Estado não respeita os direitos individuais, pretendendo, até mesmo, controlar as mentes humanas.
[1]Celso Ribeiro Bastos. Curso de teoria do estado e ciência política. São Paulo: Saraiva. 4ª ed., p. 138.
[2]in ob. cit., p. 138-139.
[3]in ob. cit., p. 139.
[4]Celso Ribeiro Bastos. in ob. cit., p. 139.
 
[5]Celso Ribeiro Bastos. in ob. cit., p. 139-140.
[6]Instituições de direito constitucional brasileiro. 2ª ed. rev. aum. Curitiba: Juruá, 2001, p. 108.
[7]Celso Ribeiro Bastos. in ob. cit., p. 142.
[8] apud Ivo Dantas. Instituições de direito constitucional brasileiro. 2ª ed. rev. aum. Curitiba: Juruá, 2001, p. 108.
[9]apud Ivo Dantas. Instituições de direito constitucional brasileiro. 2ª ed. rev. aum. Curitiba: Juruá, 2001, p. 113.
[10]in ob. cit., p. 147.
[11]in ob. cit., p. 147.
Exercício 1:
No Estado Liberal o governo é absoluto e o poder ilimitado
PORQUE
No Estado liberal o indivíduo é livre para a prática dos seus atos.
Assinale a alternativa correta:
A - as duas assertivas são falsas.
B - a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. 
C - a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. 
D - as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E - as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 2:
O Estado _______________ existiu não apenas na Antiguidade no período dos grandes Impérios, mas também nos séculos XVII e XVIII na Prússia (Frederico I) e na França (jacobinos).Entretanto, segundo Celso Ribeiro Bastos, esta modalidade de Estado surgiu no século XX, através das ideologias fascistas e comunistas.
Estamos falando do Estado:
A - Liberal
B - Social
C - Totalitário
D - Democrático
E - n.d.a
PARTE- III
A doutrina é unânime quanto à necessidade de um elemento pessoal para a constituição do Estado, mas diverge quanto à definição deste elemento. Há quem defina este elemento pessoal como sendo a população, a qual, segundo Dalmo de Abreu Dallari[1] é “(...) mera expressão numérica, demográfica ou econômica” e, portanto, não demonstra o vínculo jurídico da pessoa com o Estado”.
A expressão nação também tem sido utilizada como elemento pessoal constitutivo do Estado. Dalmo de Abreu Dallari[2] ensina que a expressãonação surgiu no século XVIII, tendo adquirido grande prestígio durante a Revolução Francesa, “(...) com a pretensão de ser a expressão do povo como unidade homogênea”.
Atualmente, a doutrina deu um novo conceito à acepção nação. Conforme Celso Ribeiro Bastos a nação “(...) não se apóia na existência de vínculos jurídicos e, não se confunde, portanto, com Estado”[4]. Este é o mesmo entendimento de Sahid Maluf[5] quando sustenta que o Estado seria uma realidade jurídica, ao passo que a nação seria uma realidade sociológica.
O termo nação, portanto, tem sido relacionado com um “(...) conjunto de seres humanos, aglutinados em função de um elemento agregador, que pode ser tanto um fato histórico, cultural, quanto biológico (...)”.
Verifica-se, portanto, que a nação é um conceito histórico, cultural, ou até mesmo biológico que considera tanto elementos objetivos como o território, a religião a língua, a raça ou etnia, como elementos subjetivos como a cultura e as tradições.
Neste contexto, o conceito de nação ultrapassa os limites do jurídico, não sendo correta a sua utilização como sinônimo de povo. Isto não quer dizer que o estudo da nação não seja importante para o Estado influindo sobre sua organização e funcionamento, a qual tem sido objeto de estudo da sociologia.
Para Celso Ribeiro Bastos[6] o elemento pessoal constitutivo do Estado é o povo, sendo este “(...) um componente ativo e permanecendo nessa condição mesmo depois que o Estado foi constituído . É pelo povo que o Estado adquire condições de externar a sua vontade”.
O povo, segundo Celso Ribeiro Bastos[7] é o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado. Não existe Estado sem povo. Neste contexto, é o direito que determina se alguém faz ou não parte de um Estado, através da nacionalidade. Por esta razão, não há que se falar em povo antes da criação do Estado.
O autor[8] ainda ensina que não se deve confundir o conceito de povo com o de população, a qual constitui “(...) a totalidade de pessoas que se encontram em dado momento em um determinado Estado. Esse conceito é por si só demasiadamente abrangente, pois abriga toda e qualquer pessoa independentemente da nacionalidade”.
Portanto, a população é constituída de todas as pessoas presentes no território de um Estado, incluindo os estrangeiros e os apátridas, sendo, portanto, um conceito puramente quantitativo, demográfico. Neste contexto, a população não se confunde com o povo, tendo em vista que aquela, independe de qualquer laço jurídico com o Estado e, este último, é de fundamental importância à existência de um vínculo do indivíduo com o Estado, através da nacionalidade ou da cidadania.
[1] Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 95.
[2] in ob. cit., p. 95.
[4] Curso de teoria do estado e ciência política. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 96.
[5] Teoria Geral do Estado. 27a rev. e atual. Pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 15.
[6] Curso de teoria do estado e ciência política. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 73.
[7] Curso de teoria do estado e ciência política. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 73.
[8] In ob. cit., p. 73.
 
Exercício 1:
Assinale a alternativa falsa:
A - a população é constituída de todas as pessoas presentes no território de um Estado
B - população e povo não são expressões sinônimas
C - os brasileiros natos e naturalizados constituem o povo brasileiro
D - o povo é o titular da soberania de um Estado
E - pode se admitir a existência de Estado sem povo
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Exercício 2:
Assinale a afirmativa verdadeira:
A - a expressãopopulação surgiu no século XVIII, tendo adquirido grande prestígio durante a Revolução Francesa
B - a população é uma expressão meramente numérica, demográfica ou econômica não demonstrando vínculo jurídico da pessoa com o Estado
C - os estrangeiros e os apátridas não fazem parte da população brasileira
D - população e povo são expressões sinônimas
E - o povo é a totalidade de pessoas que se encontram em dado momento em um determinado Estado
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Exercício 3:
Assinale a alternativa falsa:
A - o conceito de população inclui todos os indivíduos que se encontram no território de um Estado, com exceção dos estrangeiros
B - juridicamente, o povo pode ser considerado como sendo um conjunto de pessoas ligados pela mesma nacionalidade
C - no sentido político o povo é um conjunto de cidadãos de determinado Estado
D - durante a Revolução francesa o conceito de nação foi empregado com o o sentido de povo
E - o Estado é uma realidade jurídica e a nação é uma realidade sociológica
PARTE-IV
TERRITÓRIO
 
O território, segundo Kelsen, é a esfera espacial de validez da ordem jurídica nacional.
A noção de território, como elemento constitutivo do Estado, surgiu apenas no Estado Moderno. Isto não quer dizer que os Estados anteriores não tivessem território[1].
Celso Ribeiro Bastos[2] ensina que o “o território é a base geográfica do Estado, vale dizer, a parcela do globo terrestre que se encontra sob sua jurisdição. É elemento material, sem dúvida essencial ao Estado, onde ele exerce, a sua soberania”.
Assim sendo, é neste espaço que o Estado exerce seu poder de império.
Dalmo de Abreu Dallari[3] demonstra, resumidamente, alguns aspectos fundamentais do território de um Estado: a) Não existe Estado sem território; b) o território é o âmbito de ação soberana do Estado, permitindo que dentro dos limites territoriais a ordem jurídica do Estado seja mais eficaz; c) o território é objeto de direitos do Estado.
Nesse contexto, o autor[4] conclui que “em face desses aspectos é que se diz, em primeiro lugar, que a ordem jurídica estatal, atuando soberanamente em determinado território, está protegida pelo princípio da impenetrabilidade, o que significa reconhecer ao Estado o monopólio da ocupação de determinado espaço, sendo impossível que no mesmo lugar e ao mesmo tempo convivam duas ou mais soberanias”.
Cumpre ainda demonstrar os limites do território, considerando que ele é composto de solo, subsolo, mar territorial, plataforma continental e espaço aéreo.
1. Solo e subsolo: o solo compreende a superfície terrestre de um Estado, com todos os seus acidentes, abrangendo, portanto, as águas que aí estejam (mares interiores, lagos ou rios). Neste ponto Celso Ribeiro Bastos[5] ensina que “normalmente, a idéia de território vincula-se apenas à superfície do solo. Não há dúvida ser esta a sua base essencial. A ela acrescenta-se, ainda, contudo, o espaço que lhe vem acima, assim como aquele que desce às profundezas da terra. Este último encontra o seu limite nas próprias possibilidades tecnológicas de exploração”. Portanto, não existem limites para a jurisdição do Estado no subsolo.
2. Mar Territorial: trata-se da incorporação de uma faixa de mar ao território de um Estado marítimo e sobre o qual ele exerce o direito de soberania. Atualmente, a faixa de mar territorial adotada pelo Brasil é de 12 milhas, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil, ressalvado o direito de passagem inocente para os navios de todas as nacionalidades.
2. Plataforma Continental: A plataforma continental pode ser considerada como uma extensão de massa terrestre do país ribeirinho e como formando parte dele naturalmente. No Brasil a plataforma continental compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
3. Espaço Aéreo: Trata-se de uma massa de ar atmosférico localizada sobre o território ou mar territorial de um Estado. O Direito Internacional reconhece a soberania sobre o espaço aéreo sobrejacente.
Não existe norma estabelecendo a obrigatoriedade de concessão do direito de passagem inocente. Por esta razão, em princípio, uma aeronave estrangeira necessita do consentimento de um determinado Estado para poder sobrevoar o seu espaço aéreo.
- Exceções ao poder de império do Estado: extraterritorialidade e imunidade dos agentes diplomáticos:
 
[1] Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de teoria geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 86.
[2] Curso de teoria do estado e ciência política. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 57.
[3] Elementos de teoria geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, pp. 89-90.
[4] Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de teoria geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p.90.
[5] Curso de teoria do estado e ciência política. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 61.
Exercício 1:
Assinale a alternativa falsa:
A - o território é a esfera espacial de validez da ordem jurídica nacional
B - o território é o espaço físico sobre a qual o Estado exerce sua soberania
C - o Estado apenas pode exercer sua soberania sobre o Estado, mas não o seu poder de império sobre as pessoas que vivem em seu território
D - na Antiguidade não existia uma grande preocupação em delimitar o território
E - atualmente não existe Estado sem território
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Exercício 2:
Considere as seguintes assertivas:
I) o território compreende o campo de ação soberana do Estado, permitindo que dentro dos seus limites territoriais, a ordem jurídica seja mais eficaz;
II) o território é objeto de direitos do Estado, sendo perfeitamente possível que, no mesmo lugar e ao mesmo tempo, convivam duas ou mais soberanias;
III) a ordem jurídica estatal encontra-se protegida pelo princípio da impenetrabilidade;
A - todas as assertivas são verdadeiras
B - as assertivas I e III são verdadeiras
C - as assertivas II e III são verdadeiras
D - as assertivas I e II são verdadeiras
E - todas as assertivas são falsas
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Exercício 3:
Assinale a alternativa falsa:
A - o Estado não pode exercer o monopólio de ocupação de um determinado território, sobre o qual atua soberanamente;
B - não existe um tamanho mínimo para que uma porção do globo terrestre seja considerada território;
C - o território tem uma significação jurídica negativa quando impede a vigência de outras jurídicas estatais dentro de seus limites;
D - o território tem uma significação jurídica positiva quando assegura a soberania do Estado, dentro de seus limites;
E - a partir de 1945, com a aprovação da Carta das Nações Unidas, os territórios coloniais foram oficialmente extintos;
Comentários:
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Exercício 4:
O território de um Estado não é composto pelo:
A - solo
B - subsolo
C - Alto Mar
D - Plataforma Continental
E - supra-solo
MODULO IV
PARTE-I
SOBERANIA
1. CONCEITO DE SOBERANIA
O conceito de soberania, segundo Paulo Bonavides[1], não foi conhecido na Antiguidade em suas formas de organização política, surgindo apenas com o Estado moderno, a partir da Revolução Francesa.
O autor também lembra que se no Século XIX alguns juristas consideravam a soberania como sendo um dos elementos essenciais do Estado. Na atualidade, este não é o entendimento da maioria dos doutrinadores, sob o prima do direito internacional.
 
2. TEORIAS A RESPEITO DA SOBERANIA
 
Segundo Sahid Maluf[2], com relação à Fonte do PoderSoberano, existem várias teorias:
 
2.1. Teoria da Soberania Absoluta do Rei
 
Esta Teoria, segundo Sahid Maluf[3], começou a ser sistematizada na França, no século XVI, tendo como um de seus mais destacados teóricos Jean Bodin, que sustentava que: “a soberania do rei é originária, ilimitada, absoluta, perpétua e irresponsável em face de qualquer outro poder temporal ou espiritual”.
Segundo o autor esta teoria tem fundamento histórico e baseou-se nas antigas monarquias fundadas no direito divino dos reis. O poder de soberania era o poder pessoal do rei e não admitia limitações. Esta doutrina “(...) firmou-se nas monarquias medievais, consolidando-se nas monarquias absolutistas e alcançando a sua culminância na doutrina de Maquiavel”.
 
2.2. Teoria da Soberania Popular
 
Sahid Maluf[4] ensina que esta teoria teve como precursores, entre outros, Altuzio, Marsilio de Padua, Francisco de Vitoria, Soto, Molina, Mariana, Suarez os quais reformularam a doutrina do direito divino sobrenatural, com a criação dateoria do direito divino providencial: “o poder público vem de Deus, sua causa eficiente, que infunde a inclusão social do homem e a conseqüente necessidade de governo na ordem temporal. Mas os reis não recebem o poder por ato de manifestação sobrenatural da vontade de Deus, senão por uma determinação providencial da onipotência divina. O poder civil corresponde com a vontade de Deus, mas promana da vontade popular - omnis potestas a Deo per populum libere consentientem-, conforme com a doutrinação do Apóstolo São Paulo e de São Tomás de Aquino”.
Verifica-se que esta Teoria deixou de aceitar o poder soberano do rei, passando a reconhecer um poder maior, exercido pelo povo, no sentido amplo, incluindo-se os estrangeiros residentes no país, sendo reconhecida como soberania constitucional.
 
2.3. Teoria da Soberania Nacional
 
Esta Teoria também deixou de aceitar o poder soberano do rei, passando a reconhecer que a soberania provém da vontade da nação.
Conforme Sahid Maluf[5], esta teoria pertence à Escola clássica da qual Rousseau foi o mais destacado expoente e foi desenvolvida por Esmein, Harior, Paul Duez e outros que sustentaram que “(...) a Nação é a fonte única do poder de soberania. O órgão governamental só o exerce legitimamente mediante o consentimento nacional”.
Verifica-se, portanto, que para esta teoria a soberania é originária da Nação, no sentido estrito de população nacional ou povo nacional.
Acrescente-se ainda que, as características da soberania, no conceito da Escola Clássica Francesa são as seguintes: una, indivisível, inalienável e imprescritível.  
UNA: A Soberania é una, porque não existe mais de uma autoridade soberana na mesma área de validez da ordem jurídica.
INDIVISÍVEL: a soberania não se divide apesar de existir a delegação de funções e a repartição de competências pelo poder soberano
INALIENÁVEL: a soberania não pode ser transferida ou alienada a outrem.
IMPRESCRITÍVEL: a soberania é imprescritível porque não existe soberania temporária, ou por prazo determinado.  
 
2.4. Teoria da Soberania do Estado
 
Esta teoria pertence às escolas alemã e vienense apoiando-se na idéia de que a soberania origina-se do Estado. Sahid Maluf ensina que seu maior expoente foi Jellinek o qual sustentou que “(...) a soberania é a capacidade de autodeterminação do Estado por direito próprio e exclusivo”. Segundo o autor, Jellinek desenvolveu o pensamento de Von Ihering, segundo o qual a Soberania é uma qualidade do Estado.
 
2.4.1. Escola alemã e austríaca.
Lideradas por Jellinek e Kelsen que defendem a estatalidade integral do direito. Nesse contexto, eles sustentam que a soberania é um direito do Estado, elaborado e promulgado pelo Estado de caráter absoluto e ilimitado, nem mesmo do direito natural. Assim, “toda forma de coação estatal é legítima, porque tende a realizar o direito como expressão da vontade soberana do Estado[6]”.
Em que pese o seu caráter absolutista e totalitário, as Teorias da soberania absoluta do Estado acabaram por influenciar o pensamento político universal, tendo justificado o totalitarismo, especialmente, os Estados nazista e fascista.
 
2.5. Teoria Negativista da Soberania
 
Esta teoria também é absolutista, tendo sido formulada por Léon Duguit, desenvolvendo o pensamento de Ludwig Gumplowicz, para os quais a soberania é abstrata, não existe. O que existe é apenas a crença na soberania.
 
2.6. Teoria Realista ou Institucionalista
 
Sahid Maluf[7] ensina que, para a teoria realista ou institucionalista “(...) a soberania é originária da Nação (quanto à fonte do poder), mas, juridicamente, do Estado (quanto ao seu exercício)”.
Para esta teoria a Soberania é um poder relativo que se sujeita a limitações.
 
3. Limitações da Soberania
Segundo Sahid Maluf[8] a soberania é limitada:
a) pelo princípio de direito natural, na medida em que “(...) o Estado é apenas instrumento de coordenação do direito, e porque o direito positivo, que do Estado emana, só encontra legitimidade quando se conforma com as leis eternas e imutáveis da natureza.”[9]
b) pelos direitos dos grupos particulares que compõe o Estado;
c) pelos imperativos da coexistência pacífica dos povos na órbita internacional;
 
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[1] Ciência política. 10ª ed. rev. e atualizada. São Paulo: Malheiros,. 1999, p. 122.
[2] Teoria geral do estado. 27ª ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 31.
[3] Teoria geral do estado. 27ª  ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 31.
[4] Teoria geral do estado. 27ª  ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 32.
[5] Teoria geral do estado. 27ª ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p.32.
[6] Teoria geral do estado. 27ª ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p.34.
[7] Teoria geral do estado. 27ª ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p.37.
[8] Teoria geral do estado. 27ª  ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p.37.
[9] Sahid Maluf. Teoria geral do estado. 27ª ed. rev. e atual. pelo prof. Miguel Alfredo Malufe Neto. São Paulo: Saraiva, 2007, p.37.
 
Exercício 1:
Não constitui uma das Teorias a respeito da soberania:
A - a teoria da soberania relativa do rei
B - teoria da soberania do Estado
C - a teoria da soberania nacional
D - a teoria da negativista da soberania
E - a teoria da soberania popular
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Exercício 2:
Assinale a alternativa incorreta:
A - a teoria da soberania popular deixou de aceitar o poder soberano do rei e passou a reconhecer um poder maior, exercido pelo povo
B - a teoria da soberania nacional deixou de aceitar o poder soberano do rei, passando a reconhecer que a soberania provém da vontade da nação
C - a teoria da soberania nacional pertence à Escola clássica Francesa da qual Rousseau foi o mais destacado expoente
D - a teoria da soberania nacional apoia-se na idéia de que a soberania origina-se do Estado
E - a teoria da soberania do Estado pertence às escolas alemã e vienense
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Exercício 3:
Assinale a alternativa que não corresponde a uma das características da soberania segundo a Escola Clássica Francesa:
A - a soberania é una
B - a soberania é indivisível
C - a soberania é inalienável 
D - a soberania é imprescritível
E - a soberania é temporária
PARTE-II
Nacionalidade
O direito à nacionalidade é um direito fundamental do homem. Segundo o artigo XV da Declaração Universal dos Direitos toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, e ninguém pode serprivado arbitrariamente dela, nem terá negado o direito de trocá-la.
Nesse contexto, cabe a cada Estado tratar do direito à nacionalidade no âmbito do seu ordenamento jurídico. Há países que trataram desta matéria em seus Textos constitucionais como é o caso do Brasil, da Espanha, do México e dos Estados Unidos.
1.Diferença entre nacionais e os estrangeiros
1. Conceito de nacionalidade
Alexandre de Moraes[1] ensina que a nacionalidade é o vínculo-político que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo deste indivíduo um componente da dimensão pessoal deste Estado, a ele se atribuindo direitos e deveres exatamente pela sua condição de nacional. Ex: aos nacionais se conferem os direitos políticos. 
1.1. Distinção entre povo e população
Povo: segundo Celso Ribeiro Bastos[2], o povo encontra-se ligado ao Estado pelo vínculo da nacionalidade, sendo, em conseqüência, o conjunto de nacionais de um Estado. Trata-se de conceito político e jurídico. Ex: brasileiros natos e naturalizados
População: abrange um grupo de pessoas que se encontram no território de um Estado, sejam ou não nacionais. Trata-se de conceito numérico, econômico ou demográfico. Ex: brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros.
2.Os critérios para a atribuição da nacionalidade
É o Estado que define qual o critério para a outorga de nacionalidade aos indivíduos. Existem dois critérios para a atribuição de nacionalidade: critério da origem territorial (jus solis) e critério da origem sanguínea (jus sanguinis).
2.1. Jus solis: por este critério os nacionais são aqueles que nascem no território do Estado, independentemente da nacionalidade de seus ascendentes. Este critério normalmente é adotado em países de imigração, como é o caso de diversos países das Américas, inclusive o Brasil.
2.2. Jus sanguinis: por este critério o filho de pais nacionais será considerado nacional, independentemente do território em que nasceu. Este critério normalmente é adotado em países de emigração, como é caso dos países da Europa.
Como mencionado, o critério adotado, em regra pelo Brasil, é o jus solis, com algumas exceções.
3.Nacionalidade originária e nacionalidade adquirida
3.1. Nacionalidade originária: decorrente de fato natural. Adquirida pelo indivíduo em virtude do nascimento, seja em razão do critério sangüíneo, seja em razão do critério territorial.
3.2. Nacionalidade secundária: adquirida por ato voluntário (vontade do Estado ou vontade do indivíduo), posteriormente ao nascimento. Ex: naturalização, casamento, opção, residência fixa no território do Estado, reaquisição de nacionalidade, cessão, aquisição ou troca de territórios.
O Brasil não conhece a naturalização em virtude de aquisição territorial, tendo em vista que o nosso País não pratica a guerra de conquista. A legislação brasileira também não admite o casamento como modo de aquisição de nacionalidade.
4. Modos de aquisição da nacionalidade originária no Brasil
No Brasil as hipóteses de nacionalidade originária encontram-se previstas no artigo 12, inciso I, da CF. Nesse contexto, são considerados brasileiros natos:
4.1. Os nascidos no território Brasileiro, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país de origem.
4.2. Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, desde que qualquer deles esteja a serviço do nosso País (nesta hipótese, excepcionalmente, o Brasil adota o critério jus sanguinis).
4.3. Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros (que não estão a serviço do Brasil), desde que venham a residir no País, e optem a qualquer tempo pela nacionalidade brasileira. Trata-se de nacionalidade potestativa, tendo em vista que os efeitos pretendidos
Exercício 1:
Não será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
A - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial. 
B - tiver reconhecida outra nacionalidade originária, por lei estrangeira. 
C - adquirir outra nacionalidade para poder viajar a este país. 
D - naturalizar-se em país que tenha tratado de reciprocidade de tratamento com o Brasil. 
MODULO V
ESTADO MODERNO E DEMOCRACIA
 
O surgimento do Estado Moderno coincide com a modernização da sociedade que se iniciou no séc. XVI e termina com a Revolução Industrial, tendo como elemento central, a tecnologia e o aumento da produtividade. Esta época é caracterizada pelo surgimento de novos grupos sociais, pela ascensão da burguesia e por uma nova forma de legitimação do poder, o povo e, em conseqüência, pelos parlamentos.
Dalmo de Abreu Dallari[1] ensina que, “a idéia moderna de um Estado Democrático tem suas raízes no século XVIII, implicando a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa humana, bem como a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a proteção daqueles valores”.
O Estado democrático somente passou a fazer parte do Estado Moderno após o sentimento social de revolta contra o absolutismo e a conseqüente afirmação dos direitos naturais da pessoa humana e a exigência de organização e  funcionamento do Estado. Portanto, foi a partir da evolução do pensamento social, político e jurídico do século XVIII, que surgiu o Estado Democrático.
Rousseau e Locke tiveram grande influência para o desenvolvimento da idéia de Estado Democrático. Nesta seara três grandes movimentos políticos –sociais auxiliaram na condução do Estado Democrático:
a) Revolução Inglesa: teve grande contribuição de Locke. Os princípios desta revolução foram expressos no Bill of Rights (Declaração Inglesa dos Direitos), de 1689, expressão dos fatos políticos da época que estavam transformando a Inglaterra.
Segundo Dallari, esta Revolução possuía como pontos básicos: 1º) a intenção de estabelecer limites ao poder absoluto do monarca e a influência do protestantismo; 2º ) a afirmação do direito naturais dos indivíduos que nascem livres e iguais; e 3º) a necessidade de um governo da maioria, para assegurar a liberdade dos cidadãos, exercido pelo Poder Legislativo.
b) a Revolução americana: foi influenciada pelas idéias de liberdade que se propagavam na Europa. Em conseqüência, as treze colônias inglesas na América do Norte conquistaram a sua independência, sendo que seus princípios foram expressos na Declaração de Independência, em 1776.
Dallari[2] assevera que foi seguindo essa orientação é que se organizaram, “... primeiramente, as antigas colônias e, mais tarde, os Estados Unidos da América, procurando-se garantir sempre a supremacia da vontade do povo, a liberdade de associação e a possibilidade de manter um permanente controle sobre o governo”.
Esta afirmação da igualdade de direitos tornou-se um dogma da supremacia da vontade da maioria.
c) Revolução Francesa: foi influenciada por Rousseau. Considerando que as condições políticas da França eram diferentes das da América do Norte, existiram algumas diferenças entre as respectivas Revoluções. Os líderes franceses além de se oporem aos governos absolutistas que não permitiam a participação popular no poder, também enfrentavam uma grande instabilidade interna, além dos litígios entre a Igreja e o Estado. Nesse contexto, surge a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, a qual, ao contrário do que ocorreu na Inglaterra e nos Estados Unidos da América, teve um caráter mais universal.
Segundo Dallari[3], “declara-se, então, que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. Como fim da sociedade política aponta-se a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem, que são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Nenhuma limitação pode ser imposta ao indivíduo, a não ser por meio da lei, que é a expressão da vontade geral. E todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, para a formação dessa vontade geral. Assim, pois, a base da organização do Estado deve ser a preservação dessa possibilidade de participação popular no governo, a fim de que sejam garantidos os direitos naturais”.
Verifica-se, portanto,que a participação do povo no governo do Estado também está entre os direitos defendidos pela Revolução Francesa.
Portanto, foi a partir destas Revoluções que o Estado democrático passou a fazer parte do Estado Moderno, tendo como pontos norteadores para a exigência da democracia a supremacia da vontade popular, a preservação da liberdade e a igualdade de direitos.
[1]  DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria geral do Estado. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 145.
 
[2] DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria geral do Estado. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 149.
 
[3] DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria geral do Estado. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 150.
Exercício 1:
Assinale a alternativa que não está relacionada com o surgimento da idéia moderna de um Estado Democrático:
A - o surgimento de uma nova forma de legitimação do poder, o povo e, em conseqüência, dos parlamentos
B - a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa humana
C - a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana
D - o surgimento desse Estado democrático teve grande influência de Rousseau e Locke
E - a concentração de todos os poderes nas mãos de um monarca
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Exercício 2:
Assinale a alternativa falsa:
A - o Estado democrático somente passou a fazer parte do Estado Moderno após o sentimento social de revolta contra o absolutismo
B - com a afirmação dos direitos naturais da pessoa humana, o Estado democrático passou a fazer parte do Estado Moderno
C - a partir da evolução do pensamento social, político e jurídico do século XVIII surgiu o Estado democrático
D - as Revoluções norte-americana e inglesa não chegaram a contribuir para o surgimento do Estado democrático, em razão de não terem se propagado universalmente
E - a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, resultante da Revolução Francesa, teve grande influência no surgimento de um Estado democrático
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Exercício 3:
Considere as seguintes afirmativas:
I) A Revolução inglesa teve grande contribuição de Locke;
II) Os princípios da Revolução inglesa foram expressos no Bill of Rights (Declaração Inglesa dos Direitos), de 1689;
III- A Revolução inglesa objetivou estabelecer limites ao poder absoluto do monarca.
A - somente é verdadeiro o que se afirma nos itens I e II
B - somente é verdadeiro o que se afirma nos itens I e III
C - somente é verdadeiro o que se afirma nos itens II e III
D - todas as afirmativas são verdadeiras
E - todas as afirmativas são falsas
MODULO VI
Forma de Estado: Federação
 
- Roque Antonio Carrazza[1] explica que a “Federação (de foedus, foedoris, aliança, pacto) é uma associação, uma união institucional de Estados, que dá lugar a um novo Estado (o Estado Federal), diverso dos que dele participam (os Estados-membros). Nela, os Estados Federados, sem perderem suas personalidades jurídicas, despem-se de algumas tantas prerrogativas, em benefício da União. A mais relevante delas é a soberania”.
 
- Celso Ribeiro Bastos[2] explica que a Federação[3] pode surgir tanto da união de Estados independentes que já existiam, como da divisão de um Estado unitário. Segundo o autor[4], a Federação, em regra, “(...) implica na existência de um fenômeno associativo ou de agrupamento de Estados preexistentes”. Entretanto, “(...) também é possível atingir a federação a partir da desagregação de um Estado unitário. É o que ocorre quando um Estado unitário inicial se separam as diversas unidades autônomas que passarão a constituir seus Estados membros”.
 
- O Estado federal que resulta de uma agregação de Estados que a ele preexistiam é denominado por Manoel Gonçalves Ferreira Filho[5] de “federalismo por agregação”, como é o caso dos Estados Unidos, da Alemanha ou da Suíça. Por outro lado, o Estado unitário que descentralizou-se a ponto de gerar Estados que foram “subpostos” é denominado pelo autor de “federalismo por segregação”, sendo este o caso do Brasil.
 
- A forma de Estado adotada pelo Brasil é a Federação, nos termos do art. 1º da CF, caracterizada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal.
 
- A base da descentralização política do Estado Federal é a Constituição, a qual segundo Michel Temer[6] deve prever a descentralização, sem a qual não há como se falar em Federação.
 
-José Alfredo de Oliveira Baracho[7] demonstra que a descentralização política está associada com a autonomia dos Estados federados e com a participação desses entes na formação da vontade legislativa do Estado federal.
 
- Não se pode confundir ainda a Federação com a Confederação. Um dos principais traços distintivos entre a Confederação e a Federação é a soberania, de modo que se pode afirmar que os Estados confederados são soberanos e os Estados federados são apenas autônomos.
 
- Celso Ribeiro Bastos[8] explica que a autonomia dos Estados federados “(...) não é uma amplitude incondicionada ou ilimitada de atuação na ordem jurídica, mas tão somente, a disponibilidade sobre certas matérias, respeitados, sempre, princípios fixados na Constituição. Autonomia, destarte, é uma área de competência circunscrita pelo direito, enquanto a soberania não encontra qualquer espécie de limitação jurídica. O Estado federal é soberano do ponto de vista do direito internacional ao passo que os diversos Estados-membros são autônomos do ponto de vista do direito interno”. 
 
-Portanto, no que diz respeito à Federação, pode-se concluir que, no plano internacional, soberano é o Estado Federal. No plano interno os Estados-membros são pessoas políticas autônomas que receberam atribuições privativas do Texto Constitucional, ressaltando que esta autonomia constitucional não é absoluta, mas relativa, pois devem ser observados os limites traçados pela Constituição Federal.
 
- Roque Antonio Carrazza[9] ainda explica que, no Brasil, apesar de no plano internacional, a União
Federal “concentrar a soberania da Nação”, exercida em condições de igualdade perante os demais Estados independentes, no plano interno, a União Federal é uma pessoa política com atribuições privativas que se assemelham aos Estados-membros, que, como ela, são autônomos. Conforme o autor[10], isto só é possível, por força do princípio federativo:
"(...) no Brasil, por obra e graça do princípio federativo - verdadeira coluna mestra de nosso sistema jurídico -, convivem harmonicamente (e nisto estamos com Kelsen) aordem jurídica global (o Estado brasileiro) e as ordens jurídicas parciais, central (a União) e periféricas (os Estados-membros). Esta múltipla incidência só é possível por força da cuidadosa discriminação de competências, levada a efeito pela Constituição da República.
Não padece dúvida de que estas ordens jurídicas possuem campos de atuação perfeitamente traçados pela Lei Máxima, de tal arte que em nenhuma hipótese interferem umas com as outras. Nem, muito menos, atritam[11].”
 
- Na Federação Brasileira, portanto, pode se afirmar que, juridicamente, não existe hierarquia entre a União Federal e os Estados-membros.  Neste contexto, cada ente político (UF, Estados membros, Municípios e DF), recebeu competências distintas do Texto Constitucional que lei alguma pode alterar.
 
- Pode-se concluir, portanto, que no Brasil, em decorrência do Princípio Federativo, inexiste hierarquia as pessoas políticas, sendo esta igualdade garantida pela rígida repartição de competências[12] entre estes entes políticos, expressamente prevista na Constituição Brasileira.
 
- Roque Antonio Carrazza[13] ensina que “foi para evitar possíveis choques que o Constituinte delimitou as competências federais e estaduais. A União e Estados só podem desenvolver suas atividades nos campos que lhes foram reservados. Assim, nem a União há de invadir os limites da competência dos Estados, nem estes poderão imiscuir-se em assuntosfederais”.
 
- De outro lado, como já referido, no Brasil, o Município também faz parte da Federação (arts. 1º, 18, 29 e 30 da CF), juntamente com a União Federal e os Estados-membros, mesmo não possuindo representação no Legislativo federal (art. 45 e 46 da CF) e Poder Judiciário. Entretanto, neste ponto, a doutrina diverge.
 
- Para José Afonso da Silva, José Nilo de Castro, Roque Antonio Carrazza, o Município não é integrante da Federação Brasileira sob os seguintes fundamentos: a) na inexistência de Federação de Municípios; b) na falta de representação destes entes políticos no Senado Federal; c) na impossibilidade de um Município apresentar uma proposta de emenda constitucional; d) na falta de previsão autorizando a intervenção da União Federal nos Municípios; e e) no fato do ente municipal não possuir Poder Judiciário.
 
- Contrapondo-se a esse entendimento Celso Ribeiro Bastos[14] demonstra que o reconhecimento de que o Município integra a Federação Brasileira contraria os estudiosos que adotaram“(...) um modelo mais clássico de federação, onde se desconhece a ordem municipal no próprio nível da Constituição (...)”. Perfilham o mesmo entendimento Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior[15] e Manoel Gonçalves Ferreira Filho[16] o qual reconhece que a Constituição em vigor foi clara ao incluir o Município entre os entes federativos (art. 1º), sendo que os arts. 29 e 31 garantiram a autonomia municipal semelhante a dos Estados-membros e lhe atribuíram o poder de auto-organização.
 
- Donde se concluir que, o Município, ao lado da União Federal, dos Estados-membros é ente federativo, dotado de autonomia, dentro da atribuição de competência traçada pela Constituição Federal, ao qual cabe a organização, sem interferências, de seu governo e o estabelecimento de suas normas jurídicas.
 
- Verifica-se, portanto, no ordenamento pátrio, a autonomia municipal é assegurada ao Município, dentro da atribuição de competências prevista pela Constituição Federal, cabendo-lhe organizar seu governo, instituir e arrecadar seus tributos e estabelecer suas próprias normas.
 
- De fato, a autonomia dos Municípios ao lado dos Estados membros é caracterizada em:
a) Autonomia de auto-organização: trata-se da capacidade que os Municípios (art. 29, caput[17]) e os Estados membros receberam de elaborarem suas Leis Orgânicas e Constituições Estaduais, respectivamente.
b) Autonomia de autogoverno: assegurada aos Municípios (art. 29, I[18], da Constituição Federal) e aos Estados Membros ao garantir eleições diretas municipais para prefeito, vice-prefeito e vereador (tendo sido extinta, portanto, a nomeação de prefeito no Município) e para governador, vice-governador e deputados estaduais, respectivamente.
c) Autonomia legislativa: consiste na capacidade dos Municípios de legislarem sobre matérias de assunto local, de sua competência exclusiva (art. 30, I), inclusive sobre a instituição de tributos próprios; de suplementar a legislação federal e estadual (art. 30, II), no que couber. Trata-se ainda da capacidade atribuída aos Estados membros para legislarem nos termos do art. 25, parágrafo 1º da CF e do art. 24 da CF (competência concorrente).
d) Autonomia financeira e tributária: trata-se da capacidade que os Municípios e os Estados membros receberem de criar e cobrar seus tributos dentro de suas respectivas competências.
 
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[1] Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros, p. 113.
[2] Celso Bastos. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, p. 283.
[3] Para De Plácido e Silva o vocábulo federação deriva “(...) do latim foederatio, de foederare (unir, legar por aliança), é empregado na técnica do Direito Público, como a união indissoluvelmente instituída por Estados independentes ou da mesma nacionalidade para a formação de uma só entidade soberana” (Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 606).
[4] Celso Bastos. Curso.op. cit., p. 283.
[5] Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Curso de direito constitucional. 29ª ed. ver. atual. São Paulo: Saraiva. 2002, p. 54.
[6] Michel Temer. Elementos de Direito Constitucional. 14ª rev. amp., São Paulo: Malheiros. 1998, p. 61.
[7] Idem, ibidem, p. 13.
[8] Celso Ribeiro Bastos. Curso. op. cit., p. 284.
[9] Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19ª ed. rev. amp. atual., São Paulo: Malheiros. 2003, p. 129-130.
[10] Roque Antonio Carrazza. Curso. op. cit., p. 126.
 
[11] Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19ª ed. rev. amp. atual., São Paulo: Malheiros. 2003, p. 136.
[12] Para José Afonso da Silva “Competência é a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade ou a um órgão ou agente do Poder Público para emitir decisões. Competências são as diversas modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções” (Curso de Direito Constitucional Positivo. 19ª ed. rev. atual., São Paulo: Malheiros. 2001, p. 481).
[13] Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19ª ed. rev. amp. atual.,  São Paulo: Malheiros. 2003, p. 134.
[14] Celso Ribeiro Bastos. Curso de direito constitucional. 20ª edição. atual. São Paulo: Saraiva. 1999, p. 294.
[15] Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Junior. Curso de direito constitucional. 6. ed., rev. e atual. São Paulo: Saraiva. 2002, p. 238.
[16] Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Aspectos do direito constitucional contemporâneo.  São Paulo: Saraiva, 2003, p. 183.
[17] Constituição Federal: “Art. 29:“O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos (...)”. 
[18]Constituição Federal, art. 29, I: “I- eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País”;
Exercício 1:
Só uma das alternativas não caracteriza a Federação:
A - subordinação financeira dos Estados à União em nome da unidade nacional. 
B - descentralização político-administrativa constitucionalmente prevista. 
C - existência de um órgão que dite a vontade dos Estados-Membros da Federação, no caso o SEnado Federal. 
D - existência de um órgão constitucional encarregado do controle da constitucionalidade das leis, dificultando a invasão de competência. 
Comentários:
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Exercício 2:
Pela CF/88, a federação brasileira é constituída pela união indissolúvel:
A - da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
B - da União, Estados e Distrito Federal. 
C - da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios. 
D - da União, Estados e Municípios. 
E - da União, Estados, Distrito Federal e Territórios. 
MODULO VII
Forma de governo: República
 
-  A forma de governo adotado pelo Brasil é a República, por força do disposto no art. 1º da CF.
 
-         República é a forma de governo, fundado na igualdade formal das pessoas (sendo que todos são cidadãos e não súditos), em que os detentores do poder político exercem-no em nome do povo e em caráter eletivo, representativo (de regra), transitório e com responsabilidade.
 
- A República impõe o princípio da igualdade. A res publica é de todos e para todos.
 
- A República é caracterizada por mandatos e eleições.
 
- Eleições: em uma República o povo elege os chefes do Poder Executivo e os membros do Poder Legislativo, através do sufrágio universal.
 
- Mandato: esta transferência de poder aos representantes eleitos pelo povo se dará por um período determinado. A transitoriedade do mandato permite que o povo avalie, periodicamente, seus mandatários.
 
- Em

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