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Flávia Licia Mendes de Assis 1 Epigenética 1- Caracterizar a epigenética e seus mecanismos. A epigenética estuda as mudanças nas funções dos genes, sem alterar as sequências de bases (adenina, guanina, citosina e timina) da molécula de DNA. A epigenética constitui uma camada “extra” de regulação da expressão gênica a nível transicional, que são herdáveis pela mitose e ao longo das gerações” Os padrões epigenéticos são sensíveis a modificações ambientais que podem causar mudanças fenotípicas que serão transmitidas aos descendentes. Epigenética X Epigenoma Refere-se ao estudo dos fatores herdados que modificam a expressão dos genes sem alterar a sequência de DNA. É o conjunto de modificações bioquímicas da cromatina que determina uma informação genética, refletindo o status epigenético da cromatina de uma célula. Epigenética X Mutação A diferença entre a epigenética e uma mutação está no fato de que essa última altera a sequência dos nucleotídeos, dos genes geralmente por ação de fatores externos, como agentes químicos ou físicos, durante o processo de reduplicação do genoma, ou por um mero acidente bioquímico. Mecanismos principais de alterações epigenéticas: 1) Metilação do DNA A metilação do DNA está relacionada normalmente ao silenciamento de genes. A conformação da cromatina relaciona-se com a metilação, ou seja, regiões altamente metiladas estão associadas à heterocromatização; 2) Modificações de histonas As modificações de histonas mais estudadas são: Acetilações, fosforilações e ubiquitinações formando o código de histonas determinando a conformação da cromatina; 3) Ação de RNAs não codificadores A ação de RNAs não codificadores está relacionada ao silenciamento pós- transcricional de genes através do mecanismo de RNA de interferência onde ocorre o bloqueio da tradução ou degradação do RNAm alvo; Esses mecanismos estão interligados para organizar a estrutura da cromatina tornando-a mais acessível ou não aos fatores de transcrição. EPIGENÉTICA HEREDITÁRIA O advento da epigenética é uma mudança profunda em nossa compreensão da herança - No centro desse novo campo está uma ideia simples, que os genes têm uma 'memória'; Que a vida de seus avós - o ar que respiraram, a comida que comiam, até as coisas que viram - pode afetá-lo diretamente, décadas depois, apesar de você nunca ter experimentado essas coisas por si mesmo. O epigenoma, pode mudar rapidamente em resposta aos diversos sinais que a célula pode receber. - Com isso, através da herança epigenética um organismo pode ajustar a expressão gênica de acordo com o ambiente onde vive, sem mudanças no seu genoma. Exemplo de herança epigenética: Gêmeos idênticos- estudos mostram que durante a transição da infância para a vida adulta, os gêmeos passam a divergir significativamente em seus níveis de sintomas relacionados à ansiedade e à depressão. Como compartilham da mesma sequência de bases em ambos os genomas) essa divergência só pode ser fruto das experiências individuais durante a vida (mudanças epigenéticas). Nesse sentido, foi relatado que gêmeos jovens têm quantidades semelhantes de metilação do DNA, enquanto gêmeos mais velhos diferem consideravelmente nas quantidades e padrões dessa modificação. BASE CELULAR PARA ENTENDER O MECANISMO EPIGENETICO Sabemos que a formação do embrião depende da captação de sinais intrínsecos, sinais paracrinos (incluindo as células da mãe) e extrínsecos (do ambiente). Os sinais recebidos pelas células irão determinar não somente a morfologia e fisiologia do futuro embrião e indivíduo, mas também o seu comportamento. Para que todos esses sinais tenham reflexos na molécula de DNA sob a forma de modificações epigenéticas, eles precisam alcançar o núcleo, onde o DNA está empacotado pela ação de proteínas nucleares denominadas de histonas. Esse DNA é composto pelos genes, e que muitos dos genes precisam ser expressos, se o DNA permanecesse totalmente enrolado, os genes não seriam capazes de serem expressos na forma de proteínas. É justamente nesse momento que entra a epigenética... Para que os genes possam ser expressos, mediante a chegada dos sinais, a molécula de DNA precisa ser parcialmente desempacotada, para que os genes fiquem acessíveis à ação de proteínas (os fatores de transcrição, que efetivamente disparam a ativação dos genes). Ex: Ação dos hormônios sexuais- Na fase da puberdade, uma alta concentração de testosterona (nos meninos) ou Flávia Licia Mendes de Assis 2 estrogênio (nas meninas) é lançada na corrente sanguínea e esse é o sinal para que genes relacionados ao desenvolvimento sexual, sejam ativados e expressos. No momento desta sinalização, regiões do DNA onde esses genes estão localizados, precisam ser abertas, desempacotadas, remodeladas. - Por outro lado, no momento em que a fase da puberdade passa e os níveis de hormônios caem drasticamente, muitos destes genes precisam ser desativados e, agora, as mesmas regiões do DNA precisam ser fechadas, reempacotadas, para que esses mesmos genes não mais sejam ativados. MECANISMOS DA EPIGENÉTICA Atualmente, conhecem-se três mecanismos epigenéticos que controlam a expressão dos genes a nível molecular para a estabilização do genoma, sendo os mesmos, metilação do DNA e na cromatina, modificação das histonas e RNAs não codificadores, ou também conhecidos como microRNAs Metilação do DNA É uma modificação química na qual ocorre a adição de um grupamento metil à posição C5 do anel da citosina, catalizada por enzimas DNA metiltransferases, levando à formação de 5-metilcitidina. - Processo importannte para: o desenvolvimento embrionário normal, inativação do cromossomo X, regulação gênica, imprinting genômico e modificações da cromatina. A modificação de citosina para 5-metilcitidina, faz com que fatores de transcrição como AP-2, cMYC/ MYN, CREB, E2F e NFкB não reconheçam e não se liguem aos sítios de iniciação da transcrição. No entanto, esses sítios de ligação podem ser ocupados por outras proteínas como MeCP-2, MBD1, MBD2, MBD3 e MBD4, que se ligam às citosinas metiladas e estimulam a condensação da cromatina, inativando o gene. Hipermetilação e hipometilação normal A hipermetilação de regiões promotoras ricas em dinucleotídeos CpG exerce importante função sobre a expressão gênica levando à perda da expressão do gene. Alterações no padrão de metilação e a carcinogênese Alterações neste equilíbrio podem comprometer a expressão de genes críticos, resultando em diversos tipos de câncer. ➢ Hipometilação generalizada do genoma: Frequente em sequências do DNA repetidas (DNA satélite, LINE e SINE), retrotransposons e genes cópia única. ➢ Hipermetilação: Nas áreas localizadas dentro da região promotora de genes supressores de tumor, fatores de transcrição, genes de controle do ciclo celular, genes anti-apoptóticos e genes de reparo do DNA. Processo de metilação e memória celular 1) Os padrões de metilação são estabelecidos e mantidos nos dinucleotídeos CpG (pares de Citosina- fosfato-Guanina) por uma família de enzimas, as DNA metiltransferases (DNMTs) que reconhecem os dinucleotídeos CpG hemimetilados, depois da replicação do DNA. 2) O processo de metilação é mediado, por três enzimas (DNMT1, DNMT3a, DNMT3b). 3) Essas catalizam e transferem o grupamento metil da S-adenosyl-L-metionina (doador de metil) para as bases de citosina ou adenina na molécula de DNA. 4) Acredita-se que os padrões de metilação do DNA são relativamente baixos durante o desenvolvimento da célula e são realizados pelas DNMT3a e DNMT3b, que catalizam a metilação de novo, principalmente nas ilhas CpG. 5) Esses padrões são mantidos nas células somáticas aoserem copiados para as células-filhas pela DNMT1, que replica os padrões de metilação de gerações parentais metiladas para as gerações seguintes ainda não metiladas. Mecanismo direto e indireto da metilação A metilação do DNA interfere na expressão dos genes por meio de mecanismos diretos e indiretos. ❖ Diretos: A metilação de ilhotas CpG impedem diretamente, por barreira física, o seu reconhecimento pelos fatores de transcrição, e resulta na inativação do gene. Flávia Licia Mendes de Assis 3 ❖ Indireto: A metilação ocorre em uma região que apresenta domínios de ligação para a metilação (MBD), localizados ao redor do sítio de regulação da transcrição e atrai de forma indireta as proteínas MBD como as MeCp2 que recrutam repressores e desacetilases de histonas, e deste modo inativa a configuração da cromatina ao redor do gene, desligando-o. Relação da cromatina e a metilação A cromatina e enzimas específicas controlam este mecanismo de metilação. A cromatina controla a metilação do DNA por modificar sua acessibilidade para a regulação da transcrição local ou global. ➢ O DNA hipometilado está associado com a cromatina ativa e hiperacetilada. ➢ O DNA hipermetilado é associado com a cromatina inativa, isto é, hipoacetilada. Ilhas CpG As ilhas CpG são regiões do DNA são ricas em sequências dinucleotídicas CpG. Essas regiões da cromatina são fortemente acetiladas e, frequentemente, a acetilação ocorre deixando a cromatina em sua configuração ativa. Modificação da histona O nucleossomo, a unidade básica da cromatina, é constituído por DNA e dois complexos idêntico de histonas. - Cada um contém quatro proteínas, a saber, H2A, H2B, H3 e H4, contribuindo para sua Modificações pós-traducionais: Relação com acessibilidade à cromatina; A acetilação e a adição de agrupamentos fosfato levam a formação de regiões de eucromatina A metilação, a fosforilação e a ubiquitinação estão relacionadas a regiões inativas, devido a formação de heterocromatina. As modificações das histonas regulam as funções da cromatina alterando a acessibilidade do DNA aos diferentes fatores de transcrição, ou pelo recrutamento de proteínas específicas que reconhecem as modificações ocorridas nas histonas. ACETILAÇÃO As enzimas histona acetiltransferase (HAT) adicionam grupos acetila aos resíduos de lisina das histonas, diminuindo a afinidade das mesmas pelo DNA e entre si. As desacetilases de histonas (HDAC), promovem a remoção de grupos acetila e a cromatina torna-se mais condensada e impede assim a expressão gênica. ➢ Hiperacetilação de H3 e H4: regiões ativas transcricionalmente. ➢ Hipoacetilação de H3 e H4: regiões de baixa atividade trascricional. Deste modo, essa modificação química altera a estrutura da cromatina e regula a expressão gênica. METILAÇÃO A metilação de histonas ocorre em resíduos de lisina. O grau de metilação e o resíduo metilado estão envolvidos na regulação transcricional – ativação ou repressão dependente da lisina em questão. ➢ H3K9me e H3K27me são marcadores de silenciamento de DNA ➢ H3K4me sugere DNA transcricionalmente ativo (promotores ativos). FOSFORILAÇÃO A fosforilação de histonas pode ocorrer em resíduos de serina, treonina e tirosina. Funções: ➢ Sinalização para reparo de dano ao DNA (H2A, H2B...) ➢ Regulação transcricional ➢ Compactação da cromatina associada com a mitose/ meiose Ex 1: Em uma H3, a trí-metilação do nono resíduo de lisina (H3K9), acompanhada da fosforilação da decimo resíduo de serina (H3S10), pode favorecer a formação de heterocromatina e o silenciamento gênico. Ex 2: A fosforilação de H3S10, juntamente com a acetilação de H3K14, pode levar a dissociação de HP1 repressora e culminar na ativação genica. Ex 3: A fosforilação e a desfosforilação de certas serinas e treoninas localizadas na “cauda” da histona H1 também produzem efeitos opostos aos da acetilação e desacetilação, respectivamente. Condensação da cromatina: Fosforilação de T3, S10, T11 e S28 na H3 Descondensação da cromatina: Fosforilação da H1 UBIQUITINAÇÃO O processo de ubiquitinação de histonas, ocorre nos resíduos de lisina, e é catalisado pela ação sucessiva da enzima Flávia Licia Mendes de Assis 4 ativadora de ubiquitina, enzima conjuradora e ubiquitina ligase; Desubiquitinação é realizada pela desubiquitinase. Obs: A ubiquitinação devido ao recrutamento de complexos de repressão e correpressão, está relacionado a repressão gênica, já a desubiquitinação relaciona-se com a ativação genica. RNAS não codificados (MicroRNAs) Introns Pequenas moléculas de RNA não codificante (small nuclear RNA ‒ snRNA) podem ser direcionadas às regiões de sítios promotores de genes-alvos promovendo a modulação do estado de silenciamento gênico e indução de modificação da cromatina. ➢ Estão envolvidos na regulação transcricional: Podem ativar determinados genes quando ligadas aos sítios promotores com baixo conteúdo GC; MicroRNAs Controle de expressão gênica pós- transcricional são os microRNAs. Atuam influenciando a estabilidade, compartimentalização e tradução dos RNAs mensageiros (mRNAs). ➢ Silenciamento gênico mediante pequenos RNAs ou microRNAs: são caracterizados por um grupo de ribonucleotídeos que atuam interferindo na transcrição dos genes. MicroRNAs: São componentes de reconhecimento para o complexo enzimático de silenciamento RISC, que quando ligado a um RNAm o identifica como alvo. RISC: Qualquer complexo de silenciamento (transcricional, pós-transcricional ou traducional) que inclua a proteína Argonauta (AGO) e uma pequena molécula de RNA guia (microRNA ou siRNA). Mecanismo Quando os microRNAs se ligam ao complexo enzimático chamado Complexo de indução do Silenciamento do RNA (RISC) que se liga ao RNA mensageiro (RNAm) impossibilitando o ribossomo de acessar a informação genica contida no RNAm causando a diminuição da síntese proteica de um gene alvo. Obs: Um único microRNA pode regular centenas de genes e cooperam no controle de um único gene alvo. Acreditam-se que cerca de 30% a 60% dos genes que codificam a proteína pode ser regulado por microRNA. 2- Caracterizar os fatores externos que influenciam a expressão gênica. A exposição a fatores ambientais como radiação e outros agentes químicos e físicos, durante os períodos pré e pós- natal podem resultar numa programação epigenética alterada e, por consequência, em um elevado risco de desenvolvimento de doenças. Algumas drogas têm a capacidade de reverter os padrões de metilação e acetilação do DNA e histonas, respectivamente. Estudos demonstraram que drogas que inibem a metilação do DNA poderiam restabelecer o controle do ciclo celular com reativação dos genes silenciados em células cancerosas. - Ao inibir a atividade das histonas desacetilases, ocorre bloqueio do ciclo celular e apoptose das células. ALIMENTAÇÃO Uma dieta rica em ácidos graxos poli-insaturados poderia gerar radicais livres mutagênicos e estresse oxidativo, o que tem sido diretamente ligado a alterações epigenéticas. Dietas ricas em frutas e vegetais Ex: Um estudo em seres humanos saudáveis alimentados com uma única porção de brotos de brócolis mostrou inibição da atividade da histona desacetilase em células mononucleares do sangue periférico em circulação 3-6 horas após o consumo, com indução concorrente de acetilação das histonas H3 e H4. Um estudo in vitro em linhagens celulares de cólon de tumor humano revelou que altas doses de dialil- dissulfeto de alho aumentaram a acetilação de histonas H3 e H4. EGCG (polifenol - chá verde): pode diminuir a metilação global do DNA, em linhagens celulares de câncer, pela inibição competitivade DNMT; também aumenta o nível de miR-210 – diminuição da proliferação celular. Redução de selênio (grãos e vegetais): diminuição da metilação global do DNA; expressão diminuída de DNMT1 em linhagens celulares de câncer de cólon e próstata. - Uma dieta deficiente em selênio induz o DNA a uma hipometilação. OBESIDADE Como o peso corpóreo é regulado por genes que controlam a homeostase energética, supõe-se que os macronutrientes alimentares que afetam a metilação do DNA poderiam contribuir para o desenvolvimento da obesidade por meio de mecanismos epigenéticos. Biomarcadores epigenéticos da obesidade, incluindo genes envolvidos na: ➢ Adipogênese (SOCS1 / SOCS3) ➢ Padrão de metilação de genes relacionados à obesidade (FGF2, PTEN, CDKN1A e ESR1) ➢ Genes de inflamação Flávia Licia Mendes de Assis 5 ➢ Metabolismo intermediário ➢ Genes da via de sinalização da insulina podem ajudar prever a susceptibilidade e prevenir a obesidade. TABAGISMO O tabaco contém uma mistura complexa de produtos químicos orgânicos e inorgânicos, muitos dos quais têm propriedades carcinogênicas, pró-inflamatórias e proaterogênicas. Ex: Um estudo in vitro de toxicidade crônica de fibroblastos humanos normais em Benzopireno (um hidrocarboneto carcinogênico) encontrado na fumaça do cigarro; Resultados: Não foi encontrado padrões aberrantes de metilação do DNA em regiões genômicas relevantes para o câncer de pulmão. Porém, foi demonstrado que o condensado da fumaça nas células respiratórias diminui a acetilação de H4K16 e a trimetilação de H4K20. - Essas alterações foram semelhantes às alterações de histonas que podem ser encontradas em tecidos de câncer de pulmão que precedem a metilação aberrante do DNA. ETILISMO Células-tronco neurais de camundongo agudamente expostos ao etanol in vitro, induziu a hipermetilação de genes específicos do ciclo celular inibindo a progressão do ciclo celular regulado pelo fator de crescimento. SHIFTWORK (TURNO) Recentes avanços no campo epigenético revelaram que os reguladores cronobiológicos podem induzir o remodelamento da cromatina. O gene CLOCK regula o ritmo circadiano através de uma atividade histona- acetiltransferase que promove eventos de remodelação da cromatina implicados no controle circadiano da expressão gênica. O ajuste circadiano pode ser afetado por diferentes fatores, como o trabalho por turnos: O trabalho em turnos que requer trabalho noturno pode ter um impacto negativo na saúde e bem-estar dos trabalhadores devido a um descompasso entre o sistema de temporização circadiana endógena e os sincronizadores ambientais (por exemplo, ciclo claro / escuro). Uma reprogramação epigenética de genes circadianos foi proposta como uma resposta potencial aos ritmos circadianos alterados: Um estudo recente em uma população de trabalhadores noturnos mostrou alterações na metilação do DNA sanguíneo, incluindo mudanças na metilação de elementos repetitivos de Alu (são responsáveis pela regulação de genes específicos do tecido. Eles também estão envolvidos na transcrição de genes próximos e podem às vezes mudar a forma como um gene é expresso) e metilação específica de gene inflamatório, como IFN-γ e TNF-α. RELACIONANDO COM CICLO CELULAR Mecanismos epigenéticos como metilação do DNA e acetilação e desacetilação de histonas mostraram afetar a transcrição de genes-chave envolvidos na regulação do crescimento celular, diferenciação, apoptose, transformação e progressão tumoral. Epigenética e câncer Eventos epigenéticos são cruciais para estabelecer a programação correta da expressão dos genes e erros nestes processos podem levar a uma expressão aberrante de genes e a uma perda de check -points anticâncer. A hipermetilação das ilhas CpG, localizadas nos promotores de genes de supressão tumoral, e a hipometilação global aparentam apresentar um importante papel no desenvolvimento de câncer. ➢ Os genes supressores tumorais atuam normalmente reprimindo o crescimento celular e metilações nestes genes levam ao seu silenciamento e perda de função. ➢ Os protooncogenes favorecem o crescimento celular de forma ordenada → hipometilação nestes genes favorece o crescimento desordenado da célula e formação de tumores. ➢ Aumento anormal da atividade da HDAC → inativação de transcrição de genes supressores tumorais, provocando a inibição de sua transcrição devido a desacetilação das histonas seguida da metilação do DNA, inativando o gene. Transformação maligna da célula: ➢ Perda da metilação em oncogenes e em genes prometastáticos ➢ Hipometilação global dos elementos repetitivos e hipermetilação em um conjunto de genes: genes supressores tumorais, genes de moléculas de adesão, genes do reparo do DNA e em genes inibidores de metástases. Pesquisas mostraram que a hipo e a hipermetilação do DNA estão diretamente relacionadas com o câncer por meio de quatro mecanismos: 1) Demetilação global do DNA; 2) Hipermetilação de genes supressores tumorais; 3) Transição de 5-metilcitidina para timina em células tumorais; 4) Indução da instabilidade cromossômica.
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