Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
> Droga, do holandês droog, significa seco, substância dessecada, como as plantas. Pois as substâncias usadas com fins curativos eram, em sua grande maioria, obtidas da natureza (reino vegetal). Hoje o termo refere-se a qualquer substância química que, em quantidade suficiente (que não atue como alimento), possa agir em um organismo vivo, produzindo alterações (maléficas ou benéficas). Drogas não criam funções, apenas modifica aquelas já existentes. Popularmente é empregado como substância ilícita de uso abusivo. > Medicamento, do latim medicamentum (medicare = curar). É qualquer substância química empregada em um organismo vivo, visando obter efeitos benéficos, destinadas a curar, diminuir, prevenir e/ou diagnosticar as enfermidades. Todo medicamento é uma droga, porém nem toda droga é um medicamento. A Anvisa define medicamento como “produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico”. Forma farmacêutica terminada que contém o fármaco, geralmente em associação a adjuvantes farmacotécnicos. > Fármaco tem sido usado tanto como sinônimo de droga quanto de medicamento. Na terminologia farmacêutica designa uma substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. > Remédio, do latim remedium, de re = inteiramente, mais mederi = curar. É tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade. Este termo abrange não só os agentes químicos (os medicamentos), como também os agentes físicos (duchas, massagens etc.). Ciência que estuda a ação de substâncias químicas em um organismo vivo, é parte dela o conhecimento da origem, propriedades físicoquímicas, absorção, distribuição, mecanismo de ação, biotransformação e eliminação, usos e efeitos das substâncias químicas. Do grego, phármakon (fármaco, droga ou medicamento), e lógos (estudo). INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA Conceitos OUTROS TERMOS IMPORTANTES: > Produto de uso veterinário: definido pelo MAPA como “toda substância química, biológica, biotecnológica ou preparação manufaturada cuja administração seja aplicada de forma individual ou coletiva, direta ou misturada com os alimentos, destinada à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais, incluindo os aditivos, suprimentos promotores, melhoradores da produção animal, medicamentos, vacinas, antissépticos, desinfetantes de uso ambiental ou equipamentos, pesticidas e todos os produtos que, utilizados nos animais ou no seu hábitat, protejam, restaurem ou modifiquem suas funções orgânicas e fisiológicas, bem como os produtos destinados ao embelezamento dos animais”. @vetmaria_ > Placebo (do latim placere = agradar): é qualquer substância sem propriedades farmacológicas, administrada ao indivíduo como se tivesse propriedades terapêuticas, com o intuito mais de agradar do que beneficiar, hoje é utilizado no controle e a comparação da atividade de medicamentos. > Nutracêutico: “nutrição” + “farmacêutico”, produto nutricional que se alega ter valor terapêutico, além do valor nutricional cientificamente comprovado. Definido como a substância que pode ser considerada um alimento ou parte de um alimento e proporciona benefícios tanto para a manutenção da saúde como também terapêuticos, incluindo prevenção e tratamento de doenças. > Farmacodinâmica estuda os mecanismos de ação dos medicamentos. > Farmacocinética estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, o preparo, a purificação e a conservação dos medicamentos, visando o aproveitamento dos seus efeitos no organismo. Atualmente é dada ênfase na relação entre dose e as mudanças de concentração dos medicamentos nos vários tecidos do organismo, em função do tempo decorrido após sua administração. > Farmacognosia trata da obtenção, identificação e isolamento de princípios ativos (matérias primas naturais encontradas nos reinos mineral, vegetal ou animal, passíveis de uso terapêutico). > Farmacologia Clínica compatibiliza as informações obtidas no laboratório avaliados em indivíduos saudáveis, com aquelas obtidas no indivíduo alvo enfermo. > Farmacoterapêutica se refere ao uso de medicamento para o tratamento das enfermidades. > Terapêutica envolve não só o uso de medicamentos, como também outros meios (como cirurgia, radiação etc.) para prevenção, tratamento e diagnóstico das enfermidades. > Imunofarmacologia nas últimas décadas experimentou grande avanço em função dos conhecimentos gerados a partir da realização dos transplantes e do desenvolvimento da Imunologia. > Toxicologia é a ciência que estuda os agentes tóxicos (ou toxicantes), e estes são quaisquer substâncias químicas ou agentes físicos (radiações) capazes de produzir efeito nocivo em um ser vivo. > Posologia é o estudo das dosagens do medicamento com fins terapêuticos. A dose se refere à quantidade do medicamento necessária para promover a resposta terapêutica, enquanto dosagem inclui, além da dose, a frequência de administração e a duração do tratamento. @vetmaria_ Fórmulas Farmacêuticas ou Formulações Elaboradas visando facilitar a administração dos medicamentos. O profissional deve ter conhecimentos sobre a apresentação, a estabilidade, a interação medicamentosa, dentre os vários outros fatores. > Princípio ativo, base medicamentosa ou base: substância principal da fórmula. As formulações podem ter mais de um princípio ativo. > Adjuvantes: substâncias empregadas para auxiliar a preparação da fórmula farmacêutica, tais como conservantes, estabilizantes, diluentes, desagregantes, aglutinantes, deslizantes, antiaderentes etc. Estas substâncias devem ser inócuas nas quantidades adicionadas e não devem prejudicar a eficácia terapêutica do medicamento. > Corretivos: substâncias que tornam mais agradáveis, ou mais aceitáveis, os constituintes de formulações orais. São exemplos, os edulcorantes, que corrigem o sabor, e os flavorizantes, que corrigem o sabor e odor. > Veículo ou excipiente: meio no qual o princípio ativo é colocado, sendo em geral o termo veículo empregado para líquidos e excipiente para sólidos. Empregam-se as abreviaturas latinas q.s. (quantum satis = quantidade suficiente) ou q.s.p. (quantum sufficit para = quantidade suficiente para) referindo-se à quantidade que deve ser acrescentada para completar o volume ou a massa desejada. EM GERAL, UMA FÓRMULA É CONSTITUÍDA POR: Formas Farmacêuticas ou Preparações Medicamentosas É como o medicamento se apresenta para ser usado, como resultado da mistura de substâncias adequadas para serem administradas com finalidade terapêutica. A Anvisa conceitua como o “estado final de apresentação dos princípios ativos farmacêuticos após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com ou sem a adição de excipientes apropriados, a fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico desejado, com características apropriadas a uma determinada via de administração”. CARACTERÍSTICAS DE ALGUMAS FORMAS FARMACÊUTICAS: > Gargarismo: líquida destinada a tratar a cavidade bucal. Deve-se impedir a deglutição do medicamento pela tração da língua do animal para fora da cavidade bucal, mantendo-se sua cabeça abaixada enquanto o medicamento é aspergido. > Colutório: destinado à cavidade bucal, porém tem consistência xaroposa (usa como veículo glicerina, mel etc.). Não deve ser deglutido, pode ser colocado com o auxílio de uma espátula na ponta da língua do animal, e ao movimentá-la, distribui o medicamento na cavidade. > Provenda (mash): o medicamento é oferecido escondido no alimento que é deglutido. > Sopa e barbotage: para grandes animais; são obtidas pelo cozimento de vegetais (sopa) ou de farináceos (barbotage) nos quais, quando frios, adiciona-se o medicamento. Esta mistura é ingerida espontaneamente. @vetmaria_ > Bebida e beberagem: líquidas oferecidas em grandes volumes – 750 a 1.000 mℓ para grandes animais; 200 a 500 m ℓ para animais de médio porte e 50 a 100 m ℓ para pequenos animais. A bebida é deglutida espontaneamente pelo animal; a beberagem é fornecida àforça (através de sondas). > Poção: também é uma forma medicamentosa líquida que deve ser deglutida, porém é fornecida em pequena quantidade (em colher ou seringa plástica sem agulha [dosador oral], na qual o medicamento é colocado vagarosamente entre a bochecha e a arcada dentária do animal). > Eletuário: pastosa, administrada à força para ser deglutida. Antigamente o medicamento era colocado, com o auxílio de uma espátula, na base da língua tracionada para fora da cavidade oral e ao soltá-la, o animal deglutia o medicamento. Atualmente foram desenvolvidos aplicadores para tal finalidade. > Bolo e pílula: semidura (empregam-se excipientes pilulares para não grudarem umas nas outras), esférica, que deve ser deglutida; esta definição está em desuso, o uso do bolo (do latim bolus) foi retomado, porém não mais com as características descritas anteriormente. Tem sido empregado para administração, por exemplo, de antihelmínticos por via oral, a bovinos pelo “lançabolo”; o princípio ativo fica protegido dentro de um invólucro rígido que libera gradativamente o medicamento no rume do animal, mantendo os níveis terapêuticos do medicamento por período prolongado. O termo bolo também tem sido usado para se referir à administração rápida e de curta duração de uma certa quantidade do medicamento por via intravenosa. > Grânulo ou glóbulo: tem forma esférica e consistência rígida, devendo pesar entre 0,05 e 0,15 g. > Cápsula: forma farmacêutica na qual o medicamento (geralmente na forma sólida) é colocado dentro de um envoltório (de amido ou gelatina) constituído de duas metades justapostas. > Pérola ou cápsula mole: é constituída de uma única parte, estando o conteúdo hermeticamente selado em seu interior. Destina-se preferencialmente a acondicionar líquidos. > Drágea: o medicamento é colocado no interior de um envoltório rígido, de formato variável, geralmente brilhante. Pode proteger o princípio ativo do pH estomacal, odor ou sabor desagradável. > Comprimido: geralmente adiciona-se ao princípio ativo amido, sendo este material prensado, dando-se a forma cilíndrica com alguns milímetros de altura. > Pastilha: sólida moldada ou comprimida, geralmente flavorizada, que para animais é mastigável. > Tablete: sólida preparada a partir de massa feita com solução hidroalcoólica, o(s) princípio(s) ativo(s) e a lactose, ou da própria trituração umedecida em solução hidroalcoólica. É moldado em tableteiros e é frágil e quebradiço. > Papel: o medicamento em pó é embalado, cuja dobradura é cuidadosamente feita pelo farmacêutico; destinado a administração em dose individual e única, permitindo o acondicionamento de volume relativamente grande (envelope feito de papel- manteiga). > Pomada: preparação tópica constituída de base monofásica na qual podem estar dispersas substâncias sólidas ou líquidas. @vetmaria_ > Pasta: semissólida, contém elevada concentração de pós finamente dispersos, variando de 20 até 60%, sendo mais firmes e espessas que as pomadas, mas, geralmente, menos gordurosas. > Creme: preparação semissólida obtida com bases emulsivas do tipo água/óleo ou óleo/água, contendo um ou mais princípios ativos ou aditivos dissolvidos ou dispersos na base adequada. > Gel: sistema semissólido que consiste na suspensão de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido. > Clister, clisma ou enema: introdução de líquido por via retal; pode ser de retenção (visando à absorção do medicamento) ou evacuante. > Supositório: sólida, de dose única, que pode conter um ou mais princípios ativos; deve fundir-se à temperatura do organismo ou dispersar em meio aquoso. O formato e a consistência do supositório devem ser adequados para a administração retal. > Vela: semelhante à anterior, porém tem forma cilíndrica, medindo de 5 a 7 cm, geralmente de uso intrauterino. > Óvulo: preparação farmacêutica sólida, com formato adequado, para aplicação vaginal, devendo dispensar ou fundir à temperatura corpórea. > Colírio: geralmente líquida, destinada aos olhos e às pálpebras > Xarope: aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos que 45% de sacarose ou outros açúcares na sua composição; geralmente contém agentes flavorizantes. > Elixir: líquida, límpida, hidroalcoólica, apresentando teor alcoólico na faixa de 20 a 50%. > Loção: líquida aquosa ou hidroalcoólica de uso externo mediante aplicação sobre a pele. > Extrato: líquida, sólida ou semissólida obtida pela extração do princípio ativo de vegetais ou animais, fresca ou seca, por meio de líquido extrator adequado, seguida de evaporação total ou parcial e ajuste da concentração a padrão previamente estabelecido. > Emulsão: obtida pela dispersão de duas fases líquidas imiscíveis ou praticamente imiscíveis. > Suspensão: obtida pela dispersão de uma fase sólida insolúvel ou praticamente insolúvel em uma fase líquida. > Tintura e alcoolatura: se utilizam da ação dissolvente do álcool. As tinturas são preparadas com plantas secas e as alcoolaturas com plantas frescas. > Injetáveis: preparações estéreis destinadas à administração parenteral, apresentadas como soluções, suspensões ou emulsões; podem ser acondicionadas em ampolas, cartuchos ou frascos, para administração em dose única (injeção), dose múltipla e para perfusão. > Pour on e spoton: líquidas nas quais o medicamento é depositado na linha do dorso do animal ou sobre a cernelha. > Premix (prémistura): o medicamento é misturado à ração do animal; geralmente utilizado para administração de vitaminas ao rebanho. @vetmaria_ REFERÊNCIA: SPINOSA, H. DE S., GÓRNIAK, S. L., & BERNARDI, M. M. (2017). FARMACOLOGIA APLICADA À MEDICINA VETERINÁRIA. RIO DE JANEIRO: GUANABARA KOOGAN.
Compartilhar