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Cuidados Paliativos Aline Ta vares Iandra de Freitas Quando indicar CP? Doença grave e incurável E Pergunta surpresa: você não se surpreenderia se o paciente morresse em um ano ou não chegasse à idade adulta (se pediátrico). Bounce-back (idas e vindas): retorna ao DE em um período de meses por uma mesma condição ou sintoma. Aumento de complexidade: aumento da dependência e da necessidade de cuidados a longo prazo. Sintomas mal controlados: procura o DE por sintomas físicos ou psicológicos de difícil controle. Declínio funcional: perda de funcionalidade, intolerância alimentar, perda de peso não intencional ou estresse do cuidador. Qualquer um dos seguintes critérios: Quando pessoas portadoras de doenças ameaçadoras à vida e seus familiares perguntam sobre o seu prognóstico, estão se referindo ao tempo que lhes resta e ao que devem esperar pela frente. A resposta para essas perguntas pode ser dada por meio do que se conhece a respeito das trajetórias típicas de cada doença, também chamadas de história natural. Esse conhecimento pode trazer a pacientes e familiares sensação de controle da situação, e aos profissionais a informação necessária para definição de um modelo de cuidado mais apropriado. Tempo Velasco, Irineu Tadeu,Ribeiro, Sabrina Corrêa da Costa. Cuidados paliativos na emergência (Portuguese Edition) (Locais do Kindle 654-656). Edição do Kindle. Muito cuidado ao fornecer tal informação, não estabelecemos o tempo de vida do paciente, estabelecemos o tempo de evolucão natural do doença. Insuficiência Cardíaca Indicadores relacionados ao risco de entrar em processo ativo de morte: Permanência no hospital acima de sete dias. Acamado ou semicomatoso. Com ingesta oral reduzida ou dificuldade de ingerir medicações. Declínio funcional sem causa reversível identificada. Sem melhora, mesmo após 48-72 h da admissão, apesar de terapia otimizada para doença de base. Hospitalizações ou visitas à emergência frequentes nos últimos 6 meses. ABORDAGEM NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA Evolução de pacientes submetidos à intubação orotraqueal no departamento de emergência. Fragilidade do idoso Escala FRAIL: três critérios positivos definem fragilidade; um ou dois, pré-fragilidade. Caso clínico Paciente de 72 anos, trazido pelo atendimento pré-hospitalar com parada cardiorrespiratória, sem dados de história. Você inicia as manobras de ressuscitação e ao expor o paciente percebe que ele tem um cateter venoso implantado. Você imagina que possa ser um paciente em diálise com parada por hipercalemia. Após administração de bicarbonato e gluconato de cálcio, o paciente retorna à circulação espontânea, porém ainda intubado e com necessidade de noradrenalina. Você solicita uma vaga de UTI. Meia hora depois, chega a irmã do paciente. Você conta a ela o que aconteceu. Ela diz que o irmão jamais desejaria ser ligado a aparelhos, já tinha uma qualidade de vida bastante comprometida pela diálise e já havia expressado o desejo de não ser internado novamente ou ser submetido a medidas de prolongamento de vida. No entanto, ele não deixou nada disso por escrito. Como proceder? O médico primeiramente deve se certificar sobre quem é o representante legal desse paciente. Ele é casado? Possui filhos? Ou a irmã é a única familiar? Caso a irmã seja a única familiar, deve o médico discutir o caso com a equipe e posteriormente realizar uma reunião com essa irmã, preferencialmente com outro profissional de saúde presente, informando as consequências da não manutenção do suporte vital e colocação do paciente em leito de UTI. Depois, deve fazer o relato da reunião em prontuário e respeitar a manifestação de vontade do paciente, informada pela irmã se não houver dúvidas acerca da mesma. Isso posto, deve informar à regulação de que a vaga não se faz mais necessária e continuar cuidando do paciente segundo as melhores práticas, sem utilizar procedimentos em desacordo com os valores do paciente. Medidas instituídas anteriormente podem ser suspensas a partir do momento em que recebemos a informação (não disponível anteriormente) de que não são compatíveis com os valores e desejos do paciente. No caso em questão, foi realizada reunião com os familiares presentes (2 irmãos e sobrinho), que demonstraram estar em consenso em relação à vontade do paciente de não ter sua vida prolongada por meios artificiais. Durante a reunião foi discutido e optado por suspender vasopressores e instituir medidas de conforto. O paciente foi a óbito em poucas horas. É importante deixar claro que a recusa a suporte artificial de vida não pode ser justificativa para o abandono terapêutico, pois, conforme o art. 2º da Resolução CFM n. 1.805/2006 e o parágrafo único do art. 41 do Código de Ética Médica, 10 “o doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da alta hospitalar”. Referências Velasco, Irineu Tadeu,Ribeiro, Sabrina Corrêa da Costa. Cuidados paliativos na emergência
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