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DPOC: Epidemiologia, Etiologia e Diagnóstico

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Asma DPOC
DPOC
DEFINIR DPOC RELACIONANDO COM EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO 
DEFINIÇÃO
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é de nida pelo documento GOLD como uma doença prevenível e tratável que apresenta sintomas pulmonares e extra-pulmonares que contribui para a gravidade dos pacientes acometidos
Tipos quanto ao CID 10
EPIDEMIOLOGIA
De acordo com levantamento do Vigitel em 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), inquérito promovido pelo Ministério da Saúde do Brasil, anualmente, a parcela da população brasileira fumante acima de 18 anos caiu 28 % nos últimos oito anos. A prevalência em 2015 foi de 10,5% de fumantes, enquanto em 2006 o índice era de 15,7%. A frequência permanece maior entre os homens (14,4%) do que em mulheres (8,6%). O percentual de fumantes passivos no domicílio passou de 12,7% em 2009 para 10,2% em 2015, e no local de trabalho passou de 12,1% para 9,8%%. Grande parte das pessoas expostas mantém-se assintomática por longos períodos, de forma que a doença é subdiagnosticada e, consequentemente, subtratada. Dados recentes demonstram que 5 a 15% da população em geral é afetada pela doença, e que a DPOC é a quinta maior causa de internação hospitalar entre os adultos no Brasil
ETIOLOGIA
FATORES DE RISCO
Tabagismo é o principal fator de risco
Geralmente surge após os 40 anos. Nas pessoas que apresentam a deficiência de alfa-1-antitripsina, a DPOC costuma se manifestar por volta dos 20 anos. O envelhecimento determina mudanças nas vias aéreas parecidas com as que os pacientes com DPOC apresentam. É como se os pulmões envelhecessem mais rápido. Não existe DPOC em crianças ou adolescentes
Entretanto, quando ocorre uma outra doença concomitante, esses sintomas pioram e são notados. Essa piora é definida como exacerbação e pode ser desencadeada por doenças virais (resfriados, gripes), doenças bacterianas (pneumonias, infecções do trato respiratório superior), embolia pulmonar, insuficiência cardíaca, entre várias outras. A maior parte destas infecções são preveníveis por vacinas essenciais na DPOC (vacina da gripe, vacinas da pneumonia).
Existe relação com os genes herdados de nossos pais. Existe uma forma hereditária, a deficiência de uma enzima chamada alfa-1-antitripsina (AAT) que leva a um desiquilíbrio de protease-antiprotease aumentando o risco de desenvolver DPOC, podendo estar associada também a outros problemas, como cirrose hepática. Embora essa doença seja rara, mostra como os genes podem determinar o surgimento da DPOC. 
Exposição à combustão de biomassa, poeiras ocupacionais, gases e poluição do ar, fogão à lenha
DESCREVER A FISIOPATOLOGIA ASSOCIANDO AO QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO
QUADRO CLÍNICO
Cor pulmonale: Síndrome caracterizada por alterações no ventrículo direito resultante de doenças que afetam a função e/ou estrutura dos pulmões. A DPOC é a principal causa de cor pulmonale.
Principais sinais e sintomas: dispnéia, taquicardia, hiperfonese de 2 bulha, ritmo de galope, estase jugular, hepatomegalia e edema periférico.
Mecanismo: Hipóxia pulmonar -> Vasoconstricção -> Aumento da resistência pulmonar -> Hipertrofia do ventrículo direito 
Tosse crônica, expectoração clara em pouca quantidade, dispneia, idade avançada (50 anos)
EXAME FÍSICO
Presença de sibilos
Enfisematoso (Pink puffer ou soprador rosado): dispneia importante, tosse leve, secreção mucosa clara em pouca quantidade, perda de peso, Uso da musculatura acessória, Hiperinsuflação, ↑ diâmetro AP do tórax, expansibilidade ↓,percussão – hipersonoridade, MV ↓, silencio ou poucos sibilos,ausculta da voz ↓
Bronquítico (blue bloater ou cianóticos): tosse importante crônica (bronquite crônica = tosse produtiva > 3 meses ao ano por 2 anos, e dispneia leve aos esforços. EF: bronquite •Obesos •Cianóticos •Edema em mmii hiperinsuflação, ↑ diâmetro AP do tórax, expansibilidade ↓,percussão – hipersonoridade, MV ↓, roncos e sibilos, ausculta da voz ↓
ESTABELECER DIAGNÓSTICO (EXAME DE IMAGEM E ESPIROMETRIA) ASSOCIANDO AOS CRITÉRIOS DE GOLD E GINA
Espirometria: é necessária para o diagnóstico definitivo de DPOC, evidenciando VEF1/CVF < 0,7 após broncodilatador. Auxilia a classificação quanto à gravidade da doença. Não tem utilidade durante a exacerbação aguda.
A gravidade da obstrução é determinada pela medida PROTOCOLO DE DIAGNÓSTICO do VEF1% pós broncodilatador, a dispneia é mensurada através da escala MRCm, considerando-se os graus 0 e 1 como leve, 2 como moderada, 3 como grave e 4 como muito grave (Quadro 3). O risco de exacerbação se avalia pela história de exacerbações ou hospitalizações no último ano (≥2 exacerbações ou ≥1 hospitalização por exacerbação como indicador de doença grave ou muito grave). Se há discrepância entre a intensidade das variáveis deve-se usar para de nir a gravidade aquela com pontuação mais elevada
Radiografia de tórax: pode mostrar sinais de hiperinsuflação como retificação das cúpulas diafragmáticas, aumento dos espaços intercostais, aprisionamento aéreo no espaço retroesternal e aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax. Útil também na avaliação de diagnósticos diferenciais como insuficiência cardíaca, pneumonia, pneumotórax, derrame pleural. 
Hemograma: Pode revelar leucocitose. Policitemia (hematócrito > 55%) pode indicar paciente com hipoxemia crônica. 
Gasometria arterial: Essencial para avaliação de hipoxemia, hipercapnia e do estado ácidobásico. pCO2 > 45 mmHg com bicarbonato elevado sugere insuficiência respiratória crônica. Pacientes com pCO2 > 45 mmHg e pH < 7,35 apresentam risco elevado de evolução para carbonarcose. 
Eletrocardiograma: flutter, fibrilação atrial e taquicardia atrial multifocal são taquiarritmias comuns em pacientes com DPOC. Pode evidenciar sobrecarga de câmaras direitas, presente nos pacientes com cor pulmonale. 
Ecocardiograma: indicado nos pacientes com clínica de insuficiência cardíaca direita, para avaliar hipertensão pulmonar e disfunção de ventrículo direito.
Raio X 
CENTROLOBULAR: enfisema central, comum no tabagista, predomina nos lobos superiores geralmente adjacente aos vasos pulmonares sem paredes definidas.
ACINAR DISTAL: enfisema periférico, comum no tabagista, adjacente a pleura, predomina nos lobos superiores, pode ter paredes definidas e estar associado a fibrose pulmonar
PANLOBULAR: destruição uniforme dos lobúlos pulmonares, geralmente associado a deficiência de alfa‐1 antitripsina
Bronquite crônica: RX geralmente normal as vezes pode‐se identificar o espessamento das paredes dos brônquicas
Gasometria: presença de hipoxemia (PaO2<60 mmHg) presença de hipercapnia (PaCO2>45mmHg) com ou sem aumento compensatório do bicarbonato
Hemograma: presença de poliglobulia (Ht>55) avaliar possibilidade de infecção
O pilar do tratamento dos pacientes com DPOC são os broncodilatadores de longa duração6 . Os broncodilatadores de curta duração devem ser usados apenas como resgate em pacientes muito sintomáticos. Pacientes com doença leve devem usar um broncodilatador de longa duração, podendo ser escolhido qualquer LABA ou LAMA. Pacientes com doença moderada podem iniciar a terapia associando dois broncodilatadores (sempre um de cada classe) ou podem começar com apenas 1 broncodilatador. Todos os pacientes devem ser reavaliados a cada 6 meses. Em caso de manutenção dos sintomas devem ter o esquema revisto. Os pacientes graves e muito graves devem receber 2 broncodilatadores sempre. Caso sejam pacientes exacerbadores, devem receber corticoide inalatório associado (terapia tripla). Os que mantêm exacerbações ou sintomas de bronquite crônica, devem receber ro umilaste. Os pacientes com histórico de asma associada devem receber corticoide inalatório independente da gravidade do caso. Pacientes com de ciência de AAT e mutação homozigótica Z (Pi*ZZ), devem receber reposição de alfa-1 antitripsina semanal, de forma contínua. Todos os parentes de primeiro grau devem realizar rastreio para mutação do gene SERPINA 1
DEFINIR ASMA RELACIONANDO COM EPIDEMIOLOGIA,ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO
DEFINIÇÃO
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores que se caracteriza, clinicamente, por aumento da responsividade dessas vias a diferentes estímulos, com consequente obstrução ao fluxo aéreo, de forma recorrente e, tipicamente, reversível
EPIDEMIOLOGIA
A prevalência de asma no Brasil está entre as mais altas do mundo, sendo que um estudo mostra que a prevalência média de sintomas de asma (broncoespasmo) em adolescentes é de cerca de 20% 4 ,semelhante à relatada em análise de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) em adultos de 18 a 45 anos de 70 países. Nessa análise, uma taxa de 23% dos brasileiros (aproximadamente 5.000) teve sintomas de asma no último ano. No entanto, apenas 12% da amostra tinha diagnóstico clínico de asma
Em 2013, houve 129.728 internações e 2.047 mortes por asma no Brasil. Tanto as hospitalizações quanto a mortalidade está diminuindo na maioria das regiões, em paralelo ao maior acesso a tratamento. De 2008 a 2013, o número de óbitos e hospitalizações por asma diminuiu 10% e 36%, respectivamente. No entanto, a taxa de mortalidade hospitalar aumentou aproximadamente 25%8 . Conforme dados de 2008 do DATASUS, a asma foi a 3ª causa de internação hospitalar pelo SUS, com cerca de 300 mil hospitalizações naquele ano 2,3,9 . Em 2018, o número de internações por asma no país foi de aproximadamente 87 mil.
Inquérito realizado recentemente no Brasil mostrou que 12,3% dos asmáticos estão controlados e apenas 32% aderem ao tratamento prescrito
ETIOLOGIA
	Asma alérgica: geralmente começa na infância e está associado a uma história passada e/ou familiar de doença alérgica - como eczema, rinite alérgica ou alergia a alimentos ou medicamentos - com inflamação eosinofílica das vias aéreas; 
	Asma não alérgica: ocorre em alguns adultos e o perfil celular pode ser neutrofílico, eosinofílico ou conter apenas algumas células inflamatórias (paucigranulocíticas);
	Asma de início tardio: ocorre pela primeira vez na vida adulta e geralmente os pacientes são refratários ao tratamento com corticosteroides;
	Asma com limitação do fluxo de ar: alguns pacientes com asma há muito tempo desenvolvem limitação fixa do fluxo de ar devido à remodelação da parede das vias aéreas;
	Asma com obesidade: alguns pacientes obesos com asma apresentam sintomas respiratórios proeminentes e pouca inflamação eosinofílica das vias aéreas 
O CID 10 classifica em asma predominantemente alérgica, não alérgica, mista, e não especificada.
FATORES DE RISCO
Genética: Não se tem um gene ainda, mas há um gene na localização 5q que regula os níveis séricos de IgE, causando aumento de sua liberação e hiperreatividade brônquica
Obesidade: a obesidade provoca efeitos mecânicos no pulmão alterando o volume pulmonar, a capacidade e diâmetro periférico respiratório e influenciando no volume sanguíneo circulante, levando à diminuição dos movimentos da musculatura lisa do aparelho respiratório provocando mais facilmente uma obstrução das vias aéreas. 
Homem: na infância e início da adolescência o calibre das vias aéreas dos homens é menor do que nas mulheres, aumentando o risco de broncoespasmo após infecções virais. Os homens nesta idade têm uma maior hiperreatividade das vias aéreas gerando quadros mais graves. 
Alérgenos: induzem IgE. Podem ser de interior (próprios da habitação, são os mais comuns, ácaros, animais domésticos, baratas e fungos do interior) e de exterior (pólens e fungos 
Infecções: fazem hiperreatividade brônquica
Sensibilizante ocupacionais: presentes no ambiente de trabalho: Moléculas altamente reativas como isocianato, sais de platina, produtos biológicos de origem animal ou vegetal que aumentam IgE, principalmente pintores de automóveis (isocianatos), cabeleireiras, trabalhadores de lavanderias, profissionais de saúde (exposição ao látex), padeiros (pó de farinha), trabalhadores rurais. 
Medicamentos: aspirina e AINES, betabloqueadores (causam broncoconstricção nos asmáticos por bloqueio dos receptores beta das catecolaminas endógenas). 
Cigarro: provoca alterações pulmonares sendo a mais comum a bronquite crônica, diminui a função pulmonar, aumenta gravidade da asma e diminui resposta ao tratamento,. Exposição precoce gera uma asma precoce. Filhos de mães fumantes têm 4x mais chance de desenvolverem doenças sibilantes no 1º ano de vida.
DESCREVER A FISIOPATOLOGIA ASSOCIANDO AO QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO
QUADRO CLÍNICO
− Sibilos, dispneia, tosse, cansaço aos esforços, aperto no peito (mais do que um achado, especialmente em adultos); − Sintomas pioram à noite ou pela manhã; − Sintomas variam de intensidade ao longo do tempo; − Sintomas mais frequentes em vigência de infecções virais de vias aéreas; − Sintomas são desencadeados por exposição a alérgenos, exercício, mudanças climáticas, riso, choro ou ainda por irritantes respiratórios, como fumaça ou cheiros fortes. 
Por outro lado, os seguintes achados reduzem a probabilidade de sintomas respiratórios serem causados por asma: − Tosse isolada, sem outros sintomas respiratórios; − Achados sugestivos de refluxo gastro esofágico; − Expectoração crônica; − Falta de ar associada à tontura ou formigamento nas extremidades (parestesias); − Dor no peito; − Dispneia induzida pelo exercício com inspiração ruidosa. 
EXAME FÍSICO
Indivíduos com asma apresentam, frequentemente, exame físico normal no período entre as crises. A anormalidade observada com maior frequência é a presença de sibilos expiratórios à ausculta pulmonar. Chiado no peito, tempo expiratório prolongado e tiragem intercostal são outros sinais indicativos de obstrução de vias aéreas inferiores, observados em pacientes com asma não controlada, assim como podem ocorrer sinais de rinite alérgica, com hipertrofia de cornetos e sinais de dermatite atópica
Crianças com asma apresentam, frequentemente, exame físico normal no período entre as crises. A anormalidade observada com mais frequência é a presença de sibilos expiratórios à ausculta pulmonar. Chiado no peito, tempo expiratório prolongado e tiragem intercostal são outros sinais indicativos de obstrução de vias aéreas inferiores e observados em pacientes com asma não controlada. Na criança, podem ser observados sinais de atopia associados21, como rinite alérgica, dermatite atópica/eczema e conjuntivite alérgica
ESPIROMETRIA
O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) pós-broncodilatador é o melhor parâmetro espirométrico para avaliar a reversibilidade da limitação ao fluxo aéreo, ou seja, a resposta ao broncodilatador, bem como avaliar as mudanças em longo prazo da função pulmonar. Geralmente, em adultos com sintomas respiratórios típicos de asma, a observação de um aumento ou um decréscimo do VEF1 de mais de 12% do valor basal e superior a 200 mL é compatível com asma. Um VEF1 reduzido em termos absolutos pode ser visto em outras doenças, inclusive não obstrutivas, bem como com uma manobra expiratória inadequada. Entretanto, a redução da razão entre o VEF1e a capacidade vital forçada (CVF) indica limitação ao fluxo aéreo. A partir de estudos de base populacional, sabe-se que o valor da razão VEF1/CVF é geralmente superior a 0,75-0,80 em adultos e maior que 0,90 em crianças. Desta forma, valores inferiores a esses são compatíveis com distúrbio obstrutivo 
A espirometria confirma a limitação ao fluxo aéreo, mas tem valor limitado na distinção entre asma com obstrução fixa, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e síndrome de sobreposição de asma-DPOC (asthma-COPD overlapping syndrome). A espirometria pode ainda ser normal fora das crises, especialmente em pacientes com asma leve e/ou controlada. O teste de reversibilidade pode ser negativo durante exacerbações e na asma grave, assim como nos casos em que o paciente fez uso de broncodilatador poucas horas antes do teste. A falta de resposta imediata, entretanto, não exclui a presença de reversibilidade, podendo haver redução da hiperinsuflação ao broncodilatador, sem aumento observável do VEF1
ESTABELECER DIAGNÓSTICO (EXAMEDE IMAGEM E ESPIROMETRIA) ASSOCIANDO AOS CRITÉRIOS DE GOLD E GINA
	Asma leve é aquela bem controlada com as primeiras linhas terapêuticas, seja apenas com medicamento de alívio, conforme a necessidade, ou com tratamento de controle de baixa intensidade, como os corticoide(s) inalatório(s) – CI em baixa dose.
	Asma moderada: doença bem controlada com tratamento intermediário, como dose baixa de CI e beta2-agonista de longa ação (LABA). 
	Asma grave: termo usado frequentemente para descrever a intensidade dos sintomas, a magnitude da limitação do fluxo de ar ou a natureza de uma exacerbação. Acomete pacientes com asma refratária e aqueles cuja resposta ao tratamento de comorbidades é incompleta. Requer tratamento com CI/LABA de alta dose, seja para evitar descontrole ou não controle da doença apesar do tratamento
O diagnóstico de asma se dá mediante a identificação de critérios clínicos e funcionais, obtidos pela anamnese, exame físico e exames de função pulmonar (espirometria) (Quadro 1). Em crianças até quatro anos o diagnóstico é iminentemente clínico, pela dificuldade de realização de provas funcionais. É caracterizada por um padrão de sinais e sintomas característicos, como sibilância, dispneia, tosse, cansaço e aperto no peito, associado a limitação reversível ao fluxo aéreo de caráter variável. A probabilidade de que o paciente tenha asma é aumentada pela presença dos seguintes achados
CONHECER A ABORDAGEM TERAPÊUTICA, RELACIONANDO COM O TRATAMENTO DE EXACERBAÇÃO, DE ACORDO COM CRITÉRIOS DE GOLD E GINA
O conceito de controle da asma compreende dois domínios distintos: o controle das limitações clínicas atuais e a redução de riscos futuros. O primeiro compreende o mínimo de sintomas durante o dia, a ausência de sintomas à noite, a necessidade reduzida de medicamentos de alívio dos sintomas e a ausência de limitação das atividades físicas. Já o segundo contempla as exacerbações, a perda acelerada da função pulmonar e os efeitos adversos do tratamento. Com base nesses parâmetros, a asma pode ser classificada em controlada, parcialmente controlada e não controlada, cuja avaliação, em geral, é feita em relação às últimas 4 semanas
Radiografia simples de tórax deve ser solicitada na avaliação diagnóstica inicial, especialmente em fumantes, para diagnóstico diferencial. Hemograma é útil para excluir anemia como causa ou fator agravante de dispneia, bem como identificar eventuais anormalidades da série branca, eosinofilia, etc. 
A asma alérgica é o fenótipo de asma mais frequente e pode ser caracterizado pela presença de sensibilização IgE específica para aero alérgenos e pela correlação causal entre exposição alergênica e sintomas de asma. O primeiro critério é mais objetivo, enquanto o segundo depende de investigação cuidadosa da anamnese e da capacidade dos pacientes ou familiares em identificar a correlação entre a exposição aos alérgenos e o desencadeamento/agravamento de sintomas 29,30 . Frequentemente, nos casos de exposição perene e/ou maior gravidade da doença, o paciente não percebe os alérgenos desencadeantes, uma vez que os sintomas são contínuos. Os principais alérgenos inaláveis relacionados à asma incluem os ácaros da poeira domiciliar, animais de pelo, como cães e gatos, fungos, polens, barata e roedores (ratos, camundongos)31 . Em nosso meio, os principais alérgenos são os ácaros da poeira – Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae e Blomia tropicalis. A asma também pode estar relacionada à exposição inalatória e sensibilização IgE específica a alérgenos ocupacionais, incluindo alérgenos de alto peso molecular, tais como cereais, alérgenos animais, enzimas, colas, látex e frutos do mar e alérgenos de baixo peso molecular, como isocianatos, pó de madeira, anidridos, aminas, corantes, cloramina e aldeídos. Um exemplo clássico é a asma por sensibilização ao trigo, relacionada à inalação de farinha de trigo por padeiros
A investigação da sensibilização IgE específica aos aero alérgenos é realizada através de testes cutâneos de leitura imediata (testes de punctura), com extratos alergênicos padronizados ou dosagem de IgE sérica específica. A escolha dos alérgenos a serem testados deve ser criteriosa e com base nos principais alérgenos da região geográfica e aqueles presentes no ambiente domiciliar e ocupacional do paciente. Os testes cutâneos são, na prática clínica, o método mais utilizado devido à facilidade de execução, resultados rápidos, alta sensibilidade e menor custo
Os medicamentos para o tratamento da asma podem ser divididos em medicamentos controladores e medicamentos de alívio ou resgate. Os controladores são a base do tratamento da asma persistente e possuem atividade anti-inflamatória. Além do corticoide inalatório (CI), os corticoides orais (CO), os beta 2- agonistas de longa duração (LABA), e o imunobiológico anti IgE também são considerados medicamentos controladores. Os medicamentos de alívio são aqueles usados de acordo com a necessidade do paciente, atuando rapidamente no alívio dos sintomas e na reversão da broncoconstrição, sendo os beta 2-agonistas inalatórios de curta duração (SABA) os representantes desta classe no PCDT. Os CI atuam reduzindo a inflamação e a hiperresponsividade brônquica, controlando os sintomas, melhorando a função pulmonar e reduzindo o risco futuro de exacerbações 49 . A eficácia dos diferentes CI varia de acordo com sua farmacocinética e farmacodinâmica, com a deposição pulmonar e com a adesão ao tratamento 54,55 . Os CI disponíveis no PCDT são a beclometasona e a budesonida. A associação de LABA a um CI resulta em um efeito sinérgico desses dois medicamentos, que possibilita maior eficácia anti-inflamatória e melhor controle da asma, com menor dose de CI e, consequentemente, com menos efeitos adversos 56 . Diversos estudos confirmaram que a associação CI + LABA é mais eficaz em controlar os sintomas da asma, em reduzir as exacerbações e a perda acelerada da função pulmonar do que a monoterapia com CI 
O formoterol e o salmeterol são os LABA disponíveis no SUS para tratamento da asma, ambos com efeito broncodilatador por 12 horas. Diferem no início da ação. O formoterol tem início de ação rápido em 5 minutos 68, enquanto o salmeterol tem seu início de ação após 20 minutos 69 O salbutamol e fenoterol são os SABA disponíveis no PCDT. Abaixo é apresentado tratamento da asma e conduta terapêutica (Quadro 3). A monoterapia com LABA é contraindicada no tratamento da asma de adolescentes e adultos19 devido aos sérios riscos associados ao uso isolado destes medicamentos66,67 . Esses eventos adversos são considerados efeitos de classe 22,49,68 . O uso de beta-2 agonistas de curta duração (SABA) em monoterapia no tratamento da asma é contraindicado por causa do risco de morte. O uso excessivo de SABA (> 3 canísters no ano) está associado ao maior risco de exacerbações e > 1 caníster por mês a risco de morte por asma 22,49 . Assim, nenhum paciente com asma deve receber apenas SABA como tratamento. 
Pacientes com asma leve devem ser tratados com dose baixa de corticoide inalado (Figura 1) uma vez que dois grandes ensaios clínicos randomizados (ECR) demonstraram que, nesses pacientes, o uso de CI em doses baixas reduz exacerbações graves em quase 50%, além de controlar sintomas e melhorar a qualidade de vida 69,70 Os SABA continuam indicados nas emergências para reversão rápida do broncoespasmo em adultos e crianças nas crises moderadas a graves. Porém, mais recentemente o seu uso isolado tem sido associado a desfechos desfavoráveis. 
Beclometasona: cápsula inalante ou pó inalante de 200 mcg e 400 mcg e aerossol ou spray de 50 mcg e 250 mcg − Budesonida: cápsula inalante de 200 mcg e 400 mcg e pó inalante ou aerossol bucal de 200mcg − Fenoterol: aerossol de 100mcg − Formoterol: cápsula ou pó inalante de 12mcg − Formoterol mais budesonida: cápsula ou pó inalante de 12 mcg/400 mcg e de 6mcg/200mcg − Salbutamol: aerossol de 100 mcg e solução inalante de 5 mg/mL − Salmeterol: pó para inalação de 50 mcg. − Prednisona: comprimidosde 5 mg e de 20 mg − Prednisolona: solução oral de 1mg/mL e 3mg/mL − Omalizumabe: pó para solução injetável de 150mg + 1 ampola diluente com 2mL − Mepolizumabe: pó para solução injetável de 100 mg. Aprovado somente para pacientes adultos

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