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ARTIGO PROTESTO

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O INSTITUTO DO PROTESTO COMO FORMA DE PACIFICAÇÃO SOCIAL 
 
Walter Antonio Tenorio Pansani
1
 
 
RESUMO: Este artigo tem por objetivo analisar as características do instituto do protesto, 
bem como sua legalidade externada na lei positivada, entendimentos dos tribunais e 
doutrinários, abordaremos também as modalidades extrajudiciais mais comuns em se tratando 
dos títulos de créditos, ou seja, exemplificaremos como é aplicado o direito mostrando os 
benefícios do cenário da desjudicialização e pacificação social, ora visto se tratar de um 
instrumento diverso de acesso a justiça, nos dias em que a celeridade é algo desejado pela 
população e que um contingente cada vez maior da sociedade anseia por mecanismos práticos 
para resoluções e recebimentos de créditos nas execuções, devido inadimplemento. 
Palavras-chave: Direito Cambiário. Protesto. Desjudicialização. Pacificação social. Sistema 
Brasileiro. 
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho abordará a prática do protesto como meio alternativo adverso ao 
do judiciário, ou seja, atuando para resoluções das demandas de forma consensual, e em um 
ritmo deveras mais rápido, esse instrumento alternativo parte da premissa de contribuir para a 
pacificação social. No Brasil em se tratando de protesto, os tabelionatos de protestos são os 
responsáveis por desempenhar a resolução das lides alternativas, o artigo 5º da lei 8.935/94 
revela as modalidades, e no seu inciso III a serventia responsável pelos protestos 
extrajudiciais. 
Tendo em vista que o recebimento de créditos se faz necessário e que a morosidade do 
judiciário não contribui com a celeridade necessária para efetivação do direito, o instituto do 
protesto por sua vez insere a possibilidade de recebimento consensual, rápido e 
simultaneamente contribui para dar publicidade, ou seja, permite que na existência de 
protestos efetivados, um terceiro, em decorrência de uma simples consulta poderá evitar a 
reincidência do inadimplemento, zelando e incentivando pela liquidação da mesma. Nesse
 
1
 Graduando Curso de Direito da Faculdade de Americana, Americana-SP. 
2 
 
sentido o estudo qualificará e quantificará em uma abordagem baseada na literatura e na lei 
positivada sobre sistemática do tema abordado. 
2. O INSTITUTO BRASILEIRO DO PROTESTO 
Partindo da premissa das características e fundamento dos títulos de crédito ao 
abordarmos as problemáticas do protesto deve ressalvar a obrigatoriedade inicial de 
exigibilidade, liquidez e certeza constantes no título de crédito para viabilidade e efetivação 
do mesmo. Segundo Mamede (2018, p. 169): “O protesto é ato formal e solene pelo qual se 
prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros 
documentos de dívida”. 
Nessa nesse sentido também Tomazette (2017) entende que: 
Os títulos de crédito asseguram ao seu detentor um direito de crédito. Para o 
exercício desse direito de crédito, por vezes, é necessária a prova de determinado 
fato, como por exemplo, a prova do não pagamento do título no vencimento, que é 
necessária para cobrar os devedores indiretos. Tal prova deverá ser inequívoca, 
tendo em vista as consequências que certos fatos podem gerar. Diante dessa 
necessidade, surgiu a figura do protesto como um meio solene de prova de certos 
fatos. (TOMAZETTE, 2017, p. 215) 
Sendo assim o protesto atua para confirmar e dar publicidade da inadimplência, 
restringindo a prática reiterada no mercado, limitando concessões de novos créditos, 
obrigando o devedor a liquidar a pendência para se livrar das restrições. 
O conceito legal do instituto do protesto encontra inserido na Lei nº 9.492/97, mas 
podemos notar que o protesto não somente é destinado ao que se conceitua o artigo, mas 
também em situações como a falta de aceite e devolução, conforme disposto no art.21, §§ 1º e 
3º da referida lei. 
 
2.1 Efeitos, tipos e características do protesto no Brasil 
 
Nos títulos de crédito existem devedores principais e possivelmente devedores 
coobrigados que são os avalistas e endossantes, quando se trata de aval onde avalista atua 
como garantidor, esse mecanismo se dá com assinatura na frente do título de crédito 
configurando o aval, a responsabilidade neste caso é solidária e autônoma. No endosso a ideia 
3 
 
é de circulação das riquezas e a posição jurídica é endossantes e endossados, o endossante se 
torna codevedor solidário com simples assinatura no verso do titulo podendo atuar no polo 
passivo em litisconsórcio, desde que não aplicado a clausula de não garantia, em que a 
circulação ocorre sem efeito de coobrigado. 
Vale ressaltar que nas hipóteses do aval e do endosso dos garantidores, o protesto 
atua estendendo os efeitos da garantia do crédito a esta figuras que garantem o crédito do 
devedor principal. O protesto nem sempre é necessário podendo ser facultado quanto a 
cobrança dos devedores principais e seus avalistas, e necessário quanto eficácia para inclusão 
dos coobrigados. 
Sendo assim, explanado os efeitos do protesto sobra a figura dos coobrigados 
analisaremos os efeitos do instituto do protesto brasileiro. Após o registro do protesto inicia-
se a produção de seus efeitos, alguns incidem diretamente no título de crédito, que são 
denominados efeitos conservatórios e os efeitos gerais que incidem sobre os demais 
documentos de dívida. Como exemplo, o efeito moratório surge quando o devedor é 
constituído em mora pelo seu inadimplemento a partir do registro do protesto, conforme o 
disposto no art. 40 da Lei 9.492/1997 e o efeito da publicidade que confere notoriedade a 
restrição de crédito do devedor a partir do registro do protesto. 
O protesto tem como características principais a celeridade em seu procedimento, 
devendo ser registrado no prazo de três dias úteis contados da protocolização do título ou 
documento da divida, conforme disposto na Lei 9.492/1997. Outra importante característica é 
que o protesto atua como meio de cobrança, provocando um abalo no crédito através da 
publicidade do registro do protesto. 
3. DESJUDICIALIZAÇÃO E A PACIFICAÇÃO SOCIAL NO INSTITUTO 
BRASILEIRO DE PROTESTO 
A resolução de conflitos de maneira extrajudicial tem como característica a celeridade, 
e se faz necessário para a pacificação social, a ideia de diversificar a maneira de se buscar 
acesso à justiça garantido na Constituição Federal traz o benefício de evitar os desgastes que o 
sistema tradicional judiciário proporciona. 
A busca pela composição da lide e a demora na resposta em dizer o direito concorre 
muitas vezes para um acumulo no número de demandas de demanda judiciais, tornando a 
busca do que se espera tardia. A desjudicialização como meio alternativo e extrajudicial 
4 
 
proporciona uma segurança negocial e um acesso à justiça diversificado menos oneroso capaz 
de atender as necessidades da problemática em torno dos resultados. 
 O artigo 236 em seu parágrafo 1º da nossa Carta Maior, trata dos serviços notariais e 
registro, e a Lei 8.935/94 a regulamenta, proporcionando um meio pela busca da possibilidade 
de recebimento consensual, rápido, com sansões menos onerosas e com efetividade dentro dos 
anseios sociais. Na visão de Walter Ceneviva (2002, p.22, apud SILVA, 2020) o serviço do 
tabelionato tem como aspecto principal “o trabalho de compatibilizar com a lei a declaração 
desejada pelas partes nos negócios jurídicos de seu interesse”. 
O protesto depois da sua lavratura constitui ato oficial público e reitera a exigência do 
cumprimento da obrigação cambiária através do registro publico, de grande relevância social, 
pois é capaz de provar a inadimplência do devedor, garantir a satisfação do crédito sem a 
necessidade de recorrer as filas do poder judiciário. A celeridade do protesto judicial contribui 
de maneira significativa para pacificação social na solução dos conflitos ligados aos títulos de 
crédito.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Em se tratando do instituto do protesto é possível notar o entendimento de muitos 
doutrinadores quanto aos seus efeitos de publicidade, onde ocorre uma pressão real que ataca 
a credibilidade do devedor, fazendo com que o mesmo resolva de forma rápida a questão, 
efetivando o direto constitucionalmente previsto de acesso à justiça através da via 
extrajudicial. Nesse sentido utiliza-se do protesto como necessidade para inclusão não 
somente do devedor principal, mas também de seus coobrigados para inserir sua 
inadimplência nos órgão de proteção ao crédito, causando um impacto negativo na sua 
avaliação de crédito, mitigando assim o poder e restringindo o alcance de seu poder de 
aquisitivo, forçando o pagamento do título. 
 Diante do exposto, a ideia de pacificação social que se faz necessário para questões 
morosas em que o judiciário tradicionalmente, iria compor a lide para dirimir os conflitos é 
diversificada dando celeridade, segurança aos negócios e otimização para se fazer justiça. A 
medida alternativa que corresponde a desjudicialização implica um rumo moral de conduta, 
disciplina de forma extrajudicial o devedor, dessa maneira podemos dizer que mesmo as 
sanções ligadas à concessão de crédito, ainda sim é mais benéfica ao devedor do que um 
processo judicial, onde os gastos com decurso do mesmo poderiam ser bem mais onerosos 
como as custas e constituição de advogados. 
5 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: títulos de crédito. – 10. ed. rev. e atual. – 
São Paulo. Atlas, 2018, p. 169. 
ISHIBASHI, Pedro Henrique. O protesto como instrumento de efetividade dos termos de 
compromisso de ajuste de conduta. Revista Boletim Científico. Brasília. n. 42/43, p. 267-302. 
jan/dez. 2014. Disponível em: Disponível em: 
http://boletimcientifico.escola.mpu.mp.br/boletins/boletim-cientifico-n-42-43-janeiro-
dezembro-2014/o-protesto-como-instrumento-de-efetividade-dos-termos-de-compromisso-de-
ajustamento-de-conduta. Acesso em: mar. 2020. 
SILVA, Denise Kobashi. Desjudicialização e protesto de decisões judiciais nas serventias 
extrajudiciais. Revista Iuris Novarum. Cacoal, RO, v. 1, n.1, jan/jul 2020. Disponível em: 
http://200.129.142.19/index.php/iurisnovarum/article/view/4911/3152. Acesso em: mar. 2020 
PAGLIUS, Ivy Helene Lima; SANTOS, Kátia Borges dos Santos. O instituto do protesto no 
direito luso-brasileiro e sua importância como sistema de pacificação social. R. Brasileira de 
Direito Empresarial. Goiânia. v. 5, n. 1, p. 38-56. jan/jun. 2019. Disponível em: 
https://www.indexlaw.org/index.php/direitoempresarial. Acesso em: mar. 2020. 
TOMAZETTE, Marlon, Curso de direito empresarial:Títulos de crédito, v. 2 – 8. ed. rev. e 
atual. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 215. 
Vade Mecum OAB e Concursos/ obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a elaboração 
de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. – 7ª ed. atual. e ampl. – São 
Paulo: Saraiva 2015.

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