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Sangramentos da primeira metade da gestação @alinecustodio Epidemiologia: 10-15% das gestações apresentam sangramentos. Causas: abortamento, gravidez ectópica, doença trofoblástica gestacional (DTG), descolamento corioamniótico, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, hipotireoidismo ABORTAMENTO: Definição: interrupção da gravidez com peso fetal < 500g ou IG < 20-22 semanas Abortamento clínico: após confirmação pelo beta-HCG ou US. Acontecem em 10 a 15% dos casos. Quando já se escuta BCF na USG, o risco de abortamento é < 10% CLASSIFICAÇÃO Abortamento provocado: em casos de violência sexual e presença de risco de vida materno Abortamento espontâneo: funciona como “seleção natural”, não acontecendo o desenvolvimento embrionário habitual. Não há intervenção materna ou médica Abortamento habitual: 3 ou mais abortamentos consecutivos Abortamento precoce: ≤ 12 semanas de gestação Abortamento tardio: > 12 semanas de gestação TIPOS Ameaça de abortamento: ▪ Clínica: sangramento pequeno e discreto ▪ Colo do útero: fechado ▪ Útero: coincide com a IG ▪ US: sinais de gestação viável (BCF +) ▪ β-hCG: positivo ▪ Conduta: repouso, antiespasmódico e abstinência sexual Abortamento completo: o saco gestacional já foi expelido ▪ Clínica: sangramento discreto e dor ausente ▪ Colo do útero: fechado (já houve eliminação) ▪ β-hCG: negativo ou em queda (não tem + quem produz) ▪ Útero: menor do que o esperado para a IG ▪ US: útero vazio, não há mais sinais de gravidez. ▪ Conduta: seguimento ambulatorial e Abortamento retido: “o útero não entendeu que a gestação não está evoluindo mais” ▪ Clínica: assintomático ▪ Colo do útero: fechado ▪ Útero: menor que o esperado para a IG; ▪ US: há embrião, mas sem BCF ▪ Conduta: esvaziamento uterino Abortamento inevitável: ▪ Clínica: sangramento exuberante ▪ Colo do útero: aberto ▪ Útero: compatível com a IG (ainda não eliminou o feto) ▪ Conduta: esvaziamento uterino Abortamento incompleto: ▪ Clínica: variável (muito sangramento, sem sangramento) ▪ Colo do útero: pode estar dilatado ou fechado ▪ β-hCG: negativo ou em queda ▪ US: restos ovulares ▪ Útero: menor do que a idade gestacional ▪ Conduta: esvaziamento uterino Abortamento infectado: é o abortamento incompleto que não se resolveu ▪ Clínica: conteúdo de odor fétido, febre, dor e secreção purulenta ▪ β-hCG: negativo ▪ Útero: amolecido, doloroso ▪ Colo do útero: aberto ▪ US: restos ovulares ▪ Conduta: antibioticoterapia (gentamicina + clindamicina) e esvaziamento uterino ESVAZIAMENTO ▪ Aspiração manual intrauterina (AMIU) Dispositivo a vácuo, menos traumático, podendo ser realizada somente em IG ≤ 12 semanas. É a primeira escolha. ▪ Curetagem Opção para IG > 12 semanas; após a expulsão do feto. Há maior risco de perfuração. ▪ Misoprostol Método de escolha para expulsão do feto, pois faz um preparo cervical prévio. Complementar ao tratamento cirúrgico. ▪ Ocitocina (clínico) Auxilia na expulsão de fetos > 12 semanas, feita paralelamente ao tratamento cirúrgico ▪ Conduta expectante Em abortamento inevitável; entre 6-8 semanas, em gestantes estáveis e com sangramento discreto INCOMPETÊNCIA ISTMO CERVICAL Definição: é uma entidade clínica que determina a falência do sistema oclusivo uterino, de tal forma que o colo uterino não se mantém fechado, impossibilitando a retenção fetal até o final da gravidez. Sangramentos da primeira metade da gestação @alinecustodio Epidemiologia: é uma importante causa de abortamento tardio de repetição ou parto prematuro habitual. Além disso, é responsável por 10 a 20% dos abortamentos de repetição. Mecanismos: ▪ Dilatação istmo cervical: estímulo à atividade uterina ▪ Contaminação das membranas: contato direto do ovo com a cavidade vaginal e cervical, causando amniorrexe e infecção amniótica. Fatores predisponentes ▪ Antecedentes de amputações altas do colo ▪ Dilatações rudes do colo para curetagens ▪ Partos anteriores laboriosos ▪ Exposição intrauterina ao DES: fraqueza dos tecidos regionais ou malformações da matriz ▪ Contrações uterinas anômalas Diagnóstico durante a gravidez: ▪ USG transvaginal Demonstra encurtamento e dilatação do colo uterino, herniação do saco gestacional através do istmo incompetente ▪ Exame pélvico Dilatação anômala com formação da bolsa das águas. Se há essa dilatação, o parto é iminente. Conduta: cerclagem pela técnica de MacDonald (+ utilizada) entre 12 e 16 semanas GRAVIDEZ ECTÓPICA Definição: todas as gestações que acontecem fora da cavidade endometrial, incluindo as gestações cervicais e intersticiais. A mais comum é a tubária (istmo e ampola tubária) – 99%. Fatores de risco: ndometriose irurgias tubárias abagismo utras causas: raça negra, DIU, progesterona révia tubária (gravidez) dade > 35 anos indução inseminação lamídia nomalia tubária Clínica: aqui será específica da gravidez tubária → repercussões endometriais e anexiais. ▪ Sinal de Proust: dor a mobilização do colo uterino e abaulamento e dor no fundo de saco de Douglas. ▪ Sinal de Cullen: equimose periumbilical ▪ Sinal de Laffon: dor no ombro devido à irritação do nervo frênico ▪ Sinal de Blumberg: sinais de irritação abdominal (descompressão dolorosa) Na anamnese, há atraso menstrual, anticoncepção regular e sangramento escasso. Diagnóstico: anamnese + exame físico + exame de imagem ▪ US: região anexial com gravidez provavelmente tubária; sem saco gestacional intraútero ▪ b-HCG: >1500 sem achado uterino Conduta: ▪ Cirúrgico radical: salpingectomia ▪ Cirúrgico conservador: salpingostomia laparoscópica ▪ Medicamentoso: metrotexate. Deve-se acompanhar o b- hCG no 4º e 7º dia, que deve cair no mínimo 15%. Indicações: Massa < 3,5cm b-hcg < 5mil IG < 6 semanas Ausência de BCF DOENÇA TROFOBLASTICA GESTACIONAL Patogênese: hiperplasia trofoblástica + vascularização deficiente + degeneração hidrópica do estroma CLASSIFICAÇÃO Benigna: mola hidatiforme completa ou parcial a. Completa: não há embrião, 90% cariótipo normal – 46 XX, com 20% de malignização b. Parcial: tecido fetal triploide (69 XXY), com chance de 5% de malignização Maligna: mola invasora; coriocarcinoma (+comum); tumores trofoblásticos do sítio placentário (+agressivo) Clínica: ▪ Hemorragia intermitente; ▪ Sangramento escuro e indolor; ▪ Útero em sanfona com tamanho maior do que esperado para IG; ▪ Hiperêmese gravídica ▪ Sinais clássicos de hipertireoidismos; ▪ DHEG que se manifesta antes de 24 semanas; ▪ Eliminação de vesícular hidatiformes visíveis a exame especular ▪ Níveis de hCG elevados para a IG Diagnóstico: US com útero em tempestade de neve (vesículas hidatiformes) Sangramentos da primeira metade da gestação @alinecustodio Conduta: ▪ Esvaziamento uterino: pode ser por vácuo-aspiração, AMIU, curetagem ou misoprostol ▪ Histerectomia: em casos de prole definida ou mulheres > 40 anos Não há necessidade de abordar cirurgicamente os anexos, porque os ovários no cisto regridem. Seguimento: ▪ Dosagem quantitativa de b-hCG: Acompanhamento semanal por 3 semanas. Se o b-hCG está negativando, acompanha-se por 6 meses. ▪ Anticoncepção A paciente NÃO pode engravidar e deve fazer uso de ACO. O DIU não é uma opção por chance de rotura uterina. ▪ Chance de malignização Se houver platô do b-hCG por 3 semanas OU aumento do b- hCG por 2 semanas OU b-hCG positivo após 6 meses
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