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Desconsideração da Personalidade Jurídica

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EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA ___a VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE MONTES CAROS/ MINAS GERAIS. 
Rogerio Greco, Brasileiro, casado, Advogado, inscrita no CPF sob o nº1224458-85, portador 
da cédula de identidade RG nº 2457755, domiciliado e residente na comarca de Montes Claros, 
Estado de Minas Gerais, na rua Gorutuba, nº 12, bairro Janauba, CEP 4000-021, por intermédio 
de sua advogada constituída que assina in fine, com a representação processual (cópia anexa nº 
01 - procuração), vêm respeitosamente perante Vossa Excelência, nos autos em epígrafe da 
ação de indenização, que promove em face de "Azuli – VIAGENS E TURISMO LTDA., já 
qualificada nos autos iniciais as fls. 08, devidamente representada (cópia anexa nº 09- 
procuração) as fls. 10, requerer a instauração de: 
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Da sociedade empresária supracitada, com fulcro na Teoria Menor da DPJ., (artigo 28, §5º, do 
CDC.) e artigos. 133 a 137 do CPC., em face de sua proprietária: Juliete Nobrega, brasileira, 
divorciada, empresária, inscrito no CPF sob o nº 1247895585-65, portador da cédula de 
identidade RG nº 5215210, domiciliado e residente na comarca de Montes Claros, Estado de 
Minas Gerais, na rua Candido Câmara, nº 54, bairro Brejo, CEP 400-878, pelo que passará 
adiante a expor: 
 
DOS FATOS: 
Os autores adquiriram junto à sociedade empresária um pacote de viagem (cópia anexa nº 02 - 
nota fiscal), com dez dias de hospedagem em dois diferentes hotéis de luxo do País, já incluso 
no pacote, o qual se destinava a lua de mel do casal na Turquia. 
Ocorre que ao chegarem naquele País não haviam reservas feitas nos hotéis mencionados, 
obrigando os autores às próprias expensas, afim de se acomodarem em outros hotéis, bem mais 
simples dos anteriormente contratados no pacote de viagem junto à sociedade empresária, 
desembolsarem valores extras, não previstos para este fim. 
Ao retornarem da viagem o casal AJUIZOU AÇÃO de reparação de danos contra a referida 
empresa, com todas as juntadas probatórias das alegações, bem como dos gastos suportados a 
mais, todos devidamente comprovados em sede exordial, que obteve JULGADO 
PROCEDENTE o pedido, e fora sentenciado (cópia anexa nº 03 - Sentença Condenatória) 
determinando o pagamento de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) em favor dos autores, 
estando aí incluídos, além do ressarcimento da quantia paga, os danos morais. Assim, pondo 
fim à fase cognitiva processual estabelecendo-se o título judicial. 
Iniciada a fase de cumprimento de sentença, com a regular intimação da empresa não houve o 
pagamento voluntário, tendo sido tentada a penhora de seus bens, inclusive pela via do 
Bacenjud, porém sem sucesso. 
O casal soube que a empresa recentemente encerrou suas atividades, o que se presume por não 
ser ela encontrada no local. Souberam, também, que outros clientes estavam passando pela 
mesma situação. Logo, pesquisando-se seu registro junto à JUCESP (cópia anexa nº 04 - 
JUCESP), verificou-se que não foi providenciada sua baixa, permanecendo aberta, e sendo ela 
formada pela sociedade dos dois irmãos acima enunciados e descritos (Marcos e Murilo). 
 
DO DIREITO: 
A personalidade jurídica passa a ser considerada relativa, a partir do momento que o juizado 
pode desconsidera-la (em todas as fases do processo de conhecimento, bem como no 
cumprimento de sentença “CumpSent” de título judicial, e na execução juntada em título 
extrajudicial), incluindo no polo passivo a solidariedade dos sócios para que seja feita a justiça, 
satisfazendo o crédito reconhecido dos exequentes, e evitando de que seja possível, que eles se 
escondam atrás da empresa e abusem do direito, ou fraudem essa relação com o intuito de 
proteger seus bens ocultando-os maliciosamente. 
O que se busca, dando assim, através da desconsideração aludida é a garantia da segurança aos 
indivíduos que foram vitimados pela situação conforme o caso em tela, que constitui o instituto 
excepcional no direito, em que se pretende tornar ineficazes os atos realizados pela sociedade 
(e imputáveis aos sócios), quando eles forem praticados em descumprimento à função social 
da empresa, desrespeitadas as cláusulas dos contratos assinados e provada a inexistência 
patrimonial que garanta o pagamento de suas obrigações decorrentes de suas atividades afins. 
As partes envolvidas neste caso adequam-se aos conceitos de consumidor e fornecedor. 
Portanto, aplicável o disposto no artigo 28, §5º, do CDC., que adota a teoria menor da 
desconsideração da personalidade jurídica (DPJ), sendo esta teoria mais ampla em relação ao 
que a teoria maior (prevista no art. 50 do CC), e mais benéfica aos consumidores ora exequentes 
da fase de cumprimento de sentença apensando o IDPJ, uma vez que não exige prova de fraude 
ou de abuso de direito, não sendo necessária, tampouco, prova da confusão patrimonial entre 
os bens da pessoa física e jurídica, bastando aos consumidores a demonstração do estado 
de insolvência do fornecedor, ou a de que a personalidade jurídica representa obstáculo 
ao ressarcimento dos prejuízos causados na relação consumerista. Logo, em exceção à 
teoria maior (art. 50, CC.). Após a citação dos sócios, nos termos do art. 135, CPC., observa-
se na teoria menor (art. 28, §5º, CDC. - Insolvência e Prejuízo) os requisitos para a 
desconsideração da PJ ser mais simples, o que confere proteção efetiva à parte hipossuficiente 
da relação jurídica, e impõem suspensão ao processo, nos termos do artigo 134, §3º, CPC. para 
sua apreciação pelo magistrado e sua colenda serventia. 
Por fim, a força da natureza jurídica de ação já enfrentada no curso do procedimento comum, 
que conteve além das partes e causa de pedir, também líquido, certo e exigível o valor da 
pretensão do proveito econômico que se pretende com a Sentença Condenatória proferia, há no 
incidente de desconsideração da PJ (um apenso ao processo), com esse ato, coadunar os sócios 
(réus a serem incluídos no polo passivo, na fase de CumpSent.) serem chamados à atenção da 
propositura da ação para o conseguinte pagamento solidário, voluntário, ante a fragilidade 
inicial comprovada, de caução, pelo inexistente patrimônio da empresa para saldar obrigações, 
que uma vez irregularmente fechada há necessidade do cumprimento definitivo da sentença 
prosseguir regularmente, em que pese para seu alcance deva atingir o patrimônio dos sócios 
conforme disposta previsão legal mencionada, seja através da presente desconsideração então 
apensada nos autos por este pedido, buscando assim a satisfação do crédito exequente do 
credor, já reconhecido (proveniente de título judicial conferido em fase ordinária, de 
conhecimento, conforme o caso em tela, ou extrajudicial sendo outra subespécie de título com 
força executiva, simplesmente citado a nível de supletiva explicação acadêmica). 
 
DOS PEDIDOS: 
Face ao exposto, requer de V. Exa.: 
A. A SUSPENSÃO DO PROCESSO, nos termos do art. 134, §3º, do CPC.; 
B. A CITAÇÃO DA PROPRIETÁRIA, no endereço indicado neste requerimento, para 
apresentação de defesa, no prazo processual de 15 (quinze) dias conforme inteligência do art. 
135, CPC.; 
C. Seja ACOLHIDO O PEDIDO DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA da empresa devedora (pela teoria menor disposta no artigo 28, §5º, do CDC.) e 
nos termos do art. 137, CPC., com a INCLUSÃO DOS SÓCIOS MARCOS E MURILO, no 
polo passivo do cumprimento de sentença, para viabilizar a constrição de bens pertencentes a 
seus patrimônios individuais; e 
D. A admissão da produção de todos os meios de provas previstas legalmente, especialmente 
as de natureza orais e documentais. 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
Local e Data.

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