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PAPER - PRINCIPIO DA PUBLICIDADE 29-05-2015

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Curso de Direito
Judson Augusto dos Santos da Silva
Princípio da Publicidade nos Atos Processuais Civis.
 
Salvador
2015
Curso de Direito
Judson Augusto dos Santos da Silva
Princípio da Publicidade nos Atos Processuais Civis.
Paper apresentado à disciplina Organização da Justiça e do Processo, sob orientação da professora Rafaela Pires Teixeira, como requisito de avaliação.
 
 Salvador
2015
Introdução
O presente trabalho busca retratar o Princípio da Publicidade nos Atos Processuais Civis a luz da Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, o Código de Processo Cívil, pela Doutrina e artigos que tratam do tema em questão. O princípio da Publicidade garante que o cidadão tenha acesso às informações do processo, vedado o sigilo, garantindo um instrumento importante de fiscalização popular.
2. Princípio da Publicidade nos Atos Processuais Civis 
O Princípio da Publicidade dos atos do procedimento é subdividido em publicidade popular e publicidade para as partes ou restrita. A publicidade popular é meio de controle da atividade jurisdicional, permitindo o exame dos autos por qualquer pessoa. A publicidade das partes ou publicidade restrita caracteriza-se pela publicidade dos atos do procedimento restringida aos litigantes, os seus defensores e a um número restrito de pessoas fundamentado no interesse público, ou seja, interesse social, intimidade ou decoro, de acordo com o órgão jurisdicional competente. Cabe afirmar que a publicidade restrita é limitada a alguns atos do procedimento, não abrangendo a sua totalidade, ou seja, há a possibilidade de verificação do conselho situação decorrente da convocação, de um julgador, de todos os componentes do órgão jurisdicional, para uma reunião conjunta, sobre determinado aspecto relevante do conflito de interesse, desde que a decisão judicial seja pública, não havendo, no entanto nulidade se o defensor no recinto de votação, dele se retirou por vontade própria. 
Segundo Humberto Theodoro Júnior, na prestação jurisdicional há um interesse público maior do que o privado defendido pelas partes. É a garantia da paz e harmonia social, procurada através da manutenção da ordem jurídica. Todos, e não apenas os litigantes, têm direito de conhecer e acompanhar tudo o que se passa durante o processo. A publicidade da atividade jurisdicional é, em razão disso, assegurada por preceito constitucional (Art. 5º, LX).
 Esse princípio, porém, não impede que existam processos em segredo de Justiça, no interesse das próprias partes conforme (art. 155) do código de processo civil de 2002. Esse sigilo excepcional, no entanto, nunca poderá ser absoluto, visto que as partes e seus advogados terão sempre acesso garantido a todos os trâmites do processo. O sigilo será, então, restrito aos estranhos. Na verdade, o princípio da publicidade obrigatória do processo pode ser resumido no direito à discussão das provas, na obrigatoriedade de motivação de sentença e de sua publicação, bem como na faculdade de intervenção das partes e seus advogados em todas as fases do processo. Em regra, a CF/88 tolera o processo “em segredo de Justiça”, ou seja, ressalva que a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo prevalece enquanto não prejudicar o interesse público à informação (CF, art. 93, IX, com a redação da Emenda Constitucional n o 45, de 08.12.2004). Estando em jogo interesses de ordem pública (repressão penal, risco para a saúde pública, dano ao Erário, ofensa à moralidade pública, perigo à segurança pública etc.), os atos processuais praticados nos moldes do “segredo de Justiça” podem ser investigados e conhecidos por outros, além das partes e advogados, por autorização do juiz. Em seu artigo “Princípio da Publicidade (Mitigada) nos Registros Públicos” Miriam Azevedo Hernandez Perez ressalta que “O princípio da publicidade, como visto, não é absoluto. Um princípio que é previsto na própria Constituição é mitigado pelo legislador. Entendeu-se ser mais importante para a sociedade a preservação da dignidade e da intimidade de algumas pessoas - previstos na Carta -, do que se admitir a publicidade absoluta dos registros”. Com o mesmo intuito de mostrar a importância do princípio da publicidade, o ministro Demécrito Ramos Reinaldo em seu artigo na revista dos tribunais (Vol. 751/1998/ p.91-93) descreve que “A publicidade dos atos e decisões, além de assegurar a respectiva eficácia e produzir efeitos externos, visa propiciar aos interessados diretos o seu conhecimento, bem como o controle por aquelas por eles atingidos e pelo povo, em geral, através dos instrumentos que a Constituição e a Lei põem à disposição da sociedade: ação popular, ação civil pública, ação de ressarcimento de dano aos cofres públicos, mandado de segurança coletivo, habeas data, direito de petição, ação direta de declaração de inconstitucionalidade.”
Ao manifestar os ensinamentos Rui Portanova, esclarece: “o princípio é tão amplo e tão significativo que legitima a jurisdição e se confunde com o próprio Estado de Direito. Assim, aplica-se tanto na jurisdição civil e penal, como também nos procedimentos administrativos. Ademais, engloba a reivindicação de direitos (inclusive de declarar a inconstitucionalidade de lei), a eficaz defesa e a produção de provas. No devido processo legal estão enfaixadas garantias representadas principalmente pelos princípios do contraditório, ampla defesa, duplo grau, publicidade, juiz natural, assistência judiciária gratuita”.
Considerações
Os princípios não emanam de leis nem mesmo estabelecem uma determinada regra, os princípios são orientações que norteiam a conduta humana, estabelecem um equilíbrio entre o supostamente correto e a conduta realizada. Os princípios gerais do direito, por sua vez, são os fundamentos que informam, orientam e inspiram as normas jurídicas, são os valores deste sistema. Por fim, quanto ao princípio da publicidade, é ferramenta de fiscalização da qualidade da prestação de serviço oferecido pelo Poder Judiciário, que deverá pautar suas decisões em consonância com os ditames constitucionais e processuais.
Referências 
JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. 55. ed. Rio De Janeiro: Editora Forense, 2014. p. 100.
PEREZ, Miriam Azevedo Hernandez. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE (MITIGADA) NOS REGISTROS PÚBLICOS. 2002. Disponível em: http://www.revistadostribunais.com.br/. Acesso em: 18/04/2015
REINALDO, Demócrito Ramos. A PUBLICIDADE DOS ATODECISÕES ADMINISTRATIVOS. 1998. Disponível em: http://www.revistadostribunais.com.br/. Acesso em: 18/04/2015
PORTANOVA, Rui: Princípios do Processo Civil. 5. Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 2003. p. 146.

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