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Resenha Origens da crise de segurança pública

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Atividade: Assistir ao vídeo “Origens da Crise de Segurança Pública” por Renato Sérgio de Lima e escrever um comentário de até três laudas digitadas sobre o filme, relacionando-o aos textos discutidos.
	Segurança Pública: entre impasses e definições
Neste vídeo é entrevistado o pesquisador Renato Lima, que apresenta o trabalho realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O fórum é um conjunto de pessoas associadas e possui como principal produto o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, onde são compilados dados e estatísticas da violência no Brasil a partir das informações de todos os estados. Para além dos números, o anuário apresenta análises de modo a influenciar o debate público e a própria produção de políticas públicas. 
	Renato enfatiza que há uma dificuldade na produção de dados por parte do Poder Público, de modo que assim atua o 3º setor. Ademais, o entrevistador comenta sobre como a temática da segurança pública gera debates calorosos no Brasil, onde costumam opor-se duas narrativas: uma que defende uma ação violenta do Estado como resposta à criminalidade, defendida na máxima de que “bandido bom é bandido morto” e outra que defende ações a longo prazo, considerando o papel da educação e o contexto do sistema prisional no contexto do aumento da criminalidade. O pesquisador comenta que a temática está envolta de muitos problemas, como a ausência de consciência sobre o que é de fato a segurança pública, normalmente associada somente à atuação policial quando na verdade envolve outros fatores. O tema carece também de detalhamento dentro da própria Constituição Federal e de uma melhor coordenação por parte do Sistema de Justiça Criminal, composta por vários órgãos. 
	Dentre este imbróglio, existe no Brasil o fenômeno de candidaturas políticas feitas por pessoas que atuaram previamente na Segurança Pública. No artigo “Da ‘bancada da segurança’ à ‘bancada da bala’: Deputados-policiais no legislativo paulista e discursos sobre segurança pública”, os autores Roberta Heleno Novello discorrem sobre a questão. O número de candidaturas que obtiveram êxito no país é tão grande que gerou um grupo conhecido por “bancada da bala”. Conforme os autores:
A expressão “bancada da bala” é uma construção social e midiática que descreve bancadas suprapartidárias compostas, majoritariamente, por egressos das forças de segurança cujas plataformas políticas e discursivas se organizam em torno de temas relacionados à segurança pública. É uma categoria qualificadora de políticos que costumam ser caracterizados pela visão autoritária de controle social, por uma tensão constante com a política de direitos humanos e por representarem as corporações policiais e os interesses da indústria armamentista. (ALVAREZ e NOVELLO, 2022, p. 81)
	A partir das discussões realizadas ao decorrer da disciplina, consideramos como não positivo este processo de candidaturas, pois pode levar profissionais da segurança a usar de sua profissão para obter privilégios políticos. Ademais, suas discussões e pautas defendidas no Congresso atuam de maneira rotineira como contrárias aos Direitos Humanos. Enquanto os conflitos sociais configuram-se enquanto modos que deixam à margem da sociedade grupos específicos, como mulheres, a população negra, indígenas, LGBTIQIA+ e moradores de periferias, estes precisam ter seus direitos garantidos e a segurança pública deve atuar neste sentido, e não reforçando a violência e estereótipos que possam causá-la.
	
Referências 
· Origens da crise de segurança pública, por Renato Sérgio de Lima
· Da ‘bancada da segurança’ à ‘bancada da bala’: Deputados-policiais no legislativo paulista e discursos sobre segurança pública

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